001 - Demorei, mas volteeei!

002 - Fred sendo tão lerdo quanto o Ron, misericórdia...

ENTRE O NOVO PROFESSOR DE DCAT, O Torneio Tribruxo e o fato de que Hogwarts estava recebendo outras duas escolas de magia, a vida de Dahlia estava realmente movimentada, ela havia pegado mais aulas do que o normal para acompanhar Hermione, mas isso já estava quase a enlouquecendo, apesar dela amar estudar.

Então havia os gêmeos, que estavam tentando desenvolver uma poção para ficarem mais velhos e conseguirem colocar seus nomes no cálice de fogo.

— Odeio ter que dizer o óbvio, mas isso parece uma péssima ideia — ela murmurou, observando a zona que havia se tornado o dormitório deles por causa das experiências — Dumbledore não vai ser enganado tão facilmente, sabem disso, não é?

Lino começou a rir alto, o que fez uma careta surgir no rosto dos gêmeos.

— Eu disse que Dahlia ia falar isso quando descobrisse — ele disse, animado — É bem óbvio que não vai funcionar.

Fred revirou os olhos.

— Vocês estão duvidando da nossa capacidade.

Além do Torneio Tribruxo, o outro assunto mais comentado  de Hogwarts era o baile de inverno que teria, todos já estavam começando a praticar dança, tentando conseguir um par... Dahlia queria ir com Fred, ela já tinha tudo planejado dentro da sua cabeça, seria uma noite mágica onde ela finalmente iria contar para ele sobre sua paixão. 

Para tudo isso dar certo, ele tinha que a convidar, o que era a parte mais complicada.

— Não tenho culpa se conheço vocês — Dahlia retrucou, se sentando na beirada da cama e agarrando uma almofada que tinha ali para conter a ansiedade que sentia no momento — Vocês ouviram falar do baile que vai ter...?

George arqueou a sobrancelha, dando um sorriso malicioso ao ver o olhar da garota focado em seu irmão gêmeo. Ele achava bem óbvio os sentimentos dela por Fred, mas sabia que a garota era muito tímida em relação a isso, então nunca comentava nada sobre.

— Ah, é, ouvimos — George concordou, dando uma cotovelada em Fred, que estava focado na poção — Você já tem um par?

O rosto da garota corou, Lino e George trocaram um olhar conhecedor.

— Um garoto francês me convidou — ela admitiu, desviando o olhar — mas eu não quero ir com um desconhecido...

— Convide Ron ou Harry então — Fred murmurou, sem a encarar — Ok, a poção está praticamente pronta,

Dahlia fez uma careta, ela não conseguia acreditar que ele era tão estúpido.

— Na verdade, eu estava pensando...

— Se a gente tomar isso, vamos conseguir colocar nossos nomes no cálice. Vai ser incrível, vamos competir no torneio e conseguir aquele prêmio!

Lino olhou com pena para a garota, percebendo a frustração brilhando em seu rosto.

— Hã, Fred...

— Não se preocupe, é claro que vamos dividir com vocês — Fred continuou, animado — então vamos abrir a nossa loja e...

A garota levantou de onde estava sentada e saiu do dormitório a passos pesados, deixando Fred com uma expressão confusa.

— O que deu nela?

George e Lino trocaram outro olhar.

— Irmão, às vezes você é tão lerdo...

— Como assim?

— Ah, deixa para lá.

E acho que você deveria vir morar comigo

E poderíamos ser piratas

FRED WEASLEY ERA MELHOR AMIGO DE DAHLIA DURSLEY desde que se conheceram na estação, foram poucas vezes em que ele a viu ficar brava com algo. Ele simplesmente não entendia o que tinha feito para a garota sair do dormitório daquele jeito, desde então, ela parecia muito chateada.

Dahlia nem sequer riu quando os dois ficaram velhos com barbas enormes, o que preocupou Fred, aquilo não era normal.

— Eu não consigo entender porque ela está assim — ele resmungou no caminho para a ala hospitalar — O que eu fiz?

George suspirou, ele não queria responder por não querer revelar a quedinha que a garota tinha pelo seu irmão. Era uma situação complicada, que ele definitivamente não queria se meter.

— Ah, garotas são complicadas...

— Dahlia é a nossa melhor amiga, ela não é complicada.

Fred deu uma olhadinha sob o ombro, Dahlia ainda estava parada no mesmo lugar, ao lado de Hermione, com um grande e pesado livro no colo. A única diferença é que agora tinha um garoto grande, musculoso e com uma expressão estranha, tentando chamar a atenção dela.

— Quem é aquele idiota?

Demorou alguns momentos para George entender do que o irmão estava falando e olhar na direção que Fred estava encarando. Ele teve que segurar uma risada por causa da expressão indignada no rosto do irmão.

— É um aluno de Durmstrang — ele respondeu, contendo um sorriso — ele deve estar tentando convidar Dahlia para o baile, aparentemente.

— Por que ele está querendo convidar ela para o baile?

George suspirou, seu irmão era um tremendo idiota às vezes.

— Porque Dahlia é uma garota bonita e inteligente? — George sugeriu, revirando os olhos — Acho que pelo menos metade dos garotos da Grifinória do ano dela tem uma quedinha por Dahlia. Você nunca percebeu?

A expressão no rosto de Fred azedou.

— Não... Bom, sinto pena daquele idiota, ela não aceitar ir ao baile com ele.

— Como você pode ter tanta certeza?

Fred deu de ombros.

— Ela disse aquele dia que não queria ir com um estranho, não é?

Após alguns segundos em silêncio, George arqueou a sobrancelha.

— Dahlia pode mudar de ideia.

— Ela não vai, eu a conheço.

Apesar da confiança com que Fred falou aquilo, George percebeu que ele estava tentando acreditar naquilo também.

— E se você convidar ela para o baile?

Uma risada escapou de Fred, que logo se transformou em uma gargalhada.

— Você enlouqueceu? Por que eu convidaria ela para o baile?

George bufou, passando as mãos pelo seu rosto e fazendo uma careta ao lembrar que aquela barba enorme ainda estava ali.

— Quer saber? Eu desisto!

Assim você não terá que chorar

Ou se esconder no armário

DAHLIA DURSLEY TINHA PROMETIDO a si mesma que nada mais iria arrancar lágrimas dela. Depois de ter que lidar com a percepção que os próprios pais a odiavam e chorar por dias, ela decidiu que não se abalaria por mais nada.

Porém, enquanto ela estava sentada ao lado de Hermione e Harry, durante o café da manhã, vendo Fred convidar Angelina para o baile, ela sentiu seus olhos começarem a lacrimejar. Ela respirou fundo e desviou o olhar, focado em seu prato de panquecas enquanto tentava desesperadamente não chorar com a dor em seu coração.

Depois de terminar o café da manhã, ela juntou suas coisas e correu para longe do salão principal, seus olhos ainda estavam marejados, mas Dahlia se recusava a chorar por algo tão idiota quanto um garoto.

— Ei, espera!

Ela se virou, apenas para ver Harry correndo atrás dela.

— O que foi?

— Você está bem? — ele perguntou, franzindo a testa — Saiu correndo do café da manhã, fiquei preocupado.

Harry era a única família que havia lhe restado que ainda se importava com ela, o que fez com que Dahlia respirasse fundo e puxasse o primo para um abraço apertado. A garota não queria desabafar sobre seu coração partido, afinal ele tinha muitas outras coisas mais importantes com o que se preocupar.

Como seu nome tendo sido colocado no Cálice de Fogo e Ron estar o ignorando.

— Eu odeio a minha vida.

Para o seu alívio, Harry começou a rir, o que fez seu peito vibrar.

— Também odeio a minha vida, então temos algo em comum — ele disse, ainda rindo enquanto fazia carinho nas costas da sua prima — Mas sério, o que aconteceu?

Dahlia se afastou, passando as mãos no rosto para conferir se alguma lágrima tinha escorrido.

— Eu sou uma tremenda idiota, só isso. Essa coisa de baile está mexendo com a minha cabeça, eu queria ir com uma pessoa específica, mas ele acabou de convidar outra pessoa...

Harry franziu a testa.

— Se não quiser ir sozinha, eu ainda não tenho um par.

Ela revirou os olhos, mas havia um pequeno sorriso em seus lábios.

— Eu não quero ir com o meu primo no baile, seria deprimente demais... E você vai conseguir uma acompanhante melhor, não precisa se preocupar.

— Dúvido muito, todas as garotas que acho bonita já tem um par.

Foi a vez de Dahlia rir.

— Somos dois azarados.

— Eu já tinha percebido isso há muito tempo — Harry sorriu, então bagunçou os cabelos da prima — Vai ficar tudo bem, você vai ver.

Apesar dela concordar com o primo, sua mente só conseguia pensar que se nem seus próprios pais a queriam, porque o garoto que ela gostava iria querer?