𝕻𝖗ó𝖑𝖔𝖌𝖔
`、ヽ`ヽ` ⃝ 、ヽ `、ヽ
𝐒𝐇𝐀𝐓𝐓𝐄𝐑𝐄𝐃 𝐒𝐊𝐈𝐄𝐒
ꦿᵎִ˓ by staarsummoner 🏹
⚔️ prólogo ๑ ִֶָ ⋄
CREPÚSCULO DAS ESTRELAS
`、ヽ`ヽ` ⃝ 、ヽ `、ヽ
O ÚLTIMO INSTANTE DO DIA RELUZIA PELO CÉU e refletia no mar, a mistura de roxo e laranja se estendia pelas ondas por todo o horizonte e contornava a terra à vista. Quando vislumbrou que haviam chegado, Tinuvieth suspirou de alívio, não era muito adepta a navegação e às vezes se perguntava por quê não havia herdado as habilidades de exploração e navegação de seus antepassados. O balançar do barco era algo que a deixava desconfortável, mas esse não foi o seu maior desafio durante a viagem.
O fato era que a meio elfo não teria embarcado nesta missão se não fosse significativa para a memória de seu pai. Ele fora um nobre de Númenor que tinha um grande vínculo de afeto com a família real de Domelië, na ausência de seu pai, o Rei Aranor solicitou que Tinuvieth liderasse a guarda real escoltando a princesa de Númenor até as terras sulistas da Terra Média. A princípio a expectativa de viajar e conhecer novos lugares e pessoas pareceu o ideal a meio elfo, sentia um enorme vazio desde a partida do pai e passou a se perguntar se imortalidade se resumia a assistir todos partir e ainda assim permanecer onde sempre esteve.
Mas de todos os desafios, o maior deles era a princesa Eldríel. A jovem era inquieta, extrovertida - falava absolutamente com todo mundo e adorava jogar conversa fora, possuía uma visão apaixonada e idealizada da vida e tinha uma baita coragem que beirava a estupidez. Tinuvieth sempre acreditou que para ser muito corajoso era necessário uma dose de tolice. De qualquer forma, a princesa contrastava com tudo que ela sentia e era no momento. A meio elfo era introspectiva, pragmática e não conseguia se apegar aos detalhes e pequenas coisas do dia a dia, tudo lhe parecia supérfluo. É o que acontece quando todo dia se pensava no dia de sua morte ao invés de viver. O luto do pai lhe jogara de cabeça com a complexidade de uma vida mortal e de uma imortal e isso trouxe à tona o maior dilema que enfrentaria na vida.
Bem, pelo menos era isso que pensava até conhecer Eldríel e perceber que talvez o seu maior desafio fosse acompanhar tudo o que a princesa falava. Por exemplo, durante os segundos que Tinuvieth estava pensando sobre o seu destino, a princesa não tinha parado de falar.
- ... estranho, não? - Eldríel terminou um dos muitos longo discursos que a meio elfo não acompanhou.
- Perdão, ainda estamos falando sobre os costumes dos povos do sul? - Tinuvieth franziu levemente a testa tentando se localizar.
- Estávamos falando disso há meia hora atrás! Onde tem estado sua cabeça? De qualquer forma, eu estava comentando como eu sempre tive sonhos antes de acontecimentos importantes, sonhos que pareciam me guiar e as coisas realmente aconteciam como eu havia sonhado! - Continuou a princesa enquanto caminhavam devagar pelo convés e a tripulação se preparava para desembarcar. - Mas desde que iniciamos a viagem, não tenho conseguido sonhar com nada. absolutamente nada. Estranho, não? Você sonha bastante?
Tinuvieth refletiu em silêncio sobre seu dilema, olhando o horizonte que parecia ser uma metáfora para sua própria vida - entre a luz do dia e a escuridão da noite, entre a mortalidade e a imortalidade. Enquanto o navio avançava, Tinuvieth se recordou de um sonho recorrente em que via duas estrelas brilhando: uma que se apaga e outra que permanece, mas distante. Antes que pudesse contar seu sonho para Eldríel, a meio elfo notou algo diferente na terra que colocava diante delas.
Uma sombra surgiu nos céus como um presságio, aves negras voavam com urgência para longe da região se erguendo como um bando imigrando. O capitão do navio emitiu um alarme avisando sobre possíveis inimigos à espreita nas águas e terras próximas. O prenúncio de perigo era claro para Tinuvieth, mas o destino já estava selado - voltar poderia não ser a melhor opção. Foi então que Eldríel se calou e olhou para a meio elfo como se perguntasse o que iriam fazer.
Tinuvieth se concentrou na terra que se estendia diante delas, com sua visão pode identificar o estado daquele lugar que seria o destino das duas. A visão de orcs se movendo entre as montanhas sobressaltou o coração da meio elfo, nunca teria imaginado aquilo e não conseguia entender como não souberam da presença de orcs ao sul antes de embarcarem.
- Vamos nos preparar, este lugar não é o que pensamos que ele seria. - Ela murmurou para a princesa.
A meio elfo imaginou que Eldríel ficaria aflita, mas tudo o que a princesa disse foi:
- Sorte sua que eu sei utilizar uma espada.
Nas florestas ao sul, em meio às sombras projetadas pelas árvores altas e densas, o elfo Arondir se mantinha atento à sua missão de patrulha. O vento sussurrava entre as folhas carregando uma tensão no ar que ele não podia ignorar. Desde que os rumores de movimentos nas terras do sul começaram a se espalhar, o equilíbrio que ele sempre sentira naquela região agora parecia à beira de se romper.
Com os seus olhos que eram treinados para captar até o menor movimento, se voltou para o horizonte distante. Aves negras - corvos, talvez - voavam em círculos sobre um ponto perto da costa, uma imagem incomum para um lugar que sempre fora tão pacífico. Arondir parou por um instante com seus sentidos alertas ao constatar que havia algo diferente no vento, algo que trazia presságios de perigo.
Um pressentimento surgiu em seu peito quase como uma dor profunda e inexplicável. Uma visão o atingiu de repente, e ele se percebeu enxergando duas figuras vagando por um caminho estreito entre os penhascos. Uma era envolta em sombras, ela movia com a cautela de quem pressentia o perigo. A outra brilhava como a luz de uma estrela ao amanhecer, se movia com delicadeza. Ao redor delas as sombras de orcs rastejavam silenciosas como predadores à espreita.
A visão se desfez tão rápido quanto veio, deixando Arondir parado em silêncio por um instante. Ele não entendia completamente o que viu, mas algo dentro de si soube que havia um propósito por trás daquelas visões O destino estava a todo tempo movendo suas peças, e de alguma forma, ele sentiu que sua própria jornada estava entrelaçada com a da figura nas sombras.
Ele suspirou ajustando o arco nas costas murmurando para si mesmo como se interpretasse uma premonição.
"A calmaria está prestes a ruir... e, embora ainda não a conheça, sinto que há alguém ali - perdido nas sombras, a quem o destino me chamou a proteger."
Sem olhar para trás Arondir retomou seu caminho pela floresta, guiado não apenas por sua missão de patrulha, mas por uma força invisível que parecia arrastá-lo para o coração do seu destino e do perigo.
🏹 | NOTAS DA AUTORA: Perdi o sono e não consegui voltar a dormir, então acabei finalizando o prólogo e refinando o roteiro da fic. Gostaria que comentassem o que acharam esse início. Gostam de narrativas assim? Espero vê-los na próxima atualização! ♡
13/10/2024
𝐒 𝐇 𝐀 𝐓 𝐓 𝐄 𝐑 𝐄 𝐃 𝐒 𝐊 𝐈 𝐄 𝐒
𝒍𝒂𝒚𝒐𝒖𝒕 𝒃𝒚 𝒅𝒓𝒆𝒔𝒔𝒂𝒅𝒔𝒈𝒘𝒕𝒕𝒑
© 𝐬𝐭𝐚𝐚𝐫𝐬𝐮𝐦𝐦𝐨𝐧𝐞𝐫, 2024
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro