Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 05

Naquela noite Christopher chegou bêbado e com cheiro de perfume vulgar. Fingi que estava dormindo, pois pensei que fossemos brigar e eu sinceramente não tinha ânimo para tal coisa, porém, ele me surpreendeu fazendo justiça a sua presença desagradável. O homem simplesmente se jogou na cama e adormeceu ao meu lado. Respirei aliviada por ele não me tocar ou sequer fazer menção daquilo. Seu rosto estava entregue em sono profundo o que me tirou a atenção. Parecia tão tranquilo e despreocupado que qualquer um que o visse jamais acreditaria na criatura brutal camuflada ali.

Desconjurei me virando para tentar dormir, e ao fazer isso Alfonso me veio à mente. Onde será que ele está?

Na manhã seguinte quando acordei ele não estava mais na cama. Aprontei-me e fui tomar café como de rotina, e assim se seguiram os dias na residência dos Galavar. Christopher prosseguiu com as suas saídas a noite e nunca mais voltou a se aproximar de mim para um contato físico, mas guerreávamos quase todos os dias com discursões de poder. Maitê sempre afetuosa, era a minha única amiga, fora Mercedes. Os meus sogros não tinham muito o que falar. Um dia eles meramente anunciaram que iam passar uma temporada na Inglaterra para resolver problemas da filial que tinham lá, e quando partiram a casa se tornou ainda mais vazia.

Porém, não por muito tempo.

Direcionei-me até o estabulo, que era mesmo um dos únicos passa tempos plausíveis, com Maitê. Decidimos naquela manhã que íamos cavalgar pelos jardins assim como em muitas outras vezes. Fizemos o mesmo percurso de sempre, parando apenas a beira de um riacho que corria por dentro da fazenda para o descanso dos cavalos e o nosso, é claro.

- Nem perguntei a você. É casada? Creio que tenha idade - Minha pergunta soou engraçada, já que ela sorriu,

- Acredite, eu tenho idade - Respondeu zombeteira - Sou casada sim. O nome dele é Christian, mas como viaja bastante e toma de conta dos negócios da família no exterior quase nunca está aqui.

Percebi que May sentia falta dele. Sua voz era triste enquanto falava.

- Sinto muito. Imagino que a distância deve ser desagradável.

- Sim, é. Christian é meu ar, minha vida, ele é um ótimo marido. Carinhoso, atencioso. Quando está perto recompensa todo o tempo que passou longe.

Experimentei um fio de tristeza no peito ao ouvi-la. Também sentia muita falta de Alfonso, já que desde a nossa última noite não nos falamos mais e nem haveria como isso acontecer. Christopher devia estar atento a cada sinal meu. Sorri de volta a ela, mas não fui retribuída. Maitê já estava perdida em suas recordações, num devaneio único.

Enquanto esperava o seu retorno coloquei em mente uma ideia insana. Ansiei retornar a mansão, e quando fiz isso corri até a cozinha em busca da minha acompanhante. Ela estava preparando um suco de damasco que cheirava divinamente. Antes de soltar o pedido, não resisti em pegar um copo e me servir.

- Mercedes. Você vai ao cetro da cidade hoje?

- Sim. Deseja algo de lá?

- Desejo - Falei dando o último gole e pondo o copo de lado. Olhando para os lados, me aproximei ao máximo dela e sussurrei - Quero que procure Alfonso e me traga notícias dele.

Com os olhos apavorados, ela balançou a cabeça negativamente e fingiu limpar as mãos no guardanapo preso a sua cintura.

- Menina, não acho uma boa ideia. Se o senhor Christopher souber será uma tragédia!

- Fique tranquila, vou ser cuidadosa. Ele não saberá de nada. Por favor, faça isso - tentei lhe lançar um olhar de misericórdia que ela não combateu.

Mesmo nada satisfeita com a minha insistente ideia, Mercedes concordou.

****

No outro lado da cidade, Alfonso não parecia contente com as notícias que seu pai estava prestes a lhe trazer.

- Bom papai, eu acho que esse assunto nem tem mais o que se discutir. Passarei o dia todo lhe dizendo que não sou de acordo com isto.

- Muito bem, mas mesmo assim você vai se casar. Ela é uma jovem bonita, de família importante. Não será tão difícil.

- Será muito difícil! Não estou disposto a viver com alguém no momento.

- Por quê? Alguma outra te simpatiza? Pense filho, mulheres nunca nos impedem as nossas diversões, se é que me entende.

Ele tinha que sair dali. Aquele assunto já o havia enchido a paciência. E a saudade que tinha de Dulce tornava os dias cada vez piores para ele. Alfonso foi até a cidade para tentar focar sua atenção ao trabalho. Dentro da sala, um empregado entrou dizendo que ele tinha uma visita a espera. Não muito empolgado, o homem ordenou que a deixassem entrar, mas para a sua surpresa e felicidade ele viu a face conhecida da mulher que sempre o ajudou.

- Mercedes!

****

No escritório dos Galavar, Christopher estava de um lado ao outro, nervoso pela lentidão do processo. Ele sempre tinha tudo em suas mãos, mas aquilo parecia passar despercebido por todos.

- Senhor, não conseguimos encontrar nada de suspeito.

- Vocês têm certeza? Dulce não tinha contato com algum homem além de familiares?

- Bom, às informações que temos são somente de bailes onde ela dançava com alguns homens desconhecidos, mas isso é comum.

- Continuem procurando e levantando dados sobre a vida dela. E quaisquer novos indícios me contatem imediatamente - O homem se despediu e saiu da sala ciente que tinha um longo trabalho a fazer.

- Ainda vou encontrá-lo - repetiu para si mesmo, dando um soco sobre a mesa.

****

Peguei um vestido azul celeste e estava prestes a me arrumar quando a porta se abriu, subitamente, mostrando Mercedes. Eu fiquei nervosa só de idealizar a possibilidade de ser o leviano, mas não consegui estar mais eufórica que ela. A mulher nitidamente parecia aterrorizada. Aquilo me assustou tanto que o único que me veio em mente foi meu marido louco. Quando ela entrou e nos trancou ali, vi que seu semblante se sossegou rápido e então eu voltei a me acalmar.

- Com sua licença, menina.

- Claro, entre! - Confirmei - Conseguiu algo?

- Sim. Ele escreveu esta carta e me mandou entregá-la a você.

- Muito obrigada, Mercedes! - Agradeci com um riso gigante - Enquanto leio você me ajuda com o espartilho? - Ela assentiu e então eu abri a correspondência.

Tinha seu cheiro. Eu pude sentir


Minha querida, Dulce

Sinto saudades de você a cada manhã, a cada noite, todo o tempo. Seu perfume, seu sorriso. Os dias estão seguindo como martírio em minha vida e creio que na sua também. Me desculpe por ainda não lhe procurar, mas temi pela sua segurança já que sabemos muito bem com quem se casou. Porém, temo ainda mais lhe anunciar o que está prestes a acontecer.

Há alguns problemas na minha família que se complicaram ainda mais, e entre eles, estão os negócios. Meu pai se envolveu em uma crise financeira e por isso venho lhe dar uma triste notícia. Ele me informou a poucos dias que estou de casamento marcado. Não a conheço e nunca a vi antes, mas não se preocupe, pois meu amor permanecerá teu para sempre.

Para dispersar esse pesar, vou fazer uma viagem e aproveitar para resolver alguns detalhes dessa cerimônia. Sinto-me cada vez mais longe de ti.

Com amor, Alfonso.



- Não pode ser - Gritei, amassando o papel - Ele vai ser de outra, e agora tudo estará perdido de vez!

Me repeti essas palavras, desfazendo-me de mim mesma. Meu coração se destroçou em pedaços minúsculos por todo o chão da minha alma. Queria fugir para o mais longe que fosse possível naquele momento, mas por mais que eu ousasse correr sempre voltaria ao mesmo lugar. Por Deus, como eu poderia sentir raiva deste casamento sendo que eu era quem havia casado primeiro. No fundo eu sabia que uma hora isso poderia acontecer, mas não tão depressa, não naquele momento em que eu ainda planejava fugir das mãos do leviano.

Mercedes não me perguntou o que estava escrito, talvez já até o soubesse. E mesmo sob o meu choro desesperado a mulher continuou a me vestir. Ela terminou, e com o mesmo silêncio que estava se foi. Eu me arremessei no chão aos prantos. Depois disso, tentei limpar o rosto numa tentativa frustrada de me acalmar, antes de decidir ir ao estábulo, já que precisava espairecer e aquela era a única maneira de conseguir.

Peguei um cavalo e corri para o mais longe possível o máximo que pude, mas no meio do percurso fui apanhada por um terrível temporal que começou a se formar. Fiquei totalmente encharcada. Os pingos da chuva pareciam espinhos ao bater contra o meu rosto justamente pelo animal estar galopando furioso e veloz sobre os meus comandos. Aquilo não me importou. Nada era tão doloroso quanto o que havia por dentro.

Um relâmpago soou barulhento assustando a mim e ao meu cavalo que relinchou levantando as patas da frente. Puxei a rédea com habilidade sem cair e o tranquilizei para que pudéssemos voltar até a mansão.

Mal terminado de amarrá-lo ao seu lugar dentro da baia, meu corpo inteiro desfalecia em lágrimas incessantes. Escorreguei sobre aquele chão sujo e cheio de feno, desmoronando por fora, e por dentro. Minhas pernas não tinhas forças para me manter de pé.

Era sufocante pensar naquela carta a cada segundo.

****

A chuva não parava, só fazia piorar. O temporal havia feito Christopher chegar mais cedo e completamente molhado. Quando entrou na mansão, ele foi direto ao quarto tomar um banho e trocar as roupas por algo mais confortável. Ao fazer isso, involuntariamente deu por falta de Dulce e então saiu no corredor com a toalha ainda enxugando os cabelos, avistando sua irmã.

- Sabe onde Dulce está?

- Não está no quarto?"

- Se te pergunto é porque não está lá - Maitê o encarou emburrada pela ignorância de sempre do irmão – Mercedes – gritou como de costume

- Sim, senhor? - a mulher surgiu tão rápido que até mesmo ele se impressionou com tamanha eficiência em relação aos seus chamados.

- Onde está minha esposa?

- A última vez que a vi ela havia saído para cavalgar.

- Há essa hora e com esta chuva?

Christopher se questionou, largando a toalha no quarto e saindo em disparada. - Ela vai ter que guardar o cavalo - pensou - O que foi fazer a essas horas? - mesmo que tentasse não pensar, ele não queria imaginar as muitas possibilidades daquela fuga - Ela vai me pagar tiver feito o que penso - O único que lhe vinha em mente era o suposto homem.

Quando chegou no estábulo, o homem viu Dulce jogada contra o chão imundo, coberta de feno. Ela chorava tanto e tão alto que foi possível ouvir seus soluços. Ele se aproximou devagar, mobilizado pela fragilidade em que ela estava. Seu nariz, tão pequeno, era completamente recoberto pelo avermelhado da irritação daquele choro. O que a fez ficar vulnerável e linda.

****

- O que faz aqui jogada sobre o chão? - já era tarde demais para fugir dele. Christopher estava na minha frente, vendo tudo em mim se degradar.

- Deixe-me, por favor, não estou disposta a iniciar uma discussão.

- Porque pensa que quero discutir? - Perguntou, agachando para ficar na altura dos meus olhos.

- Porque é a única coisa que fazemos desde que nos vimos pela primeira vez - Ele me encarava com uma ternura impactante.

Me questionei sobre aquela reação. O que pretende fazer Galavar?

- Venha, levante-se - Christopher me pegou pelos braços, me pondo de pé. De forma agoniante, ele continuou sem tirar os olhos de mim nem um minuto sequer. O homem começou a limpar minhas lágrimas com a ponta dos dedos, enquanto eu o fitava totalmente atordoada.

- Porque está fazendo isso? - Não contive minha indiscrição, pois nada daquilo parecia fazer sentido.

- Isso o que?

- Fingindo que se importa comigo.

- Quem lhe disse que eu não me importo?

- Quem? Você é louco? Me destrata o tempo inteiro... - Cuspi aquilo cheia de rancor - Eu estou farta dessa situação e desse casamento ser uma farsa. Farta de nós nos odiarmos.

Christopher interrompeu minha fala, me puxou para junto de seu corpo, mas desta vez eu não recuei. Estava muito fraca e sensível para fazê-lo. Ele me olhou por um tempo até suas duas mãos se fixarem no meu rosto, aproximando nossos lábios como se queimassem. Sua boca era muito envolvente, tanto que não consegui mais me separar. Não pude impedir a ação de envolver meus braços em volta do seu pescoço, correspondendo ao seu contato, e isso o fez pausar o beijo com um sorriso discreto.

- Você precisa se secar ou pode pegar um resfriado se continuar deste jeito - Tentei ignorar a fala dele, envergonhada, afastando toda a sujeira que tinha se fixado ao meu vestido.

A minha reação em ter correspondido ao beijo, me fez ruborizar e não erguer a cabeça em nenhum momento para olhá-lo enquanto entravamos na mansão. Assim que passei pela sala, agradeci em pensamento por ninguém estar lá para me ver naquela situação.

No quarto, rumei ao banheiro imediatamente e tomei um bom banho. Passei um tempo submersa na banheira, relaxando e refletindo os motivos que me fizeram decair daquele modo. Claro, eu estava vulnerável, fragilizada pela solidão e ele me tratou com cuidado. Tudo isso devia ter contribuído para a terrível falha.

Crendo nas justificativas que criei, pus uma camisola confortável, vermelha com bordado nas beiras e fui me deitar. Christopher estava sentado na cama lendo um livro quando me aproximei. Ele não parou o que fazia, pelo menos não antes de eu decidir lhe interromper com uma pergunta infeliz.

- Não vai sair com seus amigos hoje? - Interroguei irônica sentando-me no meu lado da cama.

- Não. Acho melhor ficar aqui com você - Ele rebateu fechando o livro e o colocando sobre o criado mudo.

- Entendo - Repliquei - Diga-me qual delas lhe dispensou para estar aqui há essas horas, ou é apenas pela chuva?

- Meu anjo, quer mesmo iniciar uma discussão comigo para disfarçar seu temor?

Nisso ele tinha razão. Eu não queria e muito menos estava disposta me degradar, mas aquela era a única forma de me defender dele. Não sabia explicar o que estava acontecendo comigo. Já não o odiava com tanta intensidade como nos segundos anteriores. Ele era totalmente bipolar, só podia ser. A cada hora atuava de uma maneira diferente. Aquilo me deixava confusa.

- Tem razão. Só quero descansar um pouco.

- Porque chorava tanto no estábulo?

- Nada que você realmente queira saber.

- Eu não consigo entender porque sempre está na defensiva comigo.

Como não consegue entender. Ouvi mesmo aquilo? Oras, pois eu já lhe digo.

- Eu não esqueci o que aconteceu na nossa noite de núpcias, Christopher. Nunca esquecerei. E ao contrário de você, não sou capaz de fingir sentimentos - Respondi da forma mais fria que pude para passar segurança nas minhas palavras.

- Não posso apagar o erro que cometi, mas quero que você tente deixar isso para trás, Dulce - Ele se virou junto de suas falas, fazendo minha respiração ficar fanhosa. Meu corpo esquentou tanto que eu não sabia sinceramente o que fazer.

Como reflexo, fui recuando para trás cada vez que Christopher se aproximava. Trocávamos olhares a todo tempo conforme eu me afastava cada vez mais, até que perdi a noção de espaço.

- Dulce, cuidado!

Quando percebi, já havia caído da cama e batido com a cabeça. Nossa! Como aquilo doeu.

Fiquei totalmente avermelhada pelo acidente. Enquanto que ele caía em gargalhadas. Escutar Christopher sorrir espontâneo pela primeira vez me tirou a atenção, de verdade. Ele era muito charmoso sorrindo. Diabos!

- Isso é culpa sua! - Articulei tentando me levantar, dispersando as bobagens que pensava, mas não consegui segurar uma leve risada tímida.

- Desculpe-me por ser o culpado de tudo - Respondeu ainda risonho.

Ele a observou admirando a beleza do sorriso dela. Seus olhos se apertavam tanto quando ela sorria, que a tonava meiga demais. Ao notar que ela fazia isso estando ao seu lado Christopher se sentiu estranhamente aliviado e satisfeito.

- Muito obrigada - Retruquei enquanto ele me pegava do chão.

Sentei-me novamente na cama, só que desta vez, mais cuidadosa.

- Tudo isso foi só para fugir de mim?

- Sinto muito, mas eu não vou ficar tentando decifrar você. É muito difícil, porque a cada minuto atua de um jeito diferente - Peguei meu cobertor para me cobrir, deitando de costas para ele - Acho melhor irmos dormir. Boa noite.

- Dulce Maria

Ele disse o meu nome pegando o meu braço e deitando-se ao meu lado. O quarto só não estava totalmente escuro porque tinham algumas velas acesas e penduradas em lugares estratégicos por todos os lados. Dava para ver sua face perfeitamente por entre o nevoeiro da penumbra.

- O que você quer, Christopher?

- Quero te fazer esquecer o que aconteceu naquela noite.

- Não será fácil? - Virei-me para olhá-lo em julgamento - Aquilo me manchou. Eu não digo que fui justa contigo, mas você foi menos justo comigo - de olhos mareados, começaram a escorrer involuntariamente gotas salgadas cheias de recordações dolosas pelo meu semblante abatido. Pare de chorar por tudo Dulce! Tentei me repreender.

Era inevitável não transparecer ou transmitir toda a dor que fazia parte de mim nas últimas semanas. Só de lembrar aquela humilhação todo o meu corpo tremia. Mas quando pensei que seria ignorada, meu marido resolveu me surpreender, limpando novamente o meu rosto como fez mais cedo.

- Vamos fingir que o nosso casamento foi hoje, e que eu acabei de te trazer até aqui nos meus braços como todos os casais fazem - ele falava ao mesmo tempo em que acariciava minha bochecha, fazendo a proposta repentina - E agora, pretendo limpar seu corpo de tudo que eu fiz.

Christopher diminuiu ainda mais a nossa distância e colou seu rosto ao meu, apanhando a minha nuca para firmar o beijo que estava prestes a dar. Ele parecia temer a minha rejeição, mas tudo estava tão favorável a nós que a cada toque mais forte fui obrigada a sentir a intensidade daquela troca. Seu corpo era ardente, aconchegante demais e me envolvia como o pecador pelo pecado. Estava frio há alguns minutos atrás, mas agora já não conseguia mais me sentir assim. Meu corpo todo fervia junto ao dele. Não podia ser. Como o leviano estava conseguindo me fazer sentir tudo aquilo de uma só vez e daquela maneira? Eu era sua esposa e ele queria me provar isso. Queria provar que eu era sua por direito, exclusivamente sua. O que mais me angustiou foi o fato de estar querendo o mesmo.

Decidi então me fazer apenas dele naquele momento de horas infinitas.

Deus do céu, o que pode estar acontecendo em mim. Maldito seja a sua capacidade de sedução. Ele era mestre nisso, especialista e infelizmente eu estava carente demais para raciocinar.

Christopher começou a afastar a alça da minha camisola, depositando beijos em toda a região nua do meu ombro. Cravei minhas unhas em sua costa e ele grunhiu envolvido quando fiz aquilo. Minha razão me pedia para me soltar dele e correr dali, mas meu corpo inteiro implorava pelo oposto. Eu o cobiçava perto de mim.

- Quero te limpar - Murmurou próximo do meu ouvido.

Sua respiração descontrolada pareceu sufocar as palavras. Eu já não tinha mais fala alguma. Então o leviano iniciou beijos delicados em cada local que um dia foi ferido por sua agressividade. Ele enlaçou meu pescoço, lambendo-o ardentemente. Segurando minhas mãos, começou a tocar seus lábios sobre os meus pulsos, exatamente nos lugares que me as lembranças me machucavam. Eu estava perdida e entregue em seus braços. Não existia pretexto, eram apenas emoções trocadas com maestria. Uma combinação de sentimentos que eu não sabia interpretar.

Não me lembro de senti-los quando estive com Alfonso, e isso era o que mais me amargurava.

Dentro de mim, ele foi lento e atencioso a cada agitação. Não ouve rancor em nenhum momento, sendo totalmente o contrário a primeira noite em que passamos. Eu a excluí fingindo ser essa a primeira. Ele foi o que eu esperava nunca ser. Pude imaginar meus gritos serem ouvidos por toda a casa e isso não me fez querer parar. Seus movimentos começaram a acelerar junto da sua respiração que ressoava frente ao meu rosto. Christopher me demonstrou estar perto do seu ápice. De repente senti algo quente invadir meu ventre me encharcando, junto do seu desfalecer, que o forçou a enterrar o rosto em meu peito jogando-se sobre o meu corpo, completamente exausto.

Dividimos nossa respiração por alguns minutos até enfim cairmos no sono.

****

Com o amanhecer, percebi que adormeci enlaçada ao corpo dele. Estava com a cabeça descansada em seu peito e meu braço por cima de seu abdômen. Ele ainda dormia tranquilo. Tentei me desprender sem acordá-lo, e consegui. Apoiei minha cabeça sobre o meu braço e assim fiquei velando aquele sono. Christopher era angelical enquanto repousava, e seu rosto facilitava isso. De traços extremamente marcantes e lábios carnudos, não tinha como negar a fisionomia suntuosa daquele homem.

- Vai mesmo ficar me olhando? - Disse ainda em tom sonolento, com os olhos fechados.

Assustei-me ao ouvir sua voz, e meu rosto começou a ruborizar. — Ele não estava dormindo?

- Não estava olhando você. Apenas, pensava - Que desculpa horrível, raciocinei revirando os olhos.

- Entendi. Sente-se bem?

- Sim - Respondi ainda intimidada com tudo o que havia acontecido entre nós.

- Certo - articulou levantando-se da cama. Seu olhar já havia se corrompido, voltando a ser obscuro como antes. Algo dentro de mim se alertou - Vou sair. Tenho assuntos a resolver, e só para lhe deixar informada, provavelmente não retornarei para o jantar.

Seu tom soou indiferente como uma pedra de gelo, e confirmou ainda mais o meu pressentimento. Indo em direção ao banheiro ele me abandonou sozinha mais uma vez. Onde está a criatura de horas atrás? Meu chão caiu sobre os meus pés. Ele deve ter partido e deixado o leviano de brinde.

Enterrei meu rosto no travesseiro em protesto, revoltada com a minha fragilidade. Tudo voltou a ser como antes.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro