007
Passei minha noite sentada no chão com meu canivete nas e o corpo de Les jogado do meu lado, depois de ter tentado me matar, quem acabou tendo esse fim foi ele.
Por algum motivo o labirinto não se mexeu essa noite e eu não iria reclamar ou questionar, afinal, se tivesse se movido, eu estaria junto com o Les.
O dia já estava começando e o sol saindo, me deitei vendo o céu clarear enquanto aproveito o meu único companheiro chamado silêncio, até que ouço um barulho um pouco distante.
Ergui a minha cabeça rapidamente para a direção do som e em seguida me levantei para seguir, aperto o canivete em minha mão começando a caminhar pelas dobras do labirinto até poder ver mesmo de longe um ponto de luz.
Quando olhei para trás, vi o último muro que risquei com o canivete marcando o caminho pelo qual eu cheguei até aqui e respirei fundo me virando para continuar. Atravessei uma passarela estreita com um buraco escuro que é muito provável de ser fundo e mortal caso alguém cometa o descuido de escorrer, então tomei cuidado para chegar do outro lado.
── Merda! - Soltei o canivete sentindo meu pulso doer e o segurei com a outra mão, mas logos meus olhos subiram para a porta abrindo de forma automática ── Que porra é essa?
── Kenzie! - Ouço o grito de Thomas que me chamou a atenção
── Kenzie! - Agora é Minho
Me abaixo pegando o canivete e correndo para o outro lado da passarela, olhei para trás outra vez notando que conforme eu me afasto, a porta fecha.
── Kenzie. - Vejo Minho, ele correu em minha direção segurando nos meus ombros e começou a levantar minha blusa para checar cada detalhe da minha pele
── Ei! Vai tirar minha roupa aqui mesmo? - Ironizei olhando-o incrédula
── Porque você fez isso? - Ignorou minhas palavras, me olhando irritada ── Você é maluca? Poderia ter morrido, eu fiquei preocupado. - Sua expressão mudou e ele me olhou sem jeito ── Quero dizer, o pessoal ficou.
── É. O alby também entrou no labirinto com mais alguns caras, eles foram para o outro lado. - Thomas se aproximou
── Estou bem, não fui infectada e nem nada. - Coloquei as mãos para cima como forma de rendição, mas abaixei para guardar meu canivete
── E esse sangue? - Minho me examinou ── É seu ou do Les?
── Do Les, eu matei ele. - Falei sem rodeios ── Bom, ele tentou primeiro e eu me defendi, vocês vão me julgar?
── Não. - O asiático respondeu sem cogitar ── Quase ninguém da clareira suportava ele mesmo, na verdade fez um favor.
── Mas porque? - Thomas franziu as sobrancelhas confuso ── Porque matou ele? Quero dizer, o Les tentou antes de entrarem no labirinto ou depois?
── Ele tentou, e eu odeio me sentir ameaçada por alguém. - Murmurei passando pelos dois, começando a caminhar pelo caminho de volta
Enquanto eu fazia todo a trajetória para a saída olhando para as marcas nas paredes, os dois garotos me seguiam em silêncio, até que chegamos lá sendo recebidos por olhares surpresos.
── Kenzie!? - Chuck gritou vindo me abraçar, retribui com um sorriso largo e segurei o rosto do garoto para olha-lo notando seus olhos levemente avermelhados
── Não acredito que se preocupou. - Fingi repreende-lo
── Por favor, não me deixe nunca mais. - O garoto voltou a me abraçar
── Chegou uma garota estranha aqui. - Minho avisou parando ao nosso lado, me fazendo levantar o olhar para ele ── Assim que você pulou para dentro do labirinto, os outros garotos disseram que foi um castigo ou aviso e a culpa disso foi sua.
── Onde ela está? - Perguntei
── Desacordada - Thomas respondeu
── Mal chegou e só serve pra dormir. - Minho comentou em um tom de voz baixo
── Kenzie, você está bem? - Alby correu, em seu olhar havia desespero e agora alivio, ele imediatamente me abraçou mas separou me olhando ── Nunca mais faça uma coisa dessas! Não se coloque em risco, por favor, você não pode morrer.
── Eu estou bem, não vou. - Tranquilizei
── Se você não fosse a mais maluca entre nós todos juntos, quem você seria, Kenzie? - Newt ironizou vindo me abraçar
── Se eu soubesse que você iria fazer isso, eu mesmo mataria o Les. - Gally comentou parando perto do grupo que se formou em volta
── Ela vai ser castigada? Nós não aceitamos uma assassina entre nós. - Um dos garotos questionou e outros concordaram
── Porque matou o Les? - Outro perguntou
── Kenzie, porque você não vai limpar esse sangue? - Alby tomou nossa frente me olhando com um sorriso amigável e eu concordei
Me virei assentindo e comecei a caminhar em direção ao dormitório, para pegar uma muda de roupas limpas e foi isso que eu fiz, voltando para ir ao lago me limpar. Não esqueço de levar o meu canivete, agora mais do que nunca, não posso deixar de estar armada.
Assim que cheguei, comecei a tirar minha roupa e as joguei em um canto no chão próximas as limpas, me sentei em uma pedra afundando as mãos na água e passando em meu rosto. Mas já que aquilo seria demorado, tentei de outra forma e fui mais para o lado entrando na água.
Ouço passos chegando perto de onde estou, e então volto para pegar meu canivete que deixei na pedra de minutos atrás, mas assim que ergui os meus olhos para ver quem estava vindo, me deparei com o asiático.
── Esta me seguindo? - Perguntei soltando um suspiro longo de alívio
── Só queria te falar uma coisa, uma não, talvez duas.. - Minho olhou ao redor ── Primeiro, me desculpa por ter demorado ontem e por isso o ben te atacou.
── Tudo bem, não tinha como você saber. - Caminho mais um pouco para a beirada do lado
── Pode sair da água? - Apontou rapidamente e se abaixou para pegar a toalha, mas antes que seus olhos voltem para mim eu já estava parando em sua frente mesmo de roupas íntimas
── Não precisa de toalha, vai acabar molhando sem necessidade. - Falei cruzando os braços em frente ao meu corpo ── O que é a segunda coisa?
O asiático me olhou lentamente de baixo até chegar em cima, umedecendo seus lábios e mordeu o inferior parecendo tentar ter coragem para algo. Seus olhos dão uma boa examinada em meu rosto e em seguida para na minha boca, tento não mostrar estar tensa com sua ação, mas era inevitável, eu estava. Minho deu passos para a frente e agora posso sentir a temperatura de seu corpo próximo do meu, e eu também avancei para a frente, mas quando fiz isso ele deu mais um passo empurrando meu corpo que bateu contra a árvore.
Meus batimentos aceleram enquanto eu esperava sua próxima ação, era fascinante cada pequeno ato feito sem pressa e isso me deixa ainda mais com vontade de ter mais. Uma de suas mãos pousou em minha cintura e a apertou pressionando seu próprio quadril contra o meu, ele segurou meu pescoço erguendo o meu rosto e se inclinou fazendo com nossos lábios roçar um no outro.
As mãos do maior apertaram em volta do meu pescoço me trazendo uma sensação muito boa, segurei seus braços largos quando Minho mordiscou meu lábio inferior e sem mais rodeios, ele os juntou me prendendo mais ainda contra aquela árvore.
Nosso beijo de alguns segundos apenas com os lábios grudados, se iniciou para um movimento lento e carinhoso sem usar a língua. A boca dele é quente e macia, me fazia sentir que estava em um paraíso e esquecer onde realmente estou.
Mas logo ele moveu sua mão da minha cintura até os meus fios de cabelos da nuca, apertando a área e a mão no meu pescoço. Minho pediu passagem para a língua, passando-a entre meus lábios quando abro tornando o ato mais rápido e agora apressado.
Meus braços agora estão ao redor de seus ombros quebrando todo o espaço que possa existir entre nós, enquanto nossas línguas se moviam em uma sintonia perfeita, arfei entre o beijo sentindo suas mãos descendo pelas minhas costas e apertar minha bunda com uma força que me fez suspirar jogando a cabeça para trás, quase revirando os olhos.
── Eu quero você. - Sua voz sussurrou próximo ao meu ouvido, onde ele mordiscou.
── Preciso terminar de me limpar. - Sorri fechado, finalmente recuperando o meu fôlego e o olhei de cima a baixo ── E olha pra você, te molhei todo.
Eu também queria ele, mas aqui no meio da floresta não é uma boa opção, e ainda mais no meio do dia quando todos estão acordados e o risco de alguém pegar seria grande.
── Vou voltar pro labirinto com o Thomas, mas depois podemos continuar? - Ele sorriu ladino, tirando as luvas de proteção do bolso e começando a coloca-las
── Talvez. Porque vão voltar? - Perguntei
── O fedelho insiste que tem alguma coisa onde te achamos, então vou ir ou ele disse que vai sozinho. - Explicou com sua atenção nas mãos e no que fazia
── O muro abriu quando cheguei perto. - Confessei fazendo Minho me olhar de imediato
── Como?
── Não sei, só abriu. - Balancei os ombros e olhei para o meu pulso ── Senti uma dor aqui quando isso aconteceu, mas olha, você ainda não pode contar isso pra mais ninguém.
── Porque não? Se isso aconteceu, nós precisamos descobrir o porquê. - O garoto me olhou de cenho franzido
── Ou vão me matar, mais um motivo para quererem isso.
── Ninguém vai chegar perto de você. - Disse com sua voz firme
── Minho, não precisa falar isso agora, tá? - Me aproximei pousando a mão em seu braço e o asiático parecia pensativo ── Por enquanto.
── Mas vai contar isso pro alby, não é?
── Vou. - Assenti lhe dando um sorriso fechado que o mesmo retribuiu
── Eu fiquei preocupado quando você entrou naquele labirinto. - Minho confessou cessando seu sorriso e suspirou arrastado ── Não faz mais isso, tá bom?
── Sei que vocês se preocupam, mas eu sei me cuidar como qualquer outro daqui.
── É. Eu sei que sabe, até melhor. - O asiático concordou ── Mas muitos de nós já morreram naquele labirinto.
── Não posso prometer, mas vou tentar não morrer. - Ergui meu rosto, solto um riso fraco tentando melhorar o clima que o assunto deixou.
Minho concordou acariciando meu rosto com o polegar e então se virou para ir embora, quando ele começou a se afastar, meu sorriso foi sumindo junto com ele.
Depois que me limpei e vesti a roupa limpa, eu voltei para a clareira sem conseguir tirar o sorriso de satisfação do rosto mesmo que aquilo tenha sido apenas uma amostra grátis do que eu realmente quero que aconteça.
Entrei no quarto colocando minhas roupas sujas no saco e me apressei ao ouvir barulhos do lado de fora da barraca. Quando saí, avistei de longe os garotos sendo atacados por pedras que eram arremessadas por alguém de cima do ponto de vigia, e presumi ser a mencionada garota misteriosa que chegou ontem.
Cheguei mais perto vendo Minho olhando para cima e rindo do que a garota fazia, isso me fez questionar do porque ele ainda não foi fazer a tal investigação no labirinto que ia junto com Thomas.
Parei atrás do asiático, e já estava sentindo o incômodo pelo atrevimento da esquisita que mal chegou e está chamando atenção, não vi tantos dentes na boca dele quando eu cheguei.
── Você não disse que iria no labirinto? - Perguntei para o asiático que olhou para trás
── Ah, estava esperando o Thomas e escutei a gritaria. - Explicou apontando para a confusão
── Fiquem longe de mim. - A garota gritou de cima
── Temos um problema. - Thomas informou parando em nossa frente, ele parecia um pouco perdido ── O newt esta chamando para a sala de reunião.
Thomas começou a caminhar e nós o seguimos para o local, entramos no local e eu fiquei até preocupada vendo as caras que o garotos faziam
── O que aconteceu? - Perguntei ── Até parece que estão em um enterro.
── Quase um. - Newt murmurou, sua expressão ainda pesada e a minha expressão escureceu conforme meus olhos passam por cada um e não encontram uma pessoa que também faz parte do conselho presente
── Contêm logo o que é, podem parar com a enrolação porque eu não tenho paciência. - Minho Exigiu impaciente
── O alby foi infectado, quando a garota acordou ela disse que aquele frasco era um tipo de cura, mas está lá em cima com ela e não quer chegar perto de nenhum cara. - Newt explicou
Minhas mãos foram até a boca enquanto me sentava na cadeira, sentia o meu corpo trêmulo, minha cabeça doeu com o que eu ouvi. Não tive nenhuma reação, era demais a ideia de perder logo o alby.
── Tem como matar ela e tomar a tal cura? - Minho deu uma opção
Essa que eu particularmente não ficaria contra.
── Nós não vamos matar ninguém. - Thomas olhou para o asiático
── Tem uma opção melhor? - Indagou cruzando os braços
── Kenzie, tenta conversar com ela. - Olhei para Thomas que olhava de volta, com alguma esperança em sua expressão ── A garota deve estar com medo de aparecer em um lugar cheio de homens, acho que sua figura vai dar mais segurança pra ela falar.
── Porque a Kenzie que tem que falar com a esquisita? - Minho voltou a questionar
── Vou fazer isso. - Falei fazendo-o me olhar de imediato, não só Minho como todos. ── Só pelo Alby, precisamos dessa cura pra ele.
── Mas ainda não confiamos na novata, né? - Gally comentou quando me levantei para sair
── Não. - Respondi sem cogitar ── Mas nós precisamos dela para salvar a vida do Alby, então vamos fingir que confiamos.
── Uma pergunta genuína, vocês confiam em mim? - Thomas perguntou nos seguindo para fora da barraca
E alguns responderam sim, outros não. Era óbvio que Gally estava no time do “Não”.
── Eu não confio em ninguém, desconfio de todos ao meu redor. - Minho respondeu
Quando chegamos, vi que o saruê finalmente parou de tacar pedras, então eu comecei a subir enquanto os garotos ficam lá em baixo vigiando.
── Quem é você? - Ela perguntou
── Sou eu quem deveria perguntar, você chegou na nossa casa tacando pedras. - Parei na frente da mesma que estava com uma faca apontada para mim
── Fica longe.
── Eu preciso da cura. - Ignorei sua ameaça falando o que eu vim para dizer
── Não vou entregar! Se alguém tentar chegar perto de mim, eu não hesitarei em usar essa faca. - Ameaçou mais uma vez
── Não me ameace! Se fizer isso, eu mesma vou tomar essa faca de você e cortar sua garganta. - Disse com tranquilidade em minha voz e olhei para baixo ── Eles não iriam chegar aqui em cima a tempo de salvar a sua garganta, então larga a faca e me entrega a cura.
A garota permaneceu em silêncio por alguns míseros segundos, e lentamente soltou a faca em frente a ela mesma, me abaixei para poder pegar e enquanto isso a vejo tirando um frasco do bolso de sua calça.
── Precisam de uma seringa. - Disse estendendo o frasco de líquido verde para mim e eu o peguei olhando curiosa
── Se lembra do seu nome? - Perguntei e ela negou com um aceno rápido ── Meu nome é Kenzie.. - A olhei pensativa, examinando-a com atenção ── E eu já vi seu rosto em algum lugar.
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