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Sexto Capítulo.


(Alerta: Pode conter cenas de violência explícita e tortura nesta postagem. Será marcada com um (*) no início e final da cena.)

[CAPÍTULO SEIS]

1920.

Primavera. [06/13]

Duas semanas depois...

12:15pm. Sexta feira.

Quatorze dias e o feriado de Spring Break chega ao final, trazendo à tona todos os compromissos dos habitantes de Sheerground. Ora, não teria como ser para sempre, mesmo que uns quisessem isso e outros não. Afinal, por conta deste feriado muitos trabalhadores ficam em casa e dessa forma, deixam de produzir, logo deixam de ganhar o pão de cada dia. Agora, quem não tinha essa mesma preocupação era fã deste feriado, lamentando-se que eram apenas quatorze dias. Mas, é tempo o suficiente para se deleitar como bem entender.

O que podemos tirar como conclusão destas primeiras semanas em Sheerground, com a lei seca ainda sem seu clímax, é que tudo corria maravilhosamente bem. Uma vez que para os relatórios e em noticiários o consumo de bebida alcóolica decaiu desde quando a lei entrou em vigor. Ou seja, estava tendo frutos positivos. Quem assistia ou ouvia de casa, ou até mesmo as autoridades que botavam as mãos naqueles relatórios feitos por seus subordinados, aquilo era a realidade. Não tinham motivo para desacreditar, correto?


Errado. Em Sheerground por exemplo, desde que Morgan Rodriguez fez aliança com as cinco principais famílias de Nova York, o contrabando de bebidas alcóolicas apenas aumentou. Morgan praticamente tinha a cidade em mãos, não apenas pela máfia, mas sim por ter os aliados certos. Ou, será que a concorrência queria que ele pensasse dessa forma? De qualquer modo, muitas perguntas para pouco tempo. Sabemos que, independente de qualquer suposição ou teorias, Sheerground estava relacionada com o tráfico de bebidas alcóolicas, e outras coisas a mais, já aproveitando o momento para fazer tudo de uma vez.


Era compreensível que todas estas informações não fossem repassadas para o povo, afinal estamos em uma era de proibição. É o que as línguas maliciosas dizem: "o que ninguém sabe, ninguém estraga". Então, silêncio, por favor. Não há mais nada a verem por aqui.

Meio irritado consigo mesmo, mas tentando não demonstrar isso, Nathan saiu da sala de interrogatório. Era notório que o que rolou dentro daquela sala não foi bem o que ele queria que acontecesse. Desde o dia em que Alice Edwards confessou ser culpada pelos homicídios da família Smith e de Rose Lincoln, Nathan Prescott não conseguia acreditar naquilo. Mesmo que houvessem testemunhas e provas que apontassem Alice como culpada não era o suficiente para acreditar. Para o investigador profissional em crimes de homicídio, todas as peças foram muito bem pensadas antes de serem colocadas no tabuleiro. Como se algo, ou alguém, quisesse que a dona do The Queen fosse incriminada de qualquer maneira.

O que Nathan não conseguia entender, era o porquê de ela não colaborar com a investigação, uma vez que era inocente. Para proteger alguém? Tirar alguém da mira da polícia? De qualquer forma, eram apenas suposições, o investigador não tinha base alguma. Não poderia chegar até Sebastian apenas com teorias, poderia botar até seu emprego em jogo. Estudou e batalhou tanto para chegar até aonde chegou, que não seria aquele caso que poderia estragar tudo. Há de ter um jeito de resolver aquele quebra-cabeça, ele sabia disso. Mas, como?


– Opa, vai com calma aí, cara! – Exclamou Evan, esbarrando em Nathan, quase derrubando o copo de café em suas mãos. – Deixa eu adivinhar, é o caso da Alice Edwards ainda, certo? – Perguntou preocupado com o colega.

– M-Me desculpe, Evan. – Chacoalhou brevemente a cabeça, voltando aos seus eixos. Levantou a cabeça e olhou para o mais moreno na sua frente. – Eu não consigo acreditar que aquela confissão dela naquele dia foi verdadeira, sabe?

– Humm... – Olhou para os lados, para ver se havia alguém ouvindo aquela conversa. Vendo que não, pegou no braço do colega e o afastou dali, levando para um canto da delegacia que não tinha ninguém por perto. Nathan não entendeu, mas o acompanhou. Ao chegar em um canto mais isolado, Evan suspirou. – Eu concordo com você. Eu também não acho que a Alice foi sincera naquele depoimento.

– Até você vai ficar contra mi-... – Já achando que estaria sendo julgado outra vez, parou de falar ao entender que Evan estava o apoiando, não o contrário. – Espera, o que?

– Shhh! – Com a mão livre, tampou a boca dele, se certificando outra vez se não tinha ninguém por perto. – Fala baixo. Eu não sei, cara, mas eu estou com uma intuição bem estranha. Você vai me achar muito maluco se eu disser que o verdadeiro culpado pode ser alguém daqui, da delegacia? – Sussurrou. Nathan arregalou os olhos, bem surpreso com a declaração do outro. – Eu sei, eu deveria acreditar nos meus companheiros e-...

– Mas é exatamente isso, Evan. – Interrompeu o colega, que não entendeu aonde o outro queria chegar. – No assassinato daquela garota, Rose Lincoln, eu cheguei a tempo de ver a pessoa que a empurrou do terraço.

– O que? – Exclamou, mas logo voltou a si. – O que? – Sussurrou, incrédulo.

– Eu não falei nada antes porque eu não tinha provas. Mas... A parte mais curiosa não é essa. A pessoa conseguiu fugir, mas deixou para trás isto. – Abriu seu paletó preto e retirou algo de um dos bolsos. Um plástico transparente, usado na colheita de provas, possuindo algo dentro. – Vê? – Esticou a frente, para que Evan visse.

– Ué... Eu não entendo muito de tecidos ou roupas, mas vendo assim – olhou mais fixamente aquele pequeno pedaço de tecido na mão de Nathan. – me parece muito com o tecido que usamos no nosso uniforme. Mas, é um tecido famoso, deve ser usado para vários tipos de roupas. Então, o que isso quer dizer?

– Eu fui atrás, Evan. Consegui uma análise desse tecido. Bom, quem o analisou não conseguiu me dizer quem o vestia na hora do crime, mas pode me afirmar uma coisa: é do nosso uniforme. E quem me ajudou nisso, me garantiu disso.

– Quem foi que te ajudou, se me permite a pergunta? Pois, se o culpado está entre nós, vai saber que você pediu a ajuda de alguém aqui de dentro da delegacia para decodificar esse tecido. – Ao falar isso, Nathan abriu um sorriso meio sem graça. – Alguém de fora o ajudou, não é? – Riu de volta.

– Desculpe, Evan, não posso te falar quem me ajudou. – Evan deu de braços, compreendendo a situação do outro. – Mas a questão é: há um traidor entre nós. Eu só não consigo entender a ligação entre Alice Edwards com um suposto policial traidor.

– Nada vai fazer sentido até que a gente consiga encontrar mais provas.

– E-Espera... Nós?

– Ah, me desculpe. – Coçou a nuca e riu desajeitado. – Eu tenho o costume de me meter nas coisas dos meus amigos, que não percebo quando sou muito inconveniente.

– Não, não é isso! É que eu achei que você não fosse querer me ajudar mais.

– Eu posso? – Ainda coçando a nuca, riu descontraído. Nathan arregalou um pouco os olhos, mas apenas concordou com a cabeça, o que arrancou um sorriso de Evan.

– Mas e as suas tarefas? O Sebastian não vai ficar irritado com você?

– Então, era para eu voltar as atividades hoje, depois da suspensão de duas semanas que ele me deu. Mas, ao olhar para a minha cara hoje, ele me deu mais uma semana. Então, podemos dizer que estou livre por mais alguns dias. – Soltou umas risadas bem baixo. – Mas me diga, você tem ideia da onde podemos começar a procurar por mais pistas?

Com um sorriso de orelha a orelha, Morgan Rodriguez caminhou por aquelas ruas de Sheerground como se fossem seu próprio tapete vermelho, aonde ele era a estrela principal. Não é como se não reconhecessem isso, pois por onde passava os cidadãos da cidade o cumprimentavam. Afinal, não era apenas um poderoso mafioso e chefe de uma das gangues mais fortes dos Estados Unidos, Morgan também deu lar, abrigo e trabalho para muitas pessoas que não tinham nada. Sendo dono e fundador do Shelter. Então era muito querido e respeitado por toda aquela cidade, mesmo que uns boatos sobre seu lado mais sombrio viessem à tona, para os moradores de Sheerground importava mais o que ele fazia e faz de bom, não ao contrário.


– S-Senhor Rodriguez – disse uma senhora dona de uma floricultura, ao ver o mafioso passando bem na frente de sua loja.

– Ora! – Com um sorriso no rosto, parou de andar ao ouvir ela lhe chamando. Virou-se de frente para ela e andou em sua direção. Deixou seus capangas esperando mais atrás. – Bom dia, minha princesa. – Pegou na mão da senhora e a beijou no local, com um sorriso galanteador. Sem jeito, a doce senhora apenas sorriu feliz. – Em que posso lhe ajudar? – Perguntou educadamente, ao largar a mão dela.

– Eu fiquei sabendo que os meus netos conseguiram um lar e um trabalho em Shelter, graças ao senhor que deu essa oportunidade a eles. Então, muito obrigada! – Exclamou abaixando a cabeça, em forma de agradecimento.

– Não precisa me agradecer, minha senhora. Nos dias de hoje, tudo é questão de um ajudar o outro, que dessa forma não sai caro para ninguém. Tenho certeza de que seus netos irão dar tudo de si para que Shelter continue crescendo dessa maneira. – A senhora levantou a cabeça e concordou prontamente, com um enorme sorriso.

– Já era para ele estar aqui. – Disse Noah, olhando no relógio dourado e extremamente caro em pulso.

– Você não sabe como ele é? Deve ter parado para conversar com alguém ou para beber uma cerveja com um conhecido. – Resmugou Lilith enquanto cruzou os braços, permanecendo sentada ao lado do mais alto.


Noah e Lilith estavam em um dos restaurantes mais caros de Sheerground, para poderem almoçar. Era um estabelecimento bem aconchegante, com uma música leve tocando, cores claras para deixar o ambiente mais leve e tanto mesas quanto cadeiras de primeira qualidade, além de uma excelente iluminação no ambiente. Devido a ser um horário de pico, o restaurante estava cheio, por ser um comércio de qualidade. De dentro do restaurante dava para ver uma enorme fila que esperava ansiosa para entrar e degustar da comida ali servida. A mesa de Noah e Lilith era a única que não estava comendo nada, há mais de vinte minutos. Se fossem outras pessoas, e não filhos de Morgan Rodriguez, já teriam sido enxotados daquele lugar há bastante tempo.

Afinal, se não está consumindo, deveria dar lugar a quem quer consumir.


– Ei, Noah... – Disse a loira, para quebrar aquele silêncio mortal. – Eu sei que desde aquele dia, você tem ficado mais estranho do que o normal. – Conforme foi falando, foi percebendo que Noah sequer virou o rosto para lhe olhar, permaneceu fitando a porta de entrada do restaurante no aguardo de Morgan. – É... Só quero dizer que, independente de qualquer coisa, eu vou estar sempre do seu lado. – Levantou a mão e a levou até a mão do homem ao seu lado – que estava sobre os joelhos, botando a sua sobre a dele. – Sempre. Ouviu? Eu... – Fez um leve carinho na mão dele, ficando levemente corada. Sem jeito, desviou o olhar, bem envergonhada. Enquanto Noah permaneceu seco e frio como sempre, sem esboçar um sorriso nem nada.

– Ele chegou. – Disse rispidamente, soltando da mão dela para que usasse a mesma mão para acenar a Morgan, que adentrou naquele restaurante. Lilith, por sua vez, já esperava por algo do tipo. Mas, mesmo esperando, não conseguia não ficar triste. Tinha um sentimento tão forte por ele, que era dolorido não ver nem um por cento de volta vindo dele. Porém, logo ela respirou fundo e voltou a si. – Está tudo bem? – Ouvindo o suspiro dela, olhou para a mesma, enquanto Morgan ia se aproximando.

– Sim, Noah. Está tudo bem. – Fechou os olhos e botou as mãos atrás da cabeça, suspirando. Se fosse qualquer outro cara, Lilith já teria quebrado a cara de um homem desses, mas sabia que Noah realmente era desligado com essas coisas. E não fazia por mal. Entretanto, a dor... Ela existia, e machucava, bastante. Há anos.

– Os filhos mais lindos do mundo! – Exclamou Morgan, bem contente, ao chegar na mesa aonde estavam. – Perdão a demora. – Sentou-se na cadeira a frente dos dois mais novos, ficando de frente para eles. Enquanto seus capangas ficavam de costas para Morgan, ao redor da mesa, bem posicionados para qualquer ataque surpresa de inimigos.

– É sério que vai continuar assim? Toda vez que a gente for sair, vai ser... Desse jeito? – Apontou para aquele círculo de mafiosos em volta da mesa. – Tem necessidade disso?

– Um homem precavido vale por dois, minha linda. Um dia você vai entender isso. – Sorrindo, pegou o cardápio sobre a mesa e o abriu, analisando as opções. – Já escolheram o que vão comer? Porque estou com a fome de um boi! – Riu alto.

– E a Alice? – Repentinamente, Noah indagou. Criando um silêncio naquela mesa. Morgan apenas abaixou o cardápio da frente de seu rosto, para fitá-lo de volta. – Já fazem duas semanas. Ela não pode ficar presa por algo que não cometeu.

– Desde quando você ficou tão sentimental assim, Noah? Ainda mais com ela?

– Ela me ajudou naquele dia, com a família Smith. Mas, ela não os matou, já estavam mortos quando ela chegou. Eu os matei. – Disse de forma bem direta. – E você sabe disso.

– Awn, que fofo. – Riu baixo e voltou com o cardápio para frente de seu rosto, querendo escolher logo o que iria comer. – Não se preocupe, filho. Ela não ficará presa por muito mais tempo. Papai está dando um jeito nisso. – Após uma pausa, enfim escolheu o que iria comer. Botou o cardápio na mesa e olhou para os dois na sua frente. – Eu vou de camarão hoje, e vocês? – Abriu um sorriso ainda maior.


Por incrível que pareça, Morgan tinha um lado sentimental. Mas que era aflorado apenas com seus filhos, Noah e Lilith. Desde quando Lilith nasceu e quando adotou Noah, sempre tentou ser a figura paterna mais presente e amiga que conseguia ser. Além de tentar proporcioná-los um ótimo estudo e um lazer de alta qualidade. E em tempos livres, momentos a sós com eles, para que conseguisse aproveitar mais de perto o crescimento deles. Seja saindo para ver um filme, jantar fora, ou ficar falando besteiras no chão da sala enquanto enchia a barriga de guloseimas. Eles quem escolhiam o que queriam fazer, Morgan apenas acatava. Pois apenas queria ver o sorriso em seus rostos e seria capaz de mover o mundo para conseguir isso.

– Entre. – Disse Charles, enquanto lia um jornal, sentado em um dos sofás dentro de sua sala. Não demorou para ouvir a porta sendo aberta, então levantou a cabeça e olhou naquela direção, fazendo contato visual com sua secretária.

– Senhor, ela chegou. Devo mandá-la entrar?

– O que eu falei para você?

– E-Eu-...

– O que eu falei para você, Clarice? – Perguntou mais alto, começando a ficar mais irritado. Ninguém gosta de vê-lo daquele jeito.

– Que quando a senhorita Beatrice chegasse, mandasse entrar. – Respondeu, abaixando a cabeça.

– Então, por que da pergunta, sua estúpida? – Amassou aquele jornal e jogou na direção dela, batendo em seu braço. – E não demore com os cafezinhos. Eu gosto do meu bem quente. – Ao terminar de falar, reparou que a outra ainda estava ali. – Você está surda, cadela? – Não foi preciso dizer mais nada, Clarice apenas saiu dali, deixando que Beatrice entrasse logo em seguida, fechando a porta.

– Delicado como sempre com os seus funcionários, não é, velhote? – Indagou debochada, fechando a porta daquela sala e andando na direção do mais velho. – Essa daí está aguentando bem, se comparado com as anteriores?

– Presumo que você não tenha vindo até aqui para falar sobre a forma como trato os meus funcionários e/ou o histórico de cada um deles. Por favor, sente-se. – Apontou para um outro sofá que tinha na sua frente. Entre as duas mesas, havia uma pequena mesa. Charles esticou o corpo e botou as pernas sobre tal mesa.

– Não fale como se só eu estivesse interessada nessa conversa, Charles. – Ainda debochada, esticou seu corpo da mesma forma, botando seus pés sobre a mesa, igual o que o outro fez. – Ou você acha que eu não reparei na escassez das meninas que tem enviado para mim? E chegando aqui na sua grande fazenda, a julgar pelo corpo dos bichos, estão mais magros do que eu e você juntos. Ou seja, você está na merda.

– Não acho que você seja a pessoa mais adequada a falar disso comigo, Beatrice. Alguém que tem um negócio há mais de dez anos e não consegue tirá-lo da miséria, ficando na aba de alguns mafiosos, não tem muito prestígio para falar de mim.

– Touché, velhote! E é por isso estamos juntos nessa merda. Você já sabe da nova aliança do Morgan, com as famílias de Nova York. – Ao falar aquilo, reparou que Charles cerrou os olhos, não gostando muito daquele assunto. – Essas famílias tem um grande impacto social, é apenas questão de tempo para que o Morgan tenha mais e mais aliados, espalhados por todo o Estados Unidos. E para você, restará o que? O apoio de Sheerground, que você tem apenas por aquela razão?


Ele suspirou, mas prosseguiu em seguida.


– Aonde você quer chegar com isso? – Retirou um cigarro e isqueiro de seu bolso, acendendo-o, para começar a fumar. – Sabe que eu odeio enrolações.

– Ótimo, porque eu também. Alice foi presa, há duas semanas, culpada por uns homicídios. E pelo que fiquei sabendo, quem está cuidando dos negócios dela são algumas de suas garotas. O que está sendo suficiente para que aquela merda continue com o mesmo movimento de antes. Ela deve ter deixado algum manual, alguma coisa para trás. Aquelas prostitutas não tem inteligência nem para administrar o próprio quarto, quem dirá um estabelecimento daquele porte.

– Resume logo isso, que já estou perdendo a paciência, Beatrice.

– Eu quero dar um susto naquelas garotas. Se você me entende. – Deu uma pausa. - Eu quero que elas tenham medo de abrir o bordel no dia seguinte. Elas não vão ter peito para me desafiar depois disso, já que não terão a voz de comando da Alice. Ao mesmo tempo, eu quero encontrar qualquer coisa que ela deixou para trás, para que aquelas meninas conseguissem continuar administrando o local daquela maneira. E, eu não tenho gente o suficiente para fazer um trabalho desse tipo, nem os materiais necessários.

– E o que eu ganho com isso? Porque até agora, só vi benefícios para você.

– Você melhor do que ninguém sabe que o comércio da Alice é uma das principais rendas e investimentos do Morgan. Aonde ele, principalmente, consegue fazer aliança e contatos. Ou seja, uma vez que aquela porcaria não abra mais, vai criar um grande buraco nos números dele. Essa também é a sua chance, velhote. A aliança que o Morgan está fazendo com o pessoal de Nova York está apenas no início. Imagina o que eles vão pensar, quando ver tudo isso acontecer? Uma vez que a reputação dele ficará manchada com essas famílias, pode ser a sua chance de fazer contato com eles.

– Olha só, as vezes eu me surpreendo com você, sabia? Não é tão burra quanto eu pensava. – Debochou, soltando a fumaça do cigarro pela boca logo depois.

– Temos um combinado?

– Para quando seria esse ataque surpresa?

– Hoje, no final da tarde, antes delas abrirem a casa. E eu quero os seus melhores homens, velhote. Quero deixar o The Queen em pedaços, que aquelas garotas nem pensem em abri-lo de novo.

– Ei, aonde você vai? – Perguntou Arnold, ao ver sua filha abrindo a porta para sair. – Esqueceu-se que tem que falar comigo antes de sair?

– Eu só vou almoçar fora, respirar um pouco de ar fresco, é proibido agora? – Respondeu revirando os olhos.

– Uma vez que não me comunica, sim, é. Você sabe como são as pessoas lá fora. Eles não gostam da gente, filha.

– Eles não gostam de VOCÊ, pai. Não me inclua nesse mico. – Assim que respondeu o mais velho, saiu por aquela porta, fechando-a logo em seguida.


Pouco se importando com o outro lhe gritando de volta. Eva apenas passou a mão entre suas madeixas douradas e as jogou para o lado, esboçando um pequeno sorriso gentil antes de passar pelos seguranças que protegiam aquela mansão e enfim chegar nas ruas de Sheerground. Mas, Eva tinha razão. A população daquela cidade não tinha nada contra a filha do prefeito, muito pelo contrário, a adoravam. A garota, mesmo ainda sendo menor de idade, sempre foi muito bem tratada e querida pelos habitantes da cidade. Do mesmo jeito que os tratavam bem de volta.

Sempre deixando bem claro que não compactuava com os ideais e decisões de seu pai, mas que não podia fazer nada a respeito. Arnold por sua vez, sempre deu tudo do bom e do melhor para ela, não deixando faltar nada em casa, por mais fútil que fosse o desejo da garota. Mas ao mesmo tempo, segue tentando convencê-la de seus propósitos, porém não obtendo sucesso até hoje.


– Senhorita Gonzales! – Uma outra mulher a chamou, correndo em sua direção.

– Olá. – Respondeu ao chamado dela, virando-se de frente para a mesma. Observando-a se aproximar mais. – Você seria...? – Tentou lembrar da fisionomia dela, mas não conseguia reconhece-la de nenhum outro lugar.

– Nós não nos conhecemos, ainda. – Deu uma pequena risada, para descontrair. – Eu me chamo Pamela Turner, jornalista e apresentadora do "Hora da Notícia". Muito prazer em conhecê-la, senhorita Gonzales. – Com um sorriso animado no rosto, a mulher estendeu a mão, a fim de cumprimentá-la.

– Oh, sim... – Sem jeito, Eva retribuiu o sorriso, vendo-a estender a mão. Rapidamente, deu uma olhada naquela moça de cima abaixo, percebendo que ela era negra. Sim, uma jornalista negra. Olhou para a mão dela por uns segundos, mas sem pensar muito aumentou o seu sorriso e a cumprimentou de volta, sem deixar transparecer seus sentimentos e pensamentos mais ocultos perante aquela situação. – Pode me chamar de Eva. Eva Gonzales. E parabéns pelo programa, eu acompanho sempre que possível.

– Muito obrigada! Isso vindo da senhora, é muito importante para nós. – Agradeceu animada.

– Senhora não, por favor, eu só tenho dezessete anos. – Soltou umas risadas, para deixar o clima mais informal e descontraído. – Mas me diga, Pamela, eu posso lhe ajudar em algo? Se for assuntos em que o papai está envolvido, infelizmente não posso ajudá-la, ele não me conta nada, porque sabe que não concordo com as atitudes dele.

– Sim, é por isso que eu venho tentado fazer um contato com a senhora há bastante tempo, mas nunca consigo. Primeiramente, gostaria de dizer, em nome de todo o programa "a hora da notícia", que te admiramos muito, principalmente pela idade que tem. Assim, eu não vim até a senhorita para fazer muitas perguntas, nem nada...

– Então, eu não compreendo. Como eu posso lhe ajudar?

– Eu apenas gostaria de uma opinião sua, uma opinião sincera, senhorita Gonzales. – Eva apenas concordou com a cabeça, ainda não entendendo aonde aquilo iria chegar. – Sobre o assassinato da família Smith e a prisão de Alice Edwards, em sua opinião, as coisas aconteceram como... Deveriam acontecer? Se a senhorita me entende.

– Para ser sincera? – Deu uma pausa, mas logo voltou a responder. – Não. Eu não conheço muito a moça que foi presa, mas estudei um pouco sobre ela quando a notícia se espalhou. E acredite em mim, ela não é uma assassina.

– Como sabe disso?

– Eu já li e estudei muito sobre documentários e históricos de pessoas que realmente foram assassinas em seu tempo. E uma coisa eu aprendi, quem realmente é capaz de matar alguém, exala isso pelo olhar. – Disse confiante no que estava dizendo, fazendo um intenso contato visual com Pamela – que se assustou levemente. – Olhe dentro dos olhos da pessoa, bem no fundo dos olhos, e você conseguirá ver se ela é capaz ou não de tirar a vida de alguém. – Ao terminar de falar, abriu um pequeno sorriso.


Enquanto a jornalista, permaneceu assustada, não conseguindo dizer mais nada. De fato, Eva sempre foi uma menina muito estudiosa e deveras curiosa. Desde criança se interessava por filmes e histórias de suspense, dramas, coisas que envolviam um mistério por trás. Pois sempre gostou de tentar desvendar esse mistério. E uma vez que seu pai não a deixa sair com frequência, além de não ter muitos amigos, não tinha outra opção a não ser afogar seu tempo em livros e mais livros.


– Algo mais? – Perguntou, reparando no silêncio de Pamela.

– E-Eu... – Chacoalhou a cabeça, voltando a si. Teve algo de diferente no olhar de Eva, algo que nunca viu ou sentiu antes. Não sabia explicar o que era, só tinha certeza do que sentiu, e não foi algo muito bom. – Se não for pedir muito, caso a senhorita tenha qualquer informação, pista, sobre o verdadeiro assassino, poderia nos contar? – Eva permaneceu com aquele sorriso bobo no rosto, esperando que a jornalista falasse algo a mais, além de só pedir ajuda. – Eu, não... Todos nós, da "hora da notícia" ficaríamos lhe devendo uma. E nós sempre pagamos as nossas dívidas com quem nos ajudou.

– Hum... – Agora sim, Pamela havia tocado em um ponto que chamou a atenção de Eva. Uma coisa que aprendeu com os erros de seu pai, é que é sempre válido ter aliados por perto, pois nunca sabe quando pode precisar deles. – Claro, ficarei feliz em ajudá-los. – Pamela abriu um sorriso, fazendo o de Eva aumentar. E naquele instante, a mulher de pele escura observando todo a delicadeza no sorriso da loira, esqueceu do sentimento ruim que teve com ela há segundos atrás. Ora, mas era o objetivo de Eva.


Sempre funciona.

12:40pm:

Com o fim do feriado de Spring Break, as ruas de Sheerground voltaram a ser uma loucura em horário comercial. Além de ruas muito movimentadas, haviam também comércios cheios, e muitas, muitas vendas. Felizmente, por ainda estar na Primavera, não se fazia tão quente nos dias de sol naquela cidade. Pelo contrário, podia contar com bastante vento e barulho das árvores em volta da cidade. Podia-se dizer que era um clima bem agradável para a maioria da população. E dentre aquelas pessoas e carros, estava Nathan Prescott dirigindo seu carro, de modelo oldsmobile, de cor preto. Afinal, era um investigador, não poderia ter um carro com cor muito chamativa. E ao seu lado, no carona, estava Evan, lhe acompanhando nessa árdua missão.


– O bordel da Alice, sério? – Indagou Evan, reparando que estavam prestes a virar na rua que era localizado o tal comércio mencionado pelo policial. – O que vamos fazer lá? Sem contar, que não vão nos deixar sair entrando e revistando tudo assim.

– Eu já pensei nisso. – Mostrou para ele uma ordem de investigação no local, retirando de seu paletó. – Assim que eu comecei a duvidar, já fui a procura de um juiz, para conseguir uma ordem dessa. Eu sabia que iria precisar dela, então só me precavi antes.

– Ok, uma parte está resolvida. Mas e a outra? O que você espera encontrar por lá? O que viemos procurar no bordel da Alice, sem ela estar presente?

– Alguma coisa, Evan, qualquer coisa. Quando a Alice trouxe o corpo daquela garota, Rose Lincoln, para dentro, eu deixei uns caras de minha confiança vigiando o local. E eles me garantiram que o corpo não saiu dali naquela noite, antes de eu chegar na manhã seguinte. O corpo está lá, em algum lugar, mas está lá.

– E o que você pretende fazer com esse corpo?

– Ela foi empurrada, certo? Em uma autopsia devemos conseguir as impressões digitais no corpo dela. E assim, descobrindo quem foi que a empurrou. Nós o pegaremos.

– Uau! – De imediato, Evan ficou surpreso com o raciocínio rápido de Nathan, além do mesmo já ter ido atrás de uma ordem de investigação antes mesmo de qualquer coisa. Sem dúvidas, era um homem muito inteligente. – Não é à toa que dizem que você é um dos melhores da área. – Abriu um sorriso, orgulhoso do colega.

– Eu me considero dedicado apenas. – Deu uma pausa, assim que chegou enfim ao seu destino. – Chegamos. Você quer me esperar na porta, enquanto eu busco uma vaga?

– Pode ser. – Assim, o policial abriu a porta do carro, logo que Nathan parou na beira da estrada. – Te espero na porta. – O outro apenas concordou com a cabeça e voltou a dirigir, em busca de uma vaga para estacionar, deixando Evan ali sozinho.

– Cara, você precisa comer, Beth... – Disse Jade, sentada ao lado da loira. – Nem na comida você tocou, porra. Você acha que se você ficar doente eles vão cuidar de você?

– Claro que não, Jade. – Beth cruzou os braços, irritada. – É só que... Eu ainda não consigo aceitar. O que eles fazem aqui, é monstruoso, como conseguem?

– Este é o mundo em que vivemos, minha amiga. – Falou Jade, pegando outra garfada de sua comida, não desperdiçando nada. Ainda de boca cheia, continuou falando. – Acredite em mim, você pode tentar lutar, mas é em vão. Eu estou aqui há mais de dois anos e nesse tempo percebi uma coisa: quanto menos você resiste, mais fácil fica.

– Então, para você, é aceitar que somos apenas as... Putas deles? Isso é tráfico de pessoas, Jade, é um crime! Como que você cons-...

– E VOCÊ ACHA QUE EU NÃO SEI? – Irritada, jogou o prato de comida no chão, se levantando. – Eu estou há cinco anos sem ver minha família, meu pai, meu marido, meu filho... Você acha que eu não tentei, gatinha? Acha que eu não quero ver as pessoas que eu amo, uma outra vez? É exatamente por eles que eu parei de resistir. Sei que um dia eu vou sair daqui, e o mais importante, VIVA! Coisa que não será possível se eu continuar lutando contra eles.

– D-Desculpe, eu não... – Botou as mãos na frente do corpo em forma de defesa. Não sabendo a história que a outra tinha. – Eu realmente... Sinto muito, Jade...

– Está tudo bem. – Tornou a se sentar, ficando mais calma. Mas agora, chegou seu rosto mais próximo do dela e pegou na mão da mesma. – Eu vejo em você, Beth. Tem muita coisa ainda para acontecer na sua vida. Não arrisque perder tudo por pura birra.


Após uns segundos...


– Que merda está acontecendo aqui? – Gritou Demetria, chutando a porta daquele refeitório. – Ouvi uns gritos e prato quebrando. – Não demorou para direcionar seus olhares para Jade e Beth. Então, caminhou até elas. Vendo-as de mãos dadas, apontou seu bastão de madeira com espinhos na direção das mesmas. – Estão virando a casaca, é? Isso só não pode interferir no trabalho de vocês, sapatonas. – Riu debochada.

– Vai se foder, Demetria. – Disse Beth, soltando da mão da outra.


(*)Demetria, por sua vez, não disse nada. Apenas respirou fundo e no instante seguinte, bateu fortemente com aquele bastão na cabeça da loira, derrubando-a de cara no chão. Em seguida, foi até ela a pegou pelos cabelos. Arrastou a garota até o prato que Jade havia quebrado há minutos atrás. Aproximou o rosto daquela comida jogada no chão.


– Você ainda não aprendeu o seu lugar, não é? – Sussurrou no ouvido dela. Enquanto a loira, não falou nada, apenas ficou se rebatendo, com o rosto sangrando, devido ao ataque anterior. – Você vai agora comer essa comida do chão, para que eu te perdoe e não te coloque de volta naquele porão.

– Mas nem morta, piranha! – Exclamou, ainda tentando sair dali. Mas era em vão.

– Bethy... Por favor... – Disse Jade, bem baixo, olhando para a loira.

– Isso, escute a sua amiguinha. Agora, coma do chão, vagabunda. – Forçou o rosto dela contra a comida, para que ela pudesse comer. Mesmo resistente, Beth foi abrindo a boca devagar, enfim cedendo. Porém, antes... – Ah, seria muito fácil assim. Você – olhou para Jade ao lado – pise sobre essa comida. – Ao falar aquilo, reparou no silêncio entre elas. – Você prefere que seja comida pisada por você, ou que ela tenha que comer, digerir, coisas ainda... Piores? E só para vocês saberem, o grandalhão lá perto da porta ainda não foi no banheiro depois do almoço. Acho que vocês entendem o que eu estou querendo dizer. Você decide, Jade. – Esboçou um sorriso malicioso.

– Beth, eu... – Receosa em fazer aquilo, Beth conseguiu fazer um contato visual com ela e assim concordou com a cabeça. Jade respirou fundo e pisou com força sobre aquela comida jogada no chão, deixando tudo ainda mais nojento.

– Come, cadela. – Sem esperar mais um segundo, Demetria empurrou fortemente o rosto de Beth contra aquela comida, forçando a cabeça dela contra o chão, esfregando-a naquele lugar. Para Demetria, não importa se um pouco da comida entrou nas narinas ou nos olhos da loira, ou ainda que poderia estar lhe machucando. A intenção era realmente essa. Talvez, até pior. – Vai, come tudinho, filha da puta. – Riu alto.(*)

– Policial Evan?

– Hm? – Virou-se para trás, ao ver alguém lhe chamando. Assim que o faz, arregalou um pouco os olhos, ficando com as maçãs do rosto levemente avermelhadas ao vê-la. – Luna? Ainda lembra do meu nome? No meio de tantos fãs que você tem? – Brincou.

– É claro que eu lembro. – A mulher riu de volta. – Como eu poderia esquecer de quem me derrubou no chão no dia da estreia da minha música nova? – Evan apenas coçou a nuca, totalmente sem jeito, ficando ainda mais corado. Enquanto a ruiva apenas riu, achando até mesmo... Meigo, a forma como ele demonstrava ser.

– Bom, depois disso, o mínimo que eu posso lhe oferecer é a minha companhia até o The Queen. – Deu uma pausa e parou ao lado da mulher, lhe dando o braço. – Aceita a companhia deste humilde policial que tomou três semanas de suspensão e está muito triste com isso? – Fez um pequeno bico, enquanto olhou para ela ao seu lado.

– Ah, céus. – Soltou inúmeras gargalhadas, tirando algumas de Evan também. – Acho que posso fazer isso. – Envolveu o braço no dele, para assim caminharem juntos. Não era uma distância grande até o The Queen, uma esquina apenas. – O que vão pensar, ao verem nós dois andando assim na rua, policial Evan?

– Deixe pensarem o que quiserem. Quem paga as minhas contas no final do mês, sou eu. Quase chorando ao ver os números na hora de pagar, mas sou eu. – Ao ouvir mais risadas de Luna, Evan olhou de canto de olho, gostando de estar fazendo aquela mulher rir se divertir um pouco. Não se considerava o cara mais engraçado do mundo, mas naquele momento, mesmo que ela estivesse fingindo – o que não era o caso, ele se considerou aquele cara. O mais engraçado do mundo, e ficou feliz com isso.

– Você tem sempre respostas na ponta da língua desse jeito? – Entre os risos, perguntou curiosa. O policial riu desajeitado de volta. Mas entre um breve silêncio, a mulher logo reparou que haviam chegado em seu destino. – Chegamos, policial Evan.

– Parece que sim. – Soltou do braço dela, parando em frente a entrada principal daquele estabelecimento. – Oficialmente entregue, senhorita Luna.

– Obrigada, policial Evan. – Esboçou um sorriso gentil, tirando um dele de volta. – Aceita entrar e tomar um copo de água, um refresco, ou alguma outra coisa?

– Na verdade, eu vim até aqui exatamente para isso. – Luna não entendeu de imediato. – D-Digo, não para tomar uma água com você ou... – Desviou o olhar para o chão, se perdendo nas palavras e ficando envergonhado. Ela apenas riu.

– Eu entendi, poxa. – Disse para acalmá-lo. – Espero que encontre aqui o que veio procurar. Você sabe, desde que a senhorita Alice foi presa, todas nós estamos trabalhando muito para manter tudo em ordem. Algo que a chefe consegue fazer sozinha, em questão de minutos, nós demoramos o triplo. Inclusive, é por isso que eu estou vindo mais cedo, para ajudar as outras garotas.

– A Alice tem sorte então, de ter funcionárias tão dedicadas quanto vocês. Ela ficaria orgulhosa, Luna. De todas vocês. – Ela concordou com a cabeça, em forma de agradecimento. – Bom, não vou te segurar por mais tempo, eu já encontro você de novo aí dentro, estou apenas esperando o meu colega.

– Certo. Então, até daqui a pouco, policial Evan. – Acenou para ele, prestes a entrar no The Queen. O homem acenou de volta, trocando sorrisos com ela.


Mas...


– E-Espera! – Exclamou Evan, antes da ruiva entrar. Assim que ela voltou a olhá-lo nos olhos, ficou com o rosto completamente vermelho. Tentando, dessa vez, não desviar o olhar, continuando a olhá-la nos olhos. – Senhorita Luna, aceita tomar um café comigo no final da tarde? – Perguntou de maneira séria, com os braços ao lado do corpo e os punhos fechados, com a postura bem ereta. Não querendo pagar mico. Luna, por sua vez, apenas riu, botando a mão na frente da boca. Sem entender nada, Evan arregalou os olhos, ficando triste. – Eu f-falei algo de errado? Me d-desculpe!

– Não é isso. – Ela tentou parar com as risadas. – É só que... Eu achei fofo, só isso. Sim, eu aceito tomar um café contigo no final da tarde, policial Evan. Nos encontramos aqui, as cinco horas. – Ela acenou e entrou no The Queen.


Evan, por sua vez... Ah, o Evan... Não teve outra reação a não ser ficar imóvel, com os olhos arregalados e o rosto completamente vermelho, mais que um pimentão. Não conseguiu sequer se despedir de Luna, que entrou com pressa. Evan não sabia direito como lidar com aquilo. Aquela foi a primeira vez que chamou uma mulher para sair. Nunca tinha feito algo parecido com isso. E ver que conseguiu, que obteve um "sim" dela, não conseguia acreditar. Até porque, não era qualquer mulher. Era a própria Luna, o maior sucesso do The Queen, a única garota que não é chamada para serviços sexuais, que vão apenas para ouvi-la cantar de perto, apreciando toda a sua voz angelical. Para seus fãs, Luna não era uma daquelas prostitutas ou raparigas, Luna era arte, era conceito, uma verdadeira relíquia. Desse modo, Evan sabia que ela não era o tipo de mulher que dizia sim para qualquer homem logo de cara.

Isso é, se ela dissesse sim para algum.


– A-AI! – Gritou o policial, ao sentir alguém batendo em seu ombro. Desse jeito, voltando a si. Botou uma mão sobre aonde recebeu o tapa, querendo ver quem fez isso. – Nathan, por quê você fez isso, cara? Isso doeu!

– Sinto muito, Evan. Mas eu não tive outra escolha. Eu estou há uns três minutos te chamando, te chacoalhando, e você não diz nada. Pensei que tivesse entrado em algum tipo de transe, ou algo do tipo. Já estava ficando preocupado!

– Não, está tudo bem. Não se preocupe. Já estou bem. Então, vamos? – Nathan concordou com a cabeça e juntos foram até a entrada daquele bordel. – Precisava ser tão forte o tapa, cara? Mas que droga, vai ficar vermelho isso aqui!

– Eu peço desculpas mais uma vez, Evan. – Disse, entrando junto do colega naquele estabelecimento. – Eu juro que fico devendo uma-...

– Ei! Quem são vocês? – Gritou Mia, uma das garotas de Alice. – Nós estamos fechados. Por favor, peço que se retirem, imediatamente! – Ordenou irritada.

– Sinto muito, senhorita, isso não vai ser possível. – Respondeu Nathan, chegando mais perto do meio do salão, com Evan ao seu lado. – Nathan Prescott, investigador profissional da delegacia de Sheerground. – Imponente, retirou seu distintivo de dentro do paletó. – Comigo – apontou para o homem ao seu lado – Evan, Capitão da polícia de Sheerground. – Prontamente, o outro também mostrou seu distintivo.

– E o que vocês querem aqui? A senhorita Alice não está, como bem sabe, já que foi você quem a prendeu naquele dia. – Nervosa, disse Mia, olhando mortalmente para Nathan – que permaneceu indiferente com aquilo. – Veio prender mais quem agora?

– Eu espero que mais ninguém, senhorita. Peço por favor, que nos deem licença para investigarmos todo este local. – Foi dando passos em frente. – Antes que falem algo... – Mostrou a ordem de investigação e entregou na mão de Mia, ao passar por ela. – Não queremos confusão com nenhuma de vocês, por favor, colaborem.

– O que está acontecendo? – Indagou em sussurros Luna, puxando Evan assim que Nathan andou a frente. – Eu não imaginei que seria algo desse tipo.

– Não se preocupe. Está tudo bem. Podem continuar com o que estavam fazendo antes, não viemos aqui atrapalhar o trabalho de vocês. – Respondeu em sussurro também, para que Nathan não ouvisse. Luna apenas ficou em silêncio por alguns segundos. – Sei que não posso simplesmente lhe pedir isso, mas... Confie em mim, por favor. Isto é para ajudar todos nós. – Após pensar um pouco, Luna concordou com a cabeça. – Consegue acalmar o restante das garotas? Quero que tudo corra bem.

– Eu... Posso tentar.

– Ei, Evan, o que você está fazendo? – Perguntou Nathan, ao reparar que seu companheiro não estava atrás de si. Questão de segundos para vê-lo conversando com aquela garota de madeixas avermelhadas. – Por favor, flerte com as garotas depois, não agora. Estamos em uma missão aqui, e você sabe disso.

– Eu preciso ir. – Deu uma pequena pausa. – Obrigado por confiar em mim, senhorita Luna. Não vai se arrepender disso. – Disse, ainda em sussurros.

– Eu espero que não, policial Evan. 

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