17
É todos os sonhos que nunca se tornaram realidade porque você tem muito medo de tentar. — Selena Gomez.
♥︎
Voltar para casa sem meu irmão foi muito estranho, tudo veio a acontecer tão derrepente. A dois dias atrás ele estava bem e cheio de vida, hoje morto. Meu pai voltou comigo e por mais que Lucas e João tivessem insistido para permanecer aqui comigo, eu preferir ficar sozinha.
Mamãe voltou para o seu trabalho e eu espero nunca mais vê-la na minha frente, papai assinou os papéis para doação de órgãos, com certeza seria a vontade de Diego também.
Me sento sobre o sofá ainda bastante triste, e penso novamente em Diego. Ele estava tão contente por ingressar na universidade próximo semestre, meu irmão havia trabalhado tanto para isso acontecer e agora todos os seus sonhos tiveram um terrível fim.
— Quer comer algo querida? — sou tirada do transe por meu pai parando na entrada da cozinha. Balanço minha cabeça em negativo e corro para o meu quarto, fechando a porta atrás de mim, deslizo minhas costas sobre a mesma e me permito chorar novamente.
Nada seria como antes.
O que vai ser de mim quando meu pai voltar a viajar a trabalho? Agora que Diego se foi não tem mais ninguém para se preocupar comigo, só sobrou eu mesma.
— Me desculpa Diego — digo entre lágrimas — eu deveria ter insisto que ficasse, me perdoa irmão. — eu soluçava querendo somente que essa maldita dor parasse.
Lucas entrou pela minha janela e veio até mim se sentando ao meu lado no chão. O abraço não querendo mais chorar e não querendo mais sentir essa terrível dor agonizada no peito.
— Eu não aguento mais chorar. — digo limpando minhas lágrimas.
— É bom chorar, viver o luto. — Lucas parecia entender o que eu estava sentindo e um misto de curiosidade tomou conta de mim.
Será que ele também já perdeu alguém tão próximo quanto eu?
— Meu irmão te detestava. — digo me lembrando de Diego o arrastando para fora da minha cama quando ele esteve aqui.
— Eu sei, ele me disse isso várias vezes. — sorrimos — ele achava que eu queria apenas me aproveitar de você.
— E não é isso?
— Nunca foi.
Ouve um momento de silêncio entre nós dois e desejei que estivéssemos em situações diferentes agora, eu queria poder dizer o quanto estava sendo importante pra mim ter ele na minha vida agora. Mas as palavras simplesmente evacuarão, e eu não sabia o quanto também significava para ele.
— Você diz que sou importante pra você, mas não termina com a Gabriela, por que?
— Não sei — Lucas pareceu pensativo — vai ver eu sou mesmo o babaca que todos falam..
Não. Ele não era, e por mais que eu quisesse Lucas me surpreendeu muito positivamente.
— Dorme comigo? — pergunto.
— Claro. — me abraça.
O quarto de Diego é em frente à minha porta e por mais que eu não queira mais pensar nele, eu queria entrar no seu quarto e verificar suas coisas para manter a memória de meu irmão viva dentro de mim. Mas talvez agora não seja um bom momento.
Lucas fica de pé e me ajuda a me levantar, nos deitamos sobre a cama e eu abraço Lucas contra o seu peito fazendo minha cabeça descansar sobre ela.
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Acordei em um lugar completamente iluminado, paredes e mais paredes pintadas somente de branco tomavam conta do lugar. E era só isso de que o lugar era feito, sem nada e com paredes brancas.
Caminho em direção ao nada até ver ao longe alguém caminhar em minha direção, tampo meus olhos por causa da claridade e deixo que essa pessoa venha até mim.
— Luana? — era a voz de Diego, tiro finalmente as mãos de meus olhos e enxergo meu irmão em minha frente. Ao contrário de mim, ele estava igual o lugar, todo de branco.
Abraço meu irmão e ele me abraça de volta.
— Pensei que tivesse morrido. - digo abraçada a ele.
— Mas eu morrir! — ele responde, me solto do abraço para olhá-lo nos olhos, ele só podia estar brincando.
— Como morreu se estou falando com você?
— Isso aqui é um sonho sua anta. — Até em momentos como esse Diego adorava me xingar, reviro os olhos e continuo a encará-lo — ouça, não temos muito tempo. — meu irmão toca em meu ombro — não quero que fique triste e tampouco se culpe pela minha morte, não foi sua culpa e nem de ninguém.
— Não me deixe sozinha por favor. — imploro.
— Não posso, chegou a minha hora Lua. — Diego responde e agora estou ardendo em lágrimas. — antes de partir, deixei algo na minha primeira gaveta do armário, espero que você fique bem. — meu irmão me abraça e beija o topo de minha cabeça. — Preciso ir, eu vou voltar, porém não nessa forma corpórea.
— Diego — exclamo quando acordo.
Lucas acordou assustado e me olhou.
— Calma, foi só um sonho. — ele diz.
Me lembro do que meu irmão me disse no sonho, me levanto tropeçando na bagunça do meu quarto e vou em direção ao quarto dele. Seja o que for, eu não posso esperar para saber.
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