CAPÍTULO 3- CONFLITOS
Rebecca's POV
– EI! – berrou Dean. – É INJUSTO! Se eu tivesse pedido você iria deixar?
– Não. – Não precisei nem pensar para responder.
– Viu? É injusto.
– Dean, você é tarado. Sam não é.
– Você está mentindo! Você só o deixa porque já transou com ele.
Minhas narinas inflaram e meus olhos lampejaram. Dean desconhecia limites e minha paciência tinha chegado ao fim.
– Eu estava possuída por um demônio, Dean. O consentimento que deveria estar presente não existia da minha parte. Meu corpo foi usado. Quando você vai parar de jogar esse negócio na minha cara? Você é um idiota. E me magoa.
Meus olhos encheram de água devido a raiva que me consumiu e eu entrei no meu quarto de supetão, fechando a porta atrás. Eu queria gritar e tirar a raiva que formava um bolo na minha garganta.
– O que foi? – perguntou Sam hesitante. Ele não sabia se aproximava de mim ou não, com medo de que eu o batesse ou algo do tipo.
– O Dean! – confessei, limpando meu rosto com as costas das minhas mãos e evitando seus olhos.
– Argh, eu estou devendo um soco nele – disse, vindo para me confortar com um semi abraço. – O que ele fez agora que você está... assim?
– Ele não para de jogar na minha cara aquele maldito negócio. Ele não entende!
– Que negócio? – A voz dele indicava confusão.
– Quando eu fui possuída pelo demônio, que nós... Bem, você sabe!
– Dean é um idiota.
– Eu o lembrei disso agora há pouco.
Sam apertou o abraço. Parecia querer que eu parasse de chorar, desconfortável com minha voz embargada.
– Desculpa por isso, mesmo. Eu não deveria ter cedido para aquilo.
– Eu só não gosto que ele fique falando que eu ajo diferente com você por causa daquilo. Eu, tudo bem, não me sinto mais tão culpada por aquilo. Não é como se eu estivesse sob controle. Meu corpo tinha sido tomado. Claro, eu não tinha como impedir e aconteceu e não foi horrível porque, pelo menos, foi com você e não um estranho, mas eu não sou diferente com você por causa disso – desabafei. E era verdade. Não era porque transamos que eu me sentia segura com Sam, mas sim por quem ele se mostrou ser após esse acontecimento.
Contei a Sam a discussão que Dean e eu tivemos, esperando que ele entendesse o meu ponto de vista. No final, ele só pediu para que eu me tranquilizasse e não deixasse o irmão foder com minha cabeça.
Em seguida, ele se fechou no banheiro para tomar um banho e eu arrumei a cama, me jogando de costas com um suspiro. A relação de nós três – dos dois Winchesters e minha – era problemática demais. Quando um brigava com outro, o que não estava na briga amenizava. O único que não amenizou nada foi Dean, porque Sammy e eu nunca brigamos. Era fogo e gasolina.
Dei um pulo até a cozinha para beber água e lá estava Dean estava, bebendo cerveja.
– Está na hora de dormir, né, Dean. Não de beber – eu disse carrancuda. Bebi minha água correndo e ia saindo da cozinha quando Dean me alcançou:
– Fala que não é verdade o que eu te falei.
– Dean, eu não preciso dar explicações a ninguém sobre o que eu faço ou irei fazer. Eu brinquei que você é um sem-vergonha, mas a verdade é que já dividimos camas antes e foi tudo bem, tanto com você, quanto com Sam. Só para de achar que tudo gira entorno do que aconteceu quando Meg me possuiu.
Ele deu um sorrisinho cínico e me encarou; a ação foi recíproca. E depois Sam apareceu atrás de mim. Ele estava somente com a toalha amarrada na cintura e seu cabelo estava escorrendo água. Eu nem tinha percebido que fiquei tempo demais encarando Dean com cara feia enquanto o silêncio dominava. Ele não dava o braço a perder. Parece que era demais reconhecer que estava sendo um cuzão com tudo isso.
– Ah, Dean, eu te devo uma coisa – exclamou, se aproximando. Antes que eu pudesse falar algo, Sam se movimentou, rápido demais.
– O que...? – começou Dean antes de ser interrompido com um soco na cara. - AI! – gritou, com a mão no rosto. – O que é isso?
– Estou apenas cumprindo minha promessa.
O olhar de Dean me assustou tanto que eu empurrei Sam de volta para o quarto. Alguém tinha que parar os dois.
– Ele ia bater em você – falei, quando entramos, em tom de voz bravo. Eu já estava me estranhando com Dean, não precisávamos que Sam também comprasse briga com o irmão. Nossa vida ficaria impossível.
Sam deu de ombros, orgulhoso. Homens e seu orgulho. Uma coisa que eu nunca entenderia. Balancei a cabeça, revirando meus olhos.
– Agora vamos dormir – sugeri, querendo botar um fim nesse dia de altos e baixos tão louco.
– Bem, eu preciso me trocar – disse Sammy, mostrando o corpo enrolado em apenas uma toalha. Desviei o olhar. Convivíamos em ambientes pequenos com pouca roupa o tempo todo, nós três, mas algo no clima daquele dia estava diferente: a atuação na frente de David, a briga com Dean, estar a sós com Sam naquele quarto...
– Quer que eu saia? – sugeri, sentindo meu rosto queimar.
– Não, não precisa.
– Quer que eu tampe minha cabeça com o cobertor?
Ele deu uma risada, mostrando os seus lindos dentes. Estava de bom humor, apesar de tudo o que tinha acontecido.
– Eu me troco no banheiro.
– Ah, é claro! – sussurrei. Óbvio.
Ele pegou suas roupas e foi para o outro cômodo. Eu suspirei, me controlando para não hiperventilar. Sam era irresistível. E mais rápido do que eu poderia imaginar Sammy voltou, com uma camiseta e uma calça de abrigo. Eu levantei as sobrancelhas.
– Você vai dormir assim? Estou me sentindo até vulgar agora – confessei. Ele não costumava dormir pelado ou apenas de boxer (Dean sim e era engraçado e desconfortável toda vez, mas eu superaria isso, um dia). No entanto, Sam usava samba-canção, sem camiseta ou de regata quase sempre. Abrigos eram novidades.
Ele sorriu.
– Bem, não queria que você ficasse desconfortável comigo seminu – brincou.
– Na verdade – comecei. –, prefiro você seminu.
Ele deu uma gargalhada, me encarando com descrença.
– É verdade! Me incomoda saber que você está dormindo assim só porque está dormindo na mesma cama que eu. Com você todo vestido assim esquisito é como se eu estivesse tirando sua privacidade. Não é como se nunca tivéssemos compartilhado cama.
Ele continuou me olhando, como se esperasse mais argumentos.
– Não está convencido? Bem, eu não me importo de estar incomodando você com essa roupa. – Eu indiquei os pedaços de pano que eu vestia e chamava de pijama.
– Tudo bem. Já que você não quer tirar minha privacidade...
Ele tirou a camisa e eu me perguntei se ele era tão lindo de propósito. Sei lá, podia ser um demônio em corpo de gente – não – ou um anjo que estava me testando – provável – ou apenas um homem lindo cuja beleza eu tinha que suportar sem poder nem ao menos tirar casquinhas – grande chance. Mas eu podia tirar casquinha. Um sorriso demoníaco saiu dos meus lábios antes que eu o contivesse.
– Você apaga o abajur? – perguntou assim que se deitou ao meu lado. Foi um crime quando ele se cobriu com o edredom.
– Aham.
Eu fiz o que ele pediu e bocejei.
– Boa noite. – Eu rolei para o lado dele e dei-lhe um abraço. Deixei sem querer que minha mão escapulisse e caminhasse rapidamente pelas costas dele e me virei para meu lado de novo.
Eu realmente precisava sair com alguém. Eu estava perdendo o controle sobre meus desejos.
– Boa noite.
Deixei que se passassem dez minutos, para que ele pensasse que eu estava dormindo e rolei para o lado dele de novo. Minha respiração estava lenta – como se eu estivesse mesmo desacordada.
– Hmmmm – murmurei. Eu respirei fundo e abracei Sam. Ele enrijeceu, mas com o passar dos minutos se soltou, pensando que eu estava dormindo. Segurei o riso. Os braços de Sam me cercaram e ele respirou fundo. E então, eu dormi.
Eu acordei antes de Sam. Ainda estávamos abraçados de manhã e não pude deixar de sorrir.
Coloquei uma roupa decente, fiz a parte de higiene pessoal e saí do quarto.
Acho que não seria nada mal eu fazer um café da manhã para os garotos, né? (Sim, eu estava brava com Dean, mas não tanto. Era impossível.)
Os dois acordaram quase ao mesmo tempo. Bem, era o que eu achava pelo menos, porque chegaram juntos à cozinha.
– Olha essa Becca dando uma de cozinheira. – Dean de uma risada e Sam o acompanhou.
Agradeci internamente por eles terem se acertado.
– Eu cozinho muito bem, tá? Não reclamem. Peguem suas panquecas.
Eles ficaram muito surpresos aquela manhã, porque ficou tudo ótimo. Mas logo voltamos ao lado profissional.
– Dean, você procura o relógio aqui dentro. Sam e eu vamos lá fora.
– Por que você vai lá fora? – reclamou Dean.
Revirei meus olhos.
– Porque é mais rápido aqui dentro, o que significa que você pode ficar sozinho. Lá fora é beira de estrada e eu não vou sozinha nem a pau. Me sinto mais segura em não ser sequestrada por um caminhoneiro com Sam – justifiquei.
– Ah, mas por que eu não vou com você?
– Porque aqui dentro é mais rápido. Desculpa se eu simplifiquei para você. – Céus, tudo era tão complicado para ele. Parecia uma criança birrenta.
– É, fica quieto, Dean. Vamos, Becca. – Sam me puxou pelas mãos, antes que Dean e eu saíssemos nos tapas.
– Dean já acordou impossível – murmurei.
– Ele anda impossível. – Sam abriu a porta da frente e saímos para o dia claro que nos recebeu.
– Se o homem foi atropelado, é porque estava andando perto da pista. Vamos procurar lá primeiro – sugeri.
Ficamos meia hora como retardados andando de um lado para outro com o aparelhinho de EMF na mão, ignorando as buzinadas de alguns motoristas de caminhão. Mas nosso esforço foi justificado.
– Olha, está apitando! – Fiquei eufórica. Adorava quando tudo dava certo.
Comecei a procurar na grama algum vestígio de relógio. Foi aí que eu vi o brilho prateado.
– O que é isso? – perguntei, me abaixando para pegar o pequeno objeto jogado ali.
E era de fato um relógio. Muito estragado e tudo mais, mas tinha o sobrenome de uma família. De repente eu entendi porque o homem estava tão obstinado a procurar o relógio. Pertencia à família dele e família não é algo que a gente possa desvalorizar assim.
– Achei. – Eu mordi o meu lábio inferior, sorrindo, enquanto levantava o cordão do objeto para que Sam visse.
– Achou. – Sam sorriu para mim. – Você é fantástica, Becca.
Voltamos para dentro e demos a boa notícia para Dean.
– Vamos queimar esse troço logo então – disse ele.
Foi o que fizemos.
– E agora... acabou? – perguntei.
– Deve ter acabado. Para ter certeza, vamos ver se o fantasma aparece essa noite. Se não aparecer, acabou. – Sam deu de ombros.
– Mas a gente já pagou o aluguel desse mês – reclamei. – Já vamos embora?
– Quem disse que a gente já vai embora? Aqui é bom demais. Vamos ficar um tempinho. E, não, a gente não pagou nenhum aluguel, quem pagou foi você. – Dean sorriu para mim.
– Ah, tanto faz. Aquele dinheiro estava reservado para casos como esses.
À noite, nenhum fantasma apareceu.
– Você tem uma puta sorte, hein, garota? – Dean me deu uma leva cotovelada. – Você tem medo de fantasmas e consegue lidar com um sem ter de enfrentá-lo.
– Não tenho medo – me defendi pela quinquagésima vez. –, mas adorei não ter que enfrentá-lo.
Caímos todos na risada.
– Ei, que tal aproveitarmos as férias e chamar o Bobby para visitar nossa casa provisória? – perguntou Dean a Sam.
– Ótimo! Não o vemos faz muito, muito tempo.
Dean pegou o celular para ligar para o tal de Bobby.
– Quem é esse cara? – cochichei para Sam.
– Um cara que cuida da gente desde pequeno. Ele é caçador também e sempre foi muito amigo do meu pai. Ele era como um tio para nós, mas agora é como um pai. – Ele me deu um sorrisinho contido.
– Ah! – exclamei. Bem, isso era fofo e inusitado.
– Bob está doido para vim ver a casa e conhecer Rebecca – comunicou Dean. – Dois caçadores vêm com ele, uns antigos amigos do papai também.
– Tudo bem. Acho melhor comprarmos mais cerveja. – Sam caiu na risada.
Dean estava tão animado que saiu logo pela manhã para comprar as cervejas (eca) do povo.
– Becca, você vai me agradecer eternamente – disse, quando chegou e colocou tudo na geladeira.
– Pelo quê? – perguntei, colocando as mãos na cintura.
– Por trazer algo melhor do que Coca para você. – Ele fez suspense, mas finalmente tirou da geladeira... Umas Smirnoff Ice!
Minha boca se abriu.
– Obrigada, Dean. Você é demais. – Dei um abraço rápido nele. Destaque para o rápido.
– Eu sei. – Ele piscou para mim.
Quando anoiteceu, fui tomar um banho e colocar uma roupa mais decente. Afinal, a casa se encheria de homens e eu era a única mulher. Eles devem ter chegado enquanto isso, porque quando saí do quarto não encontrei ninguém. Antes que eu pudesse desesperar, ouvi vozes na sala. Cheguei lá de fininho e olhei lá para dentro.
Estavam Bob (eu nunca o tinha visto, mas quando olhei para a barba grisalha e para o rosto dócil daquele homem tive certeza que era ele), mais dois que eu não conhecia, Sam e Dean.
– Hmm, oi? – falei. Todos estavam rindo e se viraram para me cumprimentar.
Eu andei pela sala e me sentei na mureta. Sam estava à minha frente, encostado em uma parede e Dean estava a uns seis passos à esquerda dele. Os três outros homens estavam sentados nas cadeiras, ocupando uma mesa cheia de cerveja. Todos estavam bebendo. Franzi meu nariz. Cerveja é nojento.
– Bem, Bobby, Fred e Arthur, esta é Rebecca – apresentou Dean. – A razão de meu viver.
Eu revirei meus olhos.
– Olá, gente.
– É ela a garota de Charlotte – exclamou um dos caras.
– É, sou eu. Sou conhecida? – Arregalei os olhos. Eu não sabia que os caçadores fofocavam.
– Lógico que é. Uma garota rica, que não tinha nenhuma prática e conhecimento sobre o sobrenatural, de repente é salva pelos Winchesters e vira uma caçadora em menos de seis meses. Nesse meio tempo você aprendeu tudo o que um caçador deve saber, caçou, salvou esses dois que eu fiquei sabendo. Incrível. E você parece... sei lá, frágil, vendo desse ângulo.
– Se quiser continuar a ter essa impressão, não mexa com ela – disse Sam, fazendo uma careta.
– Você já mexeu com ela? – perguntou Bob a Sam.
– Não, mas já vi outros mexerem... E não deu muito certo. – Sammy se arriscou a dar uma olhadela para Dean. Eu ri.
– Ela quase me capou, é sério – admitiu Dean. – Mas depois eu dei um trato nela.
– Há, há – eu ri. – Até parece, né, Dean. Sam está de prova...
– Certo, eu confesso. Eu não fiz nada.
Todos riram.
– Nos conte em primeira mão o caso em que você acabou salvando os dois? – pediu o moço curioso que fez o discurso anterior.
– Eles se precipitaram e pensaram que era uma coisa diferente da coisa que realmente era. Eu fui juntando os fatos, e, bem, pesquisei no notebook de Sam e encontrei alguma coisa. Foi vantagem ter ficado em casa por isso.
– A gente se precipitou? – reclamou Sam. – Que nada. A gente pesquisou sobre o assunto por duas semanas, não tinha como não ser um lobisomem. Só você conseguiu enxergar a verdade. E foi Dean que quis ir lá naquele dia.
– É, eu sei. Dean age muito por impulso – declarou Bob.
Dean fez uma careta.
– Eu?
– Você! Quem quase matou Nicholas quando o encontrou no quarto? – falei. Não era rancor, era apenas apresentar fatos.
– Quem é Nicholas? – indagou Bobby a Sam sussurrando.
– O primeiro namorado dela depois que ela começou a andar com a gente – respondeu Sammy ainda com voz baixa. Revirei meus olhos para ele. Nich não era meu namorado.
– Lógico! Eu chego no quarto e vejo um cara lá que eu nunca vi na minha vida. Eu tinha razões – se defendeu Dean.
– Ah, não tinha não. Porque ele estava comigo.
– Mesmo assim.
– Tudo bem, discussão inútil – lembrou Bobby.
Eu respirei fundo.
– É, continuando... Sim, Dean, você age muito por impulso e seu irmão age mais pela cabeça. Ele pensa mais.
– Humph – grunhiu Dean. – Ele age muito com a cabeça de baixo, só se for.
Sam corou.
– Bem, mas isso você já sabe, né? – o Winchester mais velho jogou na minha cara.
Eu fiquei com tanto ódio que eu quis matá-lo na hora. Mas apenas trinquei minha mandíbula e falei entre os dentes:
– Idiota. Com licença, pessoal. Vou buscar algo para beber também.
Antes de sair pude ver que a cara de Sam também não estava muito boa. Ele balançou a cabeça negativamente e quando me retirei em direção ao corredor, me seguindo.
– Olha lá, gente – disse Dean. – Ele vai correndo atrás dela. Aposto que eles vão se pegar lá no quarto.
– Argh! – reclamei para mim mesma. Quanta cerveja Dean tinha bebido? Estava mais idiota do que o normal.
– Dean não tem jeito – sussurrou Sam.
Chegando na cozinha, ele me prensou na parede.
– Quanto mais você fica chateada com isso, mais ele se diverte. Você sabe, né?
Eu bufei.
– Por que ele faz isso, Sammy?
– Porque ele gosta de nos provocar. Ele é ardido.
Se Dean gostava de ser ardido, eu iria dar para ele algo que o fizesse arder de verdade. Levantei uma sobrancelha, tendo uma ideia infantil, tosca e incrível.
– Então vamos mexer com a cabeça de Dean. – Eu sorri maliciosamente, dando um rápido selinho em Sam. Seus olhos se arregalaram. – Só estou treinando.
O meu sorriso indicou que meus planos não seriam muito decentes.
Dean's POV
Sam seguiu Rebecca e eu comecei a rir. Foda-se que eu estava sendo um canalha filho da puta. Eu poderia culpar o álcool no outro dia de manhã. Na verdade, eu não precisava dele para apreciar as caras que Rebecca fazia quando a provocava, mas hoje era mesmo um fato: Eu estava totalmente embriagado.
– Parece um cachorrinho – acusei. – Aonde ela vai, ele vai. E o pior que ele é um bobo. Dorme no mesmo quarto que ela todos os dias, na mesma cama e ele não toma nenhuma atitude. Sabem como que eles transaram?
Bobby fazia uma cara de sugestão: Sugestão que eu calasse a boca. Os outros dois pareciam mesmo curiosos.
– Como? – perguntou Fred. Ele parecia interessado na Rebecca. Eu levantei uma sobrancelha.
– Só aconteceu porque Becca estava possuída e o demônio conseguiu seduzir Sam – admiti.
Arthur explodiu em risadas. Fred escancarou a boca.
– Pois é – comecei. – Talvez Sammy faça o gosto dos demônios.
Eu ri dessa vez também.
– Sabe, Dean, você não deveria se meter em assuntos que não são seus – murmurou Bobby.
– Ah, qual é? – eu disse.
– É sério. Olha, eu sei que você está agindo assim por puro capricho, mas não deveria ser tão idiota.
– O que você está falando, Bob? – gritei, fazendo uma careta.
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