Lua Morta
Os grilhões estão atados demais
Há correntes por toda parte
Armadilhas por onde piso
Tantos sorrisos macios
Vozes de veludo em meu ouvido
Choro de bebês são latidos de cães selvagens por aqui.
Tentada a pular, olho para baixo
E me deparo com o meu próprio
reflexo esquelético
Nos moldes da moda do que há por aqui
Agora sou igual a vocês, como tudo deve ser
Sem esperança de futuro, desejo pular o presente.
A queda, porém, é rasa demais
Impossível ao suicídio
E o que quebra não se cola.
Avisto a liberdade num segundo dali
Há lua, há sol, num calor que me dá calafrios
Tremi
Não há pó de cinzas brancas
Não me conseguem o que preciso
Já não posso beber, fumar ou comer
Amarrada nessa cama da desistência
Só há forças para remédios
Queimo meus próprios livros
Quebro a televisão
Miro no sol e atiro na lua
Ela sangra, estou nua
Como a lua,
Ninguém me vê.
Estou no inferno, mas não sou os outros
E isso só pode ser o paraíso.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro