PARTE 2 - CAPÍTULO 1- O RECOMEÇO
Rebecca's POV
Eu poderia estar aqui suspirando, contando o quanto minha vidinha ficou agradável depois da experiência de quase morte que os Winchesters e eu tivemos, mas eu estaria com certeza mentindo.
Depois de irmos embora de Charlotte, tive uma súbita crise de rebeldia – do tipo eu-sou-capaz-de-caçar-sozinha. Então eu fugi, mas não com o Impala, lógico. Dean ficou realmente furioso quando me localizou no celular, mas Sam me entendia e prometeu que ele e o irmão não iriam me procurar. Consegui resolver um caso sem a ajuda dos dois, mas me senti tão... sozinha. Não era a mesma coisa sem minha briga corriqueira com Dean ou os olhares de Sam de "aiaiai, lá vai ela ler o diário novamente"... Então eu voltei para os dois. Sam ficou realmente satisfeito que eu estivesse viva e estivesse disposta a voltar. (Ele me contou que eu era realmente útil para pensar, o que me fez ficar vermelha de prazer.) Dean fingiu que estava muito bravo comigo e tudo mais, mas eu sabia que ele estava era feliz por eu ter decidido voltar.
Depois tivemos alguns casos não muito interessantes – adicionando um em especial em que Sam fingiu ser Gogoboy e fazer um strip e ficar de cuequinha pra mim e pra mais algumas mulheres para servir de distração para Dean pegar uma vampira. Pode-se dizer que Sammy não ficou realmente entusiasmado em tirar a roupa comigo ali, mas fez sua parte direitinho e quase que eu não fiz a minha parte direitinho – fiquei com vontade de pular em cima dele em vez de ficar lá quietinha. Mas consegui, isso que vale.
E lá estávamos nós três, em outra parada, sem notícias do Demônio de olho amarelo. Com meses de familiaridade entre nós, nessa nova configuração de família, contar o tempo já não fazia muito sentido. Acho que estávamos atrás de supostas possessões demoníacas, mas não me parecia tão interessante. Eu estava voltando do mercadinho da cidade – Dean tinha saído com seu carro para vadiar, eu tinha quase certeza e me deixou a pé pra comprar comida para Sam e para mim. Mas tudo bem, eu já estava acostumada mesmo.
Eu estava subindo as escadas, infeliz, pensando em qual sonho macabro eu teria essa noite, quando avistei uma coisa... Algo preto, abstrato, mas não uma sombra. E depois senti uma dor terrível na garganta.
Sam's POV
Eu lia um jornal local online, tentando juntar as peças do quebra-cabeça. A cidade tinha indícios de presença de demônios, mas o que os demônios iriam querer naquela cidade, no norte do Texas? Não havia nada ali.
A porta se abriu. Era Rebecca entrando com aquele sorriso lindo e feliz no rosto.
Desde que eu fiz o strip para um bando de mulheres (incluindo ela), eu ficava me perguntando se Rebecca gostou de me ver tão sem roupa como aparentava ou ela estava só fingindo para se misturar.
– Dean foi vadiar, o que quer dizer que ele vai voltar só daqui umas três horas. – Ela riu e deu de ombros. – Trouxe comida.
– Hmm. – Eu me sentei na cama, fechando o notebook. – O que tem aí?
– Lanche com muito bacon, uma Coca para mim e cervejas para você. – Ela colocou tudo na cômoda e se sentou na beirada da cama, me passando a minha parte.
– Você e a sua repugnância por cerveja – falei, abrindo uma.
Ela me olhou com cara de nojo.
– É, bebo qualquer coisa que não seja isso aí. Eca.
Dei uma risada. Era tão fácil me divertir com Rebecca.
Acabamos de comer aquele lanche delicioso em alguns minutos. A Coca dela foi junto e, logo depois, as minhas cervejas.
– Eu trouxe sobremesa! – Ela tirou da sacola um mousse de chocolate e um bombom. – Eu sei bem que você gosta de tudo o que é feito de chocolate.
– Sim, com certeza – eu disse, pegando o potinho de mousse e uma colher que ela me jogou.
– Hmm, que delícia. – Ela já estava comendo o seu bombom. Parecia mesmo delicioso. – Quer um pedaço?
– Não, não precisa...
– Não fique com vergonha de pedir... – Becca veio engatinhando na cama até chegar muito perto de mim. Prendi a respiração. – Abra a boca.
Fiz o que ela pediu e ela colocou um pedaço do bombom na minha boca. Foi uma fantasia se realizando, recebendo comida na boca – e recebendo de Rebecca.
– Bom, né? – Ela sorriu inocentemente e eu me senti mal de ter maliciado.
– Uhum. Quer um pouco do meu? – perguntei, por educação.
– Quero! – Ela acabou se aproximando mais e a adrenalina já começou a caminhar na minha corrente sanguínea. Peguei um pouco com a colher e dei na boca dela. Bem, isso também foi delicioso.
– Delicioso – Rebecca murmurou, como se estivesse ecoando meus pensamentos. – Opa, tem um pouquinho perdido aqui.
Ela segurou suavemente o meu rosto e se aproximou: O rosto a menos de cinco centímetros do meu. Nossos olhos estavam conectados. Os dela pareciam arder em chamas, como se ela estivesse se segurando para não fazer alguma coisa. E então ela se aproximou ainda mais e passou a língua pelo meu lábio inferior. Fechei meus olhos e não consegui conter um arrepio.
– Delicioso – repetiu, se afastando um pouco, mas ainda me olhando nos olhos.
Não sei quanto tempo se passou, mas ficamos ali nos encarando. Eu, sem reação. Ela, como se estivesse travando uma luta interior.
Finalmente, algum de nós fez alguma coisa.
– Sammy – suspirou, chegando mais perto. Ela encostou seu corpo no meu e meus olhos ficaram confusos. O que Rebecca estava fazendo?
– O que é isso? – Eu segurei os seus ombros.
– Sam, vamos aproveitar que Dean vai demorar... Eu quero isso faz algum tempo. – Dito isso, ela me beijou, colocando uma perna em cada lado do meu corpo.
Eu queria também, mas era errado. Então, o que eu fiz?
Retribuí o beijo, me entregando ao desejo que me consumia. Puxei sua cintura ainda mais, para que ela grudasse sua parte íntima em meu membro já ereto. Minha mente estava vazia e eu só sentia fogo. O único pensamento que passava pela minha cabeça era que eu precisava transar com Rebecca.
– Assim – ela gemeu no meu ouvido, arrancando minha camisa. Ela acariciou minha barriga, subindo para meus braços e para minha nuca. Depois fez o caminho inverso até parar no zíper da minha calça. – Você também quer, não quer? – Ela mordeu o lóbulo da minha orelha, como se essas preliminares fossem extremamente divertidas para ela.
– Sim. Eu quero.
Ela desceu o zíper. Eu a ajudei a tirar a minha calça e logo depois tirei sua blusa.
Acariciei suas costas enquanto ela fazia uma trilha de beijos pelo meu pescoço e colocava a mão por dentro da minha cueca. Eu pude sentir a cicatriz (imensa) que os Daevas fizeram nela e trinquei o maxilar. Nunca mais a colocaria em risco, nunca.
Mas não pude ficar pensando nisso por muito tempo, porque ela começou a excitar o meu membro e eu soltei um gemido.
– Eu também não estou mais me segurando. Vamos acabar logo com isso – murmurou, se levantando o suficiente para tirar o restante de suas roupas.
Rebecca tirou o sutiã bem lentamente, me encarando firme e profundamente. Eu sabia que ela estava provocando.
Depois que o tirou, pegou calmamente as minhas mãos e as colocou em seus seios. Dei um gemido duplo, porque, no mesmo momento, ela se sentou sobre mim e começou a mexer o seu corpo, encaixando-se no meu. Eu apertei os seus seios e ela também soltou um gemido.
– Sam...
Ela era experiente, eu tive certeza disso naquele momento. O jeito com que movimentava o seu quadril, explorando os pontos de maior prazer de nossos corpos, era maravilhoso. Ela acariciava meu tórax e mordia o lábio de um jeito que me deixaria louco se eu já não estivesse fora de mim. Rebecca começou a subir e descer mais rápido, deixando claro que por estar por cima ela estava no comando da situação. Eu estava chegando ao ápice do prazer e podia senti-la chegando também. Seu corpo tremia descontroladamente e ela já não mais segurava os gemidos.
– Becca – sussurrei, no último momento.
Ela se deitou ao meu lado, rindo.
– Foi maravilhoso, Sammy. Você é o melhor.
Rebecca me beijou, segurando forte os meus cabelos. E eu retribuí, tentando ignorar a culpa que me inundava.
Eu impliquei com Dean todo esse tempo porque ele dava em cima dela e lá estava eu, tranquilo, tendo acabado de transar com ela.
Mas foi ela quem me procurou, certo? Certo. Mas eu havia permitido. E foi errado. E maravilhoso.
– Foi maravilhoso – concordei, abraçando-a.
– Eu esperava por isso tanto tempo, Sam. Você nunca havia me dado uma chance – reclamou, rindo.
– Eu não sabia que você também queria isso – me defendi, nunca soltando minhas mãos da cintura dela.
– Sabia sim. Mas sempre me rejeitou. Isso magoa. – Ela deu uma risada de escárnio.
Aquela risada não pertencia à Rebecca, não podia. Era muito sarcástica – no mau sentido. Era como se tudo o que tinha acontecido naquela noite entre nós tivesse sido uma brincadeira. E Becca não trataria nossa relação com tanto desprezo.
Pensei um pouco nas palavras que ela proferiu e cheguei a uma conclusão. Só podia ser isso.
Mas e se não fosse?
Bem, era melhor testar.
– Por que está se vestindo? – perguntei, quando reparei que ela já estava fora da cama colocando suas roupas.
– Vou sair.
– Não, eu quero mais. – Tentando não soar muito falso, eu me levantei e a abracei, beijando seu pescoço.
– Ah, é? Me diz o quanto você me quer, Sammy. – Ela me abraçou de volta, não percebendo a minha jogada.
Eu a conduzi a certo tapete, que sempre colocávamos nos quartos de hotéis em que ficávamos por precaução.
– Não se engane. Eu nunca quis, nem vou querer você – falei, empurrando-a e saindo dos limites do tapete.
– O que foi? – Rebecca franziu seu cenho e tentou vir até mim, mas não conseguiu sair.
– Você sabe do que estou falando. – Me abaixei e mostrei para ela uma parte do verso do tapete, onde havia um pentagrama desenhado.
Ela revirou os olhos.
– Sam, você está sempre me rejeitando.
Os olhos castanhos de Rebecca foram substituídos por um preto que os preencheu totalmente.
Eu tinha acabado de colocar uma roupa e amarrado o demônio em uma cadeira quando Dean atravessou a porta.
– Não chorem, eu já cheguei! – Ele veio rindo e jogou as chaves na cômoda antes de examinar a situação. – Que porra...
– Dean! Ah, Dean! Sam enlouqueceu! Me solte! – O demônio usava a melhor voz assustada de Rebecca. Dei um grunhido.
Dean me encarou.
– Vai lá e joga um pouco de água benta nela para conferir. – Dei de ombros.
Foi o que ele fez, com muita desconfiança. O corpo de Rebecca começou a soltar fumaça e o demônio gritou.
– Quem? – Dean perguntou de cenho franzido.
– Meg – respondi, olhando nos olhos negros no corpo de Becca.
– Admitam que já estavam com saudades de mim. – Ela sorriu, um sorriso perverso, o mesmo que denunciou sua presença naquele corpo.
– Morrendo de saudades – ironizou Dean. – O que você quer agora?
– Ah, eu já consegui o que eu queria. – Ela desviou o olhar de meu irmão para mim e sorriu. – Consegui fazer com que Sam caísse na tentação e possuísse esse corpo tão atraente.
Dean olhou diretamente para mim como se estivesse esperando que eu desmentisse.
Não desmenti.
– Sam, você transou com Rebecca? – Seu tom de voz estava incrédulo. Não consegui sustentar o olhar. – Não acredito! – Ele coçou a cabeça. – Você sabia que ela estava possuída?
– Não! – respondi, fazendo uma careta.
– Menos mal. Meg, você queria consolidar sua estranha relação com Sam só porque ele sempre rejeita você?
Olhei para Dean e depois para Meg.
– Não é só isso, idiota. Sabe, Dean, eu nunca gostei de você. Sua visão é tão limitada... Você não sabe o que está em jogo, é muito mais do que só o meu desejo por Sam. E por falar nisso, você é fantástico, Sammy.
Trinquei o maxilar. Só não voei para cima dela porque ela estava possuindo Rebecca e eu nunca bateria em Rebecca.
– Eca, não quero detalhes. – Dean pegou o livro e, antes de começar a exorcizá-la, disse mais uma vez: – Eca.
Rebecca's POV
Assim que o demônio saiu do meu corpo, eu comecei a chorar.
Era uma reação estranha, mas a única que eu consegui ter. Eu tinha consciência de Dean e (principalmente) Sam me soltando, mas eu só conseguia chorar.
O demônio havia me usado, usado meu corpo, para usar Sam também. Se alguma vez havia passado pela minha cabeça que eu ia dar para um dos Winchesters, nunca foi daquele jeito.
– Pronto, Becca – Sam me disse, pegando minhas mãos.
Cara, eu havia acabado de transar com aquele garoto. Da minha parte, só porque eu estava possuída. Mas ele não estava possuído e estava bem ciente do que estava fazendo. Mesmo assim, eu estava me sentindo ainda mais próxima a ele. Não era como se o que tinha acontecido entre nós tivesse me feito ficar na defensiva... Era como se eu descobrisse que Sam era uma pessoa com que eu sempre poderia contar, por mais estranho que pareça.
Então, naturalmente, eu me levantei e me joguei diretamente nos braços dele.
– Calma, já passou. – Ele me puxou para a cama, me sentando ali. Era fofo o jeito que ele afagava meus cabelos, tentando me fazer parar de chorar.
– O que foi, Becca? – Dean perguntou. – Todos ficam abalados quando são possuídos, mas você está muito mais do que abalada.
– Ela me usou! – Eu escondi o rosto no peito de Sam. – Ela usou meu corpo. Usou Sam.
– Você sabe o que ela queria? – Como sempre, Dean foi profissional, direto ao assunto.
Já Sam, que era o único ali que estava realmente preocupado comigo, me abraçou.
– Ela queria um filho – sussurrei.
Dean engasgou. Sam puxou meu rosto de um modo que pudesse olhar bem nos meus olhos.
– Um filho?
Assenti com a cabeça.
– Pensa, Sammy. Você tem sangue demoníaco. Eu tenho sangue demoníaco. Nosso filho seria incrivelmente poderoso – falei, pensando em como seria um filho meu e de Sam... Ele seria lindo, com cabelos castanhos escuros e olhos grandes e bonitos. Teria covinhas, iguais as do pai...
Dean interrompeu meu devaneio.
– Mas ela conseguiria um filho só se vocês não tivessem se precavido e... – Ele soltou um gemido de nojo. – Não acredito que estou aqui discutindo a segurança do sexo de vocês.
– Então vamos esquecer – sugeri. Era o que eu queria fazer.
– Não, isso é sério. Eu não estou exatamente mais animado que você para continuar falando desse assunto, mas é necessário. Infelizmente.
– Meg me pegou de surpresa – Sam disse depois que um pequeno silêncio.
– Isso significa que foi sem camisinha. Eca. Enfim, Becca, você usa...
– Anticoncepcionais? Não. Nunca usei. Mas não precisamos nos preocupar com um filho saído de mim. Aquele demônio provou que não sabe nada sobre mulheres. Não estou no meu período fértil.
– O que isso quer dizer? – perguntou Dean.
Revirei meus olhos.
– E você provando que também não sabe nada sobre mulheres – reclamei.
– Mas eu sei – falou Sam. – Tem um período em que a mulher não corre o risco de engravidar. Porém, nem sempre é tão exato. Não dá para saber exatamente.
– Eu sempre sei exatamente. Minha menstruação é regular. Com a tabelinha dá para saber os dias. Satisfeitos? Nada de bebê Winchester. – Cara, eu não acredito que eu estava tendo essa conversa com eles.
– Ótimo! Nossa, que noite! Que tal umas cervejinhas? – sugeriu Dean.
– Você sabe que eu odeio cerveja. – Torci a boca. Meg usou esse assunto para enrolar Sam, para fazê-lo pensar que eu era eu, normal e não possuída. Nós dois trocamos um olhar silencioso.
– Tá, umas cervejas e uma Coca-Cola. Vou lá buscar. Algo me diz que vocês meio que precisam conversar.
Dizendo isso, ele saiu e Sam e eu ficamos a sós.
O silêncio que se seguiu foi extremamente desconfortável. Eu não tinha nem coragem de olhar na cara dele, imagina só começar a conversa...
– Becca, você precisa me desculpar. – Bem, Sam era mais corajoso que eu.
– Pelo quê? – Levantei o olhar e acabei me prendendo em seus olhos castanhos.
– Pelo que aconteceu. Eu não devia ter permitido... Se eu tivesse dito não, não teria acontecido. O culpado fui eu. Você estava possuída, não tinha controle sobre o que era feito do seu corpo. Eu não. Eu quis.
Naquele momento, quase pulei nele. Ele quis. Por que diabos ele estava se desculpando? Caramba, eu também queria! Mas não na situação em que aconteceu. Eu me sentia atraída por ele, mas ter que assistir tudo acontecer entre a gente de fora, com um demônio usando meu corpo, tinha sido um pesadelo.
Logicamente, eu não disse nada disso a ele. Se ele estava se desculpando, é porque ele não queria que tivesse acontecido, certo?
– Tudo bem. Meg se jogou para cima de você. Qualquer homem faria a mesma coisa. – Não completei o que eu queria falar, que era: "seria mais traumático se fosse com outro homem".
Ele sorriu para mim.
– Amigos de novo? – perguntou.
– Sim – respondi.
E, com um abraço, o assunto morreu entre nós dois ali mesmo.
Infelizmente, não morreu entre Dean, que insistia em me lembrar do acontecido sempre que podia.
A semana após aquela noite foi um inferno. Dean simplesmente não falava em outra coisa. Estávamos lá ainda para caçar os demônios, mas eles sumiram depois que Meg me possuiu e me usou para seduzir Sam. Era tudo como se tivesse sido um ardil, uma armadilha perfeita para nós.
"Vocês não fizeram nada impróprio no banheiro, né?", provocava Dean. "Eu é que não vou dormir na cama do meio".
– Tá, Dean, que seja. Dá para você esquecer esse assunto? Que porra! – reclamei.
Ele me olhou.
– Nossa, tudo bem.
– Vamos embora. Já não tem mais nada nessa cidade. – Eu peguei minha mala e saí do quarto, deixando os dois para trás.
Sam's POV
– Você não deveria fazer isso com ela – falei, pegando a minha mala.
– Ah, não. Você não vai começar a dar uma de namoradinho dela, né? Que saco.
– Só estou falando.
– Espera aí, precisamos conversar. Não tivemos tempo essa semana. – Dean me puxou de volta para dentro do quarto quando eu estava saindo.
– O que foi?
– Cara, você é um desgraçado filho da puta. Ficou com aquela porra de papinho que Rebecca seria da família e tudo mais, mas na primeira oportunidade foi lá e transou com ela. Você é hipócrita, Sam. Pronto, era isso. Vamos embora. – Acabando, Dean pegou a mochila dele e saiu pela porta.
Eu mereci essa, mereci mesmo.
Rebecca's POV
– Nossa, mas vocês demoraram, hein? – reclamei.
– A gente estava trocando umas idéias. – Dean deu de ombros.
– Sobre o quê?
– Sobre você ser tão gostosa sem roupa quanto é com roupa. – Dean balançou as sobrancelhas e eu desviei o olhar, super irritada.
– E agora? Para onde vamos? – perguntei diretamente a Sam.
– Aqui perto ouvi falar de um trecho de uma estrada que é assombrado. Vamos lá dar uma olhada.
– Como assim assombrado? – Não fazia sentido para mim.
– Todo ano, em uma mesma data, que é na próxima semana, um homem pede ajuda para achar um relógio que sumiu na beira da estrada. E quando a pessoa vai ajudar, o cara some.
Fiz uma careta.
– Odeio fantasmas.
– Você tem medo de fantasmas? – Sam e Dean começaram a rir de mim.
– Não medo, bobinhos, só aflição – me defendi, mas eles não acreditaram, porque caíram novamente na risada. Demoramos dois dias para chegar ao local, mas, quando chegamos, ficamos surpresos.
Tinha um casarão abandonado (mas em ótimas condições) lá na beira da estrada. E tinha um galpão ao lado, do tipo que se abrisse um bar ali teria sucesso.
– Ah, ótimo. Quero ver a gente achar um relógio aí dentro – murmurei.
– Vamos verificar o lugar. – Dean estacionou o carro em uma parte discreta nos fundos e entramos silenciosamente. Por incrível que pareça, a casa estava ainda em melhor estado por dentro. Estava limpa. Tinha todos os móveis bonitinhos. Tinha louças. A água era encanada e estava funcionando. Tinha gás. Tinha energia e luz.
– Alguém deve morar aqui – falei.
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