Protótipo imperfeito, tão cheio de rancor
Finalmente vem aí a participação dos personagens que estão na capa, então segurem-se nas poltronas e muita atenção para saber quem é quem. Boa leitura!
***
E quando o caos chegar
Nenhum muro vai te guardar
De você, de você, de você
Protótipo imperfeito
Tão cheio de rancor
É fácil dar defeito
É só lhe dar poder
(...)
Se tornam prisioneiros
Das posses ao redor
Olhando por entre as grades
O que a vida podia ser
(De Você — Pitty)
O prisioneiro fixou os olhos na ruiva demonstrando um misto de emoções, fazendo-a entender apenas com algumas trocas de olhares que ela tinha um grande significado para Strange em seu universo, o que tocou profundamente em seu coração.
— É melhor começar a se justificar, visitante. — O Homem de Ferro com armadura prateada e três joias do infinito no peito se levantou de uma das cadeiras e desceu as escadas em direção a ele. — A viagem multiversal é proibida e é bom ter uma boa justificativa para tudo que está acontecendo.
— Wanda Maximoff está se projetando astralmente em suas versões pelo multiverso para encontrar seus filhos. Ela não pode viajar pelo multiverso, mas pode se projetar astralmente em suas variantes e agora sequestrou América Chávez para usar os poderes dela para atravessar dimensões.
Raio Negro gesticulou com as mãos, falando em língua de sinais, arrancando um riso daquele que falou com Strange.
— Ele disse que isso é história da carochinha. — Debochou Reed Richards, que possuía barba comprida e cabelos grisalhos, gargalhando em seguida.
— Não sou nenhum mentiroso. — Ergueu as mãos ainda algemadas, mais trêmulas que de costume, apontou para a ruiva de cabelos lisos, vestido vermelho e uma coroa no topo da cabeça, sentada, o encarando, imóvel. — Ela sabe disso. Conhece meu caráter.
Todos a encararam.
— Não sou a Ane Njordottir que conhece, Doutor Estranho. — Retrucou. — Mas sei que não está mentindo.
O ex-médico mirou a figura de um homem careca, sentado em uma cadeira de rodas flutuante, que assentiu.
— Ele tem que saber a verdade, Ane.
— Que verdade? — Indagou o Senhor Fantástico. — Está escondendo algo de nós, rainha de Asgard? — Estava sentado na ponta oposta da asgardiana e esticou seu braço para que chegasse ao dela, o qual segurou com força.
— Primeiramente, quero que me solte, senhor Richards! — Lançou um feitiço na mão dele, fazendo com que a soltasse. — Tivemos uma visita multiversal hoje cedo. Mordo e eu concordamos em não contar a vocês, pois os ajudamos a voltarem de onde vieram. Xavier leu minha mente e descobriu tudo.
— Toda e qualquer pessoa que praticar viagem multiversal deve ser trazida aos Illuminati, julgada e morta. — Bradou o Homem de Ferro. — Você é uma traidora!
— E você um narcisista, conturbado, com a síndrome de fingir que tem o pau grande, Stark! — Strange mordeu o lábio a fim de segurar o sorriso que se formou nos lábios ao ouvir aquilo. — É apenas um menino mimado, insano, que precisa de tratamento psicológico.
— Já chega! — Mordo berrou, atraindo toda a atenção a si. — Este homem infringiu as leis do multiverso e deve ser morto. E se aqueles dois que apareceram hoje de manhã voltarem, devem ter o mesmo destino.
— Quem eram essas pessoas? — Stephen perguntou.
— Uma variante minha e do Mordo. — A ruiva respondeu. O coração do ex-neurocirurgião acelerou tanto, que parecia querer saltar para fora do peito. — Pararam aqui por acidente e eu mesma me encarreguei de mandá-los de volta. Estavam perdidos, confusos e eram a única saída para salvarem a nossa realidade.
— Você também sabia disso, Mordo? — Tony se dirigiu a ele, tendo uma resposta afirmativa. — Que merda! Será que não dá para confiar em vocês?
— Eles fizeram o que foi preciso e o correto, Anthony. — Xavier esclareceu. — Eles podem ser a chave para salvar todas as realidades, assim como este homem. Não pode ser coincidência aparecerem três variantes de um mesmo universo e se depararem com o senhor Mordo e a senhora Odinson.
Strange franziu o cenho, confuso.
— Senhora Odinson?
— Eu lamento Stephen. Eu espero que entenda que a maior ameaça ao nosso universo é você! — Manifestou Karl atacando-o com um golpe letal que foi parado por um escudo na cor roxa ao redor do prisioneiro. — Majestade, o que está fazendo? Este homem é o culpado pela quebra do multiverso!
— Então também sou! — Colocou-se de pé, em posição de ataque, com os punhos cerrados brilhando na cor púrpura.
— Ótimo! — Richards disse. — Vamos matar vocês dois e a tal Wanda Maximoff, depois decidimos o que fazer com Mordo e Xavier que acobertaram você.
Enquanto Reed e Anthony o julgavam com prepotência, ameaçando matá-lo, a asgardiana decidiu ajudá-lo, pois concluiu que sua variante precisava de ajuda, para curar o multiverso, assim como ela.
Não demorou muito para que a variante de Wanda daquele universo possuída pela Feiticeira Escarlate chegasse ao local em que estavam, como Stephen havia avisado. Atacou a todos com sua magia vermelha.
Os magos lutavam, quando com um golpe, Mordo ao tentar acertar Stephen, acabou por quebrar as algemas que lhe continham. Aquilo o deixou tão irado, que tomou o bastão do Tribunal Vivo e o abriu, a fim de golpear Strange. Aproximou-se e estando a centímetros de acertá-lo, foi atingido por uma forte rajada púrpura que o fez cair distante deles.
— Obrigado. — Os olhos verde-azulados demonstravam alívio, gratidão. — Wanda está imparável. Preciso voltar para a minha realidade e fazer alguma coisa.
Suas atenções foram voltadas a Xavier, que foi erguido da cadeira de rodas pela feiticeira. Eles correram para se aproximar, todavia o Homem de Ferro os atacou. O líder dos X-Men foi o único a lhe entender e apoiar, avisando telepaticamente "Precisa levá-lo de volta".
— Não vai conseguir sozinho, doutor. Eu vou com você! — Comentou criando uma esfera roxa ao redor deles.
Stark tentou impedi-los, atirando uma forte rajada com seus propulsores, no entanto, não teve sucesso.
Passando por um portal, chegaram à montanha Wundagore, na Trânsia, onde Wanda se conectava ao castelo Darkhold, um santuário criado para adoração à precursora do caos, a Feiticeira Escarlate. Seus poderes estavam mais fortes e incontroláveis do que nunca.
Notou ao redor outras versões alternativas de heróis, tentando lutar contra ela. Devido ao descontrole sobre a Magia do Caos, várias realidades começaram a se fundir.
Doutor Estranho levitou com seu manto e se juntou aos demais a fim de combater a destruição que se instaurava.
Njordottir chegou ao topo da montanha a fim de confrontá-la, quando viu um homem de traços orientais e sobrepeso sendo jogado para fora do castelo. Envolveu-o com sua energia púrpura no ar, salvando-o.
Viu Maximoff lançar Stephen para longe, que caiu aos pés de sua variante de cabelos onduladas, acompanhada por uma jovem de traços latinos. Continuou tentando lutar contra a feiticeira, vendo uma versão da Capitã Marvel que não era Carol Danvers disparando sua energia cósmica nela.
A Ane daquele universo se aproximou dela, explicando o plano que tinha para conter Wanda:
— Temos o poder de curar. Esse é o nosso propósito. Vamos curá-la e curar o multiverso.
Aproveitaram-se da distração da Feiticeira Escarlate com os demais e se aproximaram pelas costas. Ela tocou em sua face, enquanto a outra, no topo de sua cabeça.
As energias púrpuras misturadas brilharam forte, então a rainha de Asgard manifestou:
— Abra seus olhos! Essa não é você, Wanda! — Um grito foi dado pela feiticeira.
De repente, Maximoff se deparou com uma fazenda em Nebraska. Duas crianças conhecidas dela vieram correndo de dentro da casa de madeira, parando no quintal, encarando-a abismadas:
— Mãe! O que aconteceu com você? — Billy se aproximou, enquanto Tommy permaneceu imóvel e quieto.
— Meus filhos! Vocês estão bem?
— Nós estamos! Mas pelo visto não podemos dizer o mesmo de você... — Respondeu.
— Meninos, o almoço está servido... — Uma figura feminina de cabelos loiros surgiu. Wanda a encarou confusa. — Eu sabia que viria! — Manifestou-se. — Sou Ane Strange. Seus filhos estão sendo muito bem cuidados por mim e meu marido. Chegaram aqui há alguns meses, estamos os ensinando a controlarem seus poderes, os colocamos na escola.
— Eu agradeço, mas eles precisam vir comigo!
— Nós não vamos com você! — Tommy falou pela primeira vez. — Você é uma psicopata, destruidora do multiverso. Vai fazer o quê? Nos matar?
A progenitora se entregou a um choro dolorido e latente ao ouvir as palavras do filho que a trouxeram de volta a si, caindo de joelhos. O peito parecia querer rasgar de tamanha tristeza.
A loira se aproximou, tocando a face dela, limpando suas lágrimas.
— Sinto muito, Wanda. — Ajoelhou-se, abraçou-a. — Sei que minhas outras versões estão te curando nesse momento. As coisas não deviam ter acontecido desse jeito.
— P-promete para mim que vai cuidar dos m-meninos? — Gaguejava em meio aos soluços.
— Já estou cuidando. Nossa família está feliz, vive bem aqui. Stephen e eu somos casados há 4 anos, temos uma vida estável e pacata, porém nunca nos faltou nada. Wong, nosso amigo, foi blipado durante 5 anos, entretanto, agora que voltou nos ajuda na criação para quando temos que exercer nosso trabalho com as artes místicas. Eles vão ficar bem e quando melhorar, pode vir visitá-los. — Apertou-a ainda mais em seus braços, a fim de confortá-la.
— Obrigada Ane. E me desculpe, no entanto talvez vocês nunca mais me vejam!
Maximoff retornou repentinamente à realidade de origem. A rainha de Asgard murmurava para ela:
— Abra seus olhos e enxergue a realidade! Veja o que está acontecendo!
Em mais um surto de poder descontrolado, Wanda atirou para longe a versão de Ane do universo em que estavam, junto de alguns outros heróis. Demoliu o castelo Darkhold sobre si com seus poderes.
Ainda estava por trás da escarlate, com as mãos em sua face tentando curá-la, quando viu o concreto desabar sobre si e mais algumas variantes, tornando tudo escuridão.
[X]
Uma forte dor de cabeça incomodou a asgardiana, que piscou algumas vezes até conseguir abrir os olhos de vez, avistando uma figura de máscara e roupas brancas à sua frente, abrindo os braços com uma capa, a fim de protegê-la.
— Que bom que acordou, bela adormecida. Estamos precisando de uma ajudinha aqui! — A voz masculina abafada pelo acessório que encobria seu rosto, ao mesmo tempo em que uma de suas mãos se direcionou ao próprio peito, tocando o desenho de lua que ali estava, lançando um tipo de bumerangue para trás. — Faz alguma coisa, garota! — Berrou para uma mulher pouco a frente que trajava um macacão preto e tinha cabelos castanhos claros medianos.
— Estou tentando! — Respondeu irritada, direcionando sua mão à frente de seu corpo, criando um tremor.
Njordottir ainda tentava se situar, observando que tudo ao seu redor era vermelho, com árvores petrificadas. A cabeça ainda latejava quando finalmente se levantou com dificuldade, sentindo uma forte tontura.
Um carro preto com chamas sobre o teto a trouxe de volta a si, quando passou ao seu lado em alta velocidade, saindo de uma das janelas uma longa corrente em chamas, que atingiu uma criatura acinzentada de aparência sombria.
Um pouco a frente avistou um homem de traços orientais com as costas encostadas em outro que utilizava uma roupa vermelha com detalhes pretos. O primeiro lançava pulseiras brilhantes na direção das criaturas, enquanto o segundo as cortava com duas lanças e tagarelava a todo tempo.
Estava confusa. Recordava-se de ter sido atingida pelo concreto do castelo Darkhold e acreditava estar morta naquele momento. Estava em dúvida se aquilo era Valhalla ou se foi uma pessoa ruim a ponto de parar em Niflheim. Três criaturas se aproximaram dela com sorrisos maléficos, voando ao seu redor, enquanto a chamavam de assassina, destruidora do multiverso, entre outras coisas.
Seu corpo parecia afundar em trevas, escuridão, entregando-se à culpa que lhe consumia. Sentiu um forte terremoto derrubando-a, ao mesmo tempo que uma corrente queimou um deles e um soco iluminado do outro atingiu as demais.
— Você está bem? — A dos tremores se achegou, agachou-se para verificar seu estado. — Eles quase te consumiram!
— O que está acontecendo? Quem são vocês? — Indagou, ainda tentando recobrar a consciência.
Lançou suas ondas sísmicas na direção de mais alguns, quando se apressou em responder:
— Sou Daisy Johnson, mas pode me chamar de Tremor. Aquele é Robbie Reyes, o Motorista Fantasma. — Indicou o homem que pilotava o carro incendiado. — Não conheço os outros. — Deu de ombros. — Acordamos aqui depois que a Feiticeira Escarlate demoliu aquele castelo sobre nossas cabeças e essas criaturas começaram a nos atacar.
— Cadê ela?
— Não a vimos! — Respondeu aflita. Seria atacada pelas costas, quando a asgardiana atirou fortes rajadas arroxeadas que obliteraram cerca de seis criaturas simultaneamente.
— Caralho, isso foi muito foda! — Berrou o de roupas vermelhas, saltitando na direção delas. — Oi, sou Deadpool! Então, você ficou um tempinho aí "a mimir" enquanto a gente estava se fodendo e apanhando desses dementadores, aí o menino da lua ali falou para a gente te proteger... — Apontou para o de vestes brancas. — Então assim, já que te carregamos como um peso morto, sem ofensas, claro, será que pode acabar com todos esses demônios usando essas luzinhas roxas?
— Claro! — Franziu o cenho, soltando um riso nasal. — Achem a Wanda! Ela é a chave. — Concluiu ao observar mais algumas se aproximarem, exaurindo-as imediatamente com seu poder.
— Considere feito, madame! — Deadpool saiu pulando, cortando ao meio mais alguns "dementadores".
Daisy estendeu a mão para que se levantasse. Caminhou ao seu lado em direção aos demais heróis, parando ao lado deles.
A ruiva criou um escudo ao redor de todos a fim de protegê-los dos ataques das criaturas, pronunciou.— Sou Ane Njordottir, rainha de Asgard.
— Sou Shang-Chi, mas não tenho nenhum título como vossa majestade. — Brincou, arrancando gargalhadas dos demais. — Obrigado por dar uma segurada nos dementadores. — Indigitou as criaturas que bradavam, batendo no escudo a fim de penetrá-lo.
O homem com o bumerangue em formato de lua sobre o peito tinha os braços cruzados e fitava-os sério, quando seus olhos brilharam, trocando suas roupas para um terno com luvas, máscara e bastões brancos:
— E aí pessoal, aquele que estava aqui era Marc Spector, o Cavaleiro da Lua. Ele não é muito bom em socializar, então pediu para eu tomar as rédeas, então, me chamem de Steven Grant ou Senhor Noite.
— Caralho! — Exclamou o de vermelho. — É tão bom saber que não sou o único maluco aqui! — Abraçou o outro, deixando todos confusos. — Sou Wade Wilson, mas me chamem de...
— Deadpool... — Complementou o ser com a cabeça de caveira em chamas. — Sim, todos sabemos seu nome, já o disse várias vezes... — Desfez sua forma monstruosa, revelando um jovem com traços latinos. — Sou Robbie Reyes. Sou protetor do Darkhold e fui parar naquele universo para pegá-lo e devolvê-lo ao buraco de onde saiu, assim o dono pode libertar minha alma, quebrando o pacto de vingança que fizemos.
— Tão sombrio... — Wilson pontuou. — Parece até a Liga da Justiça de Zack Snyder! — Todos o encararam confusos. — O que? Não o conhecem? Ele é um visionário!
— Vamos ficar nos apresentando ou vamos criar um plano para descermos a porrada nessas coisas e sairmos daqui? — Shang-Chi interpelou, indicando os inimigos que ainda tentavam romper a barreira de proteção.
— Precisamos achar a Wanda. — Tremor informou. — A majestade disse que ela é a chave!
— Sim, ela nos mandou para cá, então somente ela pode nos explicar o que está acontecendo. — Ela acrescentou. — O Darkhold corrompeu a mente já fragilizada dela. Creio que esses demônios estejam relacionados a isso...
— São os espíritos dos condenados. — Informou Reyes. — Foram libertos pelo uso do livro e se aproveitam das nossas fraquezas para nos levar para as trevas.
— É muito difícil vencer essas coisas... — Disse Grant. — E alguém por um acaso viu a bruxinha por aí?
Todos negaram.
— Só tem um jeito de vencermos. — Exprimiu a asgardiana. — Juntos.
— E só assim vamos achar Maximoff. — Complementou Johnson.
— Elas falam tão bonito! — Shang-Chi murmurou para Wade que estava ao seu lado.
— Não é?! Parecem coaches! — Respondeu no mesmo tom.
Ane explicou seu plano de ataque a todos que deram ideias e chegaram a um consenso rapidamente, pois a ruiva já começava a se cansar de sustentar o escudo, o que permitiria os espíritos os atacarem.
— É isso aí, guardiões do multiverso, toquem aqui! — Grant concluiu animado erguendo as duas mãos em sinal de high-five, sendo observado por todos com semblantes confusos. — Ah qual é?! Guardiões do multiverso é um nome incrível para a nossa equipe!
A rainha de Asgard sorriu, dando uma piscadela para ele, que entendeu e assentiu com a cabeça. Abaixou o escudo, fazendo todos os espíritos avançarem com voracidade contra eles, que formaram um círculo, de costas uns para os outros com seus golpes prontos para se defenderem.
— Ataquem com tudo, guardiões do multiverso! — Ordenou Daisy, lançando suas ondas sísmicas. — Vai, vai, vai!
Aos poucos, os espíritos desapareciam com os golpes recebidos pelos heróis que atacavam e se defendiam, combinando seus poderes, avançando em passos largos para os cantos daquele local em busca da bruxa do caos.
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