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1 - O Sétimo


O prédio que Malu morava ficava em um bairro super bacana da cidade e eu com certeza nunca conseguiria alugar nem uma quitinete ali perto. Era daquele tipo de bairro antigo e arborizado, onde os casarões imponentes se misturam perfeitamente com o concreto e metal dos recém construídos edifícios e em que o silêncio é meio estranho. Não haviam carros de som anunciando 30 ovos por 10 reais, uma promoção imperdível do mercado ou o vai e vem de carros sempre apressados não importando o horário. Ali havia só aquele silêncio quase exclusivo de bairros abastados e, é claro, havia os cachorros. No começo eu achava só um pouco chato, mas nunca parei pra prestar atenção naquele fato até bem mais tarde.

Apesar de nunca na minha vida eu poder alugar um apartamento como o de Malu, em 2015 eu passei algumas semanas na casa dela. Como todas as férias escolares, minha amiga e os pais iriam viajar pra outro estado e visitar parentes e velhos amigos de sua mãe, mas em 2015 todos os planos de férias foram compremetidos quando a cachorrinha da família - a Mel - ficou doente e teve que fazer uma cirurgia. Não era nada muito grave e a cachorrinha já estava bem a tempo das férias, mas o veterinário lhes disse que uma viagem de avião tão longa não faria bem pra ela que havia acabado de se recuperar. Dona Cláudia - mãe de Malu - ficou super chateada com aquilo, afinal eles já haviam gastado um dinheirão com as passagens e não tinha como remarcar as férias que tinham sido planejadas pra coincidir com as férias escolares para que Malu e o irmão pudessem ir junto e foi aí que eu entrei nisso. Nessa época a Lele tava viajando com aquele namoradinho tatuado dela e eu ficava o dia sozinha em casa, já que mamãe não tinha férias em julho, então a Malu pediu pra mãe dela pra eu ficar na casa deles cuidando da cachorra. Dona Cláudia me conhecia há tempos - desde o fundamental - e achou a ideia um máximo! Ela até me pagou uns trocadinhos pra compensar que eu não poderia viajar nas férias, eu nunca viajava de qualquer forma, mas fiquei caladinha e aceitei o dinheiro.

No domingo cedinho fui pegar as chaves e me despedir da família que já estava de saída, com vários abraços e Dona Cláudia avisando que tinha deixado a geladeira cheia pra mim e que eu podia comer o que quisesse e então começou o meu "Trabalho" de férias. Mel era uma cachorra muito boazinha, ela era uma poodle já meio velhinha e passava o dia quase todo dormindo, então eu não tinha muito trabalho de fato. Eu colocava comida e água pra ela no horário certo, fazíamos um longo passeio de manhã e à tarde eu levava ela pra passar um tempo na áre de convivência do prédio até escurecer.

- Um trabalho desses até eu queria! - Interrompeu Allan com um riso alto, o rosto branco avermelhado pela bebida e o cheiro forte de álcool no hálito.

- Deixa ela terminar que eu tou curiosa!! - Leticia, ou Lele, ralhou com o primo lhe dando um tapa na cabeça antes de tomar mais um gole da cerveja que começava a esquentar.

Marcela riu dos dois enquanto se ajeitava melhor no sofá da sala que haviam levado pra fora e continuou sua história.

Eu também adorava receber pra fazer só aquilo, mas tinha umas coisas no prédio que me deixavam de cabelo em pé. Era só meio esquisito, sabe? Os cachorros eram quietinhos, mas todos faziam barulho sempre no mesmo horário do dia - 18:30. Na primeira semana eu nem percebi, tava ocupada naquela de me acostumar com o lugar e com a rotina, arrumei até um contatinho no prédio que passeava comigo quando eu saía com a Mel. O nome dele era Gabriel, Miguel, não lembro direito, alguma coisa assim como nome de anjo. Ele era bonito de um jeito meio diferente e super educado, mas a cachorra não gostava muito dele, então depois de uns dias eu parei de andar com ele quando saía com a Mel e nos falavamos bem menos frequentemente, mas ainda assim rolou uns beijinhos e umas coisinhas a mais e eu me dividia entre o apartamento dele e o da Malu. Já era a segunda semana quando eu percebi isso com os cachorros e me deixou toda arrepiada, mas eu achava que era alguém que passava incomodando eles ou alguma coisa assim. Sabe aqueles apitos que só cachorro escuta? Eu achava que era alguma coisa do tipo.

Sei que na última semana aconteceu uma coisa bizarra. Eu voltei pra casa numa segunda pra ver a Lele que tinha acabado de voltar de férias. Não achava nenhum problema deixar a cachorra sozinha só por um pedacinho, só que quando eu voltei cadê que eu encontrei a cachorra? Procurei o apartamento todo e nada e daí eu surtei, né? Não é possível que eu tinha conseguido a proeza de perder a cachorra da Malu e daí bateu aquele desespero. Passei a tarde todinha procurando ela até dar a hora dos cachorros começarem a latir. Quando tava pertinho das 18:30 eu fui procurar a Mel na área de convivência externa, já tava meio escuro e como a bateria do meu celular tava acabando eu tava indo com a lanterna desligada mesmo e foi aí que eu vi a coisa mais esquisita da minha vida. Eu encontrei a Mel na hora que os cachorros começaram a barulheira, mas ela não latiu junto, tava toda encolhidinha como se tivesse com medo e a primeira coisa que eu pensei foi que tinha que pegar ela, só que na hora eu tava travada e foi aí que eu vi. Eu não sei o que era, parecia gente mais ao mesmo tempo não, não parecia normal, sabe? Era curvado e estranho e a cachorra começou a chorar de medo quando aquilo chegou perto dela e na hora eu nem pensei direito soltei um berro bem alto. Aquilo olhou pra mim e eu olhei de volta, mas graças a Deus foi embora sem nem chegar perto de mim. E eu que não sou besta, não pensei duas vezes. Peguei minhas trouxas, a cachorra e fui me embora pra casa.

Quando a Malu voltou de viagem e veio me perguntar porque eu não tava por lá eu fiquei foi com vergonha de dizer aquilo, mas falei pra ela mesmo assim. Ela riu de mim horrores por um mês inteirinho e contou a história pra família toda, mas um tempo depois eu encontrei o pai dela na rua e ele disse que acreditava no que eu vi. Fiquei sabendo por ele que - diziam as más línguas! - aquela história dos cachorros já era antiga e que ele morria de medo de uma família do quarto andar porque eles tinham 6 filhas e o caçula que era homem. Aí vocês já viram né, somei um mais um e lembrei do fulano com nome de anjo. Morava justamente naquele andar e a Mel morria de medo dele. Ele até me chamou no facebook depois, queria marcar da gente sair algum dia e tal, mas eu que não sou louca de andar por aí beijando lobisomem. Cruzes!

- Mentira, mulher! - exclamou Patricia - E por que tu não mandou isso lá pro Celso Portiolli? Aquele programa das lendas urbanas. Ia ganhar uma grana, viu bichinha?

- Eu não, vai que o lobisomem vem me pegar de noite pra se vingar - Marcela riu alto.

- Ele vai te pegar de outro jeito que eu sei - Letícia zombou da irmã - Mas agora quem vai contar história sou eu, porque tu falando de 2015 eu só me lembrei daquela viagem mesmo. Então como a princesa vai falar, os bebâdos aí podem começar a prestar atenção.

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