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Falem De Mim - Capítulo 2

Primeiro Ato - Reputação - Cena 2

O liquido amargo já havia se tornado insípido para o meu paladar e na medida em que meu sistema nervoso é amortecido, tudo ao meu redor parece mais venusto. O clima desatado era hilário e envolvente, tirava-me o ar de tempos em tempos ao ouvir alguma anedota. Meu corpo oscilava e trepidava tanto que temia formar um ângulo perpendicular com a superfície que abrigava meus pés descalços.

Ou seja: eu tinha bebido algumas boas doses e estava rindo tanto de qualquer besteira que perigava cair de cara no chão.

Jacob estava pendurado no meu braço enquanto nós conversávamos num grupinho de umas seis pessoas. Cameron ao meu lado até o momento não tinha dado sinais de iniciativa alguma, mesmo com Joey Donner bem na sua frente.

- Vamos lá garota, há limites pra uma atriz e sua timidez! – penso falar baixo, só pra que Cam pudesse me ouvir, mas acabo chamando a atenção de algumas pessoas – Vou pegar mais uma latinha – aviso com um sorriso largo e cara de pau.

Jacob finalmente se desgarra e eu posso desfilar livre até a cozinha a procura do freezer. Peço que a pessoa que estava com a cara enfiada no congelador me passe mais uma latinha e abro-a ali mesmo, provando mais uma vez o amargo que já não tinha mais gosto, era somente gelado e refrescante.

- Ei garota bonita! – Donner para bem na minha frente – O que você quis dizer com aquele "há limites pra uma atriz e sua timidez"? Estava falando de quem?

- Não é óbvio garoto sintético? – sorrio com ironia.

- Garoto sintético? – franze o cenho, mas logo balança a cabeça deixando aquilo pra lá – Pensei que você estivesse com o Jacob agora. Porque estavam falando e olhando pra mim? Você...

- Evidentemente eu não estava querendo te ludibriar Donner. Timidez não é um dos meus defeitos e você é tão insípido pra mim quanto essa cerveja agora – coloco uma mão na cintura encarando-o.

- Sintético. Ludibriar. Insípido. Você usa palavras grandes quando está bêbada.

- Não. Paralelepípedo é uma palavra grande – respondo óbvia – Deixe de ser retardatário e vá logo atrás da Cameron. A garota é caidinha por você há uns dois semestres.

Ele arregala os olhos pra mim e eu apenas dou algumas batidinhas no seu ombro para consolá-lo. Samonga não era o bastante para descrevê-lo.

A casa estava repleta de alunos da universidade de Auckland. Poucas pessoas que estudavam não estavam aqui. Isso incluía um certo coreano bem alto e educado, mas ei, quem é que está procurando por ele?! Infelizmente não consigo voltar para minha rodinha de amigos sem antes topar com Patrick.

- Eu sabia que você viria – diz com um sorriso de canto.

Me poupo o trabalho de responde-lo, tento apenas deixa-lo para trás, mas seu corpo me bloqueia.

- Quando é que você vai me dar uma segunda chance Nick? – pergunta sério.

- Quando dois mais dois forem três – dou um sorriso largo e cheio de dentes em sua direção.

- Você sabe que eu não falei nada de nós dois pra ninguém. Até mandei todo mundo parar de comentar por ai. Acredita em mim – lança um daqueles olhares de macho alfa fragilizado.

Bem patético e desforme.

- És um néscio desprovido de qualquer capacidade intelectual.

- O que isso quer dizer? – seu cenho franzido externa sua confusão.

- Que você é um imbecil que não pensa!

Empurro seu peito e tranço um pouco minhas pernas até encontrar Jacob novamente. Deixo que o garoto enlace minha cintura e volto a socializar com os demais, sem me importar com Patrick e meu passado por nem mais meio minuto. Cameron e Joey não estavam mais ali, o que significava que eu havia conseguido ajudar de alguma maneira, algum deles deve ter dado o primeiro passo. Pegando-me completamente desprevenida Jacob me rouba um selinho. O afasto levemente, olhando-o séria, mas sua careta engraçada e suas mãos ao alto rendido me tiram uma risada honesta. Eu e meus sorrisos fáceis.

Uma hora passou voando, e só depois de ver Cam sair de fininho com o Donner é que eu decidi que era hora de ir pra casa. A parte mais difícil foi convencer Jacob de que deveríamos ir embora, porém, depois de dizer que eu poderia ir sozinha ele recobrou o juízo e resolveu me acompanhar. Já na porta da minha casa eu aceno animada.

- Não ganho nem um beijo? – seus lábios se unem num bico.

- Eu não estou tão bêbada assim – dou uma risada alta com a sua carranca de desgosto.

Aperto sua bochecha com força e volto a me afastar. Apenas ouço o barulho da porta do seu carro batendo e depois daquilo era difícil me recordar de como cheguei até a cama.

(...)

Pelos corredores onde andei naquela manhã tive a impressão de que o assunto era a festa, mas não sabia muito bem o porquê, já que pra mim não tinha acontecido nada de memorável. Nada daquilo me importava, sinceramente, eram poucas pessoas que tinham um pensamento tão relevante a ponto de ganhar a minha atenção. Eu estava muito mais orgulhosa de não precisar tomar um comprimido para ressaca do que qualquer outra coisa.

Sai da minha aula de Improvisação Teatral aos risos com Nikau. Aquela era a minha aula preferida e nós tivemos um exercício de "espelho" muito interessante. Ele tinha sido meu parceiro e enquanto íamos até nossos armários guardar alguns materiais conversávamos sobre o que acabamos de aprender.

- Mas você viu alguma coisa? – uma voz feminina dizia.

- O que precisa ser visto? Eles ficaram o tempo todo juntos e depois ele disse que ia leva-la em casa – reconheço a voz da Bianca – claro que deve ter rolado alguma coisa.

- Vai ver ela não sabia que você e o Jacob ainda estão saindo – agora uma voz masculina responde.

- Eles se beijaram na festa.

- Beijaram?! Eu não vi – Bianca responde indignada.

- Não me surpreende vindo dela – outra garota responde.

Ou a mesma, eu não saberia dizer.

Franzo o cenho e faço questão de bater a porta do meu armário, fazendo o máximo de barulho possível. O grupinho que estava caminhando para se sentar em um dos bancos ali perto paralisou. Todos os quatro ao mesmo tempo. Olharam para minha cara por alguns segundos e depois seguiram adiante como se não tivessem o que esconder.

- Tanto faz. Não disse nenhuma mentira mesmo – uma delas murmurou para os outros enquanto andavam apressados pelo corredor.

Suspiro completamente entediada.

- Preciso ir à biblioteca agora – me viro para Nikau que permaneceu em silêncio, um pouco constrangido. Até mais do que eu, na verdade.

- Nos vemos mais tarde – ele responde se afastando.

(...)

Era a quinta tragédia grega que eu folhava e até o momento não havia encontrado nada interessante. Nada que me tocasse. Nada que fosse diferente. E mais importante, nada que surpreendesse. Meu segundo monólogo estava fadado ao fracasso, eu perderia meu papel principal e meu ano letivo estava condenado. Se eu tinha alguma esperança de me formar com honras e oportunidades era melhor dizer adeus a essa possibilidade agora.

- Sabe, Eurípedes não tem culpa – Namjoon senta-se na mesa ao lado.

- Como é? – tiro os olhos das páginas sem entender.

- O livro. Parece que você está descontando suas frustrações nele – aponta para as minhas mãos segurando o exemplar antigo com força. E minutos antes eu folhava as páginas sem o menor cuidado. Sem contar as lufadas de ar impacientes que eu soltava a cada linha – Então, sabe, Eurípedes não tem culpa. Pegue leve com ele.

Dou uma risadinha leve e deixo o livro sobre a mesa com o máximo de cuidado.

- Desculpe. Só estou um pouco nervosa. Não acho nada que posso usar e meu tempo desta vez é bem mais curto.

- Mesmo com a minha super ajuda? A tragédia que eu te indiquei é uma das mais populares do teatro – arqueia as sobrancelhas.

- Acho que esse foi o problema – cruzo os braços – Não quero nada popular e já feito.

Ele passa a espalhar seus materiais pela mesa e abrir seus livros, afastando alguns papéis soltos e com anotações. Fico observando-o concentrada. Apesar de ter movimentos "duros" e não parecer nada harmonioso ou terno, Namjoon era cheio de elegância e suavidade.

- Acho que suas opções ficarão um pouco reduzidas demais dessa maneira.

Eu era de usar palavras requintadas enquanto estava bêbada. O coreano era de usá-las o tempo inteiro. Sim, ele não havia falado nada demais, mas quem é que fala formalmente hoje em dia?

Contraditória a sua frase pessimista eu abro um sorriso. Era impossível, afinal, não admirá-lo. Só o seu QI provavelmente seria capaz de me deixar com as pernas bambas. Definitivamente Kim Namjoon era uma daquelas pessoas raras dignas de ter toda a minha atenção. Eu daria minha percepção em troca dos seus pensamentos. Tão misterioso e quieto. Aquele coreano seria um ótimo trabalho de conclusão de curso.

- Ainda tenho esperanças de que você possa me dar uma luz no fim do túnel – falo assim que percebo que fiquei tempo demais calada.

- Não tenho lido nada desse século ultimamente – responde com a atenção sobre seus livros – não tenho nada novo para te oferecer.

Ah tem sim!

- Mentira! Logo você, dono dessa biblioteca? Impossível – digo em tom exagerado, fazendo-o rir – Você estuda essas coisas, tem que saber algo.

- Eu estudo nanotecnologia – mostra a calculadora que tirou da mochila e eu nem notei.

- Nanotecnologia? Sério?!

- Sim, por quê? – segura o lápis no ar, antes que toque a página em branco do caderno.

- Sei lá. Achei que você tivesse alguma coisa com literatura. Ou um lance muito importante tipo medicina. Ou uma das mil e uma engenharias.

- Passou bem perto – entorta a cabeça, com um sorriso aberto.

Seu cabelo um tanto bagunçado deixava sua testa à mostra e aquilo era um perigo aos meus olhos. Nunca tinha conhecido um coreano tão sensual. Assim como nunca pensei que eu um dia seria uma dessas pessoas com fetiches por testa. Se é que essas pessoas existem.

- Então como é que sabe tanto sobre esses livros super velhos?

- Eu gosto de ler.

- Tá falando sério?! – ele afirma – Quem é que lê Sófocles por puro prazer? Ninguém desse século. Quantos anos você tem? Trezentos?

- Trezentos e um na verdade.

- Droga, foi quase.

Dessa vez sua risada é um pouco mais alta e a minha o acompanha. Pela primeira vez a bibliotecária faz o próprio trabalho e nos manda fazer silêncio com um "shhhh" bem longo. Eu me levanto da minha cadeira, deixando minhas coisas para trás, e me sento bem de frente para ele em sua mesa. Ignoro o fato de que nunca havíamos ficado tão próximos antes. Nunca sentamos juntos. Permanecemos quietos por alguns minutos, onde ele erguia os olhos às vezes para me olhar. Meus olhos, no entanto, se prendiam em cada aspecto daquela cena e na sua pequena bagunça didática. Um dos papéis perdidos e deixados de lado me chama atenção.

- Mas você escreve – sussurro me inclinando para frente.

- São só alguns versos pra passar o tempo – responde no mesmo tom, como se não fosse nada demais.

- Eu posso? – peço, mordiscando meu lábio em expectativa.

Com um sorriso de canto ele me entrega o papel dobrado e eu leio com os olhos, nariz e todo meu corpo, completamente curiosa e absorta. Minha reação é imediata. E a sua poesia me acomete.

- Meu Deus, é isso!

- O que? – pergunta confuso.

- Meu monólogo.


---

N/A: Universidade de Auckland é uma faculdade de verdade que fica na Nova Zelândia. E não se espantem com nomes estranhos tipo Nikau, é um nome dos nativos de Maori, na Nova Zelândia. Entãoooo... tan tan tan... A história se passa na Nova Zelândia kkkk. Só uma curiosidade mesmo :P

obrigada por ler *-*


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