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Don't Touch Me - Capítulo 5

Capítulo 5 - Misunderstanding;


Como esperado o pior aconteceu! Trocamos algumas mensagens, conversamos um pouco, falamos umas duas vezes sobre o final de semana que passamos juntos, porém, nos afastamos gradativamente. Uma parte foi por culpa de sua timidez e falta de tato em se expressar com palavras, e o resto foi culpa minha e da minha descrença. Desde o começo havia colocado na minha cabeça que não seria mais do que aquele final de semana e estava disposta a seguir meus objetivos, como sempre fiz.

Eu não havia me arrependido nem por um segundo, muito menos consegui o esquecer, mas definitivamente paramos de nos falar.

Enquanto o semestre terminava e as aulas ocupavam todo o meu tempo foi fácil fingir que tudo ficaria para trás, contudo, Jungkook e seus pais decidiram que a melhor universidade era a mesma que eu cursava. Então no semestre seguinte a tortura começou.

Sendo a única pessoa que ele conhecia inicialmente, me dispus a ajudar nos primeiros dias, desde sua instalação nos dormitórios até o inicio das aulas. Expliquei a grade de horários, indiquei os prédios e como tudo funcionava na prática. Não consigo decifrar os pensamentos misteriosos dele, mas quando nos vimos novamente e passamos mais aquele tempo juntos, parecia que ele acreditava em uma reaproximação. Por um instante eu também acreditei e desejei isso, só que não rolou, não mesmo. Por cursarmos coisas tão distintas praticamente ficávamos em lados opostos da faculdade na maioria do tempo. E outro fator bem importante - o qual previ antes – foi que assim que ele passou pelas portas da universidade o mulheril não perdeu tempo.

Jungkook não correu atrás e eu não esperava que o fizesse. Agora as coisas eram diferentes, novas e bem mais excitantes para que ele sequer pensasse em mim. Fora as poucas vezes que nos encontramos no refeitório ou na biblioteca e trocamos meia dúzia de palavras ele mal lembrava da minha existência. Nem mesmo quando eu estava lá. Sim, quando eu andava por lugares que sabia que ele frequentava apenas para ter certeza de que estava se saindo bem. Apenas para vê-lo. Mas Jeon estava muito bem, obrigado. Havia sempre alguma garota em seu encalço e um grupo de garotos o cercando. Já que ele atraía mais da metade da parte feminina do campus, com certeza não daria conta de todas e os outros não se importavam em pegar as sobras.

Somente quando ficava sob minha arvore de costume, com meus fones de ouvido olhando alguns garotos praticando atletismo, é que eu criava teorias de que talvez as vezes ele ainda pensasse em mim. Sempre que eu me ocupava em tirar um tempinho para olhá-los correr Jungkook estava lá no meio deles. Incrivelmente melhor do que a maioria dos que treinavam ali fazia tempo. Me impressionava e roubava toda minha atenção. Então eu percebia que tinha me tornado patética e que a garotinha que tinha crush na escola não havia ido embora totalmente.

Os piores dias eram as sextas-feiras. Meus horários me mantinham presa no campus a tarde inteira e geralmente eu precisava finalizar alguns questionários, trabalhos, pesquisas e etc na biblioteca ou no laboratório. Portanto tinha que sair bem tarde da universidade. Coincidentemente quase toda sexta-feira eu o via com seus amigos na porta lotada do JJ's Get Away e quase toda sexta-feira ele estava acompanhado de uma garota diferente.

Jeon ainda era o garoto calado, educado e misterioso e aquilo era a fórmula do sucesso que só intrigava ainda mais as garotas. Eu não poderia culpá-las.

(...)

Naquele sábado ia rolar uma festa no dormitório da faculdade. Mais uma daquelas confraternizações regadas a cervejas, música alta e bastante fornicação. Geralmente eu negaria o convite do meu amigo, já que estava enjoada desse tipo de interação e não via mais graça em festinhas de universitários, mas Jeon Jungkook me fez mudar de ideia só em pensar que ele muito provavelmente estaria lá também.

Animada, tomei um banho longo inevitavelmente pensando nele e nas lembranças que vivemos naquela banheira. Quando paro em frente ao guarda-roupa enrolada numa toalha felpuda decido sair da minha zona de conforto e vestir um dos meus vestidos mais chamativos. Ou o que pelo menos para os meus padrões era chamativo. Um pouco mais curto do que o habitual e com um decote generoso. Me desfaço da toalha, visto uma lingerie um pouco mais detalhada e com rendas na cor azul bebê. Caminho até a penteadeira e pego o hidratante disposto ali. Apoiando uma perna sobre a cama começo a aplicar o creme em minha coxa ao mesmo tempo que massageava minha pele. Repito o mesmo processo com a outra perna, aplico um pouco na minha barriga logo depois e quando julgo estar bom volto até a penteadeira para colocar a embalagem no lugar. É quando tentava me decidir o que faria com meus cabelos que olho para o espelho grande a minha frente. Meu sorriso se desfaz aos poucos, conforme analisava melhor minha imagem.

Reparo nas minhas proporções tão odiadas. Nas pequenas marcas brancas e claras na minha cintura. A celulite nas coxas e respiro fundo fechando os olhos. Todos os pequenos defeitos que eu tinha aprendido a aceitar. Aprendido a conviver. Agora faziam me odiar novamente. Num gesto abrupto jogo no chão os catálogos de roupas intimas e revistas de moda cheias de modelos magras perfeitas. O corpo tão desejado pelas mulheres e pelos homens. O corpo que principalmente os meninos tanto admiravam e achavam que era real. Garotos como Jeon Jungkook.

Me sento na cama me sentindo mal comigo mesma por um padrão de beleza que eu jamais conseguiria alcançar. Nada de barriga seca. Nada de pele sem manchas ou falhas. Nada de corpo perfeito, firme e invejável. Como não decepcionaria meu bebê se decepcionava a mim mesma?

Deixando a animação completamente de lado junto com minha ideia de "ousar" coloco uma calça jeans com alguns rasgos, uma camiseta branca com o logo do jurassic park mas escrito "biologia" ao invés do nome do filme, no lugar do tênis calço uma botinha preta. Esqueço completamente a maquiagem e deixo os cabelos soltos mesmo. O objetivo agora era ver Jeon mesmo que de longe, aquela história de chamar qualquer atenção estava fora da jogada.

Saio de casa com minha bicicleta porque não havia sentido em chamar um táxi estando tão perto. Em vinte minutos adentro o campus e de longe já dava pra ouvir a bagunça que estava lá dentro. A festa ocupava o térreo e as áreas que os alunos podiam compartilhar, mas havia um grande número de pessoas transitando pelas escadas o tempo todo, o que significava que os dormitórios estavam bem ocupados. Dou voltas pelo lugar vendo só gente bêbada e nada de um certo asiático.

- Hey Chin Bae... – Jason aparece entre algumas pessoas – você veio mesmo – oferece uma das latinhas que estava aberta já em suas mãos – veio animar a festinha como fazia antigamente?

- Essa festa não precisa de mais animação – nego a bebida com um aceno de mão – essas pessoas precisam é de Jesus. O nível aqui tá meio complicado.

Ele dá uma gargalhada alta e eu o encaro de cenho franzido. Bêbado idiota. Apenas dou-lhe as costas, deixando-o para trás e ao me virar dou de cara com quem estava procurando. Jeon sorri para mim com um copo de bebida em mãos. Retribuo o sorriso imediatamente, enfiando as mãos nos bolsos da calça.

- Oi Kookie.

- Oi noona. Não esperava ver você por aqui.

- É... Eu não ia vim, mas tava precisando dar um tempo dos livros – minto descaradamente – como você está?

- Ótimo! – responde prontamente – você tinha razão quando me alertou sobre o primeiro semestre. Estou com medo de me dar mal em algumas matérias.

- Mesmo assim não consegue evitar uma farra, não é mesmo Jeon modesto Jungkook?

Sua risada me atinge em cheio, de modo que nem o barulho ensurdecedor ao redor consegue me anestesiar da sua voz gostosa.

- Esse apelido – joga seu cabelo preto de lado rapidamente. Deveria ser um gesto simples para tirar os fios dos olhos, mas ele fazia ser tão charmoso – eu estava...

- Ei, golden boy... vamos logo – um garoto se aproxima e se joga sobre Jeon passando um braço sobre seus ombros – a gente vai com um pessoal lá na hidro escondida... vai rolar peitinho cara, vamos...

Diz praticamente arrastando ele para longe de mim e interrompendo nossa conversa. Jungkook me olha com os lábios comprimidos e uma cara de "foi mal noona", acompanhando o amigo inconveniente. Entre uma conversa que não daria em nada e peitinhos a escolha era bem óbvia.

Me vejo perdida naquele lugar, sem sinal nenhum do amigo que tinha me convidado e morta de curiosidade de ver o que Jeon e seus amigos estariam fazendo. Era uma decisão entre ir pra casa ou ficar ali completamente deslocada, então passo a caminhar para fora do dormitório e quando dou por mim estava sorrateira atrás da arquibancada me aproximando cada vez mais dos arbustos que deveriam proteger a casa dos vizinhos. Ouço risos de garotas e garotos conforme chegava cada vez mais perto.

- Ah não golden boy, tem que tirar a camisa – uma delas diz manhosa – não dá pra entrar na água de roupa...

- Sabe o que é... minha religião não permite – ouço sua voz e risadinha um pouco sem graça – prefiro não entrar.

Aposto que meu bebê estava mais vermelho do que um pimentão.

- Não precisa ter vergonha – a garota continua – não tem ninguém vendo.

- Vai Coreia – um garoto grita e eu olho por uma fresta no arbusto – deixa de frescura, ela já tá toda na sua.

Todos os amigos riem e Jeon continua sem graça. Pude contar seis pessoas no quintal da hidromassagem. Quatro meninos e duas meninas.

- Estou mesmo – ela responde sugestiva se aproximando mais dele e apoiando as mãos em seu peito.

Por estar de costas para mim não consigo ver suas reações imediatas. Só continuo me torturando ao esperar o momento inevitável que ele seria fisgado. Vendo que ainda estava bem tímido seus amigos idiotas interferem puxando Kookie pelos braços e o jogando de uma vez dentro da água. Todos acabam rindo e eu fervo de raiva. Como ele conseguia ser amigo desses retardados?

Alguns deles começam a jogar água e Jeon tenta sair do meio do caos que tinha se instalado em forma de brincadeira. Um deles acaba aos beijos com a outra menina. A garota de Jeon continuava tentando se aproximar dele e os outros dois garotos insistiam em jogar água. Mas aquilo não dura muito. Pegando todo mundo de surpresa as luzes do quintal da frente e de dentro da casa se acendem.

- MAS QUE PORRA É ESSA AQUI?! – um homem alto de meia idade grita completamente alterado – ROSE LIGA PRA POLÍCIA.

Sem saber o que fazer todos eles tentam sair correndo desesperados. Devido ao seu porte atlético Jungkook não encontra dificuldades para pular pra fora da hidromassagem. Todos eles começam a correr, alguns corajosos o bastante para irem atrás de suas roupas. Um dos idiotas sai correndo por entre os arbustos, quase me derrubando, enquanto o dono da casa ainda gritava. Mais um rapaz apareceu de dentro da casa e dessa vez Jeon é o próximo a sair pela passagem dos arbustos. Eu o agarro pelo braço antes que ele tenha a ideia estúpida de voltar ao dormitório, já que seria o primeiro lugar onde iriam procurar. Corro puxando-o em meu encalço e escondo a nós dois sob os ferros da arquibancada inacabada.

Meu coração estava acelerado e a julgar pela respiração descompassada do garoto ao meu lado eu não era a única. Três pessoas passam em frente a arquibancada em que estávamos, os três correndo e gritando coisas do tipo "vieram pra cá", "pega esses marginais", "acorda essa faculdade inteira" e o clássico "vou processar todo mundo". Eu e Jungkook nos encolhemos na escuridão daquele lugar. Tentando abafar nossos sons eu cubro minha boca com uma mão e a dele com a outra. Permanecemos assim até julgarmos ser seguro, minha respiração acertando seu pescoço e a respiração dele em minha bochecha. Meu coração não dava sinais de que iria desacelerar enquanto continuamos próximos.

Afasto-me aos poucos, tento fazer o mínimo de barulho possível até estarmos longe daquele esconderijo. Olhando em todas as direções, cheios de cautela fazemos nosso caminho para fora do campus e eu nem me preocupo com minha bicicleta. Sem me perguntar nada, ele só me segue. Já andando livremente nas ruas rumo ao meu apartamento, andando em passos largos e apressados finalmente pergunto:

- Acha que algum deles te viu?

- Eu não sei. Acho que não. Mas se viram estou ferrado. Não há muitos asiáticos na universidade e chegar até mim não vai ser muito difícil. Vou perder minha vaga na hora. Quem sabe até ser deportado.

- Não exagera – respondo preocupada – qualquer coisa eu tenho amigos no curso de advocacia. E você vai ficar na minha casa. Vou ser sua testemunha. Você ficou na minha casa a noite toda e nós nem estávamos sabendo de nenhuma festa.

- Você faria isso noona? – apenas afirmo com a cabeça – Obrigado... eu não sei o que teria acontecido se você não tivesse me salvado.

- Jeon, não quero soar como a sua mãe ou a minha, mas sinceramente esses seus amigos...

- Você já não fez o mesmo?

- Não estou falando de ter ido até lá, estou falando do jeito que eles te tratam e te zoam até você fazer o que eles querem.

- Você estava lá desde quando? – pergunta desconfiado e eu quase paro petrificada – estava me espionando?

- Bom, eu... sabe... achei que... não seria seguro. O jeito que seu amigo estava bêbado, fiquei preocupada e te segui – gaguejo.

Olho-o de soslaio, tinha um sorriso aberto em seus lábios ao caminhar olhando para o chão. Um daqueles seus sorrisinhos típicos, meio arrogante, meio inocente, mas completamente fofo.

- Obrigado noona.

(...)

Assim que entramos na minha casa eu corro até o banheiro e pego algumas toalhas secas. Ao voltar para sala ele estava parado e tremendo um pouco de frio, então jogo uma das toalhas sobre seus ombros e com a outra trato de começar a secar seu cabelo.

- Melhor tirar essa roupa logo antes que você fique doente. Assim eu posso colocar na máquina de lavar de uma vez – disparo a falar – não tenho nenhuma roupa que você possa usar aqui, mas é melhor mesmo que fique embaixo das cobertas já que andou até aqui nesse vento gelado. Tudo isso depois que você tomar um banho quente, é claro. Enquanto isso eu faço alguma coisa pra você comer e um chá também. Acho que tenho algum chá expectorante no armário, vai ser bom pra prevenir uma gripe forte. Está frio aqui? – paro de movimentar a toalha sobre sua cabeça – se quiser eu posso aumentar a temperatura do aquecedor. É melhor, não é? Eu já venho...

Antes que eu me afaste Jungkook segura meu rosto com as duas mãos e choca nossos lábios de uma vez. Ele me beija rápido, um de seus braços me envolve com firmeza. Eu retribuo sem hesitar nem meio segundo. Beijo-o com saudade. Paixão. Como se houvesse alguma duvida, naquele beijo eu aceito que estava mesmo apaixonada pelo melhor amigo do meu irmãozinho. Era impossível negar diante de seus lábios.

Separamos nossas bocas, mas me agarro firmemente a sua cintura. Kookie me olha de perto com seu rostinho de bebê.

- Eu gosto tanto quando cuida de mim assim noona – acaricia minha bochecha com o polegar – não sabe como fico quando se preocupa comigo desse jeito.

- Não sabe como eu fico quando você fala assim... – respondo baixinho.

- É? – suspira contido ao me ver afirmar com a cabeça – Mesmo?

Quando reafirmo nos beijamos com ainda mais pressa fazendo as toalhas irem ao chão. Parecia mais quente. Molhado. Gostoso. Mesmo com as roupas naquele estado eu podia sentir seu toque morno em minha pele. De repente ele passa a mão livre por uma das minhas coxas e me suspende em seu colo, fazendo-me enlaçar sua cintura. Mesmo assim não quebramos o beijo, pelo contrario, nos pressionamos ainda mais. Jungkook anda as cegas até que minhas costas estejam apoiadas na parede e não posso conter um gemido contra sua boca. Ele aperta o corpo contra o meu sem se importar se estava me molhando também.

Seus dedos longos passeiam sob a minha camiseta, subindo pelas laterais do meu corpo até chegar ao fecho do sutiã. Encerro o beijo com o selar demorado. Segurando em seus ombros fecho os olhos e abaixo a cabeça.

- Kookie... – suspiro – é melhor não.

- Porque não? – suas mãos voltam para minha cintura – qual o problema comigo? O que eu fiz de errado?

- Nada... você nunca fez nada de errado.

- Então por quê? – pede uma resposta um pouco mais desesperado – É por causa do seu irmão? Da sua família? Seu irmão já sabe...

- Meu irmão já sabe? – fecho a cara na hora e me desprendo dos seus braços – Já sabe do que?

- Ele sempre soube que eu sentia alguma coisa por você.

- Você contou pra ele o que aconteceu entre a gente?

- Ele ia acabar descobrindo – responde um pouco envergonhado por receber meu olhar mortal.

- Como exatamente ele iria acabar descobrindo? – pergunto irritada – Você não podia ter feito isso. Você compartilhava essa fantasia idiota com o meu irmão? Contava essa besteira pro meu próprio irmão?

- Seu irmão é meu melhor amigo. E que droga de fantasia é essa que você vive falando?

- Chega desse assunto! – passo a mão pelo meu cabelo, jogando para o lado – Vá tirar essa roupa antes que tenha algum problema de saúde pior.

- Não, você não vai fugir do assunto assim de novo – se desfaz da sua camisa molhada, jogando o pano em qualquer canto do chão e ficando somente com sua calça jeans preta – Pronto, já me desfiz da roupa. Agora responde: que droga de fantasia é essa?

- A fantasia mais clichê do universo. Onde você quer pegar a irmã mais velha do seu amigo, levar pra cama e se gabar de ter pegado uma garota mais experiente.

A sua reação é a cara mais literal de "wtf?".

- Isso não é verdade, eu jamais faria uma coisa dessas. Justamente por você ser irmã do meu melhor amigo. Ele só sabia que eu sentia alguma coisa...

- Vai dizer agora que nunca imaginou essas coisas? – arqueio uma sobrancelha.

- Não... já imaginei... mas...

- Então pronto, eu fiz o que fiz justamente pra você superar essa sua fantasia de moleque e me esquecer.

- Foi só pra isso? – seu semblante era raivoso – Você quis ficar comigo só pra isso? Me fazer te esquecer? Você não deveria chupar tão gostoso então.

Não sei se foi impulso, puro reflexo por suas palavras ou uma mistura dos dois, mas imediatamente minha mão atinge seu rosto num tapa forte. Jeon vira a cara para o lado devido a força, fecha os olhos e trinca o maxilar. Levo minhas mãos até minha boca, completamente aturdida e arrependida por ter me deixado ir tão longe.

- Me desculpa... – me aproximo devagar e com receio deslizo as pontas dos dedos pela grande marca vermelha em sua bochecha – bebê me desculpa...

Ele segura meus braços com firmeza, trazendo-me para perto, quase me fazendo ficar nas pontas dos pés. Cola sua testa na minha e eu posso sentir sua respiração pesada me atingir com força, me fazendo ficar sem ar por um segundo. Ainda de olhos fechados ele murmura:

- Não me chame assim... se você não vai me beijar não me chama assim – umedece os lábios rapidamente antes de continuar, me mantendo hipnotizada - Se não vai ficar comigo, não me chama assim. Senão eu vou me sentir só mais uma criança idiota tentando chamar sua atenção. Ainda mais do que já sou.

Fico em silêncio acariciando sua bochecha cuidadosamente até que sua respiração se acalme novamente. Inclinando o rosto levemente para o lado ouso um pouco mais ao roçar os lábios no local machucado, sentindo-o retrair um pouco. Suas mãos me apertam novamente.

- Por favor, não fala que isso tudo é só por causa da minha idade.

Em nenhum momento eu havia feito qualquer ligação consciente entre tudo que eu julgava ser um problema com a idade dele, mas pensando diretamente naquela pergunta percebi que meu subconsciente me traiu lindamente.

- Talvez... eu não sei. Talvez quando você tiver um pouco mais velho consiga entender melhor e me veja de outra forma.

- E de que forma você quer que eu te veja? – ergue o rosto. Seu olhar sério me marca.

- De uma forma mais real – me encolho levemente.

- Droga Chin Bae! – esbraveja e se afasta cobrindo o rosto com as mãos – Da pra você falar alguma coisa que faça sentindo? Para de me tratar como uma criança idiota e me fala logo o que você quer dizer com tudo isso. Eu não aguen...

- MEU CORPO É HORRÍVEL! – o interrompo, soltando tudo de uma vez – Eu tenho vergonha do meu corpo, tenho vergonha dos meus defeitos. Das marcas na minha pele, das minhas proporções, flacidez, tudo. Eu queria ser como essas garotas que você gosta e que você sonha, mas eu não sou tá legal? Você iria se decepcionar comigo, com os defeitos de verdade que as minhas roupas escondem. Não quero que você me veja porque eu tenho medo que você me enxergue como eu me enxergo.

Jungkook me olha atônito. Seus braços caídos ao longo do corpo. Confuso e surpreso. Eu por outro lado limpo uma lágrima teimosa que escorre pela minha bochecha. Eu tinha vergonha do meu corpo e tinha vergonha de admitir minha fraqueza idiota. Achava que tinha superado meu lado superficial, mas a verdade é que eu me escondi atrás de ferramentas esse tempo todo. Meu feminismo, minha aceitação, meus princípios e toda minha filosofia não valiam de nada. No fundo eu era só mais uma garota sonhando em se encaixar num padrão. Pior, eu era uma garota querendo ser o que não era só para que ele me aceitasse.

- Noona... – me chama baixinho – eu não sei... o que dizer...

- Você não precisa falar nada Jeon. Eu só... – suspiro tentando impedir outra lágrima – vou pro meu quarto...

- Espera – ele pede segurando meu braço – você já... ficou com outros... não é? Isso é só comigo?

- Só fiquei com caras mais velhos...

- E você acha que eu sou fútil e idiota? É assim que você me vê?

- Vai dizer que você não fica babando naquelas meninas no instagram? Você acha que aquilo é real? Não fica por ai sonhando em namorar e ficar com idols? Sonhando com a IU... ela é perfeita, não é? Os caras que eu fiquei não sonham mais com mulher de televisão e rede social, eles já passaram da idade.

- Você faz eu me odiar dizendo essas coisas – confessa abaixando a cabeça – odiar quem eu sou. Odeio o ano que eu nasci, odeio minha geração, odeio essa categoria de garotos na qual você me encaixa e odeio todos os pensamentos que eu já tive. Você me faz sentir inferior em todos os sentidos. Alguém que você sempre vai subestimar. Você me acha tão mimado e imaturo assim?

- Eu nunca conheci nenhum garoto da sua idade que seja diferente. Você não ouve os boatos que eles espalham pelo campus? Tiram sarro da Savana porque ela "geme como uma cabrita". Ou fazem piadas porque a Monica não se depila.

- Você acha que eu seria capaz de fazer essas coisas?

- A questão aqui não é você fazer, a questão é você pensar. E eu me importo com o que você pensa – escondo meu rosto não conseguindo evitar mais lágrimas – eu não queria, mas me importo demais com o que você iria pensar de mim.

- Tá querendo dizer que...

- Eu gosto de você – respondo com a voz abafada pelas minhas mãos – não é sua culpa, mas me faz sentir insegura.

Com as costas apoiada na parede escorrego até me ver sentada no chão. Respiro fundo para evitar que o choro me faça ficar descontrolada, mais do que eu já estava. A criança ali era eu, não ele.

- Noona – segura meus pulsos e gentilmente tenta afastar minhas mãos do meu rosto. Estava agachado na minha frente – se você soubesse que eu nunca desejei ninguém como desejo você. Por ser você e não por causa do seu corpo. Sabe, eu tinha sim fantasias com você. Fantasias sobre nós dois.Ficava imaginando como seria contar pros nossos pais que estávamos juntos. Imaginava como seria dizer pra todo mundo que você é minha namorada. Toda vez que tinha alguma apresentação de taekwondo ou de dança eu imaginava você lá torcendo por mim. Me perguntava como você seria como minha namorada, se iria gostar de dormir de conchinha comigo, se gostaria de me ouvir cantar até você pegar no sono, se ficaríamos na frente da televisão vegetando enquanto víamos filmes ou se você jogaria vídeo game comigo. Naquele dia que ficamos juntos você realizou mesmo minha fantasia. A fantasia de como seria se fossemos um casal, como seria ser seu namorado – ele acaricia minhas mãos e eu encaro nossos dedos entrelaçados – Por favor não julgue como se os erros dos outros fossem meus erros também. Não que eu seja totalmente imune a qualquer machismo, mas com você é diferente. Alguma vez você já me viu te olhando de algum jeito diferente? Um olhar que não fosse admiração. Alguma vez eu já te toquei com desrespeito ou fiz alguma coisa que você não queria? – o encaro e balanço a cabeça em negativa – Já sentiu que eu estava perto de você só por te achar gostosa? – mais uma vez nego em silêncio – É porque eu sempre te admirei noona, sempre fui inspirado por você como pessoa, sempre te desejei sim, mas acima de tudo isso sempre fui apaixonado por você.

Arregalo levemente meus olhos, buscando por algum indicio de mentira ou exagero, mas ele parecia mais puro e sincero do que nunca. Poderia ter imaginado todas as suas fantasias, mas nunca previ que Jeon Jungkook pudesse ser apaixonado por mim de verdade. Ele não espera uma resposta minha, apenas senta-se ao meu lado e me puxa para sentar entre suas pernas. Seus braços me envolvem e eu enterro meu rosto no seu peito nu.

- Não estou pedindo pra que você seja minha. Estou pedindo pra que me deixe ser seu. Como sempre fui.

Sem me pressionar a nada Jungkook fica ao meu lado pacientemente pelo resto da noite, me confortando e me fazendo sentir dele somente por se entregar a mim daquela maneira.

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