14: Doença
Acordei com o barulho irritante do liquidificador, junto com a batedeira. Me mexi um pouco e percebi que ainda estava aconchegada ao corpo de Henri.
‐ Minha mãe já deve ter induzido a sua mãe a fazer alguma coisa.
Comecei a beijar Henri e deslizei a minha mão pelo seu corpo, até o seu pau semiduro. Com movimentos para cima e para baixo, sem parar de beijá-lo. Quando estava perto de gozar, segurou a minha mão, me afastando do seu corpo. Subi em cima do seu colo, acomodando seu pau dentro de mim e comecei a rebolar, e morder o seu pescoço.
‐ Você é uma mulher insaciável.
Quando ele chegou ao orgasmo, um gemido rouco e alto saiu da sua garganta. Senti seu sêmen quente sendo despejado dentro de mim. Dei um selinho rápido em seus lábios e me levantei, o tirando de dentro de mim. Segui para o banheiro e Henri veio atrás de mim, entrando no box antes de mim. Entrei no box, ligando o chuveiro. Meu namorado começou a me dar banho e eu deixei que aquela sensação maravilhosa se possuísse de mim.
‐ Sua pele é tão macia e cheirosa.
‐ Isso é tudo para você.
Acabamos o banho e o vapor exala dos nossos corpos, mesmo depois de secos. Abro o meu guarda-roupa e pego uma lingerie preta. Visto a blusa do Henri, que ficou parecendo um vestido. Peguei um cinto e coloquei na minha cintura.
‐ Laura, você viu minha blusa? – ele bateu pé na cômoda – Caralho. Viu minhas lentes também?
‐ Não.
‐ Eu vou ter que ficar apenas de calça jeans e tênis? – ela tateou em cima dos móveis.
‐ Você fica sexy assim, seus gominhos bem definidos e sua tatuagem devem ficar amostra – Pego a caixa de lente de contato e entrego para ele.
‐ Obrigado! – ele colocou as lentes e piscou algumas vezes – Essa tatuagem e esse corpo, apenas você viu – ele se aproximou de mim – Eu pertenço a você – me deu um selinho – Você fica linda na minha blusa, mas deveria caçoar de uma pessoa que usa lente.
‐ Não estava caçoando de você – ele puxou meu corpo para perto do seu –Me explica uma coisa?
‐ Claro! – ele se sentou na poltrona e eu me sentei em seu colo, passando o medo pela tatuagem em seu peito.
‐ Por que a vergonha do seu corpo?
‐ Na minha adolescência e no começo da faculdade, eu sofri muito bullying por causa do meu corpo ser magro demais. Só comecei a perceber que eu era mais do que as outras pessoas falam de mim, depois que me adicionou no GoldFriend – ele soltou uma risada abafada – Então eu pedi a minha mãe para gastar o pouco do dinheiro que tínhamos, para contratar um nutricionista, e quando ela disse sim sem pensar duas vezes, prometi para mim mesmo que ia virar uma grande pessoa e pagar todas as viagens para minha mãe, como pagamento por gastar o que daria para as contas – Ele respirou fundo – A partir daí, comecei a malhar em casa para não gastar mais dinheiro e segui todas as ordens do nutricionista. Quando meu corpo começou a criar músculos, eu fui até um estúdio de tatuagem e mandei fazer essa tatuagem, para eu sempre lembrar que prometi levar as duas mulheres mais importantes para mim, para viajarem todo o mundo.
Um sorriso malicioso cresceu em seus lábios e suas bochechas ficaram coradas. O verde dos seus olhos era capaz de me hipnotizar.
‐ Quando o meu corpo ficou sarado, as garotas da universidade começaram a dar em cima de mim. Então foi aí que eu aprendi que era fácil provocar ela apenas com palavras, mas nunca deixei ninguém encostar em mim e nunca encostei em ninguém. Quando me formei, comecei a trabalhar em um restaurante e sempre atraia olhares de diversas pessoas – um sorriso largo dominou seu rosto – Até que um dia, meu chefe me falou que o restaurante seria meu se eu quisesse. A partir da ia fiz várias modificações no restaurante e comecei a ganhar muito dinheiro, então liberei a minha mãe para viajar pelo mundo e eu entrei na academia, o que deixou meus músculos mais definidos – Ele me deu um selinho rápido – Prometi para mim que o meu corpo é minha tatuagem, somente você e mais ninguém, poderia ver.
‐ Se você não se sente à vontade com os outros, tudo bem – me levantei do seu colo e peguei um moletom no meu guarda-roupa – Esse deve servir.
Depois que Henri colocou o moletom, descemos para a sala, onde tinha quatro malas encostadas no canto da parede e minha mãe e Ellena, estão sentadas comendo brigadeiro e mousse de maracujá, enquanto assistem um canal de fofoca na TV.
‐ Mãe, que malas são essas? – me sentei ao lado da minha mãe, tirando o prato de brigadeiro da sua mão.
‐ Eu e a Elle, decidimos que ela e o Henri vão ficar aqui em casa, temos um quarto sobrando e a Ellena vai ficar nele e o Henri vai dormir no seu quarto – ele tomou o prato da minha mão e voltou a comer.
Henri se sentou ao meu lado e minha mãe me entregou a travessa com o doce de maracujá, com duas colheres. Os três escolheram um filme de ação e no meio eu já estava quase dormindo no peito de Henri. Acordei quando senti Henri me carregando para o quarto.
‐ Você é linda – disse Henri me colocando no chão.
Fui para o banheiro e escovei os meus dentes e coloquei um baby doll. Sai do banheiro e encontrei Henri sentado na minha cama, lendo um livro que estava na minha mesa de cabeceira. Era a primeira vez que eu estava vendo ele usando óculos. Seu corpo está sendo banhado pela baixa luz do abajur. Fui no canto da cama e me joguei em cima dele.
‐ Você tem que fazer mais exercícios físicos, meu amor. Você fica cansada muito fácil – ele deixou o livro de lado e me olhou através das lentes dos seus óculos.
‐ Você que me deixa cansada.
‐ Vamos dormir, que amanhã alguém tem que levar uma agulhada – ele tirou os óculos e colocou em cima dos livros, em seguida apagou a luz do abajur.
‐ Odeio agulha, mas odeio mais remédio – Fiz uma careta.
‐ Se quiser eu uso camisinha – ele semicerrou seus olhos para conseguir me ver.
‐ Não é necessário, tenho que gastar um pouco mais do dinheiro do meu pai – eu preciso de coragem para contar para ele a verdade – Agora vamos dormir.
Ele virou seu corpo, me colocando deitada no colchão. Puxei o edredom, cobrindo nossos corpos. Encostei minha cabeça no peito de Henri, aconchegando o meu corpo ao seu. Aos poucos tudo foi escurecendo e eu adormeci.
‐ Minha namorada não vai acordar? – acordo dos os sussurros roucos de Henri em meu ouvido.
Procurei seus lábios com a mão e quando achei, juntei nos lábios em beijo calmo. Suas mãos seguraram minha cintura com força e minha mão entra no meio dos fios castanhos e sedosos, de Henri. Mordi o seu lábio inferior e puxei, interrompendo o nosso beijo. Abri os meus olhos, me maravilhando com os lindos olhos verdes, que me olham com paixão.
‐ Bom dia, pimentinha!
‐ Bom dia, raio de sol! – depositei um beijo casto no canto da sua boca.
‐ Sua mãe é a minha, saíram para comprar algumas coisas, que não é do meu entendimento em português – falou em inglês.
‐ Um dia você aprende todas as palavras. Agora vamos tomar banho.
Ele se levantou, mostrando que já tinha tomado banho. Levantei e dei um selinho nele e entrei no banheiro, me olhando no espelho. Uma lágrima escorre do meu olho e eu a limpo. Tomo um banho rápido e escovei os meus dentes. Sai do banheiro com apenas uma toalha enrolada em volta do meu corpo e peguei um vestido rosê e um Louboutin da mesma cor.
‐ Seca o meu cabelo, para mim fazer a minha maquiagem? – ele deixou o livro de lado e veio para dentro do banheiro comigo.
‐ Quer que eu só seque seu cabelo? – disse pegando o secador e deixando o Babyliss em cima da bancada.
‐ Segue os seus planos.
Deixei o vestido e o salto, do outro lado da banca e comecei a fazer a minha maquiagem, enquanto Henri secava o meu cabelo, tomando cuidado para não me queimar. Quando terminei de me maquiar, Henri finalizou o meu cabelo, passando a mão para abrir as ondulações.
‐ Você está maravilhosa – ele deu um beijo no meu ombro e saiu do banheiro.
Vesti o meu vestido e calcei meus Louboutin. Me olhei no espelho, vendo a farsa que carregou por causa de um maldito mês ruim. Quando saí do banheiro Henri ainda estava com os seus óculos, que o deixava ele ainda mais sexy.
‐ Pretende ir ao consultório, apenas de calça e tênis? – Peguei a chave da Mercedes e minha bolsa.
‐ Não quero outras mulheres babando no meu corpo, além de você.
‐ Te espero lá embaixo.
‐ Você não vai a lugar nenhum.
Ele saltou da cama e veio correndo até mim, me jogando por cima do ombro. Tentei protestar, mas foi em vão. Ele me colocou deitada na cama, e abriu sua mala, pegando uma blusa de malha preta e uma jaqueta de couro. Henri se vestiu e colocou as lentes de contato.
‐ Agora podemos ir.
Durante todo o percurso, Henri ficou resolvendo algumas pendências dos seus restaurantes, enquanto uma das suas mãos acariciava a minha coxa. Seu toque é gentil e quente, cada parte do meu corpo ansiava pelo seu toque. Quando chegamos ao consultório da minha ginecologista, Henri só falava em inglês, igual faz lá em casa quando está perto da minha mãe. Ele disse que tem medo de falar algo que me envergonhe na frente das pessoas.
‐ Tem certeza que você quer fazer isso comigo? – massageie a sua coxa.
‐ Sim. Irei seguir você por todo lado, até nós dois não conseguirmos mais andar sem muletas.
‐ Me fala qual foi a frase ou palavra que a minha sogra falou? Por acaso foi, colocar o pé na jaca, chutar o balde ou galinhar?
‐ A última opção – seu semblante ficou sério.
‐ Ok – senti os meus lábios repuxando e formando um sorriso.
‐ O que isso significa?
- Melhor você não saber! – ele se levantou e cruzou os braços.
‐ Tenho uma proposta – ele ergueu o queixo – Você me conta e eu não faço greve de sexo.
‐ Greve de sexo, não – me levantei chegando perto dele – Significa – fui interrompida com a secretária, liberando a minha entrada.
‐ Não ache que fugiu dessa conversa.
Entramos na sala e me sentei na cadeira. Henri encostou na parede longe dos equipamentos e vacinas. A ginecologista o cumprimentou e ele fez de sonso e a cumprimentou em inglês. A doutora pegou um dos recipientes dentro da geladeira e passou para a seringa. Respirei fundo e ela aplicou a vacina na minha veia.
- Temos que conversar sobre aquele outro assunto – ela não iria falar sobre o assunto com o Henri na sala.
‐ Será que posso conversar com ele por um minuto?
‐ Claro, vou aproveitar para recarregar a cafeína no meu corpo – ela deu um sorriso casto e foi para fora da sala.
‐ O que quer falar comigo? – Henri se sentou na cadeira da minha ginecologista.
‐ Quanto eu tinha dezenove anos, fui diagnosticada com uma doença rara, que impedia que os meus óvulos ficassem no meu útero – lágrimas escorriam pelos meus olhos e Henri veio até mim – Minha menstruação não parava por um dia, então tive que retirar meus óvulos.
- Então para as vacinas, se não pode engravidar? – ele estava preocupado e não me pedindo uma explicação.
‐ Meu médico descobriu que quando um embrião está no meu útero, ele não é expulso com os óvulos não fecundados. Então as vacinas são para deixar o meu útero saudável caso eu queira engravidar.
‐ O que a doutora quer falar com você? – sua mão acaricia os meus braços.
‐ Eu uso um procedimento que impede que meus hormônios interfiram no meu útero. Só que de um tempo para cá, os meus exames não estão como deveriam. Então eu teria que tirar os meus óvulos e colocar um Diu – ele secou as minhas lágrimas – Só que a cada ano, meus óvulos começam a perder uma porcentagem da sua fertilidade.
‐ Entendi – duas batidas na porta, interrompeu Henri.
‐ Acabaram, posso voltar depois.
‐ Acabamos – disse Henri – Aceitamos os procedimentos, têm horário hoje?
‐ Sim, mas ela deve estar no período de ovulação, para que eu possa fazer a extração – a médica falou em inglês.
‐ Ela está, conheço perfeitamente o ciclo dela – não era mentira, ele sempre ligava mais tarde, quando eu estava de TPM.
‐ Está de acordo, Laura? – a médica me olha, sabendo que seria o melhor para mim.
‐ Você tem certeza Henri? – nunca vi seus olhos tão verdes.
‐ Eu quero estar sempre ao seu lado meu amor. Não teremos filhos agora, só será um adiantamento do nosso futuro. Quando sentimos que está na hora, ficamos grávidos.
- Ok – respirei fundo – Vamos começar.
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‐ Agora temos nove filhos dentro de uma geladeira – brinca Henri, tirando as chaves do carro da minha mão.
‐ Quero saber com presente correr atrás de nove crianças? – me sentei no banco do passageiro.
‐ Quando quisermos um tempo, contratamos babás para cuidar.
‐ Eu mereço.
No caminho, Henri não para de falar o quanto estava feliz por ter filhos congelados. Chegamos em casa e subimos direto para o meu quarto, já que minha mãe e Ellena estavam nas suas paqueras. Henri tirou as lentes e se deitou ao meu lado, colocando os óculos. Liguei a TV e comecei a procurar um filme de comédia brasileiro, na Netflix. Henri pegou o livro que estava lendo mais cedo e voltou a ler.
- Amor, você está entendendo alguma coisa desse livro?
O livro que ele está lendo, foi escrito por uma autora nacional, usando linguagem regionais para algumas falas entre personagens. O que pode dificultar muito a leitura para Henri.
‐ Algumas coisas sim, outras tenho que me esforçar para entender. De vez em quando fazer algumas pesquisas no Google e traduções do Google Tradutor.
‐ Se não conseguir entender, pode perguntar para mim.
‐ Tenho uma dúvida.
‐ O que seria?
- Como você deixa a sua pele tão linda e macia?
Dei um sorriso largo e fui até o banheiro. Peguei dois tipos de argilas e alguns outros tipos de produtos para rosto. Quando saiu do pequeno cômodo, Henri me olha curioso.
‐ Vou precisar que coloque as lentes.
‐ Seu desejo é uma ordem.
Ele largou o livro e tirou os óculos, colocando as lentes de contato. Coloquei um pouco de argila em um pote de plástico e misturei com um pouco de água. Com auxílio de um pincel, comecei a aplicar a mistura no rosto de Henri. Ele fez uma careta com a sensação gelada da argila.
‐ É isso que te deixa tão linda? – ele me pôs sentada no colo.
‐ Não é tão ruim assim.
Acabei de aplicar a argila em seu rosto e ele começou a aplicar no meu. Quando ele acabou, me sentei no meio das pernas de Henri, que começou a massagear os meus ombros, enquanto lia a legenda do filme.
‐ Por quanto tempo temos que ficar com isso no rosto? – disse sem tirar a concentração do filme.
‐ Por um vinte minutos deve bastar.
O seu celular apitou, fazendo com que ele tirasse a concentração do filme e respondesse a pessoa.
‐ Volta comigo para os Estados Unidos?
- Não sei, quero ficar um pouco com a minha mãe. Quando começar minhas aulas, não vou ter tempo nem para respirar, e quando me formar vou me mudar.
‐ Essa desculpa não vai funcionar meu amor – ele deu um beijo no meu ombro.
‐ Não é uma desculpa, eu quero passar mais tempo com a minha mãe.
‐ Pode ser verdade, mas se tornou uma desculpa, porque sua mãe está com a minha no aeroporto, prestes a embarcar em um voo para o Egito – um sorriso largo apareceu em seus lábios.
‐ Então vamos voltar para os Estados Unidos.
Eu não podia viver com medo do Gustavo, mas também sei que tenho que contar para Henri. Porque sendo meu namorado, ele também vai estar no radar do irmão da minha amiga.
‐ Só que você precisa saber de uma coisa – ele ficou quieto – Pode ser que tenha um traficante atrás que é obcecado por mim.
‐ Não importa, não vou perder a chance de viajar e sair com a minha namorada, por causa de um desgraçado qualquer.
‐ Não mesmo, só tome cuidado – dei um beijo em seus lábios – Agora vamos limpar a argila para aplicar a máscara.
- Ainda tem mais coisa? Pensei que era só isso – ele apontou para o próprio rosto.
‐ É um processo de várias etapas.
Ficamos a tarde toda fazendo skincare e assistindo comédias românticas. Para jantar eu pedi dois hambúrguer, que surpreendeu o Henri, pelo tamanho. Depois de comer, ele me fez falar com o nutricionista, que eu estava tentando engordar ele.
‐ Eu prometo que ele vai engordar só mais um pouco – encerrei a ligação – Ele está querendo que você passe fome, só pode.
‐ Vamos dormir. Que temos um voo pela manhã.
‐ Eu nem arrumei as minhas malas – tentei me levantar, mas Henri me impediu.
‐ Você tem roupa lá em casa. Não precisa de mais.
Me aconcheguei em seu peito e ele me apertou em seus braços, impedindo que eu me movimentasse.
‐ Boa noite, pimentinha!
‐ Boa noite, raio de sol.
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