Capítulo 24
De noite deitada em sua cama, naquele grande quarto cheio de meninas que perdiam a esperança a cada dia que se passava. A pequena órfã vira-se para ver sua irmã na cama improvisada ao lado.
- Irmã? Ei, irmã. Dormiu? - Susurra esperançosa.
- Estou acordada.
As duas ficam em silêncio por um tempo. Podiam ouvir o vento frio soprando na janela do lado de fora das paredes geladas do orfanato. Todas as dúzias de meninas que ali estavam, dormiam profundamente. Deveriam fazer o mesmo ou amanheceriam exaustas no desjejum matinal. Mas a pequena não iria conseguir dormir sem antes saciar sua dúvida. Virando-se para encarar o teto assim como sua irmã fazia, ela pergunta por fim:
- A mamãe. Como era? - Ouve-se um suspiro vindo da cama ao lado, a menina fecha os olhos tristemente o escutando - Desculpa.
- Lhe contei como era nossa mãe duas noites atrás está lembrada? Descrevi inclusive nosso pai. Por que pergunta novamente? - Ela coloca o braço sob os olhos cansados.
- Sonhar com eles, é o que desejo - Confessa puxando seu cobertor até os ombros, descobrindo assim seus pés - Posso imaginar e sonhar.
A jovem suspira novamente, mas dessa vez com um sorriso pequeno em seus lábios. Tirando por fim o braço sob seus olhos, ela se vira para ver sua irmã mais nova.
- Não me lembro muito deles também pequena, a cada dia que se passa a imagem deles vão sumindo da minha mente. Ficam apenas traços seus que não gostaria de lembrar. Mas posso lhe contar o que resta nela, esta bem?
A pequena sorri se virando de lado, as duas se encarando por fim. Os olhos verdes da mais nova brilhavam com a luz da lua que entrava pela janela, fazendo sua irmã sorrir.
- Seus olhos são como os dela - Murmura a fazendo sorrir ainda mais - Ela tinha olhos verdes brilhantes como os seus, não nesse tom de amêndoa como os olhos de nosso pai. Tinha um narizinho arredondado igualzinho ao seu - Tocou na ponta de seu nariz ao dizer isso.
"Sua boca era pequena e fina, mal parecia ter lábios. Mas quando estava feliz cantava pela casa e mostrava do que ela era capaz. Sua voz era encantadora. Papai lhe dizia isso as vezes. Nosso pai, ele era alto e tinha o cabelo castanho como o nosso, diferente de nossa mãe que era loira"
A pequena menina ouvia cada palavra que sai da boca de sua irmã mais velha com atenção e carinho. Em alguns momentos chegava a fechar os olhos e idealizar tudo o que lhe contava, tentando imaginar como era os dois.
"Ele era ferreiro se eu não me engana. Não passava muito tempo em casa e na maioria das vezes quando voltava...enfim, quando estava de bom humor e não havia se metido em encrenca, tirava nossa mãe para dançar. Um traço em seu rosto eu não consigo esquecer, ele tinha uma pequena covinha no queixo. Sempre achei estranho mas ela gostava de alguma maneira"
As duas riem baixinho até ficarem em silêncio novamente.
- Obrigada - Olhando para sua irmã vê que está com os olhos fechados, quase caindo no sono - Eu fiz algo errado. . .?
Murmurando essas palavras a pequena se aconchega e acaba caindo no sono. Se aproximando do rosto da sua irmã, ela acaricia seu pequeno rosto tirando algumas mechas sobre seus olhos.
- Não fez nada de errado querida. Não fizemos.
Se mantinha firme para não chorar. Não era sua culpa, muito menos de sua irmã. Afinal não lhe contou metade do que acontecia naquela casa e o desfecho da história.
Não mencionou seu pai bêbado sendo morto por acumular dividas em apostas que nunca poderia pagar.
Não mencionou sua mãe magra e depressiva, que apenas piorou depois do parto da segunda filha e acabou não aguentando continuar viva.
Ou do esforço que com sete anos de idade tinha que enfrentar para conseguir comida para si e sua irmã de apenas alguns meses.
Deixava a sonhar com a família perfeita e feliz que cantava e dançava pela casa, em alguns raros dias do ano. Era melhor assim. Não deveria nunca ter lhe contado sobre a morte de sua mãe após seu nascimento.
Pedia silenciosamente para Deus lhes enviar um anjo para tira-las daquele lugar triste e sem cor.
- Boa noite Mel - Luiza diz antes de fechar os olhos para descansar.
- Melissa, Melissa acorde está na hora - Luiza repetia enquanto prendia seu cabelo em um coque em frente ao espelho.
Os dias começavam cedo no castelo, ainda mais quando se era a dama supervisora de todo o serviço. Luiza dava as ordens aos outros empregados, designava suas áreas e lhes fornecia o material necessário. Com seu senso de liderança adquirido desde nova, ela comandava aquele lugar com maestria fazendo o possível para tornar o ambiente confortável para os membros da realeza.
Pois havia pedido um anjo para Deus quando pequena, e ele o enviou em forma de mulher. Uma mulher que usava uma coroa em sua cabeça.
- Melissa? - Chama uma última vez antes de ir em direção a cama de sua irmã dorminhoca. Será possível que nunca iria acordar na primeira vez que chamasse?
Abrindo a cortina que dividia seus "quartos" ela a encontra dormindo, encolhida e tremendo. Se remexia inquieta. Estava a ter mais um pesadelo.
- Mel, Mel acorde - Luiza a balança devagar até que finalmente Melissa acorda alarmada, respirando ofegante - Ei ei era tudo um pesadelo certo? Passou, está acordada, eu estou aqui.
A jovem de dezesseis anos puxava o ar diversas vezes enquanto sua irmã afagava seus cabelos buscando a acalmar por completo. Infelizmente constantemente Melissa era perturbada com pesadelos durante seu sono, o que afligia grandemente sua irmã pouco podendo fazer para ajudar.
- Pronto, respira. Se sente melhor? - Melissa afirma ainda quieta e Luiza se separa dela mais aliviada - Que bom. Se precisar repousar por mais tempo eu entendo, aviso as meninas que não estava se sentindo bem. Sei que Eleanor não iria se importar sabendo que não esta se sentindo bem, posso auxilia-la por hoje.
- Não. Eu consigo trabalhar - Ela se levanta de sua cama com um sorriso consolador para sua irmã que seguia a encarando preocupada - De verdade Luiza, posso trabalhar. Eleanor precisa de mim.
Seus olhos verdes pediam para que não se opusesse e Luiza se via em um dilema entre a vontade de sua irmã, e sua saúde. Sabia que de qualquer modo ela iria se encontrar com Eleanor independente de sua resposta, mas não queria ser a vilã da história.
Luiza solta o ar cedendo por fim. Quando o assunto era Eleanor Melissa fazia o possível e o impossível para ajudá-la. Por vezes sua irmã chegava a sentir ciúmes de sua relação com a rainha, pois por mais que sejam família não passavam muito tempo juntss como antigamente.
- Certo, mas se sentir que tem algo errado, pede para se retirar imediatamente. Se apronte para a contagem e o desjejum, se esta bem não quero que se atrase - Melissa faz uma reverencia ironizando a chefia de sua irmã.
- Sim senhora dama supervisora - Diz calmamente e Luiza revira os olhos achando graça, se virando para sair em seguida.
Ao fechar a porta Melissa solta um suspiro cansado. Deveria ter preparado um bule de chá na noite anterior, assim poderia ter tido uma noite de sono melhor. Infelizmente quando saiu sorrateiramente até a cozinha para prepara-lo, duas das serviçais da cozinha seguiam conferindo os ingredientes para a refeição do dia seguinte a impedindo de entrar sem ser vista.
Não poderia de maneira alguma preparar um chá no meio da noite para si mesma, o chá na cozinha era exclusivo da realeza e se soubessem iria ser castigada. Além do mais, como explicaria que não bebia o chá pelo sabor e sim para ajudar no sono? Na certa seria taxada como bruxa e nem queria pensar no que veria a seguir.
Mais um dia se seguia e tinha de cumprir com suas obrigações. Era hora de se arrumar, ou seja, se lembrar dos motivos pelo qual é grata durante aquele dia. Tentava praticar todos os dias se lembrar de motivos pelo o qual era grata, evitando assim passar mal durante o dia - o que seria um desastre vergonhoso. Eleanor era sua melhor amiga porém ainda era sua senhora e soberana.
Não podia perturba-la com seus problemas e ansiedades da vida. Estava lá por um motivo, um dos motivos dela ser grata.
Primeiro motivo a ser grata: Ter sido escolhida entre os órfãos pela rainha, para crescer e servir no castelo.
Melissa para em frente ao pequeno espelho na parede prendendo seu cabelo em um coque baixo, colocando seu capuz sob a cabeça em seguida. Deveria sair imediatamente em direção a cozinha para a contagem, a dama supervisora era sim sua irmã mais velha, mas ordens eram ordens e não era diferente de nenhuma outra criada ali naquele castelo.
Pelo menos é o que tentava acreditar.
- Bom dia meninas - Cumprimenta educadamente ao sair no corredor e ver outras servas indo para a contagem.
As meninas que aparentam ser mais velhas do que ela, a encaram com um olhar reprovador antes de seguir caminho pelo corredor.
Melissa sorri para si mesma fechando a porta atrás de si.
Segundo motivo a ser grata: Suas colegas de trabalho responsáveis que dão o melhor de si em seu serviço.
Não era novidade que sua relação com as outras servas do castelo era precária, as únicas que pareciam não perceber essa situação eram Luiza e Eleanor. Gaspar sabia o que a jovem passava e dizia para não dar-lhes ouvidos.
- Bom dia Gaspar - Cumprimenta alegremente o senhor que esperava por sua passagem mais adiante, na porta de seu aposento.
- Bom dia senhorita Melissa. Como está nesta manhã? - Os dois andam lado a lado descendo a longa escadaria que se seguia, visto que dos cinco andares os dormitórios dos criados eram no último antes das torres de guarda.
- Como todos os dias Gaspar, recebi minha cota de rejeição diária - Brinca com um sorriso no rosto enquanto Gaspar lhe encara com um sorriso triste - Não faça essa expressão Gaspar, sei como as garotas me veem. Muitas delas passaram anos trabalhando nesse castelo em busca de um posto melhor, e eu a novata órfã de cinco anos, consegui ser dama de companhia da princesa sem conseguir segurar uma vassoura direito.
- Não diga tolices, sabe como Eleanor é grata por tê-la em sua vida. Eu auxiliei nos serviços e responsabilidades que não podia cumprir quando pequena. Hoje quem necessita de ajuda sou eu e minha coluna - Melissa passa a mão em suas costas afetuosamente agradecendo.
- Oh Gaspar está sendo gentil, sei que quer me agradar. Mas sabe que no fundo elas tem razão. Fui privilegiada por cair nas graças de Eleanor e isso facilitou na escolha dela de dama de companhia. Além disso sou a irmã caçula da dama supervisora, pensam que sou beneficiada por ser familiar.
- Sei bem que Luiza não pega leve com nenhuma de suas colegas, por isso foi designada como dama supervisora pela própria Cat - Diz Gaspar erguendo as sobrancelhas relembrando das ocasiões que havia sido repreendido por Luiza, nem mesmo ele estava a salvo de seu perfeccionismo evidente.
- Como podem mencionar a realeza tão informalmente? - Uma das servas diz ao abrir a grande porta para a cozinha, revoltada com tal ato - Referindo-se a falecida rainha como Cat e chamando vossa Majestade a rainha Eleanor pelo nome diretamente. Que ultraje.
- Matilda sabe que são mimados pela coroa pela relação pessoal que mantem com seus soberanos. Não entenderiam a gravidade que seria uma de nós, meras servas de limpeza, se dirigir a realeza por nome.
- Deixe-me lembra-la senhora Matilda que vi a Rainha Catarina nascer e cuidei dela, cuidei de Lady Lívia e também de Eleanor. Fui contratado por sua majestade rei Frank no inicio de Bravença e fui um servo direto da falecida rainha Cecília... - Melissa sente o tom triste em sua voz ao citar Cecília, seu grande amor - Sou um dos poucos neste castelo que presenciou todos os reinados de Bravença. Não profira palavras impensadas.
- Há algum problema? - Luiza diz vendo os quatro parados se entreolhando sérios. Todos ficam quietos com a pergunta feita.
- Não há nenhum problema senhorita Luiza, peço desculpas de qualquer modo - Se pronúncia Matilda por fim. Luiza afirma com um aceno e Matilda anda a passos rápidos junto de sua colega, mas não antes de murmurar para Melissa: Como se ela não fosse a defender.
Luiza se aproxima de Melissa e arruma os fios de seus cabelos que caiam sobre seu rosto, os criados que seguiam alinhados aguardando observavam cochichando entre si. Tudo o que Melissa queria naquele momento era sair de lá.
- Luiza para... - Pede baixo mas sua irmã agora tinha a atenção em seu uniforme amassado - Luiza para!
Melissa empurra levemente sua mão e anda bufante até a fila. Gaspar encara Luiza pedindo tempo para a jovem seguindo para a fila.
Luiza limpa a garganta se voltando novamente para seu trabalho. Todos os serviçais se encontravam ali, somando ao todo mais de oitocentos trabalhadores. Luiza passava por todos analisando suas vestes e contando mentalmente se todos estavam presentes.
- Bom dia a todos nesta manhã de trabalho, em breve o sino irá tocar e todos irão se dirigir para suas áreas de hoje. Lembrando que os que estavam na limpeza do primeiro andar, irão para o segundo e assim posteriormente com os outros dos demais andares. Não se esqueçam, dêem o melhor de si em tudo que fizerem. Nada é mais importante do que servir a realeza - Profere com total convicção como sempre faz todas as manhãs. Seus colegas de trabalho permaneciam quietos absorvendo suas palavras, em um misto de respeito e medo de Luiza séria.
A jovem sorri por fim e grande parte dos presentes soltam o ar aliviados - sem nem se darem conta que haviam o prendido até então.
- Bom trabalho a todos, qualquer problema na área designada me procurem imediatamente. Façam seu desjejum e sigam aos seus setores. Pela coroa - Conclui acenando com a cabeça os liberando.
- Pela coroa - Melissa sussurrou baixo.
O grande sino da igreja é soado. Bravença acordava naquele momento. E para os que estavam acordados antes do Sol nascer, era hora de trabalhar.
Melissa entra nos aposentos reais da rainha escancarando as portas, seguida de outras três criadas que a acompanham quietas.
- Bom dia vossa loirice real! Ainda com sono? Vamos, levante-se, tem de se aprontar para a missa - Suas acompanhantes abrem as cortinas pesadas das janelas iluminando o amplo local.
Eleanor parece não gostar nenhum pouco dessa atitude vendo a careta que se forma em seu rosto com a claridade repentina.
- Melissa me conte o segredo de sua animação em plena manhã por favor - Melissa ri de seu pedido, sua voz ainda estava sonolenta e parecia querer se aconchegar aos cobertores e adormecer o mais rápido possível - Sério Mel, sempre que a vejo está sorrindo. É a pessoa mais feliz que conheço sem sombra de dúvidas. Como consegue ficar feliz em uma hora dessas?
- Tenho que lembra-la que tem uma conferência mais tarde com lordes e duques? - A jovem ousada puxa a coberta da rainha e ela se encolhe.
As criadas que arrumavam seu quarto caladas, apenas arqueiam as sobrancelhas com sua atitude com a rainha.
- A conferência pode esperar, a missa também, tudo pode me esperar. Eu sou a rainha... - Continua sonolenta e Melissa revira os olhos.
- O tempo não pode te esperar majestade. Sua agenda está cheia como sempre, sem exceções. Desjejum em pouco tempo, missa, reunião com os duques das províncias, almoço com as duquesas e várias outras ocasiões.
Melissa segura seu braço e a puxa cuidadosamente, fazendo Eleanor sentar na cama ainda com os olhos fechados.
- Nada disso importa, no momento o que realmente importa sou eu em um sono profundo...
- Por Deus eu lhe disse que não devia ter se retirado tão tarde para descansar! Sua teimosia é sua ruína, poderia ter continuado o treinamento depois e... - Melissa para abruptamente a frase com um brilho novo no olhar - Se permanecer deitada é o desejo da minha senhora, que assim seja.
Eleanor sorri de olhos fechados ainda sentada na cama.
- Obrigada Mel saiba que és um anjo em minha vida - Comenta tateando a cama em busca de seu cobertor.
- Espero que James seja compreensivo assim como eu majestade, logo lhe trago notícias de sua reação. Direi a ele que o treino de ontem fora pesado demais para a senhorita, ele compreenderá que será melhor adiar o treino desta tarde. Devido ao seu cansaço iminente.
Eleanor abre un olho e em seguida o outro. Vira a cabeça devagar em direção a Melissa e permanece a encarando fixamente.
- Não ousaria - Fala e Melissa arqueia as sobrancelhas tocando na maçaneta da porta - Está bem está bem, mas só por conta que treinei muito para o combate de hoje.
Melissa faz uma reverência feliz por conseguir o que queria enquanto Eleanor se levanta se espreguiçando.
- Irei preparar seu traje de hoje - Melissa diz se voltando para o grande armário de vestidos.
- Conto com seu bom gosto então - Declara a loira olhando pela janela o jardim se iluminando com o Sol.
E assim começou mais um dia.
Eleanor faz seu desjejum e Melissa fica em pé ao seu lado. Eleanor vai a missa e Melissa lhe acompanha. Eleanor vai a uma reunião com nobres de Bravença, Melissa aguarda junto de Gaspar ao lado de fora da sala. Melissa a seguia fielmente por onde sua senhora fosse.
Inclusive naquele momento, descia as escadas do terceiro andar com um escudo pesado em mãos. Acabava de vir da sala da Guarda real providenciar um escudo para o confronte de James e Eleanor dessa tarde.
Porém no escudo era mais pesado do que recordava, segurava com esforço para não o deixar cair degraus abaixo.
- Olha ela - Duas mulheres subiam as escadas, pelo traje que vestiam eram servas. Observavam Melissa descer lentamente os degraus com dificuldade. O grande escudo dificultando sua visão.
- Uma...uma ajudinha por favor.
- Mas é claro.
Ao dizer isso a criada põe o pé em frente a Melissa que tropeça derrubando o escudo até a pequena plataforma da escada. As meninas riem baixo vendo sua expressão cansada.
Melissa solta o ar frustrada e as encara aflita, apertando os punhos com força.
- Deveria prestar mais atenção por onde anda. Pode ter o favor da rainha mas não se esqueça que é uma de nós, ela pode te substituir a qualquer momento, em qualquer vacilo seu minha cara. Nem sua irmã pode lhe ajudar nesse sentido.
Melissa seguia lhe encarando com o coração palpitando em seu peito. Percebia que começava a respirar com dificuldade.
Luiza que passava por ali no momento para observando a cena furiosa, pronta para proteger sua irmã de suas palavras cruéis.
- Mas por outro lado enquanto a senhorita Melissa toma chá com a rainha e a acompanha em eventos junto de nobres a senhorita sonha em um dia poder estar em seu lugar. Seria isso inveja? - Max diz subindo as escadas encarando as duas servas - Senhorita Melissa a pedido do príncipe James vim lhe ajudar com o armamento pesado, a rainha lhe espera.
Melissa assente quieta enquanto Max pega o escudo do chão.
- E além do mais senhoritas - Diz se direcionando as duas criadas que permaneciam paradas - Se eu fosse vocês pensaria bem, mais muito bem mesmo, antes de faltar com respeito para com um superior ao meu cargo. Pois podem trabalhar por mil anos neste castelo e não teriam o caráter que a senhorita Sallow tem em dezesseis anos de vida, e é por isso que ela atraí a atenção da rainha. Agora, se nós der licença...
Mas olha para Melissa e aponta com a cabeça para as moças que os encaravam pasmas.
Melissa ergue a postura e as encara ainda temerosa, porém mais confiante com Max ao seu lado.
- Se nós der licença, vossa majestade a rainha e sua alteza real o príncipe de Annikra aguarda nossa presença - Diz calmamente.
- Sim senhorita - Falam por fim prestando uma reverencia antes de continuarem a subir la degraus. Deixando a jovem Melissa desacreditada.
- Elas...elas me reverenciaram... - Continua surpresa e Max ri.
- Sim reverenciaram, como deviam fazer a muito tempo. Não se deixe intimidar por pessoas como elas quando se é superior, não em cargo, mas como pessoa.
Melissa sorri.
- Desde quando ficou tão sábio senhor Max?
- Sempre fui, ou pensou que era apenas bonito e atraente além do meu incrível porte físico? - Melissa ri com gosto e Max sorri por fazê-la rir.
- Me chamou de senhorita Sallow, fazia tempo que não ouvia meu sobrenome. Como soube?
- Talvez eu tenha pesquisado a fundo o histórico de vocês para me aproximar de Luiza - Melissa arregala os olhos surpresa - Eu disse talvez.
- O senhor não desiste mesmo não é?
- Com certeza não senhorita Sallow - Por um momento Melissa desvia o olhar, antes de o empurrar de leve o censurando.
Luiza sorria observando tudo de longe. Quando pequena era importo seguro de sua irmã, mas hoje viu que sua irmã estava crescida. Podia vencer suas próprias batalhas. E não estava sozinha na luta.
Naquele dia Eleanor saiu vitoriosa de sua batalha com James. E Melissa também em sua batalha com a vida.
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