42. Take over the moon
Como era de se esperar, não teríamos livre acesso ao prédio empresarial do conglomerado. Ninguém nos últimos meses havia nos contatado, apesar das ínfimas buscas pela cidade, ainda tinhamos nosso paradeiro desconhecido, o que de certa forma deixavam nossas respectivas famílias apreensivas, eles não conseguiriam enganar a mídia por muito mais tempo, pois assim como nós ela precisava de respostas.
Meu coração batia mais rápido que o normal quando chegamos à base do prédio, ainda disfarçados ninguém poderia nos reconhecer. O que estávamos fazendo aqui poderia consertar ou simplesmente terminar de arruinar tudo. Como anteriormente dito, as ideias de Chittaphon não eram as melhores, mas eram algo estritamente necessário em momentos como esse.
— Tudo bem, precisamos entrar em direções separadas sem que ninguém nos perceba. — Kun explicou abafando sua voz sobre a máscara que usava.
— E as câmeras? — Chittaphon perguntou como se não tivesse pensado nessa parte quando decidiu formular seu plano.
— Eu irei hackear o sistema de algum ponto alto o bastante para interferir em toda a rede. — assentimos impressionados com a liderança de Kun, que apesar de não ter tido a ideia, ainda conseguia traçar todos os trajetos para concluir nossa missão.
— Geralmente os documentos de contratos ficam nas salas paralelas à sala de reuniões, identifique os selos.
— Ten explicou enquanto amarrava uma pequena navalha no bolso camuflado de minha calça, por precaução, segundo suas explicações.
— Vamos logo, emitam um sinal de alerta caso sejam pegos. — murmurei recebendo uma confirmação do resto do grupo. Kun, longe o bastante, já se esgueirava à parte de trás do prédio, provavelmente a procura das escadas que o levassem ao térreo.
— Vai dar tudo certo, confia na gente, ok? — Ten sorriu batendo com sua mão em forma de punho na minha, tomando distância para adentrar a parte oposta de onde eu deveria me infiltrar.
— É bom não ficar para trás, Chittaphon. — murmurei ouvindo risadas abafadas pelo fone de transmissão.
— Isso é tão melancólico. — Sicheng falou, recebendo alguns suspiros entediados. Ri de sua fala, ajeitando o aparelho em meu ouvido de forma que meu cabelo pudesse o cobrir, e segui em direção a uma das entradas do prédio.
Agora, separados, mantinhamos uns aos outros atualizados acerca de nossas posições conforme avançávamos em nossos objetivos.
Sem verificar se de fato havia câmeras por onde eu passava, confiei nas habilidades de Kun e não me preocupei com esse detalhe. Perto o bastante para poder ver a sala na qual eu deveria entrar espremi meu corpo contra a parede tentando regular minha respiração e repassar meus movimentos claramente para evitar qualquer erro no caminho.
— Consegui entrar. — Ten avisou, recebendo um sinal positivo de Kun que nos tranquilizava em relação ao sistema de câmeras.
— Estou quase lá. — sussurrei virando-me discretamente para enxergar se ainda tinha alguém por aqueles cantos.
Porém, antes que eu pudesse de fato atravessar o corredor e adentrar a sala destinada, meus pelos se arrepiaram quando sons de passos próximos a mim começaram a aumentar. Voltei a me encostar contra a parede esperando que o desconhecido passasse sem problemas.
— Eu acho que me descobriram. — avisei mantendo meu tom de voz baixo enquanto eu me esgueirava para o lado tentando arranjar outra pilastra para me esconder.
— Sai daí, Bo-na. Eles não podem te alcançar! — Kun me avisou, mas sua voz estava tremida com a perda de sinal de nossos aparelhos, e nisso acabei não podendo compreender todas as suas palavras.
— Bo-na, onde você está? — Ten gritou no aparelho assim que o sinal voltou a funcionar, falhando algumas vezes pelo caminho.
— Eu acho que não conseguirei sair.
— murmurei fechando os olhos enquanto tentava buscar por uma solução que fosse vir a ser útil. No entanto, eu estava encurralada naquele andar, e não havia como passar pelas pessoas dali sem ser vista.
— Bo-na, escuta-me eu-
— Eu acho que-
Antes que pudesse terminar de falar meu corpo foi empurrado contra a parede, sem que eu tivesse a chance de reagir apropriadamente. Falhei miseravelmente em evitar tremer, mas a possibilidade de que tudo iria dar errado por minha causa me assombrava mais do que aquela voz que não media esforços para me interrogar.
— Quem é você?
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