! Pяόℓοgο !
‼️⚠️ ESSA HISTÓRIA É TOTALMENTE FICTÍCIA, CONTENDO ALGUNS GATILHOS COMO ANSIEDADE, DEPRESSÃO, PALAVRAS DE BAIXO CALÃO, INSINUAÇÃO DE SEXO, SEXO, ETC. ⚠️‼️
As sombras sempre estiveram ao seu redor. Jungkook se lembrava delas, mesmo nas noites mais silenciosas, como figuras sinistras que dançavam ao som dos seus próprios pensamentos, prontos para tomar conta de qualquer resquício de paz que ele tentasse alcançar. Aos olhos dos outros, ele era o imperador temido, um líder inflexível com mãos manchadas pelo sangue de seus inimigos. Mas ninguém sabia da verdadeira guerra que ele travava, aquela que acontecia dentro dele.
Durante anos, ele manteve seus demônios em uma prisão invisível, usando a máscara de força que o mundo conhecia. Mas, nas profundezas de sua alma, havia gritos, ecos de um passado que ele não podia apagar e que, a cada dia, lhe pesavam mais. Os traumas o perseguiam como uma maldição, transformando suas noites em horas de vigília e sua mente em um campo de batalha.
Naquele momento, sentado à beira de sua cama, sentindo o vazio devorá-lo, Jungkook sabia que a cada instante que passava estava mais próximo de perder o controle. Sua alma já não era dele. Ele era uma marionete de suas próprias dores, uma vítima dos monstros que ele mesmo ajudou a criar.
Havia uma escuridão nele que ninguém conseguiria enxergar. E, se continuasse a consumir seu ser, ele temia que, no final, nada restasse além de um corpo vazio, guiado apenas pelo ódio, o rancor... e os demônios que ele já não conseguia mais aprisionar.
Jungkook estava sozinho, se trancou na sala que reservava apenas para as noites em que o peso da sua mente ameaçava destruí-lo. A sala era um segredo bem guardado, um refúgio escuro onde ele podia enfrentar seus piores pensamentos, longe dos olhares daqueles que o viam como um símbolo de força inabalável. A penumbra envolvia o lugar, iluminado apenas pelas chamas de algumas velas espalhadas pelo chão de pedra, desenhando sombras inquietas nas paredes.
Ele respirou fundo, sentindo o ar frio encher seus pulmões, como se fosse um veneno que ele desejasse consumir por inteiro. Com os olhos fechados, murmurou palavras que já repetira tantas vezes que estavam gravadas em sua memória, como uma oração maldita. Ele havia resistido a esse ritual por muito tempo, mas agora, pressionado por uma dor que se acumulava como uma tempestade, decidiu libertá-los. Libertar a fúria, o medo e o rancor que o consumiam, na esperança de encontrar alívio, ou, ao menos, algum tipo de redenção.
A cada palavra pronunciada, ele sentia algo sombrio ganhar vida dentro dele, como uma presença antiga, desperta de um sono profundo. De repente, um peso esmagador tomou conta da sala, e o ar pareceu congelar, prendendo seu fôlego. Ele abriu os olhos, e ali, no reflexo das chamas, figuras espectrais começaram a se formar. Olhos cintilantes de vermelho o observavam, parecendo desdenhar do homem que se achava tão poderoso.
Esses eram os demônios que ele havia tentado soterrar dentro de si — o ressentimento, o medo, a perda, o vazio imenso que ninguém poderia compreender. Eles o rodeavam, circulando como predadores ao redor da presa, cada um trazendo à tona as memórias que ele mais desejava esquecer. Eles sussurravam, acusando-o, questionando suas decisões e relembrando os rostos que ele deixou para trás em suas batalhas. E, no centro disso, Jungkook percebia que não estava apenas invocando os demônios; ele estava se unindo a eles.
O ambiente pulsava com uma energia densa e obscura. Os demônios riam, distorcendo a realidade, trazendo à tona cada ferida não cicatrizada, cada erro que ele preferia não ter cometido. Jungkook queria lutar, mas, diante da intensidade das vozes, sentiu-se como uma sombra de si mesmo, absorvendo toda a dor e ódio que antes tentava manter trancafiados. Em um último momento de lucidez, ele compreendeu que, ao invocar seus demônios, estava se permitindo ser tomado por eles — e que, ao fazer isso, talvez estivesse cruzando um limite que jamais poderia reverter.
As sombras dançavam ao redor dele, mas uma delas se destacou, avançando até Jungkook com um passo lento e seguro. Essa figura tinha uma presença opressora, e seus olhos brilhavam em um tom de vermelho profundo, quase hipnótico. O demônio sorriu, um sorriso torto e cheio de desdém, como se estivesse prestes a revelar uma verdade amarga.
— Ora, ora, ora, então, finalmente decidiu nos deixar sair? — a criatura provocou, a voz como um sussurro que parecia rasgar o silêncio da sala — Sabe, eu estava me perguntando quanto tempo você conseguiria nos manter trancados lá dentro. Mas no fundo, eu sabia que você viria a nós, mais cedo ou mais tarde.
Jungkook estreitou os olhos, lutando para se manter firme, apesar do tremor que começava a dominá-lo.
— Eu não preciso de vocês. Só quero respostas. Quero entender… por que vocês ainda me perseguem.
O demônio soltou uma risada rouca e irônica, como se tivesse esperado aquela pergunta por muito tempo.
— Você ainda não entendeu, não é? Somos parte de você. Fui criado por suas próprias mãos, moldado pelos seus segredos, nutrido pelas suas fraquezas. — Ele se inclinou, ficando mais próximo, como se pudesse enxergar dentro da mente de Jungkook. — Fui eu quem o acompanhou naquela noite em que perdeu alguém que amava. Eu que cresci cada vez que você se entregava ao ódio e ao medo.
A figura espectral continuava a aproximar-se, e sua voz, suave e ameaçadora, ecoava em cada canto da sala.
— Você quer ser forte, quer ser invencível, mas sente que algo falta. E somos o que falta. Somos a sua fraqueza e a sua força. Eu sou a dor que você nunca permitiu que sarasse.
Jungkook sentia o peso das palavras como lâminas cravando em sua pele, lembrando-lhe de cada erro, de cada perda que ele tentava enterrar. Em um impulso, ele tentou se afastar, mas o demônio foi mais rápido, segurando-o pelo pescoço com mãos frias como o gelo.
— Não fuja de nós, Jungkook — murmurou o demônio, agora com uma intensidade quase gentil, cruelmente familiar. — Você nos criou para suportar sua dor. Mas, no fim, somos os únicos que realmente conhecem suas feridas. Me enfrente. Só assim você saberá quem realmente é.
O olhar de Jungkook encontrou o do demônio, e naquele instante ele percebeu que não havia como fugir, porque aquele ser diante dele era, de fato, uma parte de si mesmo. Os demônios eram suas falhas, suas cicatrizes não cicatrizadas, e a única forma de superar era encarar cada um deles. Mas ele ainda não sabia se tinha forças para suportar a dor de relembrar o que, até então, ele lutava para esquecer.
— QUEM SÃO VOCÊS? — Jungkook gritou encarando cada um deles.
— Somos seus pecados capitais!
As vozes reverberaram pela sala, cada palavra ecoando como um trovão nos ouvidos de Jungkook. Ele olhou ao redor, encarando os demônios que o circundavam, e percebeu que cada um deles carregava uma face familiar, uma lembrança de um pecado que ele havia cometido.
— Gula... — disse um dos demônios, com um olhar faminto, que brilhava com desejo por poder e controle, refletindo a ambição voraz que tantas vezes o levou a massacrar quem ousasse questionar sua autoridade.
— Avareza... — outro demônio rosnou, com olhos ardentes de cobiça, lembrando a Jungkook de cada ato impiedoso em nome da preservação de seu império, sem nunca medir o preço humano de suas conquistas.
Cada demônio continuava, um após o outro, revelando-se como facetas de sua própria alma corrompida:
— Preguiça... — sussurrou uma figura sombria e letárgica, representando todas as vezes que ele negligenciou seus sentimentos, preferindo evitar o confronto com sua própria dor.
— Ira... — berrou o mais feroz de todos, seus olhos chamejando com um ódio puro, a essência de cada massacre e cada decisão cruel tomada sem remorso.
— Inveja... — zombou outro, com um olhar frio e possessivo, lembrando-o de seu ciúme, do ressentimento que nutria em segredo contra aqueles que pareciam carregar menos fardos, viver com mais leveza.
— Soberba... — por fim, um demônio ergueu o queixo, com um olhar arrogante, personificando a vaidade e a prepotência que tantas vezes o cegaram para o sofrimento dos outros, até mesmo para o seu próprio.
Jungkook sentiu a garganta apertar, o peso de cada pecado lhe esmagou o peito. Ele tentou afastar os demônios, mas sabia que não havia como destruí-los, pois eles eram pedaços da sua própria existência. Ele não podia simplesmente exorcizar sua própria alma.
Com o rosto contorcido de dor e os olhos sombrios, Jungkook murmurou:
— Vocês podem ser parte de mim, mas eu sou mais do que vocês. Eu não sou apenas escuridão, eu... eu ainda posso escolher o que ser.
Os demônios riram, uma risada seca e sinistra que fazia as velas vacilarem. Um deles se aproximou, seu rosto a poucos centímetros de Jungkook.
— Escolha? Você ainda não entendeu, não é? Não há escolha para aqueles como nós. Você está preso a nós... até o último suspiro.
Aquelas palavras ecoaram como uma sentença final. Mas, em algum lugar no fundo de sua alma, uma pequena chama se acendeu. Ele sabia que talvez não pudesse vencer completamente seus demônios, mas poderia resistir. Mesmo que fosse apenas uma batalha diária, ele escolheria continuar lutando.
E ali, na escuridão de seu refúgio, com os olhos presos nos demônios que ele havia libertado, Jungkook prometeu a si mesmo que não se renderia.
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