Vigésimo Primeiro Capítulo.
(Alerta: Pode conter cenas de nudez e sexo explícito. Será marcada com um (*) no início e final da cena.)
[CAPÍTULO VINTE E UM]
1922
Verão.
Duas semanas depois...
Seria um doce engano dizer que os ânimos se acalmaram nestes últimos dias, muito pelo contrário. Muitos acontecimentos permaneciam sem resposta, ainda na boca do povo. Uma bomba explodindo ao sul da cidade sem nenhum motivo aparente, a filha do prefeito sendo brutalmente agredida nas ruas da cidade, mas... O que é melhor para esquecer uma notícia ruim, do que uma notícia boa? Mesmo que a maioria da população de Sheerground estivesse preocupada com estes últimos acontecimentos, era algo mais momentâneo, até que soasse nas rádios e televisões um aviso sobre um novo produto hiper chique e cobiçado, e o melhor, na "promoção". Quando na verdade, era o mesmo valor de dias atrás, apenas com a falsa ilusão de ser uma promoção, mas ora não podemos julgar. Se funciona uma vez, por que não duas? Eram como ratinhos preocupados e famintos com a falta de queijo, que quando aparecem vão correndo atrás para comê-lo, mas não vendo a ratoeira prestes a lhe pegar.
Além do fato da economia do país ainda estar na altura, "oh glória!", não era apenas a boa notícia naquele início de semana. Naquela mesma semana foi inaugurado o monumento, Lincoln Memorial, em Washington, em homenagem ao 16° presidente Abraham Lincoln, arquitetado por Henry Bacon. "Ele era tão querido" era a afirmação da maioria das pessoas que residiam naquele país.
09:30am.
– BU! – Exclamou o policial, aparecendo de surpresa ao lado da secretária.
– A-AI! – Soltou um pequeno grito de volta, devido ao susto, uma vez concentrada naquela papelada sobre sua mesa. – Os anos passam e você continua com a mesma brincadeira sem graça. – Disse sarcástica. – Mas estou feliz em vê-lo de bom humor, já fazia algum tempo que eu não via esse sorriso.
– Sinto que os ventos estão voltando a sorrir para mim, Melissa. – Respondeu Evan, com seu sorriso simpático entre os lábios. – Mesmo que ainda esteja recente o caso do Ryan, eu... Eu vou agir diferente dessa vez. Não ficarei sentado esperando as respostas caírem no meu colo, eu irei atrás delas. E devo isso a você, que me ajudou a abrir os meus olhos, quando eu mais precisei. – Encostou a mão livre no ombro dela. – Obrigado.
– Heh, fico feliz em saber que te ajudei, mas... – Olhou para um lado e para o outro, vendo se não tinha ninguém perto. – Me conta uma coisa... – Abriu um sorriso malicioso. – Tem certeza que foi apenas eu quem te ajudou? Não está esquecendo de nada, ou melhor, de ninguém? – Riu baixinho, provocativa.
– E-Eu a senhorita Luna... Huhum... – Coçou a garganta, ficando levemente avermelhado. – Estamos n-nos aproximando outra vez. Mas você tem razão, devo muito isso a ela também, irei agradecê-la mais tarde.
– EVAN? – Gritou Sebastian, dentro de sua sala.
– É, esta é minha deixa. – Riu. – Melhor eu ir. Vejo você mais tarde, Melissa. – Fez um pequeno afago no ombro da mulher. – Bom trabalho para gente! – Ela agradeceu com um sorriso e ele retribuiu com um ainda maior.
Independente de qualquer coisa, Melissa conhecia aquele policial muito bem. Algo mudou nele, não... Algo reascendeu nele. Como se Evan tivesse voltado a ser o homem sorridente, alegre e extrovertido que sempre foi. Ora, ele tinha seus bons motivos. Com a ajuda de Melissa e Luna, após a morte de Ryan, Evan conseguiu perceber muita coisa, inclusive suas atitudes equivocadas. O tanto que se culpou quanto Nathan foi assassinado, o tanto que se martirizou. Mas agora, ele percebeu que de nada adiantou, pegaria aquelas dores e as transformaria em forças, para trazer justiça a seus amigos.
Não deixaria mais nenhum desses crimes passarem impunes, e permanecia confiante quanto a isso. Seria mentira falar que o apoio de Luna fez pouca diferença neste caso, pois fez muita, muita diferença. De fato, o apoio de Melissa sempre foi muito bom para Evan, mas o de Luna... Ele não sabia explicar ao certo. É como se ela fosse o seu porto seguro, o seu travesseiro caso caísse, a mão que iria lhe levantar, ah... Como ele sentiu saudades daquela mulher em sua vida. Mas desta vez, não tentaria apressar as coisas com ela. Afinal, a mesma prometeu que iria lhe contar tudo, quando fosse a hora. Evan acreditava em Luna, de corpo e alma. Então, só deveria aguardar.
– Entre, meu filho. – Disse Sebastian assim que viu Evan abrir a porta de sua sala. – Caramba, a conversa com a Melissa estava boa, hein? Só escutei os risos. – Brincou, sentado em sua cadeira, cruzando as pernas.
– E-Espero que o senhor não tenha escutado nenhuma bobeira que a Melissa falou. – Sem jeito, esboçou um sorriso de canto e se aproximou de seu líder. – Ela as v-vezes exagera em algumas coisas que fala, sabe?
– Por que você está... Vermelho, filho? – Perguntou achando aquela cena fofa e ao mesmo tempo engraçado. Afinal, era seu filho ali, bem na sua frente. Filho legítimo e de sangue. – Deixa-me adivinhar, tem a ver com alguma moça?
– S-Senhor! – Ainda mais corado que antes, Evan exclamou enquanto puxou a cadeira de frente para Sebastian e se sentou ali. Piscou os olhos algumas vezes, extremamente sem jeito. Até porque, até segunda ordem, era apenas seu chefe ali, e nada mais.
– Certo, certo. – Riu, mudando de assunto. – Melissa disse que você pediu para uma reunião comigo para este horário. Então, me diga, filho. O que me traz hoje?
– Fico feliz por ter perguntando, senhor. – Com um sorriso ainda maior, entregou alguns papeis, que veio segurando, para o homem negro a sua frente. – Peço, por gentileza, que veja com muita atenção. Pois tem muitas informações importantes aí.
– O que você aprontou dessa vez, hein? – Brincalhão, continuou com seu sorriso alegre no rosto, com aqueles papeis em mãos. – Vamos ver, a julgar pelo seu sorriso parece ser coisas bem importantes. Estou curioso, vejamos... – Foi lendo os papeis.
Conforme o Miller foi passando os olhos por aqueles papeis mais seus olhos foram se arregalando. Realmente, não estava esperando por aquilo, aquela enxurrada de informações valiosas. Sempre confiou no potencial de seu, legítimo, filho, mas desta vez ele se superou. Com argumentos e provas concretas, Evan conseguiu provar a ligação de Noah, filho de Morgan Rodriguez, com o incêndio que ocorreu com os alemães há dois anos. Além disso, conseguiu comprovar que o acidente de Ryan Potter não foi apenas um mero incidente, mas sim um homicídio. Em outras palavras, em uma mesma tacada, Evan conseguiu reabrir dois casos, que pelo juiz estavam concluídos e terminados. Ora, não para aquele policial astuto e determinado.
– Pelos Deuses, Evan! – Exclamou, feliz com aquelas notícias. – Com isso, é o suficiente para reabrir dois casos bem importantes, e eu sei... – Olhou para ele, compadecido. – O quanto estes casos devem significar para você.
– E significam sim, senhor. Infelizmente, ainda não encontrei provas suficientes para reabrir o caso do Nathan, mas... Um dia de cada vez.
– Se me permite a pergunta, como você encontrou todas essas provas?
– Eu consegui um mandato para pedir uma cópia das gravações das câmeras da cidade, e nelas eu consegui avistar o Noah e a placa do carro dele, saindo daquele incêndio. Uma prova irrefutável. Quanto ao caso do Ryan, eu fui várias vezes na cena do crime, senhor, e com dificuldades eu acabei encontrando marcas de pneu, saindo das árvores, indo na direção que, supostamente, aonde o carro de Ryan bateu. Sendo que é proibido carros entre as árvores.
– Mas, aqui diz que você achou a placa de um carro...
– Sim, um pedaço da placa ao menos. E quando fui atrás para ver de quem era o carro, se tratava de um carro roubado, o ladrão se chama Davis Morris e já teve algumas passagens aqui pela polícia. Porém ainda não o localizamos para pegar um depoimento. Mas, é uma questão de tempo, senhor, eu prometo. Irei pegar o assassino de Ryan, custe o que custar! – Exclamou, determinado.
– Você realmente me enche de orgulho. – Com os olhos marejados, Sebastian disse. Ver que seu filho se tornou um policial tão capacitado, um homem tão bom, de caráter. – Eu sabia, desde aquele dia, que o vi tão pequenininho...
– Han? Senhor Sebastian? Desculpe, mas... Do que o senhor está falando?
– Ah, meu filho, eu tenho que te fa-... – Antes que terminasse de falar, foi interrompido por Melissa abrindo a porta de forma brusca. Como se ela soubesse o momento certo para entrar na sala, mas isso... Seria impossível. Digo, seria, não?
– Senhor, ela chegou. – Disse a secretária, com um sorriso nos lábios.
– Ah, claro, mande-a entrar, por favor. – Respondeu Sebastian.
– Me pareceu que o senhor queria me dizer algo, senhor, aconteceu algo? – Enquanto Melissa foi buscar a visita, perguntou Evan olhando para seu chefe.
– Não, não é nada, é a idade, meu filho, não se preocupe. – Passou as costas das mãos nos olhos, tirando a água dos olhos, abrindo um sorriso.
– Por aqui. – Outra vez Melissa apareceu, mas agora acompanhada. – Senhores, esta é Ravena Austin, agente secreta enviada diretamente pelo presidente.
– Que bom que o presidente ouviu meu pedido de ajuda. – Sebastian se levantou e caminhou até ela. – Estamos em um momento delicado e sua ajuda será indispensável, senhorita Austin. – Evan se levantou e foi até eles, parando ao lado do Miller. – Este é o chefe da nossa delegacia, Evan. – Botou uma mão no ombro dele.
– Muito prazer. – Evan estendeu uma mão para cumprimentá-la, botando um sorriso no rosto. Mas, reparou aquele olhar penetrante da outra. – Err... Algo de errado, senhorita Austin? – Perguntou, olhando para os lados.
– Engraçado... Você parece muuuito alguém que eu conheço. – Abriu um sorriso debochado entre os lábios, mas logo apertou na mão dele. – Prazer, Evan-zito. – Fez um pequeno bico enquanto apelidou o homem daquele jeito.
– Z-Zito? – Evan ficou sem graça com aquele apelido.
– Enfim, quem cuidará das c-... AI, MERDA! – Sebastian exclamou de dor, ao sentir suas costas doendo. – M-Melissa! – Exclamou por ela, para que ela pegasse a sua cadeira de rosas. – Mas que droga, eu acabei de levantar, pensei que eu fosse durar mais...
– Eu já lhe disse, e o médico também, para evitar qualquer esforço, Sebastian. – Disse Melissa, pegando a cadeira de rodas ao fundo da sala e levando até o mais velho. – Você é tão teimoso, sabia? Se continuar fazendo essas coisas, vai piorar tudo de vez.
– Ela tem razão, chefe. – Foi a vez de Evan se pronunciar. – Se foi o que o médico mandou, ele deve saber o que está fazendo. Por favor, não se esforce demais.
– Tá, tá, quando vocês dois se juntam fica mais impossível para mim. – Brincou, sentando-se naquela cadeira de rodas, outra vez. – Em todo caso, senhorita Austin, devido o meu... – Olhou para onde estava sentado. – Estado, meus movimentos e ações estão limitados. Então, quem te deixará a par de tudo é o Evan, ele te dirá o que é para fazer. Qualquer coisa, contate ele.
– Ele? Com essa carinha de neném? – Ravena perguntou brincalhona.
– Peço por favor que não me subestime desta maneira. – Evan se impôs, mais sério. – Enquanto estiver aqui, serei o seu chefe e quero ser tratado como tal.
– Uou, certo, certo, não está mais aqui quem falou. – Entre risos abafados, ela colocou as mãos na frente do corpo em forma de defesa.
– Bom, deixarei em suas mãos, Evan. Infelizmente, tenho uma consulta médica agora e tenho que ir. Cuide de tudo na minha ausência. – Falou Sebastian, enquanto Melissa ia empurrando a cadeira em direção a saída da sala, deixando os dois à sós.
– Você realmente é muito parecido com ele, que bizarro. – Ravena cruzou os braços, enquanto Evan caminhou até a cadeira de Sebastian para se sentar.
– Ele quem, pode me dizer?
– Ah, deixa para lá, é coisa da minha cabeça. Mas bom, vamos ao que interessa, Evan-zito. – Andou até a cadeira de frente para Evan e se sentou. – Qual é a situação?
Talvez ela tivesse mais coisas parecidas com sua melhor amiga, do que ela imaginou. Ravena conseguia fingir muito bem, seja qual for a situação. Ora, não foi à toa que se tornou uma agente dupla para o país. Entretanto, mesmo que estivesse em dois lados, algo permanece o mesmo: a busca pela sua própria verdade, o que considera no caso. Depois da vida que teve, a mulher cresceu muito ressentida e desconfiada de tudo e todos. Seu pai lhe dizia uma versão da história, o presidente dizia outra. Então, em qual confiar? Qual era o lado certo? O lado de Noah, o lado de Evan? Mesmo que estivesse infiltrada nos dois lados, ela ainda não havia se decidido, iria ter todas as informações de ambos lados. Mas, para quem vai entregar todas aquelas informações? Para seu, para o presidente, para Noah, Evan? Não, ela não confiava em ninguém para tal ato. Até que se prove o contrário, todos estavam errados e eram seus inimigos.
Enquanto não descobre aonde está a agulha neste enorme palheiro, ia continuar servindo os dois lados, sem que ninguém desconfiasse de nada. "Fácil", pensou.
– Está chegando a hora, meus queridos... – Com um sorriso e um andar elegante, Alice desceu as escadas de seu estabelecimento. – Perdão por fazê-los esperar.
– Mamãe! – Exclamou algumas de suas meninas, vendo-a descer as escadas.
– Seu chamado é uma ordem, Alice. – Disse Chris, com um sorriso.
– Então, notícias sobre a Bethany? – Perguntou Benjamin, sério como sempre.
– Exatamente sobre isso que eu queria conversar com vocês.
Alice estava confiante de que tudo daria certo, e que conseguiriam recuperar Bethany daquelas garras do mal. Duas semanas após seu sequestro, não tinha muito o que ser feito, afinal não sabiam para onde ela foi. Mas nem tudo estava perdido, graças ao segurança daquele bordel, Chris. Na luta que teve contra os mafiosos de Charles, em um momento que o velho abaixou a guarda foi o suficiente para que conseguisse fazer o que queria. Consegui botar um grampo de voz na gola da camisa do mafioso chefe.
Anteriormente...
Antes que pudesse falar, algo saiu rapidamente de trás das lixeiras. Era ele, Chris. Tinha um lema "se o inimigo pensar em atacar, ataque primeiro" e foi o que fez. Pegando Charles de surpresa ao agarrá-lo pela gola de sua camisa, o segurança do The Queen conseguiu acertar um forte soco contra o rosto do mais velho, derrubando-o no chão. Logo depois se viu cercado de cinco homens bem mais altos e fortes do que si próprio. Trincou os dentes e fechou os punhos, mantendo sua postura de luta, olhando para todos os lados, não querendo ser desprevenido por algum daqueles inimigos. Mesmo que estivesse um contra cinco, aquilo não seria um problema. Já esteve em situações piores. Seria moleza.
– Heh, eu tenho que confessar... – Disse Charles rindo baixo, se levantando. – Você tem audácia, garoto. – Botou uma mão sobre a boca, que sangrou um pouco. Ao gesticular os maxilares, percebeu que alguns dos seus dentes não estavam mais na boca. Olhou para o chão e encontrou os tais perdidos. – Foi realmente um belo soco.
Atualmente...
Graças ao sucesso de Chris, Alice e os outros conseguiram ter acesso os diálogos de Charles. Sendo assim, descobriram para onde levaram Bethany. Não que isso surpreendesse Alice, mas o suficiente para deixá-la ainda mais enjoada, para a casa do prefeito, Arnold Gonzales. Em outras palavras, neste exato momento a Relish estava nas mãos sarnentas e pulguentas do prefeito, na visão de Alice. Mas, o que não sabia era o que estaria acontecendo com ela, naquele exato momento. Arnold já teria abusado dela? Que crueldades ele fez com a jovem? Ela continua viva?
Infelizmente, tais perguntas permaneciam sem respostas.
– As eleições para prefeito se aproximam. – Disse a loira. – É o momento em que ele estará com a guarda mais baixo, iremos invadir a casa dele e resgatar a Bethany.
– M-Mas não é muito perigoso, mãe? – Perguntou Nina, receoso.
– Não sabemos o que ele está fazendo com ela, não podemos deixá-la mais um dia com ele. Precisamos trazer nossa garota de volta! – Exclamou, decidida.
Antes que o assunto continuasse, o barulho de porta abrindo foi escutado naquele ambiente. Todos olharam em direção a porta, ficando surpresos com a visita inesperada. Era Eva, Eva Gonzales, a filha do prefeito. Mas seu estado não estava muito bom, com alguns ferimentos espalhados pelo rosto e pelo corpo. Os boatos eram verdadeiros, a filha do prefeito foi atacada brutalmente por bandidos. Mesmo com tanta maquiagem, não foi o suficiente para esconder todas aquelas marcas que ganhou naquele dia. Mas, mal sabiam que Eva queria exatamente aquilo. Que todos vissem seu rosto, seu corpo, que vissem todas aquelas marcas.
Era a primeira parte do plano. E sua visita ao The Queen, era a segunda parte...
– Céus, para vocês estarem me olhando dessa forma eu realmente devo estar pavorosa. – Revirando os olhos, Eva caminhou até aquelas pessoas.
– Não sei se reparou, minha querida, mas estamos fechados, abriremos só a noite. – Falou Chris, dando um passo adiante dela. – Não é bem vinda aqui. – Finalizou sério.
– Chris, um momento... – Alice parou na frente dele e botou uma mão em seu ombro, fazendo-o parar. Em seguida, ficou de frente para Eva, que lhe olhou de forma estranha. – Você não sairia lá do sul da cidade, para vir fazer apenas uma "visita". O que quer aqui, garota? Diga logo de uma vez.
– Na frente... Deles? – Com desdém, olhou para os outros ali presentes. – Me recuso. Caso queira conversar, terá que ser apenas entre mim e a senhora. Em um lugarzinho mais... Limpo, de preferência. Esta sala de estar está com um cheiro de bebida e de esperma, não estou nem um pouco confortável aqui. – Tampou as narinas.
– Não sei se é uma boa ideia confiar nessa garota, senhorita Alice. – Sussurrou Benjamin, atrás da mais velha, para que só ela escutasse. – Ela pode ser perigosa.
– Não se preocupe, Ben. – Sussurrou para ele de volta. – Eu sou mais.
Sem demorar, virou-se de costas e andou até as escadas, não tardando para subi-las. Ao chegar na metade, olhou para trás e reparou Eva no mesmo lugar de antes. Sem dizer uma palavra, Alice apenas moveu a cabeça, dando a entender para que a mais jovem a seguisse. O que não demorou para ser feito. Fazendo o máximo de esforço para encostar em ninguém, Eva passou por aquelas outras pessoas, com certo nojo e foi até as escadas, subindo-as, seguindo um pouco atrás de Alice. Conforme foram andando por aquele corredor, Eva foi olhando em volta, não podia negar que era um lugar lindo. Vulgar, porém belo. A Gonzales conseguia reconhecer o senso estético que a Edwards tem, só lamenta que ela a usa para a promiscuidade e perdição.
Enquanto Alice, continuou não confiando em Eva. Ela pode ter apenas dezenove anos, mas se teve a coragem e a astucia para peitar o prefeito, ao ponto de desafiá-lo na frente da cidade inteira, não era uma garota comum, não mesmo. Alice sentia algo de diferente nela. Não sabia ao certo o que era. Mas, algo dentro de Eva... Soava... Maligno. E ela sabia muito bem reconhecer isso, pois já passou por essa fase. Já foi tomada pelo mal e as consequências e dores disso ela carrega até hoje em seu peito. Ela sabia o que era ter esse sentimento dentro de si, e exatamente por ela ter todo esse conhecimento, que ao sentir isso vindo de Eva foi o suficiente para deixá-la ao menos preocupada e receosa perante ao que ela seria capaz de fazer. Ora, como já dito, se Eva fosse má, Alice conseguia ser trinta, quarenta, cinquenta vezes mais.
– Entre, garota. – Disse Alice, abrindo a porta de seu quarto. – O único cheiro que sentirá aqui será dos meus perfumes, pois não trago nenhum homem para o meu quarto.
– Estou pensando se eu preferia o cheiro lá debaixo... – Cerrou os olhos e tampou as narinas outra vez, entrando no quarto. – Parecem ter passado anos de validade.
– Parece que a surra que você tomou afetou bastante o seu olfato, não é, querida? – Entre risos, Alice sentou-se em sua cama, achando graça daquela situação. – Em todo caso, pretende ficar de gracinha até quando, invés de falar o que tem para falar?
– Sim, você está certa. – Andou até a cama de Alice e com as costas das mãos passou naquele lençol rosa, sobre o lugar que iria sentar, "limpando-o". A loira mais velha viu aquela cena e só revirou os olhos, rindo baixo. – Vamos ao que interessa.
– Finalmente, diga.
– Você vai me ajudar a tirar o papai da prefeitura, para me colocar no lugar.
– Certo, certo... E o que eu ganho com isso é?
– Eu sei exatamente o que ele está fazendo com aquela garota, e o pior, o que ele fará. Ele ainda não a tocou, desde quando comprou ela daqueles dois. Até onde eu sei, ele vai usá-la, pela primeira vez, após as eleições, após me derrotar. "Vai ser o meu prêmio", é o que ele diz dentro do próprio quarto quando está bêbado.
– E você espera que eu acredite nessas coisas? Como você pode ter tanta certeza disso tudo, se nem mora mais com ele?
– Eu não vim aqui para te provar nada. Você não tem escolhas a não ser aceitar o meu acordo. E, não, nem pense naquele plano ridículo de invadir a casa do papai durante as eleições. – Prosseguiu, imaginando o que Alice iria falar. – Quando ele comprou aquela garota, do Charles e da Beatrice, comprou também a segurança dela, imaginando exatamente que vocês pudessem vir atrás dela. Em outras palavras, a casa do papai vive cercada de homens armados e pelo que eu ouvi, no dia das eleições estará três vezes pior.
– Você está blefando, apenas para eu te ajudar... – Cerrou os olhos.
– Vai arriscar então, levar aquele seu "bando" até a casa do papai, correndo a chance de todos vocês serem recebidos com um tiro na testa? – Após sua pergunta, Alice apenas ficou em silêncio e olhou para o chão. – Bom, você quem sabe. Quando todos vocês morrerem, irem em seus funerais, prestar condolências. – Se levantou e foi em direção a porta do quarto. Encostando a mão na maçaneta, prestes a girá-la.
– Espera! – Exclamou Alice, fazendo a outra parar e olhar para trás. Eva tinha razão, e se todos acabassem mortos, por sua causa? Não tinha porque Eva mentir sobre Arnold, uma vez que também está contra ele, correto? Até que ponto iria se submeter, para salvar Bethany? Ela engoliu a seco e proferiu. – Qual é o plano, garota?
Eva apenas abriu um sorriso vencedor, arqueando uma sobrancelha.
Enquanto isso, na casa do prefeito, tudo já estava em ritmo de festa. Para Arnold estava claro como a água que ele sairia vencedor aquela eleição. É prefeito de Sheerground há décadas, sendo o sucessor de seu pai. Pensar que iria perder aquele cargo, que veio de gerações, para uma pirralha, era cômico e ao mesmo tempo uma ofensa para Arnold. Mas, no fundo, ele vai gostar de ter o gostinho de vencer, outra vez, e poder esfregar na cara da sua filha o quão certo ele esteve esse tempo todo. Isso, se claro, ela continuasse tentando, depois do "susto" que pediu para darem nela. "Ela está muito abusada e mal criada, uns tapas nunca mataram ninguém" era o pensamento de Arnold quanto a surra que pediu para darem a Eva.
A prefeitura estava toda decorada, com balões, ainda mais retratos de Arnold e seus antepassados, até comes e bebes estava tendo. E por incrível que pareça, por ser a semana da eleição, Arnold estava bonzinho e deixava com que todos usufruíssem de todo aquele banquete. "Quem sabe isso não me renda mais alguns votos?" matutou quando teve a ideia das comidas e bebidas. Agora que Eva foi, praticamente, deserdada pelo seu pai, Arnold tinha algo que ela não tinha mais. Dinheiro, e muito. Eva podia ter todo o carinho da maior parte da população de Sheerground, mas Arnold tinha dinheiro, e como ele sempre ensinou a sua filha "dinheiro compra tudo". Ele só não sabia que Eva descobriu algo que compra ainda mais, e mais fácil, a mentira.
E seu pai estava vivendo a maior delas; "xeque-mate, papai".
– M-MAAAARY! – Gritou Arnold, de dentro de seu quarto. Mesmo sendo de manhã, já se encontra bêbado. – MAAAARYYY, P-PORRAAAA!
– Sim, meu querido. – Respondeu a mulher de madeixas loiras, entrando no quarto do casal. – Eu estava colocando mais salgadinhos e docinhos na sala ao lado.
– Não me im... importa. – Devido a embriagues acabou soluçando algumas vezes. – Já foi vê-la h-hoje? – Antes que Mary pudesse perguntar sobre quem ele estava falando... – O meu p-prêmio, porra! Ele precisa ser bem cuidado, até eu vencer essa eleição.
– Ela não tem um nome, querido? Pode ficar mais fácil.
– Quem liga... liga pra nomes, quando se tem aquele corpo? – Zombou, esparramado naquela enorme cama de casal. – Isso é culpa sua, de ter envelhecido rápido demais. Quando eu a c-conheci, parecia muito com essa garota aliás...
– Não precisa ser rude, Arno-... – Antes que terminasse de falar, Arnold levantou-se para se sentar na cama e lançou um olhar mortal para Mary, que se calou no mesmo instante. – Certo, meu querido, irei vê-la.
Em seguida, saiu do quarto e fechou a porta. Não tinha outra opção a não ser obedecê-lo, afinal... Não tinha mais nada e ninguém em sua vida. Foi Arnold quem a tirou da vida noturna, ainda jovem. O tempo se passou e acabaram mantendo aquela relação por status, uma vez que ela aproveita do dinheiro dele e ele podia se relacionar com outras garotas, era a troca perfeita. Mas, até quando ia aguentar? O tanto que deixou para trás, a sua vida que fez em torno dele... Tantas coisas que se submeteu perante aquele homem. Porém, se aguentou todos esses anos, iria conseguir aguentar mais um pouco, até que o grande plano fosse executado. Depois disso, sua vida irá mudar para sempre. O momento em que ela sempre sonhou. Falta tão pouco, tão... Pouco...
– Ah, é você de novo... – Bethany bufou ao vê-la entrar naquele quarto. Permaneceu sentada na cama, abraçada com os joelhos e vendo a vista lá fora pela janela. – O que quer? Me deixar trancada essas semanas não é o suficiente? Ainda tem que vir me perturbar toda hora? Mas que inferno! – Grunhiu, sem fazer contato visual.
– Antes que você pense, isso também não é fácil para mim. – Disse Mary.
– Ah, é? – Olhou para ela. – Não parece. – Voltou a desviar o olhar.
– Pode não parecer, mas estamos em situações mais parecidas do que você imagina. – Ao falar aquilo, Bethany a olhou de canto de olho. – Em todo caso, está gostando do quarto? Era o da nossa, digo, da filha do Arnold, da Eva.
– Eu imaginei. Tem tanta coisa chique e brilhosa que eu já imaginei na hora que fosse o quarto de uma hora mimada, que sempre teve tudo o que quis dos pais, inclusive, os próprios pais.
– O que quer dizer com isso, minha querida? – Naquele instante, se preocupou.
– Primeiro, eu não sou sua querida, então pare de me chamar assim. Segundo, eu não conheci meus pais. Meu pai morreu pouco antes de nascer e, minha mãe... Me abandonou tempo depois. Enfim, isso não te interessa. – Olhou para ela. – O que você quer agora? Saber como eu estou? Maravilhosamente bem, não vê? – Forçou um sorriso no rosto, de puro deboche e sarcasmo. – Já pode ir agora.
– Eu... – Sendo pega de surpresa por aquela história, que não soube o que falar naquele instante. – Digo... Quer algo lá de fora? Já que eu, você sabe, tenho que deixar a porta trancada.
– Quero que você vá embora, se ainda não entendeu.
– Certo, estou indo então. Já, já virá alguém lhe servir o café da manhã. – Virou-se de costas para abrir a porta do quarto, mas antes de sair, parou. – Eu sei que você não quis me contar seu nome, mas... Eu sinto muito pelo o que você passou.
Mesmo que Bethany pudesse falar algo, olhou na direção dela, vendo-a saindo do quarto no segundo após. Desde quando sua "prisão" começou, a única que foi vê-la, além de uns funcionários de Arnold, era Mary. A mais velha podia ser a pessoa horrível que fosse, mas se compadeceu com a situação da mais nova. Em todos estes anos de casado, nunca viu Arnold comprar uma garota dessa forma, ainda mais de bandidos. Tinha asco quanto a forma que seu marido via e tratava as mulheres. Ainda mais pela vida que teve, em meio a tantos julgamentos e ofensas. Além disso, mesmo não mantendo contato com ela, sabia o tipo de vida que ela levava também.
"Cometendo o mesmo erro de sua mãe, burrinha" pensou, tratando-se dela.
Devagar, com movimentos lentos, Noah foi se levantando da cama de Erick, tomando todo o cuidado para não o acordar. O menor tinha um sono bem pesado, porém ainda sim Noah tinha receio. Mesmo que o mais alto já estivesse acordado há mais de uma hora, não quis levantar da cama, como se algo dentro de si mandasse ele ficar mais um tempo ali deitado. Algo assim, ele não sabia o que era ao certo. Mesmo que já estivesse há alguns anos com Erick, lidar com ele ainda era uma grande incógnita.
De pé, ele caminhou lentamente até a saída do quarto. Ao chegar na porta, olhou para trás e reparou no sono profundo da criança. Fechou os olhos por uns segundos e suspirou aliviado, voltando a olhar em frente. Não tardou para girar a maçaneta e abrir a porta, ainda em movimentos suaves e lentos, não queria estragar tudo logo no final.
– Bom dia, Noah. – Disse Lilith, encostada na parede em frente a saída do quarto, com os braços cruzados e um sorriso brincalhão no rosto.
– L-Lilith! – Com o susto, Noah deu um passo para trás, tentando exclamar não tão alto. Após, olhou novamente para trás, confirmando que Erick continuou a dormir. Aliviado, outra vez, fitou a loira em sua frente e terminou de sair do quarto, fechando a porta bem devagar. – O que você está fazendo aqui? E... Que sorriso é esse?
– Que rude, eu te dei bom dia. Não ouviu? – Brincou, vendo-o andar em frente por aqueles corredores. Não tardou para segui-lo, um pouco atrás.
– Hum... Bom dia, Lilith. Era só isso? – Continuou andando, na direção de seu quarto, para enfim poder se arrumar e seguir com os negócios de Shelter.
– Pode parando aí, Noah. – Correu em frente, parando na frente dele, forçando-o a parar. – Eu sei o que você está fazendo aí. Está envergonhado porque eu vi você dormindo com o Erick, igual a dois nenéns? – Riu baixo, aumentando seu sorriso.
– Eu não... Huhum... – Coçou a garganta e desviou o olhar para o chão. Não conseguia fitá-la nos olhos, não naquele momento. – Não sei do que está falando.
Querendo mudar de forma drástica o assunto, ele passou por ela e continuou com seu caminho até seu quarto, ainda seguido por Lilith, que vinha logo atrás. Não é como se Noah estivesse envergonhado, era só que... Ele não sabia como falar sobre isso. Por incrível que pareça, era melhor sentindo, do que se expressando. Mesmo que no caso de Erick, sentir fosse algo tão complicado e enigmático para ele. Se ele se arrependeu do que fez? Não, não mesmo. Noah não é o tipo de homem que se arrepende de qualquer atitude tomada, pelo contrário, fazia muito tempo desde que não tinha uma noite de sono tão boa igual a anterior, ao lado de Erick.
Enquanto Lilith, não poderia estar mais feliz. Desde que Erick passou a conviver com eles, o maior sonho da garota era vê-los bem, em paz e realmente juntos. Demorou para aquele primeiro passo a acontecer, mas ela sabia que era o primeiro de muitos. Conhecia Noah melhor do que ele mesmo, o carinho que sentia por Erick apenas aumentou com o tempo, e ei de continuar assim.
– Você fica uma graça fugindo, como se eu nada tivesse acontecido, sabia? – Debochou Lilith, quando enfim chegaram ao quarto de Noah e o moreno abriu a porta para entrar. Mas o mesmo, a ignorou. – Qual é, Noah? Não posso mais brincar? – O silêncio e frieza dele estava mais do que o normal, havia algo de errado.
– Não é isso, Lilith. – Andou até seu armário ao lado da cama, enquanto a meia-irmã entrou no quarto e fechou a porta. – Não é nada com você, ou com o Erick. É só que... Acordei preocupado hoje, e não gosto de acordar assim.
– E quer conversar sobre? – Perguntou carinhosa, enquanto Noah abriu o armário e pegou uma muda de roupas e sua toalha, para depois levar a cabeça para trás e fazer contato visual com Lilith. – Sabe que pode conversar comigo, Noah.
– Hum... Você tem razão. – Fechou os olhos e suspirou. – É sobre o meu irm... – Reparando que ia falar tal palavra, negou com a cabeça. – Aquele policial engomadinho, o Evan. Não estou gostando de como as coisas estão indo...
– Qual o problema em chamá-lo de irmão? Ele é seu irmão, Noah.
– Esses laços são construídos com o tempo, Lilith. Eu não o conheço, ele não me conhece. Até segunda ordem, é um conhecido que está tão perdido nessa história quanto eu. Você é minha irmã, ele não, ao menos... Ainda não.
– Bom, que seja, o que você pretende fazer com isso?
– Alguns dos meus homens me informaram que viram a filha do prefeito entrar no comércio da Alice. Não é preciso pensar muito para entender que elas vão querer tramar algo juntas, contra o prefeito, principalmente depois do ataque ele pediu contra a própria filha.
– O que aquela velha mentirosa vai tramar com a filha do Arnold? Aliás, quando foi isso?
– Hoje de manhã.
– Você não estava dormindo? – Indagou, curiosa.
– Eu estava acordado já há algum tempo, e um dos nossos entrou no quarto de Erick, mais cedo, para me contar o que aconteceu. Enfim... – Caminhou até o banheiro que tinha no final de seu quarto. – Algo me diz que essas eleições não vão terminar bem.
– Então, você está pensando, em nós agirmos antes?
– Ou, ao mesmo tempo. – Abriu um pequeno sorriso malicioso.
– Ah, entendi! Você quer dividir as atenções! – Exclamou, entendendo o plano dele.
– Mas para isso, precisamos agilizar algumas coisas e mexer alguns pauzinhos. Está livre mais tarde, Lilith? Precisarei da sua ajuda. Mas caso ainda esteja resolvendo aquilo que o Morgan lhe pediu, não tem problema também.
– Não, está tudo bem. O que ele me pediu, já terminei. – Ao terminar de falar, reparou Noah cerrando os olhos, curioso. – O que foi? Não seja tão curioso, já, já você vai entender tudo. Mas enfim, estarei pela vila, quando for a hora, me chame. – Noah concordou com a cabeça e entrou no banheiro, enquanto Lilith saiu do quarto.
Era questão de tempo até os irmãos se encontrarem novamente... Será que iriam matar as saudades um do outro? Não se sabe, tudo pode acontecer.
11:50am.
– Tem certeza disso, princesa? – Indagou Carl, sendo puxado por Melissa.
– Ué, logo você, com medinho do perigo? Fala sério. – Ao chegarem na determinada sala, entraram rapidamente, conferindo se não tinha ninguém olhando em volta. – Eu acabei de deixá-lo no hospital, com o doutor Ethan, e ele me disse que vai ficar por lá por umas duas horas, para fazer uns exames. E temos que celebrar seu retorno a cidade.
– Bom, não vou negar que fazer essas coisas na sala do corno, me deixa ainda mais com tesão. – Após fechar a porta, puxou Melissa contra si logo depois. – Você é uma piranha, sabia? – Envolveu as mãos na cintura dela, aproximando os rostos, mantendo seu sorriso malicioso entre os lábios.
– E você é um vigarista sem vergonha, então não pode falar de mim. – Deu um tapa, leve, no rosto dele, provocando-o. – Mas agora cala essa boca, que eu não te trouxe até aqui para ficar ouvindo essas merdas que você fala. Acaba comigo, vai!
(*)Carl nem pensou duas vezes e de imediato avançou seus lábios róseos e sedentos contra os finos e molhados de Melissa, iniciando um beijo feroz. Não quiseram perder tempo com selinho, "era para iniciantes amadores". A língua de Carl invadia com ferocidade a pequena boca da mulher, enquanto ela pousou as mãos nos cabelos castanhos ele, puxando-os. Ele, por sua vez, desceu as mãos até as nádegas da secretária, apertando com força. Juntos foram dados passos em direção a mesa de Sebastian, mas sem parar com aquele amasso, nem por um segundo.
Ela sentiu suas costas bater contra a mesa de seu chefe, então logo o homem jogou tudo que tinha sobre a mesa direto para o chão, em seguida a botou sobre a mesa, indo par cima dela, agora com a mesa vazia. Carl era um safado nato, não era de perder tempo. Buliu suas mãos até os seios, não tão fartos, da mulher, apalpando-os de uma forma bem gostosa, o suficiente para que ela soltasse leves baixos entre os beijos. Melissa posicionou suas mãos nos braços fortes dele, apertando aqueles músculos que a deixavam atordoada de tanto tesão.
– Você é tão gostosa, puta que pariu... – Falou Carl em sussurros após parar os beijos e descer com a boca até o pescoço dele, beijando-a em tal lugar.
– É, eu sei. – Riu baixo, provocando-o. – A-Ah! Gemeu outra vez, ao sentir ele mordiscando seu pescoço. Rapidamente o puxou pelos cabelos, levantando seu rosto, para que lhe fitasse nos ollhos. – O que acha disso? – Em movimentos rápidos, ela levou suas mãos até sua própria blusa branca, de botão e a puxou, arrebentando-a.
Não ligou nem um pouco para a roupa perdida, não com aquele homem em sua frente. Apenas quis mostrar seus seios, ainda tampados por causa do sutiã, para Carl. Ele, por sua vez, não conseguiu tirar os olhos dos peitos de Melissa, mordiscou o lábio e no mesmo instante tirou seu paletó e retirou a camisa branca por baixa, jogando tudo para o chão. Melissa olhou para aquele corpo delicioso de seu superior, apenas aumentando seu tesão. Mas Carl não quis perder mais tempo, pegou nos seios dela e caiu de boca entre eles, enquanto ela jogou a cabeça para trás, suspirando de prazer.
– Chupa eles, vai, seu cachorro desgraçado. – Sussurrou ela, em um tom bastante sexy. Ele obedeceu no mesmo instante e, com ajuda dela, retirou o sutiã, deixando os peitos de Melissa completamente a mostra. Não eram fartos, mas também não pequenos, com os mamilos bem rosinhas. – Vem, vem...
Ouvindo aquela voz sensual de Melissa, não resistiu e no segundo após levou seus lábios até um dos seios dela, chupando-o, enquanto ia apalpando o outro. Suas sugadas, igual ao beijo, eram ferozes. E era exatamente desse jeito que Melissa curtia. Conforme ele ia lhe chupando, ela foi soltando mais gemidos baixinhos, afagando suas mãos nos cabelos dele, bagunçando-os. Vê-la naquele estado, deixava Carl em puro êxtase. Ter aquela mulher, completamente em suas mãos, para fazer o que quiser.
"Ainda mais na mesa do velho corno e broxa", pensou.
Alternando entre um seio e outro, Carl continuou naqueles movimentos de chupa-la, deixando o bico do peito avermelhados. Depois de uns minutos ele subiu com a cabeça, para tornar a beijá-la, enquanto ela levou as mãos até as calças dele, ajudando-o a retirá-la. Estavam sedentos, um pelo outro. Por completo. Melissa continuou abaixar a calça dele, deixando-o apenas de cueca. Ela rapidamente pegou naquele pau, completamente ereto, sentindo pulsar em sua mão.
– Você gosta desse pau, não é, cadela? – Perguntou safado, sentindo-a apertar o membro entre suas pernas, o que ia lhe deixando mais louco.
– Pra algo, você tem que prestar. – Levantou-se e trocou de lugar com ele, jogando-a sobre a mesa. Mas sem tirar a mão da parte íntima dele, nem por um segundo.
– Aperta, vai.
– Assim, é? – Apertou com mais força, sentindo-o gemer baixinho, aproveitando o máximo daquele prazer. Eles ficaram se olhando de maneira pervertida, enquanto ele deixou as mãos sobre a mesa atrás de si e ela ia apalpando-o. Mas com a mão livre, levou até o rosto dele, fazendo um carinho na bochecha dele. – Pede, seu puto.
– Me bate, porra.
– Bom garoto. – Após um riu baixo, ela deu um forte tapa no rosto dele, enquanto com a mão em seu membro, o pegou agora dentro da cueca. Após uns segundos, ela deu outro tapa, passando a mão pela cabeça de seu pau, sentindo a baba entre seus dedos.
Após alguns segundos, ela retirou a mão da cueca dele e levou, a mesma mão, até a ponta de seus lábios. Passando aqueles dedos molhados, do pau de Carl, entre sua boca. Ele ia ficando cada vez mais doido com aquela provocação. E o ápice foi quando ela enfiou os dedos dentro da boca e os chupou, engolindo todo aquele líquido que tinha nos dedos. Vendo aquela cena, Carl gemeu baixo e a pegou pelos cabelos. Iniciando outro beijo feroz e sedento. Ambos completamente excitados e...(*)
– Chefe Sebastian, – Evan foi abrindo a porta devagar. – vim te atualizar do cas-... – Mas assim que ele entrou naquela sala e se deparou com aquela cena, seus olhos se arregalaram, soltando daqueles papeis em suas mãos, completamente paralisado. Carl e Melissa se soltaram e rapidamente olharam na direção de Evan.
"Ops, acho que eu esqueci de trancar a porta..." Pensou Carl, desajeitado.
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