3. "Me ensine"
Ouço minha própria voz escapando entre o beijo, porque a esse ponto, não consigo mais segurar demonstrar o quanto o beijo dela era inebriante.
- Jimin... - Sua voz surge entre o beijo, chamando por mim.
- Hm..? - Respondo, as mãos ainda sem guia, sem saber se devia ou não tocar sua cintura.
- Vem comigo. - Ela me puxa pela camisa, andando de costas, sem soltar meus lábios. Minhas mãos acabam por ser apoiar nas costas dela por um breve momento, enquanto nos movemos pra outro lugar do quarto.
Depois, ela parece encostar em algo e para, virando o corpo, de forma que fico exatamente onde ela estava, e sinto algo como um móvel atrás dos joelhos.
A cama.
Meu coração acelera quando percebo onde estamos e o que está acontecendo. Além do que está pra acontecer mais adiante. Ao menos, aparentemente. Mas uma parte muito maior de mim, não dá a mínima. E é essa parte que toma o controle quando ela me empurra pra trás, e me faz sentar na ponta da cama. E sem esperar, ela sobe no meu colo, me fazendo sentir seu corpo quente fazendo pressão em cima de mim. Minhas mãos mudam para sua cintura automaticamente e não consigo evitar de apertar. Estou tenso. Muito tenso. É gostoso onde e como seu corpo toca o meu. Eu quero mais. Quando aperto sua cintura, parece que o contato aumenta e acabo trapaceando a mim mesmo, me fazendo gemer contra o beijo que quase não para, dando oportunidade apenas para buscar por oxigênio de vez em quando.
Ouço uma risadinha assim que o beijo é interrompido.
- Ahm? Você gosta disso? - Sinto movimentação no meu colo. E dessa vez não fui eu. Ela mexeu seu quadril por si mesma. E meu corpo levou um choque que eu adoraria dizer que foi desagradável.
- Ah...eu... - Alice começou a se movimentar de forma contínua, e eu estava me sentindo tão quente que parecia que ia enlouquecer. Era tanto prazer de formas que nunca senti antes, que não conseguia segurar meus sentimentos. Estava gemendo baixo, sem os lábios dela pra me impedir agora. Tento alcançar seu rosto e beijar ela novamente, procurando me impedir de gemer tão descaradamente, puramente porque não conseguia me conter. Eu estava sensível. E não podia simplesmente parar. Mas ela não me deixa. - O que você quer? Hm?
- Me beija...por favor. - Sussurro, fraco. Vejo ela sorrindo, muito satisfeita com o meu estado deplorável por tão pouco.
- Hm, você quer um beijo? - Aceno rápido com a cabeça que sim, desesperado. - Então vem buscar.
Buscar? Eu tentei, mas ela não deixou. O que ela quer que eu faça? Eu estou com o corpo mole demais pra caçar um beijo. Com exceção de...uma parte. Não é minha culpa. O jeito que ela está me provocando e me fazendo desejá-la estranhamente me excita de forma extrema. Não consigo esconder.
Tento inclinar a cabeça pra frente, na tentativa de alcançar seus lábios. Mas ela se esquiva de novo. Isso é tortura. Ela ainda continua sorrindo hora ou outra, toda vez que consegue algo que quer e a satisfaz. Estou ficando frustrado, mas ainda extremamente excitado e precisando de um beijo.
- Só um beijo, Alice... - Digo, tentando múltiplas vezes chegar até ela, e ela ainda se afastando.
Ela rebola no meu colo de novo, causando mais contato do que as outras vezes, sem parar, e sinto um frio correr pelo corpo todo. Muito prazer. Apoio a cabeça no ombro dela, respirando forte. Ela continua fazendo pressão contra o meu corpo e volto com os gemidos baixos e arrastados, mordendo a boca pra tentar parar isso. Mas não adianta. Eu preciso dela.
Ergo o rosto e puxo ela pela cintura e pela nuca, não deixando ela fugir dessa vez. Um murmúrio, aparentemente de aprovação e ligeiramente soado como um gemido foi possível de ouvir vindo dela quando a puxei pra perto e a beijei em um ato desesperado de impedir meus gemidos de sair, já que ela não parava de se mexer no meu colo.
Eu estava começando a ficar com cada vez mais desejo por ela. Até que uma coisa me veio na cabeça.
Isso...vai acontecer? Vai mesmo acontecer?
E então comecei a ficar nervoso. Com medo. Minhas mãos começaram a tremer um pouco na cintura e no pescoço dela, perdendo um pouco da firmeza. Quando fomos pegar ar na vez seguinte, vendo ela mesma com as mãos apoiadas nos meus ombros e respirando pesado também, resolvi perguntar, assumindo que soaria estranho ou patético, e ela poderia supor a até então não temida verdade sobre mim.
- É...Alice? - A chamo. Ela olha. - Nós vamos mesmo...? Você sabe.
Ela parece entender do que estou falando e sorri.
- Você quer? - É tudo o que ela diz. E me sinto nervoso na hora. Ah, excelente. Ela deixou na minha mão.
De repente, Jihyun infelizmente vem na minha cabeça. Toda a nossa conversa sobre ela não querer estudar e talvez querer na verdade isso. Eu achando absurdo a falta de confiança dele em mim. E aqui estou eu, considerando perder a virgindade do nada. Se ele não tivesse falado porcaria nenhuma, eu não me sentiria tão culpado.
Olho nos olhos dela. Alice me olha parecendo tranquila e satisfeita com o que aconteceu até agora. Acho também que não faria diferença pra ela ter algo comigo ou não. Eu que gosto dela, não ela de mim. Ela com certeza tem experiência. Eu não. Não deve ser nada especial seja lá o que acontecer aqui. Mas pra mim...
- Eu...eu quero, mas...
- Algum problema? - Ela parece realmente curiosa.
- Não chamaria de problema. É que eu...fico nervoso.
Algo no que eu digo soa suspeito pra ela. Dá pra ver no tipo de sorriso que ela esboça a seguir.
- Jimin...você?? Você é virgem? - Ela pergunta como se fosse muito estranho.
- Ah...sou. É, sou. Pronto. - Digo e desvio o olhar dela, morrendo de vergonha de repente.
- Bom, e...você...acha que está tudo bem ser agora? E comigo? - Ouço a pergunta mais ridícula que eu poderia ouvir. A segunda, precisamente.
- Eu até diria pra você que teria todas as minhas primeiras experiências com você todo fofo e tal, mas...acho que soaria idiota. - Respondo.
Estou me afundando mais. Brilhante.
- Jimin...você é a coisa mais fofa do mundo. - Ela diz, e posso ouvir felicidade no tom de voz dela.
- ....você quem é.
Um breve silêncio se forma durante um breve momento. E fico incomodado com isso acontecendo pela terceira vez no dia. Então sou o primeiro a cortar.
- Vamos fazer isso, então. Não quero saber mais desse silêncio constrangedor. - Digo e ela ri.
- Certo, meu apressadinho. - Ela passa as mãos pelo meu peito novamente e começa a beijar meu pescoço. Sinto arrepios consecutivos quando ela começa. - Vou cuidar bem de você.
Ela me beija novamente.
E algo em sua última fala me deixa incrivelmente mais inquieto e ansioso. Essa é a pessoa que eu gosto fazem tantos anos já, e pensar que eu estou tendo um momento tão íntimo com ela pela primeira vez e talvez por isso, mas também por essa dominância dela, eu sinto que nem se eu quisesse muito eu conseguiria parar suas investidas. E eu odeio como pensar nisso me deixa com mais vontade e me faz sentir ainda melhor.
Com as duas mãos novamente tocando sua cintura, o contato excessivo move o tecido da sua blusa, que começa a subir, abrindo caminho pros meus dedos, que tocam sua pele quente e me dão muita vontade de tirar logo a peça dela por completo.
Sinto ela sorrir contra meus lábios e separar o beijo novamente em seguida.
- Pode tirar. - Ela diz, tocando minha mão no tecido na sua blusa. Fico com vergonha e confuso com o convite e hesito. - Vá em frente. Você quer, não quer?
- Alice...você me deixa sem graça sendo tão direta assim... - Digo ao sentir as mãos tremendo na barra da roupa dela.
- Quer que eu pare? - Ela me olha de lado como se soubesse a resposta.
- ...não. - Respondo bem baixo, sem conseguir admitir isso olhando nos olhos dela.
- Então. - Ela vem até o pé do meu ouvido e sussurra. - Faz o que você quer, garotinho. Tira a minha que eu tiro a sua.
Outro arrepio. Eu odeio o quanto eu gosto disso.
Respiro fundo e começo a levantar sua blusa, sentindo sua pele passando contra a minha enquanto retiro a peça toda. Ela ergue os braços e a blusa escapole rápido. E assim que a largo do nosso lado na cama...fico em choque com a imagem do corpo dela no meu colo, usando apenas um sutiã na parte de cima agora. Um sutiã e calça jeans. O corpo dela...
- E então? O que você acha? - Ela pergunta, me tirando dos meus pensamentos.
- Hum?
- Está me olhando como se não visse uma refeição a meses. O que você acha? Sou o que você imaginava? Ou melhor? - Ela sorri enquanto fala em um tom baixo o suficiente e alto o suficiente. Tão perfeito quanto tudo que eu vejo.
- Eu não sei. Não sei como te dizer como estou me sentindo sobre o seu corpo. É lindo. Perfeito. Mesmo o que dá pra apontar como defeito parece que faz parte de todo o resto tão bem que eu não consigo chamar de defeito. Você é...uma deusa. Eu...eu quero beijar o seu corpo inteiro.
Ela parece surpresa com o que eu disse. E eu estaria também, se eu não estivesse surdo, sem conseguir dar ouvidos a uma palavra que eu digo. As coisas só estão saindo e saindo, enquanto toco sua pele. Enquanto passo os olhos por cada detalhe dela, da pra perceber que ela não esperava ouvir isso de mim. E é compreensível. Acho que realmente me soltei de repente, mais do que antes. É como se, por um segundo, a timidez tivesse ido embora. Acho que vendo alguém de quem eu gosto tanto desse jeito me faz querer ser muito sincero.
No meio dessa apreciação do corpo perfeito dela, encontro uma cicatriz na sua coxa esquerda. Parecia uma marca de queimado. Era bem chamativa, extensa até. Me pergunto o que fez aquilo. E toco com a ponta dos dedos quando vejo. Ela treme debaixo do meu toque e volto os olhos pra ela.
- O que foi? - Pergunto. Seu sorriso sempre intacto até agora, vacila.
- Não é nada...aliás, não. Tem alguma coisa. Mas...não quero estragar isso pra você. Deixa pra lá. - Ela diz, tocando meu rosto e sorrindo de novo. - Só vamos continuar.
- Alice...não importa o quanto você ache que vai ou tente, você nunca estragaria nada pra mim. Eu tenho certeza. Posso não ser nada pra você, mas pra mim você é muito. Eu amo você, e não é de hoje. Essa cicatriz e seja lá o que estiver por trás dela e da sua tristeza hoje, não afeta em nada. - Toco no cabelo dela e caminho até o seu rosto. - E se um dia, muito lá na frente, você quiser, você pode me falar. Ou não. Eu só quero usar essa oportunidade pra te falar algo que é verdade faz muito tempo. - Olho pra ela e sorrio, sentindo a vergonha queimar no rosto, mas continuo. - Eu sou apaixonado por você. E já fazem 7 anos. E eu... - Me aproximo do rosto dela. - ...não acho que... - Lhe dou um beijo singelo e lento. - ...isso vai mudar. Entende?
Olho pra ela e ela não responde. Ela estava com uma cara como se fosse chorar ou algo assim, mas não parecia estar chorando. Mas seu rosto estava vermelho e percebo depois que suas mãos estavam agarrando forte o tecido da minha blusa.
- Alice? Eu disse algo errado?
Pergunto, preocupado com talvez ter falado demais e ter soado como um maluco exagerado. Será que falei alguma coisa de doente? Será que pareci muito invasivo? Ela é uma pessoa de relacionamentos abertos, talvez isso deixe ela desconfortável demais.
- Não. Você não disse nada...nada errado. - Ela toca o próprio rosto e olha pro lado. - Mas admito que não estou acostumada com romantismo assim. Nem...nem na cama nem fora da cama.
Fico bastante surpreso de ouvir isso. Eu sei que as pessoas geralmente são mais informais e direto ao ponto quando tem relacionamentos como os dela...mas como alguém olha pra Alice com ou sem roupa, é amigo ou ficante, namorado dela, e não consegue falar algo que sinta pra ela? Ao não ser que a pessoa não sinta realmente.
Me sinto um pouco bravo pensando nisso.
- Um momento, Alice. - Abraço ela com certa força e levanto ela do meu colo rapidinho, deixando ela sentada na cama do meu lado. Levanto e vou até o interruptor do quarto, e desligo a luz.
- O que você vai fazer? - Me sento na frente dela.
- Me ensina.
- Te ensinar o que?
- Me ensina o que você gosta. Como te dar prazer. O que eu posso fazer que vai ser muito efetivo em você? Não posso garantir muita qualidade por enquanto...porque eu sou extremamente inexperiente. Mas eu aprendo. Então me ensine, por favor. - Peço, segurando as mãos delas entre as minhas.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro