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CAPÍTULO 8- O GRANDE FINAL

Sam's POV

Rebecca estava do outro lado do balcão, no bar de David. Eu estava sentado em uma das mesas, admirando de longe. Ela não me conhecia, mas eu amava ir ali só para ficar a olhando horas e horas, observando cada detalhe do rosto dela, cada gesto, cada sorriso. Aquela garota não sabia quem eu era, muito menos sabia que eu era completamente apaixonado por ela.

Ela me viu e já estava vindo me atender quando alguma coisa aconteceu.

A voz fina de uma mulher invadiu o meu sonho, desviando minha atenção. Quando olhei em volta, o bar de David e até mesmo Rebecca haviam sumido. Eu estava parado em frente a uma casa que eu nunca havia visto antes, mas eu sabia que a voz vinha de dentro dela.

Observei todos os detalhes daquele local, já sentindo alguma coisa estranha. Meu sonho não mudava de uma hora para outra desse jeito.

Depois de guardar tudo na memória, me aproximei da casa, espiando pela janela. O que eu vi me deixou com arrepios.

Rebecca estava sentada normalmente em uma cadeira, olhando para uma garota loira que estava sobre a mesa de costas para mim. Elas conversavam fazia algum tempo, dava para ver, e parecia que Becca não estava gostando muito do que elas estavam falando. Foi então quando eu comecei a realmente ouvir o que elas estavam dizendo.

– Você é cruel – Becca disse, o rosto retorcido em ódio.

– Eu sei... E isso faz minha fama, não? – A loira deu de ombros.

– Eu sou uma armadilha para os Winchesters, né?

A loira suspirou.

– Você é a mais esperta também... Rebecca, eu invejo Sam, viu? – Franzi o cenho quando vi que a loira me conhecia e me invejava. – Ele tem sorte de ter você como namorada. Logo ele já estará aqui, não se preocupe.

– Eu não o quero aqui! Ele não pode vir. Por favor, faça o que quiser comigo, mas não machuque meu Sam! – Becca gritou, parecendo realmente desesperada. Algumas lágrimas começaram a cair do rosto dela e todos meus instintos gritavam para que eu a ajudasse. Eu não a queria sofrendo! – Sam, não...

Nesse ponto, a loira se virou para mim na janela como se soubesse que eu estava ali o tempo todo. Ela sorriu, colocando o dedo indicador sobre a boca, pedindo silêncio. Foi quando eu vi seus olhos...

Amarelos.

– Rebecca! – gritei no sonho, mesmo sabendo que ela não ia me ouvir. Então eu percebi que gritei na vida real também. – Dean!

Dei um pulo da cama, colocando a primeira troca de roupa que eu vi, sem me importar com mais nada no mundo. Rebecca estava correndo perigo!

– Que diabos você está armando? Eu estava quase dormindo... – Dean começou a reclamar assim que abriu a porta do meu quarto, mas se calou quando viu que eu estava me trocando que nem um louco. – O que aconteceu?

– Eu tive um sonho, mas acho que não é bem um sonho.

– Conte-me – pediu.

– Não temos tempo... Becca... – Eu comecei a passar a mão no cabelo, completamente desesperado.

– Sam! Se controla. Precisamos pensar antes de agir. Me conte.

Sentei na beirada da cama, balançando a cabeça como se para acordar de um pesadelo.

– O demônio de olho amarelo pegou Becca para servir de isca para nós – consegui falar. – Temos que ir. Eu sei o endereço.

– Mas, Sam... Desse jeito, vamos cair certinho na armadilha, como ele quer.

– Dean, presta atenção! É Rebecca lá. Não é alguém qualquer, é a garota que eu amo! Ele já matou uma, não vou deixá-lo matar outra. Prefiro ir lá e morrer a deixá-la nas mãos dele. – Totalmente insano, eu já fui pegando a chave do carro e correndo em direção ao Impala.


Rebecca's POV

– Por que essa armadilha do nada? – perguntei, desistindo de pensar que eu tinha alguma chance de fugir.

– Ah... Vocês vêm me procurando há tanto tempo, decidi aparecer. – Vendo que fiquei em silêncio e que não acreditei em uma palavra do que ele disse, ele suspirou. – Tá, esqueci que você sabe quando estou mentindo ou não. Ser a filhinha especial dá capacidades a você também. Enfim, é que você sabe que eu tenho muita curiosidade para ver como ficaria a sua genética junta com a de Sam, mas tem alguém atrapalhando o meu sonho de se realizar...

– Aff, aquela coisa do meu filho com Sam de novo? Desiste, Alastair. Eu não quero crianças.

– Bem, mas é mais fácil você decidir ter uma família com Sam quando não tiver um certo cunhado te seduzindo... – Ele olhou para as unhas bem feitas de Amanda, como se só tivesse feito um comentário qualquer.

– Não! Você não vai machucar Dean...

– Querida, você não manda em mim. – Ele deu de ombros.

– Não! – Comecei a me mexer na cadeira, tentando sair, quando a porta se abriu com Sam. – Não! – gritei para ele.

– Meus convidados começaram a chegar! – O demônio de olho amarelo bateu palmas e Sam ficou preso à parede. – Pode ir dar um beijinho nele, querida.

– Sammy! – Consegui sair da cadeira e corri direto para ele, pegando seu rosto entre as mãos. – Por que veio? Dava para ver que era uma armadilha!

– Eu cairia em mais mil armadilhas por você, meu amor – disse, tentando dar um sorrisinho.

Antes que eu ou Alastair conseguíssemos dizer alguma coisa, a porta se abriu de novo e Dean apareceu.

– Pessoal, obrigado mesmo por responderem o meu convite. – O demônio de olho amarelo prendeu Dean na parede com a outra mão, antes que ele conseguisse atirar nele ou algo do tipo. – Está vendo, filhinha? Sam é o cara para você. Você tem que esquecer Dean.

Fiquei vermelha na hora. Como Sam interpretaria as palavras de Alastair? Afinal, ele não estava bem ciente que eu o traía com o irmão.

– Querida, não fique envergonhada... Ter dois homens não é uma coisa vergonhosa. Aposto que os dois aqui amam ter você, mesmo que em comum – ele continuou, me martirizando.

Não consegui olhar para Sam. Dirigi meu olhar para Dean e ele só estava com uma careta de raiva para o demônio.

– O que você quer? – gritei, segurando o choro. – Por favor, fala logo e para com seus joguinhos.

– Ah, se minha filhinha preferida está pedindo, então vou fazer o que ela quer... – Ele se aproximou de mim e me abraçou. – Nada contra você, Sam, mas Becca sempre foi minha preferida. Sempre.

Me retraí com seu toque, o que deixou Alastair "magoadinho".

– Não faz assim, querida... Já estou chegando na hora H da minha festinha. – Ele me virou de frente para ele e me deu um beijo, o que foi totalmente repugnante, visto que ele estava no corpo de minha melhor amiga.

– Primeira vez que um beijo entre mulheres não me excita – Dean brincou, o que era bem típico dele.

Alastair deu uma risadinha, achando totalmente irônica a situação.

– É, mas foi só um beijinho de consentimento. Rebecca, amore meu, agora eu te dou o poder da escolha: Está vendo aqueles dois caras na parede? – Ele pegou meu rosto e me obrigou a olhar para os Winchesters. – Eu vou deixar um deles vivo para você.

– Co-como assim? – choraminguei, não gostando do que ele estava falando.

– Você vai até o cara que você quer que eu deixe vivo. Não, não vou deixar os dois para você. Está na hora de você fazer sua escolha.

– Você não pode fazer isso! – gritei. – Não é justo me pedir para escolher.

– Bem, se você não escolher, eu faço isso para você. E eu acho que você já sabe qual eu escolheria. – Ele deu de ombros, me jogando para os dois irmãos que me olhavam desesperados.

Olhei para Sam primeiro. Ele me encarava normalmente, só sem saber o que fazer. Ele não parecia ter raiva de mim por causa da traição, mas, mesmo assim, eu tinha vergonha de mim mesma. Então desviei o olhar para Dean, que sorria para mim. Então eu entendi o que tinha que rolar.

– Dean... – Eu fui para o lado dele, pegando em sua mão. Seu polegar apertou suavemente a palma da minha mão, um código só nosso. Ele fazia isso durante o dia para falar que queria me ver a noite, de modo que era um gesto simples que Sam não sacaria. Na hora, eu entendi o plano de Dean.

– Você tem certeza que vai escolher esse Winchester? Você sabe que você só é apaixonada por ele, não sabe? Sabe que quem você ama de verdade é Sam, não sabe? – Alastair perguntou, olhando Dean com desdém. – Paixões passam, amor não.

– Eu sei.

– Hmm, filhinha... O problema é que eu quero mesmo é que Sam sobreviva, você sabe. Então nunca foi sua escolha. Não é Dean que eu vou deixar viver para você.

Enquanto ele dizia isso, eu enfiei minha mão por baixo da blusa de Dean, tocando um objeto que valia mais do que diamante naquela hora. Era o objeto que definiria o curso das nossas vidas por ali.

Eu sabia que Alastair deveria ter pensado sobre isso, mas ele não achava que eu faria alguma coisa com ele porque ele estava no corpo de minha melhor amiga. Ele não acreditou que eu teria coragem ou, até mesmo, ousadia.

Ele realmente deveria ter tomado mais cuidado comigo.

Tirei a Colt que estava debaixo da camisa de Dean (e presa na cintura da calça) e mirei direto para a cabeça de Amanda.

– Tchauzinho, papi.

A última coisa que o demônio de olho amarelo pôde fazer foi arregalar seus olhos. Ele não teve tempo de deixar o corpo. Então a bala o acertou.

O corpo de Amanda caiu no chão, se debatendo conforme Alastair ia morrendo dentro dele. Depois de alguns segundos, portanto, ele estava morto. E Am também.

Ainda bem que na hora de atirar eu não estava pensando racionalmente, porque o medo de perder Dean era enorme. Se eu tivesse pensado um pouquinho só, eu não teria atirado nela.

– Am! – gritei, abraçando o corpo, vendo que ela não tinha mesmo pulso. – Am...

Fiquei choramingando por algum tempo até Sam aparecer e me abraçar. Eu havia matado minha melhor amiga. Tudo bem que era por "uma boa causa", mas mesmo assim eu a havia matado.

Ela vai estar mais feliz agora com Richard... A vida dela era muito solitária, eu pensava, tentando aliviar a culpa, mas eu não conseguia.

– Você foi muito corajosa, Becca. Estou orgulhoso de você, meu amor – Sam sussurrava no meu ouvido, sendo fofo como sempre.

Eu não merecia isso. Eu havia traído aquele garoto. Ele tinha que estar puto comigo.

– Becca, não fica assim. Vamos beber muito hoje. Amanhã você vai ver que tudo vai estar melhor – Dean também começou a falar depois de um tempo, quando eu não quis largar o corpo de Amanda.

Eu também não merecia aquela fofura dele. De jeito nenhum. Eu havia matado alguém.

– Me deixem! – Eu me levantei em um pulo, soltando dos braços de Sam. – Eu a matei! Eu não mereço nada de vocês!

– Becca, mas é normal isso na nossa vida, meu bem... A gente tenta exorcizar, mas em casos como esse, não tem como... – Sam me olhou com pena.

– Que seja. Não mereço vocês mesmo assim. – Saí da casa, correndo com tudo para o carro de Amanda. Dei a partida. Não, eu não ia ficar com o carro dela, mas eu precisava chegar até a rodoviária.

– Rebecca, para onde você vai? – Sam perguntou, batendo no vidro do carro.

– Deixe-me ir – respondi simplesmente, fazendo o carro andar.

Eu deveria ter ajudado a enterrar o corpo de Amanda certinho, eu pensava, com a testa encostada no vidro do ônibus, os olhos fechados, os pensamentos à mil. Eu deveria ter demonstrado respeito.

O carro dela estava estacionado na frente da rodoviária, com as chaves dentro. Eu tinha tido o cuidado de tirar tudo o que indicava a quem o carro pertencia. Logo, logo ele seria guinchado e leiloado.

Em menos de cinco horas, eu estaria de volta a Natalia, a minha cidade natal, onde tudo começou. Eu estava ansiosa para encontrar Nicholas e saber das novidades.

A gente tinha se falado há uma hora por telefone. Eu ainda estava na rodoviária, esperando o ônibus, e peguei o troco do meu jantar para ligar para ele.

– Alô? – A voz de Nich parecia mais agradável do que a nossa despedida.

– Nich? – perguntei, apesar de saber que era ele mesmo. – É a Rebecca.

– Rê! Está tudo bem com você? Você está bem? – desatou a falar, preocupado, o que era muito típico dele.

Dei uma risadinha.

– Eu estou bem, sim. É que... Eu estou voltando para a cidade.

– Para sempre? – perguntou.

– Hmm, não sei, mas por tempo indefinido.

– Tudo bem. Quando você chega?

– Em umas seis horas... Meu ônibus sai daqui a pouco.

– Vou te pegar na rodoviária quando você chegar, tudo bem?

– Tudo bem. – Segurei o choro, me confortando com o carinho incondicional daquele garoto. Eu o amava, um amor puro, talvez mais puro do que o por Sam. Era mais puro tipo... amizade. – Até mais, Nich...

E em breve eu estaria lá e eu nem sei para quê. A única coisa que eu sabia era que eu precisava de um tempo de Sam, de Dean, da caça, das lembranças...

Graças aos Céus, eu consegui dormir durante a viagem. Também, com o tanto de coisa que eu tinha na cabeça, foi uma dádiva esse tempo de descanso.

Assim que desci do ônibus, encontrei Nicholas à minha espera. Estava quase amanhecendo de tão tarde que estava e mesmo assim ele ainda estava sorrindo só de me ver, parecendo nem estar com sono.

– Desculpe atrapalhar você – pedi, quando me aproximei.

Ele não disse nada, só me abraçou super forte.

– Nem comento nada sobre o que você acabou de falar – disse. – Cadê suas coisas? Suas malas? Você foi embora com tudo o que tinha...

Dei de ombros.

– Bem, acho que não tenho mais nada agora.

Ele ignorou essa parte esquisita e foi me levando para seu carro, animado, contando sobre tudo. Ele me levou para ver um monte de lugares que eu sentia saudade, me levou para comer a comida da sua mãe (que eu amava de paixão). E depois me levou para a casa dele, para descansarmos.

Vários dias se passaram, vários. Foi muito divertido e, sim, consegui deixar de lado muita coisa que eu não aguentava mais apitando na minha cabeça. Eu tive bons tempos com ele, tempos reconfortantes, mas que depois de três semanas, começaram a não fazer sentido mais.

– O que você tem? – Nicholas me perguntou um dia, quando estávamos sentados na beira de um lago, observando o dia lindo que estava.

– Saudades da minha nova vida – confessei. – Saudades do amor da minha vida e de um garoto irritante. Saudades da confusão em que eu estava metida e que eu preciso resolver.

– Você veio para fugir um pouco disso tudo, não é? – falou, torcendo a boca.

– Acho que sim.

– Mas isso é errado. Essa nova vida se tornou parte de você. E não dá para fugir de quem a gente é.

Eu o encarei, vendo a veracidade de suas palavras.

– Verdade, Nich... Você está completamente certo.

Eu me levantei que nem louca, levando-o comigo.

– Para onde você vai? – gritou, duvidando da minha sanidade.

– Eu vou voltar para a minha vida! Me leve para a rodoviária. – Saí rindo, percebendo que ia ter minha vida de volta.

O momento de despedida foi triste, mas eu prometi a ele que ia visitá-lo sempre que pudesse. Pelo menos ele pareceu estar feliz por eu estar achando minha felicidade de novo.

Em muitas e muitas horas, eu estava em Carolina do Norte, batendo na porta de Bob Singer.

– Quem diabos está aí uma hora dessas? – reclamou, espiando pela janela.

– Sou eu, Bobby! – gritei, me abraçando por causa do frio.

Ele abriu a porta como se não acreditasse que eu estava bem ali.

– Garota! – Ele me deu um abraço. – Entre, venha, vou te dar um café.

– Bobby, eu... eu não tenho tempo. Preciso saber onde os garotos estão.

– Calma aí, garota... Eu também não sei. Entre, passe a noite e amanhã eu ligo para eles e vejo, tudo bem?

Pensei sobre isso. Parecia um bom negócio.

– É, pode ser.

A gente conversou bastante. Ele já sabia do caso do demônio de olho amarelo, sabia que eu o havia matado. Sabia de tudo, na verdade.

– Acontece com todo mundo matar alguém próximo da gente. Eu matei minha mulher, por exemplo. Demorei muito para me perdoar – disse. – Você tem que se perdoar.

– Eu já me perdoei. Por isso estou aqui, correndo atrás dos garotos. Eu preciso deles e da minha nova vida. – Dei de ombros.

– Isso aí, garota. Agora sim.

Bob fez questão de me acordar cedinho para ligar para os Winchesters na minha frente. Ele não contou que eu estava ali pedindo a informação, só conversou com eles naturalmente. Só de ouvir a voz de Sam pelo telefone meu coração palpitou.

– Vou te levar para a rodoviária, garota. Você vai estar lá logo, logo.

E ele estava certo. Os meninos estavam em uma cidade ali pertinho, o que não facilitou o meu discurso. Eu ia ter que improvisar... Não sabia o que falar.

Mas quando cheguei ao hotel em que eles estavam, não me importei. Era Sam, era Dean. Eram meus garotos. Então bati na porta e olhei para baixo, enquanto ouvia a porta se abrindo.

Ficou silêncio por alguns segundos, até que eu finalmente tomei coragem e levantei minha cabeça. Sam me examinou cuidadosamente por um instante, então me abraçou com uma verocidade enorme. Pena que também só durou alguns segundos.

– O que há com você? – murmurou. Eu esperava essa pergunta. Eu esperava que ele jogasse tudo na minha cara e me batesse, com tanta força que eu não sobreviveria. – Machucaram você?

Confusa, analisei seu rosto: Estava pasmo, desesperado, sem nenhum traço de fúria. Isso me deixou revoltada.

– Não. – Meus olhos encheram de lágrimas. – O que há com você? Era para você me chutar daqui. Era para você me xingar de tudo, de todos os nomes existentes. Era para me acusar...

– Acusá-la? De quê? – ele parecia indignado.

Eu sorri.

– Eu sei que já faz várias semanas desde aquilo, mas você se lembra. Eu tenho certeza que você se lembra tudo o que o demônio disse.

– Eu me lembro de todas as palavras dele – afirmou, com o mesmo tom de voz.

E então eu caí no choro.

– O que foi? O que foi? – perguntou entre os meus soluços.

– Sammy... Sam, você se lembra de todas as palavras, não é?

– É.

– Então! Você o ouviu dizer a verdade, a verdade que eu queria te dizer há muito mais tempo. Eu deveria ter lhe dito aquilo...

– Aquilo o quê? – sussurrou.

Enxuguei uma lágrima.

– Que enquanto eu estava com você eu também estava com o Dean. Você deveria ter me chamado de vagabunda, deveria ter me dado um tapa na cara e perguntando o que eu vim fazer aqui e não me receber de braços abertos.

O rosto dele se enrijeceu um pouco.

– Bem, eu sabia disso há mais tempo do que você imaginava, bem antes dele falar.

Meus olhos se arregalaram.

– O quê? E por que você não tomou uma atitude? – falei.

– Que tipo de atitude? – Ele fez uma careta.

– Podia ter me dado uma bronca, coisas do tipo. Ou terminado comigo.

Sam segurou meu rosto com as duas mãos e me encarou ofegante.

– Você é livre para fazer o que quiser. Você escolhe seu destino e eu não ia interferir nele.

– Mas, Sammy. Eu não posso continuar com os dois, nem se eu quisesse.

– Eu sei – murmurou, quase inaudível. Eu tive que fazer um esforço para ouvir. Ele respirou fundo. – Então você voltou para decidir um de nós dois.

– Não – retruquei. – Eu não vou escolher ninguém.

– Então por que veio? – A voz de Sam não era rude. Dava para ouvir a curiosidade nela.

– Porque eu precisava conversar com você, eu precisava colocar tudo a limpo. Eu não conseguia dormir direito mais, pensando em como eu fui estúpida. – Eu fiquei mexendo no cabelo dele. – Você nunca mereceu isso. Eu deveria ser a garota perfeita porque eu tive a sorte de você dar bola para mim.

– Você teve a sorte de eu dar bola para você? – Ele riu.

– Não ria, Sam!

– Tá bom. – Ele tentou parar o riso. Depois de uns cinco segundos, conseguiu. Nisso a gente já estava dentro do quarto; Dean não se encontrava ali. – Bem, o que eu quis dizer com isso foi que: Dean e eu disputamos esse tempo todo você, com um monte de outros homens, e você está dizendo que você teve a sorte de eu dar bola para você.

– Você e o Dean o quê? – indaguei, com a boca escancarada.

– Quando você e eu...

– Transamos – completei.

– Isso. Quando nós transamos pela segunda vez e Dean ficou sabendo, ele ficou furioso. Desde quando encontramos você em Natalia ele sonhava em estar no meu lugar. E, bem, ele conversou comigo e eu falei que, para você ficar com ele, Dean teria que lutar bastante. Quando vocês dormiram juntos, começou tipo uma "aposta". O melhor ganhava você como prêmio.

– O quê? – gritei. – Eu era um prêmio? – Suspirei, com os dedos na ponte do nariz. – Se eu não tivesse te traído e entrado na de vocês dois, eu estaria furiosa. O que vocês tinham na cabeça? Vocês não ligaram para meus sentimentos, para a culpa que eu senti traindo você?

Sam fechou a cara.

– Desculpa, eu nem pensei nisso.

– Quando tudo isso começou? – Levantei uma sobrancelha.

– Quando Bobby ficou um tempo lá na casa, você se lembra? Naquele primeiro dia do nosso relacionamento, que eu acordei primeiro e você foi para a cozinha fazer um café da manhã delicioso para nós três – admitiu, tenso.

– Certo. Enquanto eu preparava comida para vocês, você e Dean resolveram fazer uma aposta. – Meu tom de voz continuava cínico.

– Exatamente. Mas... Eu realmente amo você, Rebecca. Amo mesmo. Tanto que eu não me importei quando você ficava com Dean porque se era o que você queria...

– Fala sério. – Revirei meus olhos.

– Tá, eu me importei um pouco. Mas fiquei aliviado quando você não me trocou por ele.

– Eu nunca te trocaria por ele. – Uma lágrima caiu pelo meu rosto. – Eu amo você, Sam.

– Então volta pra mim. Por favor, Becca, eu quero ficar com você. Nem dá para comentar o tanto que esse mês sem sua companhia foi desagradável. Sem você para nos ajudar a resolver algum caso. Sem você para dormir comigo...

– Não sei se posso voltar para a mesma situação de antes, Sammy.

– Não estou pedindo para voltar à situação de antes. Estou pedindo para voltar para mim.

– Conviver com você quer dizer conviver com Dean e isso quer dizer Dean me tentando. – Comecei a me levantar, mas a porta do quarto do hotel se abriu.

– Já acordou, Sammy? – Dean entrou rindo, com uma sacola nas mãos, que eu sabia direitinho que era o café da manhã deles. Provavelmente algum lanche com muito bacon para Dean e um copo de café preto normal para Sam. Eu sabia exatamente a reação que ele teria ao me ver. E estava totalmente certa quando ele se virou, me encarou, deixou a sacola de lado e retorceu seu rosto. – Rebecca?

– Oi, Dean – respondi, nem conseguindo sorrir. Pensei que ele ia fazer alguma gracinha ou até mesmo me repugnar, mas ele só deu três passadas enormes e me agarrou em um abraço forte.

– Becca, sentimos sua falta – disse simplesmente, me dando um carinho enorme e me senti novamente como parte da família.

– Senti falta de vocês também. Acreditem. – Eu me separei dele rapidamente e enxuguei meus olhos, na tentativa de conter algumas lágrimas que ameaçavam cair em meu rosto. Vi que não enganei ninguém, ambos os garotos perceberam que eu estava chorando.

– Você vai voltar para a gente? – perguntou, esperançoso. Vi que os olhos de Dean também estavam molhados. Então olhei para Sam e lá estavam mais dois olhos contendo as lágrimas.

– Eu... eu não tenho certeza. – Eu ia usar uma evasiva, mas já estava na hora de isso acabar. Contornei a situação por muito tempo, agora era hora de ser sincera e botar tudo a limpo. – Precisamos conversar. Nós três.

– Tudo bem por mim. – Sam deu de ombros, enquanto seu irmão ia se sentando ao seu lado, concordando com a cabeça.

– Eu fui uma vadia com vocês, com os dois. Se eu estava com Sam, eu deveria estar só com o Sam. Se eu estava com Dean, eu deveria estar só com o Dean. Mas eu estava com os dois e isso foi muito errado. E... E eu não quero mais isso, essa situação.

– Não precisamos voltar àquela situação – Sam me prometeu, calmamente, em total acordo com Dean.

– Eu não vou escolher um de vocês, simplesmente não consigo – choraminguei.

– Becca. – Dean se levantou e levantou o meu rosto, de modo que eu olhasse bem para seus lindos olhos esverdeados. – Eu sei que você ama Sam de verdade. Você sempre me deixou isso muito claro. – Dean sorriu para Sam, que olhou para mim com olhos brilhantes. – Eu sei que você será muito feliz com ele.

Então entendi suas palavras e mordi meu lábio com força, franzindo o cenho.

– Não, Dean, não quero magoar você!

– Shhh, você nem vai me magoar. Eu percebi esses dias que eu estava mantendo algo com você principalmente porque meu extinto de competição é enorme – continuou.

– E o seu ego também é enorme, não se esqueça disso – Sam interrompeu, provocando.

– Tá. – Dean revirou os olhos. – Ele é enorme mesmo.

Dei um sorrisinho tentando não demonstrar o tanto que fiquei magoada com isso. Caramba, Dean havia me dito há dois meses que sentia realmente algo por mim. E eu acreditei. Sim, eu amava Sam de verdade, mas gostava muito de Dean também, algo bem próximo de paixão. Agora ele dizia que foi tudo meramente competição... Não havia palavras para descrever a minha tristeza.

Talvez ele tenha visto tudo isso em meus olhos, porque acariciou meu rosto (de um jeito bem parecido com o que ele fazia quando eu dormia com ele) e deu um sorrisinho contido.

– Logicamente, eu gosto de você, Becca. Não pense que não. Eu gosto muito, tanto que eu até penso em você sempre. Mas acho que eu gosto de você de um jeito parecido com... família, como uma prima muito gostosa ou algo do tipo. Só acho que não é um amor tão forte quanto o de Sam, por isso estou dizendo que não vou mais te provocar, acredite.

– A gente nunca mais vai ter nada? – perguntei, convicta que ele estava brincando.

– Nunca. Você vai ser minha cunhada, minha irmã. – Seu tom de voz foi todo sério e eu me orgulhei realmente.

Sam parecia nem estar ali, de tão silencioso. Ele escutava tudo com muita atenção, não tirando os olhos de mim por nenhum segundo. Ele queria saber minha reação. Queria saber se eu estava sofrendo e se eu concordaria em ser toda dele novamente.

Tentei ignorá-lo um pouco quando respondi Dean:

– Mas... nós dois vamos conseguir agir como se aquilo nunca tivesse acontecido? – Oras, eu tive que perguntar. Não ia adiantar nada voltar a ficar com os dois e o clima com Dean fosse totalmente bizarro.

– Lógico, ué. Eu vou ser o de sempre. Sempre fui o de sempre, não é? – brincou, sorrindo e me dando um abraço. – Bem, acho que agora é você e o Sam. Se quiserem, posso... ir comprar alguma coisa...

– Não, Dean. – Balancei a cabeça, olhando para baixo, totalmente sem graça.

– Ok, então. – Ele pegou seu lanche e foi para perto de uma mesinha, fingindo estar em outro mundo. Mas eu sabia bem que ele estaria prestando atenção na conversa minha e de Sam.

E essa foi a deixa para o Winchester mais novo se aproximar de mim, pegar minhas mãos e me olhar nos olhos de um jeito bem profundo. Como sempre acontecia, me perdi naquela imensidão, como se eu conseguisse olhar diretamente a alma dele.

– Becca, eu amo você mais como nunca amei ninguém. Só quero você de volta. Você me quer?

– Eu quero. Eu amo você muito, mais do que tudo. Mas...

– Mas? – perguntou, inclinando um pouco a cabeça.

– Você não me ama como amou a Jéssica. – Naquela hora, eu tive que falar. Eu sempre tive essa sensação e, como estávamos ali falando toda a verdade, eu precisava desabafar.

Surpreendentemente, ele deu uma risada e me abraçou.

– Eu amei, sim, a Jess. Mas ela está morta e eu tenho você agora. O amor por ela já é passado. O que eu sinto por você é único.

As lágrimas caíram pelo meu rosto e eu o abracei mais forte e mais forte, como se pudéssemos nos unir para sempre.

– Eu amo você, Sammy.

– Eu sei, meu amor, eu sei. – Ele encostou seus lábios nos meus, bem calmamente, delicadamente, reatando nosso namoro e nosso amor de uma vez por todas. Eu passei meus braços pelo seu pescoço e me entreguei de alma e tudo para ele. A partir daquele momento, eu não conseguia mais imaginar minha vida sem aquele garoto.

– Hmm, se não se importam de deixar isso para depois, eu estou comendo – Dean reclamou, soando como o velho Dean que eu tanto senti saudades.

– Dean, você é absurdo! – brinquei, rindo e limpando as lágrimas de felicidade que eu deixei escapar.

– Ele é totalmente absurdo – complementou Sam, abraçando a minha cintura e beijando o topo da minha cabeça.

– Vocês que são absurdos – reclamou o outro, mas também riu.

– Senti tanta falta disso! – confessei, mordendo o lábio.

– Eu também, Becca... Senti falta da família completa. – Sam sorriu.

– Aaawn! – murmurei, dando um abraço nele.

– Nem vem que eu não vou participar do momento "família feliz" – resmungou Dean, quando olhei para ele sugestivamente.

– Você é chato demais. Já tinha até me esquecido! – Então abracei o pescoço dele com o meu braço esquerdo enquanto abraçava Sam com o meu braço direito. E desse modo, a família estava completa para sempre...

Ou não.

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