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CAPÍTULO 3- COMO SER EM UMA SEMANA

Rebecca's POV

Desde que tínhamos saído da cidade – não havia passado muito tempo, uma hora e quinze no máximo –, não trocamos nenhuma palavra. Sam examinava um mapa e Dean dirigia ao som de 'Back in black'.

– O que nós vamos fazer de agora para frente? – perguntei, quebrando o silêncio.

Sam virou-se para trás para me encarar.

– Vamos abastecer o carro na próxima cidade e ver o que acontece na região.

– Como vão se inteirar das notícias? – falei. Só o que me faltava era a gente sair pela cidade perguntando: 'Oi, algo sobrenatural assombrou as redondezas?'. Ri internamente. Era tão... Dean.

Sam apontou para um notebook que estava no banco de trás, ao meu lado. Eu nem ao menos havia reparado que ele estava ali.

– Isso explica como - sussurrei.

O silêncio não voltou, mas eu continuei no vácuo. Dean e Sam conversavam sobre onde ficaríamos e o que fazer comigo – essa pergunta foi do Dean.

– Dean! – censurou Sam em resposta.

Dei uma risadinha, tentando disfarçar meu constrangimento.

– Sam, ele está certo. Temos que decidir o que eu irei fazer de agora para frente. Se eu não for útil em algo, podem me matar.

Dean deu uma gargalhada e Sam me olhou meio chocado.

– Brincadeira. Eu serei útil para alguma coisa... Cozinhar, limpar a casa, cuidar das crianças...

– Essa é uma utilidade muito importante no nosso meio, pode acreditar - murmurou de forma irônica Dean, rindo.

Sam balançou a cabeça negativamente.

– Agora é sério, como poderei ajudar vocês a caçar essas coisas? – indaguei.

– Você disse que sabe usar armas, agora você tem que nos falar: Você está pronta para matar? – disse Dean.

Pensei um pouco. Matar nunca havia sido um dom para mim, mas aquele demônio matou a minha mãe e meu pai... Provavelmente existiam criaturas piores, que deixariam mais crianças órfãs, esposos viúvos...

Estremeci. Eu não sabia se estava pronta. Mas estaria na hora em que precisasse estar.

– Com certeza – respondi.

– Vamos ter que ensiná-la, Sam.

– Ensiná-la? – repetiu Sam. Eu tinha certeza que ele não estava prestando atenção na conversa enquanto examinava o mapa.

– Acorda, cara! Rebecca tem que estar pelo menos um pouco pronta se quiser nos ajudar no próximo caso.

– Ah – murmurou. – Temos que dar aulas para ela.

Dean levantou as sobrancelhas.

– Voltando ao colegial, mocinha? – falou, rindo.

– Há, engraçadinho – brinquei. – Eu serei uma ótima aluna.

Apesar da ansiedade, consegui fechar os olhos e repousar a cabeça no banco, imaginando o que me esperava. As imagens tomaram minha mente e nem percebi quando relaxei a ponto de dormir.


Sam's POV

Dean dirigia balançando a cabeça. Estávamos ouvindo aquelas fitas ultrapassadas dele.

– A menina ali atrás vai pular da janela daqui a pouco com essas suas músicas, Dean – brinquei, rindo com algum desconforto. Era estranho para mim ter uma mulher na "caravana". Dean parecia se sentir ótimo. Aposto que ele estava empolgado em se mostrar para uma garota o tempo todo.

– Me deixa ouvir as minhas fitas. Eu que estou dirigindo – respondeu.

Olhei para trás, torcendo que Rebecca não se importasse com o comportamento de meu irmão. Ela estava deitada como se ela estivesse sentada e tivesse deslizado pelo banco. Dei uma risada espontânea.

– Acho que vamos ter que deixar nossa aula para outra hora – falei, apontando para ela.

Dean deu uma olhadela rápida.

– A noite foi demais para ela. Dormiu – respondeu. – Iniciantes.

– Vamos tentar não pressioná-la por enquanto, pode ser? 

– Eu, pressionando pessoas? – ironizou. – Que é isso?

– Eu estou falando sério, Dean. Ela vai começar uma nova vida agora, diferente de tudo o que vivia. Ela não nasceu nesse mundo, igual a gente. Agora é vida ou morte, é vida social inexistente, é isolamento. Eu sei como ela se sente, esqueceu que eu senti o gostinho de ter uma vida normal?

Dean fez uma careta.

Olhei de novo para o rosto de Rebecca e me lembrei de Jéssica. Ambas tiveram a vida arruinada pelo sobrenatural. A diferença é que eu ajudei Rebecca, a mantive viva... Se eu não tivesse ignorado meus sonhos, eu teria salvado Jéssica e provavelmente ela estaria sentada no banco de trás com Rebecca.

Os meus olhos se encheram de água e eu voltei a analisar o mapa, tentando mudar o foco dos meus pensamentos.

– Hmm, é na próxima entrada – indiquei.

– A cidade? – resmungou Dean.

– É. Quer que eu dirija? Você parece estar sonolento.

– Eu? Imagina... Eu só estava pensando em algumas coisas.

Olhei para ele. Sua cara estava com um sorriso safado que eu bem conhecia.

– Fala, por favor, que você não estava tendo fantasias sexuais.

– Há. É inevitável.

Ele olhou rapidamente para trás, ainda com o sorriso.

– ARGH – murmurei. – Com ela?

Dean riu.

– Ela vai "viver" com a gente agora!

– E daí? – Ele virou na entrada da cidade, onde tinha uma placa: "Bem-vindo a Charlotte".

– Vamos procurar uma cafeteria? - perguntei.

– É melhor encontrarmos um hotel primeiro. A Bela adormecida precisa de uma cama.

Balancei a cabeça, revirando meus olhos.

– Até parece que o hotel é somente para a Bela adormecida...

– Certo – disse. – Eu preciso de uma cama também.

– E eu preciso de um café.

Avistamos um hotel que parecia ser devidamente adequado pouco depois da entrada principal da cidade. 

– Quais serão os nossos nomes agora? – ironizei.

– Vê aí os nomes do cartão.

– Raphael Campbell – li, em voz alta.

– Eu sou o Raphael, arrume outro nome para você. Raphael é nome de pegador, combina comigo.

Olhei para ele, incrédulo.

– Você é um bobo - falei.

– Seu nome pode ser Patrick. É o carinha do desenho Bob Esponja que me lembra você.

Mostrei o dedo do meio para ele.

– Posso ser Robert Campbell. E ela - acenei para Rebecca. – pode ser...

– Nicole – sugeriu.

Eu olhei com uma cara (?) e ele levantou as sobrancelhas.

– O que foi? Adoro esse nome... – explicou. – Nicole Campbell, nossa prima. Combinou.

Ele parou o carro na frente do hotel.

– Então vamos lá, "Robert Campbell".

– Vai fazendo check-in que eu acordo a Bela adormecida – sugeri.

– Não – discordou. – Depois volto para buscá-la. Você vai tomar o seu café e procurar algumas notícias. Eu consigo cuidar de tudo.

Eu sabia que quando o Dean dava de adulto responsável era por que não tinha como argumentar de volta. Não que eu fosse discordar se ele estava disposto a ajeitar tudo, eu realmente precisava de um café...

– Vê se não mexe nas calcinhas dela – avisei, pegando um dinheiro e o notebook e saindo do carro.

– Nem pensei nisso – sussurrou, rindo.


Dean's POV

Sam estava preocupado com a garota, com medo que eu jogasse meus charmes para cima dela e a assustasse. Ele pensava que eu não estava ciente disso, mas eu estava. Não que fosse impossível conquistá-la – nada nesse sentido é impossível para mim –, mas eu não queria. Ela era gata, porém até para mim era estranho flertar com uma garota que viveria conosco por algum tempo. Eu peguei a minha mochila e joguei no ombro, depois fui negociar uma diária.

Adentrei o hotel.

– Uma diária para quantos? – perguntou a recepcionista boazuda.

– Hmm, para três. – O rosto dela "caiu". Eu curti isso. – Para mim, meu irmão e minha prima.

Ela deu um sorrisinho de lado e eu sabia que ela tinha entendido a minha direta 'estou livre para transar à vontade'.

– O seu quarto é o 23 – falou. Entreguei a ela o cartão e recebi um sorriso de resposta. – Raphael, belo nome. – Ela me devolveu o cartão. – O meu é Angelina, qualquer coisa é só me chamar.

Ela me entregou a chave e eu a coloquei no bolso. Subi as escadas, coloquei minha mala e fui buscar a mala de Sammy e as três malas de Rebecca.

Quando eu voltei ao carro para levar 'minha priminha' para cima, ela estava completamente deitada no banco, com os olhos repousados levemente. Parecia tão inocente e serena que me peguei imaginando que ela realmente precisava de um descanso. Cutuquei-a algumas vezes, mas ela não acordou. Bem, ia ser do jeito difícil, então. Peguei-a no colo e passei pela recepção, trocando sorrisos com a recepcionista.

Coloquei Rebecca na cama de solteiro do quarto. Tirei a minha camiseta e o meu sapato, deitei na cama de casal e nem me cobri com um cobertor, dormindo instantaneamente. Afinal, eu também precisava de um descanso.


Rebecca's POV

Eu estava na porta de minha velha casa em Natalia, mas ela começou a pegar fogo do nada. Peter estava comigo e não se importou com o fato de que meus pais estavam lá dentro.

– Peter! Meus pais estão morrendo! – eu gritei.

De repente Peter não era mais ele. Ele era Dean. Peter/Dean me encarava com uma expressão assassina. Ele pulou em cima de mim, me derrubando na grama fria, mas Sam chegou a tempo de impedi-lo. Ele deu um tiro na cabeça de Peter/Dean.

Eu saí correndo para o lado de Sam e o abracei.

Pensei que Peter/Dean estava morto, porém ele veio se arrastando para o meu lado e pegou no meu pé, me puxando para baixo da terra.

– Não! – gritei, novamente. – Sam, não me deixe ir, Sam!

Ele tentou me pegar, mas não conseguiu. E eu caí em um lugar escuro, vazio e muito medonho. Um homem de olho amarelo estava na minha frente e passou a mão na cabeça de Peter/Dean.

– Parabéns – falou o homem. – Você vai ser recompensado por trazê-la.

O homem acenou para mim, e Peter/Dean se aproximou se arrastando, logo em seguida me dando um beijo.

E eu gostei disso.

Que porra de pesadelo foi esse?, pensei quando abri meus olhos. Nem mesmo no inferno eu gostaria do beijo de Peter!

Assim que a raiva se esvaiu reparei que não estava mais no carro. Definitivamente não estava no carro dos Winchesters. Eu me levantei. Estava deitada em uma cama de solteiro e logo ao meu lado Dean dormia em uma cama de casal.

Primeiramente eu fiquei imóvel, encarando os braços de Dean, que apareciam por cima da coberta. Nossa. A vida de se exercitar caçando monstros realmente dava resultados. Mas depois eu percebi que somente Dean estava comigo ali naquele quarto.

Cadê Sam?, pensei.

Examinei todo o quarto novamente, tentando encontrar alguma coisa que justificasse o sumiço dele. As minhas malas estavam lá e havia mais duas ao lado; por outro lado o notebook de Sam não estava em lugar algum.

A porta do quarto abriu, fazendo com que eu me assustasse. Era apenas Sam, que apareceu como se adivinhasse meu pensamento e minha preocupação.

– Desculpe-me – murmurou. – Eu te assustei?

– Um pouco – sussurrei, meio grogue.

– Acordou agora ou faz um tempinho? – Sam trazia três copos. Ele colocou-os na mesinha.

– Agora. Faz muito tempo que eu durmo?

– Não muito. Uma hora e meia. Chegamos a Charlotte.

– Nossa, eu definitivamente preciso de um banho – falei.

Eu me levantei, peguei uma toalha que estava jogada no chão e fui até minha mala.

– E ele dormiu mesmo – murmurou Sam para si mesmo referindo-se a Dean.

Entrei no banheiro e tomei meu banho rapidamente, tentando não ser uma garota despreocupada com a natureza que demora séculos debaixo do chuveiro. Não ia pegar bem.

Sam estava sentado na beira da cama de solteiro mexendo no notebook quando saí do banheiro.

– Ah! – exclamou, parecendo se lembrar de alguma coisa. – Trouxe café para você.

– Obrigada.

Eu me dirigi até ao copinho de café e voltei para a cama, sentando-me ao lado do Winchester acordado. Tomei um gole e olhei para seu rosto. Percebi que ele me olhava, mas logo desviou o olhar. Evidentemente ficou sem graça por ser pego me encarando.

Imaginei o tanto que era difícil e estranho para ele ter que conviver comigo agora. Era sempre ele e o irmão até que eu me intrometi em sua vida, não era? Deveria ser por isso que ele sempre sorria timidamente ou censurava o irmão quando este se soltava demais.

Eu iria fazer de tudo para não ser um peso para eles.

Cansada daquele clima estranho puxei o primeiro assunto que se passou pela minha cabeça.

– Quando as aulas vão começar?

Uma luz pareceu acender em sua cabeça.

– É mesmo! As aulas... Hmm, acho melhor esperarmos Dean acordar, ainda não sei muito bem como vamos fazer isso, como vamos te ensinar tudo o que aprendemos. Você tem facilidade em aprender?

– Minha mãe diz... dizia que eu sou inteligente, mas mãe é mãe. – Eu parei de falar nisso assim que ele abaixou a cabeça. Eu tinha me esquecido que ele não cresceu com sua mãe. – Eu era boa na escola. Tirando física.

Fiz uma careta. Física era desnecessária.

– Eu também nunca curti física.

Nós rimos timidamente.

– Por que você não começa me falando sobre você? – Pareceu uma cantada, então eu corrigi. – Tipo, como você entrou nesse mundo e tal.

Seus olhos ficaram distantes na hora, soterrados no passado.

– Eu tinha poucos meses de vida quando meu pai encontrou minha mãe grudada no teto do meu quarto. Não deu para salvá-la. Depois daquele dia ele se esforçou ao máximo para descobrir o que matou mamãe, então começou a ler livros que falavam sobre esse mundo sobrenatural e a consultar gente que sabia disso. Logo ele passou a ser um caçador e a ensinar a Dean e a mim.

Ele teve que fazer uma pausa e eu esperei pacientemente. Afinal não era uma história de vida das mais fáceis.

– Bem, eu queria muito fazer parte de uma vida normal, por isso vivia brigando com meu pai. Quando cresci, fui para a faculdade e arrumei uma namorada, a Jéssica. Eu a amava. Tudo mudou depois que eu comecei a ter um sonho muito estranho sobre a morte de Jess, mas o ignorei e por tê-lo ignorado não pude salvá-la. E aqui estou, de volta à caça.

Sam me encarou, tentando encontrar as palavras certas para continuar a história.

– Papai nos passou umas informações de que era um demônio que havia matado nossa mãe e Jess. Eu queria ajudá-lo a destruir esse demônio, mas ele me impediu, quis que eu continuasse a caçar coisas com Dean. Ele queria por si mesmo acabar com o demônio. No fim, o demônio ainda circula por aí.

– E o seu pai? – perguntei, fitando seus olhos.

– Está morto.

Uma voz diferente ecoou, fazendo os meus olhares e os de Sam se desviarem.

– O nosso pai trocou a vida dele pela minha. Eu estava morrendo e ele simplesmente fez um pacto com um demônio para trocar as nossas vidas.

Era Dean.

Fiquei pensando no quão era sofrido para Dean conviver com isso todos os dias, sentindo a culpa imensa pela morte do pai. Esses dois já tinham passado pelo inferno.

– E os seus sonhos, Sam? – indaguei.

– Continuam. E cada sonho que tenho envolve coisas do demônio – respondeu.

– Sabe o que eu pensei, Sammy? – disse Dean. – Podemos dar o diário de papai para ela ler enquanto não surgem novos casos.

 Sam concordou com a cabeça.

– É uma boa. Trouxe um café para você, Dean – ele indicou o copo em cima da mesa.

Dean levantou-se para buscar e eu pude ver suas costas nuas. Respirei fundo, pega de surpresa, e desviei meu olhar rapidamente – uma coisa que eu não queria fazer, mas a última coisa que eu queria era que Sam ou Dean percebesse meus olhares ambiciosos. Eu só estava curiosa. Mas seria mal interpretado. Dean aproveitou para me jogar o diário. Eu analisei o objeto.

– Achou alguma coisa, Sammy? – perguntou Dean.

Eu decidi me concentrar na conversa deles primeiro, pois talvez fosse sobre um caso novo.

– Olha – Sam virou o notebook para o meu lado e Dean se aproximou, sentando-se bem atrás de mim. Pude sentir seu calor humano e meus pelos de eriçaram. – "Karine Holmes, uma secretária, foi encontrada despedaçada em sua própria casa sem o coração". Acha algo incomum? – falou Sam.

– Deixa Rebecca encontrar no diário – sugeriu Dean. – Eu já tenho em mente o que pode ser. Tem outros casos parecidos com esse na cidade?

– Não. Procurei em tudo. Esse foi o primeiro caso em toda a região – respondeu Sam.

Comecei a folhear o pequeno livro, lendo rapidamente algumas coisas. Tinham coisas como dados de pessoas mortas, vampiros, wendigos – o que é isso, meu Deus?, pensei – e espíritos obsessivos. Respirei fundo e continuei procurando – tentando não me lembrar de que os dois estavam me encarando naquele momento, examinando as minhas reações. Achei uma coisa que parecia interessante.

– Ela foi morta à noite? – perguntei.

Dean sorriu. Eu estava chegando perto.

– A polícia diz que sim, pois há testemunhas que a viram chegando em casa de madrugada e não saindo para trabalhar de manhã – explicou Sam.

– Hmm – Eu estava com medo de estar errada e de eles rirem de mim, contudo era hora de superar esse medo de adolescente. – Pode ser um... lobisomem? – Olhei para eles e encontrei dois pares de olhos incrédulos. – Olha – tentei explicar –, aqui no diário diz que eles atacam a noite e que despedaçam pessoas, que lhes arrancam o coração... E o ciclo lunar bate. As informações batem...

– Não estamos com essa cara porque você errou, Rebecca – começou Sam. – Foi porque você foi genial. Foi direta ao ponto e soube o que era com uma simples informação.

– Fico feliz em saber que não sou totalmente inútil. Mas temos que concordar que não foi exatamente difícil.

– Precisamos investigar isso. Temos que falar com as testemunhas, ver a cena do 'crime', e investigar se esse ataque foi proposital – falou Sam, ignorando minha modéstia. – Não parece ser um caso difícil.

– Bem, se for confirmado que é um lobisomem, vocês precisam me ensinar mais sobre eles – comentei. – Não quero ficar sendo um peso. Posso ajudar a caçar.

Dean fez um sinal engraçado com a mão, como se eu fosse o capitão e ele o soldado.

– Sim, senhorita.

Dei uma risadinha sincera, surpresa pelo gesto.

– Mas antes – começou Dean – temos que te falar que não podemos comentar sobre nossa verdadeira personalidade. Meu nome vai ser Raphael Campbell, o de Sam vai ser Robert Campbell e o seu, Nicole Campbell. Ele vai ser meu irmão e você nossa prima.

– Por que não poderemos ter nossas identidades normais? – questionei.

– Porque não temos dinheiro e o cartão de crédito é de Raphael Campbell. Além disso, vamos ter que mentir para muita gente. Se usarmos nosso nome original, vamos virar procurados, mais procurados.

– Tem lógica – falei. – Então vou ter que me acostumar a chamar vocês de Robert e Raphael?

– Só na frente dos outros – disse Sam.

– Ok.

– Dean, vá colocar uma camisa – censurou Sam, visivelmente incomodado por mim.

Dean me olhou com uma cara inocente e pegou uma toalha.

– Vou tomar banho.

– E leva a roupa para o banheiro – mandou Sam.

– Blá, blá, blá – reclamou Dean.

Eu ri, me virando para o irmão mais novo. Ele tinha ruguinhas nos olhos de tanto sorrir, mesmo que não fosse um sorriso completamente feliz.

– Qual é o primeiro passo? – perguntei.

– Vamos falar com alguns conhecidos da vítima. No caso, não vamos ser policiais nem nada, só turistas normais que querem saber de fofoca, ok?

– Aham – concordei. – Eu posso ajudar em algumas coisas... Posso fazer amizade com algumas pessoas receptivas.

– É. Você pode ajudar de várias formas – comentou, sendo o mais agradável do mundo. Sam se esforçava para ser o mais agradável do mundo.

– Vou me arrumar para sairmos. – Peguei um sapato de salto preto e o coloquei. – Estou pronta!

– Nossa, que rápida – brincou Sam. Sei que ele ainda se sentia desconfortável, mas eu pensava que minhas pequenas besteiras e provocações eram capazes de mitigar um pouco do receio que ele tinha comigo.

– Hmm, Sam. Como que se mata um lobisomem? – perguntei.

– Com uma bala de prata, direto no coração.

– Então quando descobrimos quem é será fácil, né? – eu quis saber, curiosa.

– É, será bastante fácil, se descobrimos quem é.

Ele fez uma careta e eu percebi que descobrir a pessoa do lobisomem não deveria ser uma tarefa muito fácil.

Dean saiu do banheiro vestindo uma camiseta preta e um jeans claro. Ele me olhou de cima a baixo.

– Fiu, fiu – zombou.

Revirei meus olhos.

– Vamos fingir que somos turistas curiosos e vamos falar com o povo dessa cidade – expliquei a Dean.

– Eu posso colaborar falando com a recepcionista. Ela parece ser bem informada – disse.

Sam revirou os olhos e eu não entendi a reação dele.

– Então Rebecca e eu vamos... – murmurou Sam.

– Sam – comecei. – Você não quer dormir um pouco? Aposto que não dormiu nada. Dean vai falar com a recepcionista e eu posso ir ao mercado, fazer umas comprinhas e conversar com o pessoal da região sem levantar grandes suspeitas. Você pode ficar.

Dean levantou a sobrancelha.

– Com que dinheiro você vai comprar coisas no mercado?

– Com o meu – respondi, revirando os olhos. – Sam, você merece descanso. Pode ficar. É apenas uma andada no mercado. Não vou me meter em perigo, prometo. E você parece péssimo.

– Não querendo ser chato – se intrometeu Dean. –, você está mesmo péssimo, Sammy.

Eu concordei com a cabeça. Em algo Dean e eu tínhamos que concordar.

– Mas vou deixá-la ir sozinha?

– Eu sei me relacionar com pessoas, Sam. E está de dia, não corro nenhum risco nesse aspecto.

Ele suspirou.

– Está bem. Mas só porque eu estou morto de sono.

Eu sorri.

– Então vamos lá, Raphael! – brinquei, pulando para o lado de Dean e me apoiando em suas costas. Ainda que fosse uma missão de reconhecimento simples, era minha primeira tarefa com os Winchesters. E eu estava animadíssima para começar a caça!

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