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2-Not Today

Kim Taehyung entrou em sua casa em direção ao sofá se deixando cair nas almofadas, estava cansado, olhos inchados e doía o peito a cada respiração. Jeon Jungkook fechou a porta após estacionar e seguir para o prédio, observou a sala de estar: a casa estava imunda com pegadas de botas com terra vermelha. O odor abafado o fez espirrar, pois havia uma poeira fina e talvez até mofo. Coçou o nariz e seguiu para perto do mais velho.

— Tae — Chamou por Taehyung enquanto o mesmo analisava alguma coisa que não identificou — Precisa de uma faxina, uh?

Jungkook abriu as janelas e deixou o ar gelado da noite entrar pela sala, ligou a TV, imediatamente vieram as imagens, várias fotos poluindo a tela e o apresentador seguia falando indignado sobre o assunto.

— Bangtan, mortes, injustiça...

Taehyung se levantou roubando o controle e desligando a TV, em seguida foi para a cozinha em busca de um copo de água, tinha sede. Sende demais para a noite fria.

— Hyung-ah. Eu quero ouvir!!!

Resmungou e não obteve resposta. Seguiu Kim Taehyung e observou-o de olhos vidrados em nada, estava tudo sujo e cheio de pó, haviam vários copos, pratos e talheres espalhados por entre cacos de vidro.

Pela janela da cozinha se vinha um buraco no vidro por onde algo tinha sido arremessado.

"Queimem".

Estava escrito num embrulho que estava jogado ali no chão.

Estava tão frio lá dentro que fez Jeon Jungkook resmungar com o mais velho pegando o telefone para olhar a hora, se conseguiria alguém para trocar aquele vidro. Não! Estava tarde, mas ele mesmo começou a recolher toda aquela merda e encontrou um papelão para tapar o espaço no vidro quebrado, deu início a um trabalho de lavar e organizar copos. Depois de um tempo encarou o outro que ainda estava paralisado no mesmo lugar olhando aquela pedra e suas inscrições.

— Você está bem — Taehyung baixou o olhar para o piso empoeirado — Fala comigo por favor... Tae?

Taehyung o olhou: viu olhinhos escuros encarando profundamente, carinhoso, doce e gentil, lábios vermelhinhos sendo mordiscados  ansiosamente, o perfil simétrico em sua órbita, cabelos parcialmente longos e um nariz fofinho bem ali, sentiu a respiração pesada do outro e quis se esconder em um abraço confortável de Jeon Jungkook, da mesma forma que surgiu, esmaeceu ao imaginar um sorriso vindo de trás de sua nuca. Congelou arregalando os olhos, a frieza desceu a coluna, a pele eriçou ao toque que o envolveu como um manto.

Abriu os lábios sentindo a agonia subindo por seu peito e bufou.

— Aish...!

Jeon Jungkook puxou a camisa de Tae, o outro veio em um embalo duro e rígido, foi envolvido pelos braços longos, círculos suaves surgiram em suas costas, estava petrificado. tremia, soluçava, Jeon o segurava firme sussurrando:

— Estou aqui, sou apenas eu, estou aqui, pode me tocar  — segurou as mãos do outro levando ao seu rosto — Sou eu Tae, só Jungkook...

Kim Taehyung apertou os dedos na face do jovem, os dedos afundaram nas bochechas fazendo um beicinho saltar e Jeon ficou infernalmente fofo, aquilo amenizou a sensação daquele terror a sua volta, tocou, acariciou e se aproximou respirando alto, assustado o outro o envolveu possessivo em um abraço de urso, sabia que seu hyung estava lutando para abandonar a loucura.

Era a vez de Jeon Jungkook assumir a liderança da situação, ia ser responsável por Kim Taehyung naquela noite.

Por mais que quisesse ser cem por cento heroico por Tae, juntos tinham decidido isso quando tudo aconteceu e ele foi levado às pressas para o hospital, estava pálido demais, quebrado demais, distante demais.

Taehyung se aconchegou naquele peitoral que o esmagava, por causa dos outros ele se recusou, recusou a tentar aquela merda novamente, já era tarde para levantar sozinho então implorou na mesa, onde os sete se reuniam uma vez por semana, implorou aos prantos para que não o deixassem sozinho.

Taehyung abraçou o mais jovem sugando dele toda força e calor que precisava para sobreviver a mais um instante de pavor, como Hoseok dizia sempre, "nos arrependemos todo dia, mas que se dane." ele iria brigar mesmo que com punhos de outro, iria brigar com qualquer arma, com gritos se precisasse.

— Obrigado — murmurou nos ouvidos de JungKook — obrigado por isso...

Mais tarde Tae estava no sofá tomando uma caneca quentinha de chá com biscoitos frescos que Jungkook tinha lhe dado, o chão da sala fora castigado com um esfregão, Jeon Jungkook estava disposto a ser sempre o melhor, pois caso contrário ele que iria morrer, tinha suor na testa, as mangas do moletom arregaçadas até o antebraço e uma bermuda macia de Taehyung.

Tae transparecia estar mais tranquilo, ter o jovem ali tinha se provado uma escolha sábia, estava se sentindo quase normal. Quando o outro subiu para se banhar, pensou em ligar a TV, mas não o fez, ficou mergulhando no silêncio que já se tornava rotineiro, desta vez com o calor da xícara em mãos e o som de um cantarolar que vinha do chuveiro, Jeon Jungkook era realmente uma boa escolha para ele aquela noite, uma escolha impossível de questionar.

Levantou-se e foi até a janela que se abria para uma vista de infindas luzes no horizonte, Taehyung encarou aquilo de bom grado, mas era difícil ligar aquelas pequenas pontas de luz no manto da noite, as vozes que gritavam sua culpa sobre aquele acontecido, não era fácil de assimilar cada uma daquelas luzes a dedos que julgaram quando decidiu seguir o conselho deles e realmente morrer.

Veio com tudo sobre si uma culpa amarga, pelo fogo, pelos gritos, pela paixão incontrolada que arrastava multidões, por ser amado demais... era culpado e ainda estava vivo? Que injustiça terrível... bufou, olhos vidrados em brilhos longínquos, uma alma sem direção e um medo incompreensível por ter ficado de pé mesmo quando tudo queimava, aquela sensação de que ainda podia resolver a situação, olhou para o chão, seria suficiente aquela altura?

Seria suficiente aquela queda livre para a liberdade final, a punição? Céus, a boca tremia, o coração doía, a mente girava, os dedos seguraram a parede da sacada e talvez só precisasse dar um passo em direção ao... em direção ao que, exatamente?

Liberdade? Justiça? Paz?

Rebobinou, aquela fala curiosa vinha mansa entre todo aquele turbilhão de pensamentos, aquele gosto podre subindo em si  mal conseguindo discernir a nuance da paranoia e do que seu corpo estava fazendo.

Taehyung deu o passo rumo a toda aquela opressão, aqueles olhos afiados esperando ele agir, aquela certeza foi se abraçando a si e envolvendo aquele corpo frágil em um círculo de incerteza sobre a vida, guiando aquele menino em um segundo de recaída, aquela mente confusa, aquela dor, os gritos esganiçados o fogo tudo vinha em seus olhos como uma torrente de obscenidades, tudo corrompido, gritado girando e acusando.

Dá o passo porra!

— Aish — o maknae coelho vinha feliz — que banho bom, estava precisando do seu chuveiro, a água vem com tudo...

Tae sequer ouviu, os olhos vidrados lá embaixo, a boca aberta babando quase espumando, o sangue corria tanto e o som do passo chocalhava sua mente: DÊ O PASSO.

Um passo, vamos é só um passo.

Taehyung não sentia tanto medo assim desde o acidente. E, o desejo absoluto de fazer aquilo o cegou completamente sobre qualquer perspectiva possível, estava tudo bem, né? Ele queria isso, ninguém iria julgá-lo, aquela já era sua sentença.

Dá o passo seu covarde de merda.

Eles precisam de justiça Kim Taehyung.

Jeon Jungkook se aproximou buscando a sua cintura e o trazendo para a segurança.

— Tae...?

Nenhuma resposta por um bom tempo.

— Fala comigo...

Kim Taehyung levou muito, muito tempo e quando girou o olhar em busca dos olhinhos jabuticaba, aquela expressão preocupada encarava-o profunda e seriamente, vibrando, se aconchegou na pele limpa e respirou.

— Estou com você Kook, estou bem aqui — Tae disse aquele sopro com dificuldade em busca dos dedos do outro — estou apenas. Bem... estou sem palavras.

JK se moveu ficando coladinho no corpo do outro, olhando seus dedinhos grudadinhos, respirando pertinho, sugando energia e movendo suas respirações com tanta letargia que sentia-se esquisito.

Não se enganava, reconhecia a tristeza e a erosão por ver os seus hyungs lidando com aquela coisa que aconteceu, se via muito magoado e também sentia-se assustado, fato é que estava aterrorizado naquele instante justamente por estar com Tae, o que ele ia fazer? E se não tivesse descido naquele momento?

O sono não veio de jeito nenhum, espantado pelo horror das possibilidades.

Ocorreu o mesmo com Taehyung que ficou a noite inteira mexendo nos cabelos de Jeon Jungkook em um carinho despercebido, começava o movimento e repetia novamente vezes e vezes. O outro, mesmo cansado e preocupado aceitando o conforto e aconchego da casa que fora limpa e do calor de seu hyung, nem assim dormiu.

Jungkook era a definição de dificuldade em dormir, às vezes vagava a noite toda pela casa e quando dormia subjugado pela exaustão acordava em outro lugar, pois o cérebro era incapaz de desligar o corpo para que não se movesse durante os apagões. Tinha pesadelos, acordava muitas vezes na sacada do quarto encarando a rua lá embaixo, o vento sempre soprava forte nessas ocasiões, ficava parado encarando o mundo lá fora, imaginava que alguém o guiava até lá o instruindo a cair e então despertava sem saber o que tanto tinha feito naqueles minutos que se congelavam como uma pintura de horror. Desde então decidiu-se por manter as portas e janelas do andar de cima fechadas. Sabia que não estava bem, sentia que poderia enlouquecer.

Naquela noite não não houve descanso e de manhã ainda tinha as mãos macias fazendo aquele trabalho suave e os olhos vigilantes que por horas lhe deram um pouco de entorpecimento.

Ficou grato e ao mesmo tempo cheio de preocupação.

Seu hyung já tinha passado da loucura uma vez e agora encarava o vazio interessado, tinha os olhos seguros em alguma coisa a sua frente, Jungkook suspirou, temia o "a partir dali", temia que não voltassem mais a se completar em algum momento.

Aquele medo de que alguém os guiava nas sombras, levando-os a cometer todos os erros de uma obra cinematográfica entupida voltou a si, como se nada fosse capaz de os livrar de se perder naquele calvário infernal que já estava devidamente preparado para cada um deles.

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