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7

William chegou no horário marcado e seguimos para o pub em Manhattan. Eu não estava tão animada, mas havia feito o esforço de me arrumar um pouco mais do que o habitual. Meu coração por outro lado agia de uma maneira diferente. Saltava em meu peito de forma animada, ansioso pelo o que poderia vir pela frente. Pelo dia que se passou evitei pensar no chefe de Elizabeth e no meu. Não queria pensar no beijo ou no esbarrão. Aqueles acontecimentos realmente mexeram comigo, mas eu não poderia me deixar ser levada. Não sentia nada por ambos os homens, na verdade, um deles sequer me conhecia.

Tom Flanagan e eu juntos não poderia ser nem uma ideia tola e sonhadora, pois éramos de mundos diferentes e pessoas opostas. Acreditar que meu pedido havia se realizado era outra loucura. Como já havia dito, éramos incompatíveis e pedidos de aniversários não se realizavam, a não ser para crianças que desejam ganhar uma bicicleta ou ir para a Disney. Eu já havia feito o pedido para ir a Disney, que foi concedido quando tinha 10 anos. Não me lembrava direito, mas eu devia ter me divertido bastante, pelas fotos que vi.

Contudo, esse não era o caso. Eu não compreendia a atitude de meu coração, mas também não daria corda pra ele. O que importava naquele momento era me divertir com meus amigos e não me importar com mais nada. Era impossível encontrar com o chef Flanagan em um lugar como um pub, pois ele não era o tipo de pessoa que frequentava qualquer lugar. Ele era muito requintado. Acredito que o mesmo servia para o chefe de Elizabeth.

William parou diante do pub e entregou a chaves do carro para o manobrista. Saímos e fomos enfrentar a fila que tinha em frente ao estabelecimento. Demorou cerca de 20 minutos para nos encontrarmos parados diante do segurança. Havia uma jovem ao seu lado com um tablet em mãos. Ela nos olhou por um instante e pediu nossos nomes. Will a respondeu e alguns segundos depois estávamos dentro do local.

O ambiente era como qualquer outro cheio de gente dançando com música alta. Era abafado, ensurdecedor e desconfortável. Quis sair dali logo que pisei meus pés no lugar, mas não poderia fazer aquilo com meus amigos. Lilly, por outro lado, já demonstrava estar animada e começava a dançar.

— Vamos procurar alguma mesa disponível e pedir alguns drinques — gritou ela por cima do som alto da música.

Will assentiu e seguimos procurando por um lugar adequado. Eu não estava tão convicta de que encontraríamos alguma mesa vaga, pois aquele lugar estava saturado de gente. Por sorte do destino, ou apenas coincidência, conseguimos pegar uma mesinha no canto do pub vazia. Acho que ninguém queria ficar ali por ser muito próximo das grandes caixas de som. Eu tinha plena certeza que no dia seguinte estaria completamente surda.

Lilly tratou de tirar mil fotos para postar, fazendo todas as expressões faciais possíveis e nos incluindo em todas. Will tirou algumas de apenas nós duas e depois fiz o mesmo com os dois. Quando foi a nossa vez de tirar uma foto juntos, me senti desconfortável. Ele envolveu seu braço em minha cintura e ficou muito próximo de mim, mais do que havia ficado de Lilly. Quando olhei a foto tive o estranho pensamento de que parecíamos um casal. Óbvio que aquilo era tolice, já que éramos apenas amigos. Quem gostava dele era Lilly, não eu. Eu nunca havia tido nenhum outro sentimento por ele além do carinho de uma amizade comum. E, por mais estranho que fosse, percebi que ele também ficou um pouco sem jeito pela proximidade que ficamos.

Will logo em seguida tratou de dizer que iria buscar algumas bebidas para nós. Eu ficaria somente na Coca-Cola, já que estava tomando remédios, junto com William que estaria dirigindo. Lilly não se importou em ser a única bebendo. Depois que nosso amigo saiu ela começou a tagarelar.

— Ele está tão bonito hoje, não? — questionou Lilly, com o olhar sonhador. — Adoro quando ele usa aquela camisa listrada com blazer. Fica tão casual... E sexy!

— Eu já falei pra você se declarar pra ele logo — comentei, contendo o riso.

Era sempre assim. Lilly caidinha por nosso melhor amigo e William não percebendo. Eu já havia dito dezenas de vezes para ela falar o que sentia por ele, mas ela negava veementemente seus sentimentos, dizendo que só o achava bonito. Aquilo era total mentira. Contudo, não pude discordar que ele estava razoavelmente bonito hoje. William tinha aprendido se vestir melhor com o tempo, claro que por causa das minhas excelentes dicas de moda. Hoje ele usava uma calça com um estilo social de cor preta com cinto que acompanhava de uma camisa de listras, e havia o blazer escuro por cima. Além de sapatos sociais que ficaram perfeitamente adequados para a ocasião. Ele não estava casual demais, mas também nem um pouco social, como no trabalho.

Observei Will retornar com as bebidas, parecendo não perceber as várias mulheres que o olhavam com interesse, além de alguns rapazes. Ele se aproximou e juntou as sobrancelhas ao perceber que eu o fitava.

— O que houve? Perdi alguma coisa? — indagou, confuso.

Lilly tratou de negar imediatamente e pegou o Martíni que havia pedido. Will continuou me olhando por alguns segundos e desviei o olhar para o meu refrigerante. Ele ficou com a água e começou a falar sobre a longa fila que estava se formando no bar. Lilly ficou interessada no assunto e eu comecei a olhar para as pessoas que dançavam, bebiam e conversavam.

O que estava acontecendo comigo? Talvez eu tenha finalmente entendido o motivo de meu coração estar saltando como um louco naquela noite. Testei olhar novamente para o Will, que retribuiu o olhar no mesmo instante, e desviei outra vez. Meu coração começou a bater mais rápido, aflito. O que era aquilo? Will era meu amigo e sempre seria!

Claro que ele estava muito bonito hoje, como nos últimos três anos, quando começou a ir para a academia e parou de usar óculos. Claro que antes ele não era feio. Na verdade, a aparência não era o foco. Ele sempre tinha sido gentil comigo, mas também com Elizabeth. Contudo... Ele havia gostado de mim uma vez. Por que não poderia estar acontecendo novamente? Não! Eu era terrivelmente desajustada e ele tinha dezenas de mulheres babando em volta dele. Will tinha mais coisa pra fazer do que gostar de mim. Lancei um olhar de soslaio para ele e observei a forma como seus lábios se moviam. Eram delicados e bem desenhados. Seus olhos estavam escuros por conta do ambiente pouco iluminado e seu cabelo estava bem arrumado, com uma pequena mecha caindo sobre a testa. Seu cabelo castanho escuro brilhava com as luzes do lugar e eu senti minha boca subitamente seca. O que aquilo significava? Merda! Will era meu amigo... E estava um gato!

Enquanto o observava acabei me distraindo, lembrando de um momento importante e complicado em nossas vidas, algo que infelizmente sempre acontecia durante a época de escola. Um dia que prometi a mim mesma que Will e eu seríamos apenas amigos e sempre protegeria ele de qualquer mal.

Eu havia fugido de Lee logo depois de afastá-lo da sala de artes onde Mark e SunHee estavam se agarrando. Voltei a evitá-lo, principalmente após ter ficado tão próxima dele e ter sentido uma vontade súbita de beijá-lo. Eu nunca havia beijado antes, então não sabia de onde aquele sentimento tinha surgido. Segui ignorando-o e o deixando sem respostas. Contudo, também fiquei sozinha. Não sabia como chegar em Will após ter botado em sua cabeça que eu gostava dele e logo em seguida ter arrancado pela raiz aquela ideia. Nós éramos amigos... Mas eu e Lee também. Qual era a diferença?

A diferença era que eu não tinha nenhum sentimento por ele, além da amizade que tínhamos. Eu o protegia dos estúpidos valentões e ele sentava comigo aos domingos na igreja, já que ninguém gostava de falar comigo por lá. Era uma troca justa que se tornou uma amizade forte e confortável. Nada aconteceria entre nós, nunca!

Nunca era uma palavra muito forte, mas eu tinha a sensação que devia algumas respostas para ele após o acontecimento.

Estávamos na aula de Educação Física e eu tinha um total de zero motivação para correr pela pista de corrida, muito menos atrás de uma bola. Odiava ainda mais aqueles shorts curtos e o olhar que recebíamos daqueles garotos idiotas do time de beisebol. Lilly surgiu ao meu lado usando as mesmas vestes que as minhas, mas que ficavam perfeitamente boas nela. Ela se alongou por alguns minutos antes da corrida.

— Hoje o clima está muito bom — comentou ela, enquanto alongava os braços.

Olhei em volta, com as mãos na cintura e uma expressão facial de desinteresse, e notei que o dia estava razoavelmente quente e um pouco abafado. Não achei que estava bom.

— Você não vai se alongar? — indagou Lilly, continuando com os alongamentos. Dessa vez ela tocava as pontas dos dedos em cada pé. Eu não fazia ideia de como ela conseguia fazer aquilo.

Percebi que um grupo de garotos lançava olhares em direção a minha amiga, especificamente para a bunda dela.

— Não — respondi, mal humorada. — Não quero ser assediada.

Lilly olhou confusa para mim e depois se tocou que estava sendo encarada pelo grupo de garotos babacas da nossa turma.

Argh! Odeio isso! — reclamou ela, voltando a apenas alongar os braços. — Eles são...

— Uns idiotas — completei.

Logo em seguida o nosso professor surgiu e pediu para nos organizássemos em uma fila. Percebi o mesmo grupo de garotos indo para trás, apenas para ficar encarando a bunda das meninas durante a corrida. Eu achava aquilo tão injusto!

Puxei Lilly comigo e fomos para o final da fila. Alguns garotos nos olharam mal humorados, mas fiz questão de lançar um olhar raivoso para eles, fazendo-os desviar os olhos.

— Você é um gênio! — Dei um meio sorriso para o elogio de Lilly.

— Todos estão aqui? — indagou o professor, com uma prancheta em mãos. — Vou fazer a chamada e respondam quando seu nome for chamado.

Ele começou a chamar nome por nome. Após alguns nomes o meu foi chamado e logo em seguida o de Lee, contudo, ele não respondeu. Olhei em volta e percebi que ele não se encontrava ali. O professor chamou novamente o nome de meu amigo, mas não houve resposta. Quando ele já estava passando para o seguinte, Lee surgiu.

— Aqui! Presente! — Lee correu até onde estava nosso grupo e parou, ofegante. — Desculpe o atraso, professor.

Observei SunHee olhar rapidamente para Lee, para desviar logo em seguida, já que estava próxima de seu namorado. Eles tinham se assumido alguns dias depois do ocorrido. Infelizmente não pude usar aquilo contra eles, já que agora todos da escola sabiam do relacionamento.

Lee veio para o final da fila, ficando perto de mim. Não gostei da proximidade, mas decidi ignorar e agir naturalmente. O professor terminou a chamada e mandou todos fazerem um total de dez voltas. Fiquei furiosa e cansada só de imaginar ter que fazer dez voltas por toda aquela pista. Não tive como fugir, então comecei a correr ao lado de Lilly.

Ela começou a puxar assunto e eu respondia brevemente, sentindo-me desconfortável pela presença de Lee logo atrás. Estávamos na terceira volta quando notei que algo estava acontecendo. O grupo de garotos do time de beisebol estava incomodando alguém.

Lancei um olhar para Lilly, sem compreender o que estava acontecendo.

— Vamos puxar a cueca dele! — gritou um dos garotos idiotas.

— Me solta! — Ouvi a voz estrangulada de Will pedir.

No mesmo instante uma chama intensa tomou conta de mim. A raiva borbulhou em meu corpo, tomando conta da minha mente e da minha sanidade. Aquilo não poderia acontecer novamente. Eles tinham deixado Will em paz por um tempo, mas nunca se cansavam de perturbá-lo novamente.

Onde estava o professor naquele momento? Provavelmente sentado embaixo da sombra descansando aquele traseiro gordo. Cerrei os punhos e finquei os pés. Lilly parou ao ver minha reação.

— Melissa... Não pense nisso! — disse ela, segurando meu ombro.

Lee surgiu em meu campo de visão, parecendo preocupado.

Vi Will sendo derrubado no chão e ouvi as gargalhadas do resto do pessoal da nossa turma.

— Vá chamar o professor! — falei para Lee. Ele assentiu e desapareceu.

— Meli... — Lilly me chamou pelo apelido, parecendo aflita e preocupada. — Logo o professor vai chegar aqui e resolver isso...

Aquilo não era verdade. Nada seria resolvido, pois aqueles garotos continuariam fazendo bullying com Will. Observei Mark, o amado namorado de SunHee, pegando os óculos de meu amigo e preparando para quebrá-los. Eu não poderia tolerar aquilo mais um pouco. Wiliam já tinha perdido vários óculos e seus pais não tinham muito dinheiro para comprar novos sempre. Ele mentia dizendo que havia recebido uma bolada no rosto — o que nem sempre deixava de ser verdade — ou havia caído e o deixado quebrar. Os pais deles brigavam com ele e pediam para ter mais cuidado. Compravam novos, mas parcelavam várias vezes. Eu sentia pena por ele ter que passar por aquilo. Por isso, naquele momento, não pude ficar parada ou calada.

Me afastei de Lilly, que tentou me segurar, e caminhei até o agressor de meu amigo.

Puxei os óculos de suas mãos e o garoto me encarou aborrecido.

— O que pensa que está fazendo? — Ouvi ele questionar, aborrecido. O ignorei e voltei-me para Will ainda caído no chão.

Me agachei e o ajudei a se levantar. Entreguei seus óculos ainda intactos.

— Você está bem? — indaguei, preocupada. Will me olhou, assustado, mas assentiu em resposta.

Entretanto, Mark não parecia satisfeito por ser interrompido e ignorado por uma garota. Senti sua mão pesada tocando meu ombro, e a raiva e o nojo ficaram maiores e mais intensos.

Levantei rapidamente e fiquei cara a cara com o estúpido do garoto. Ele ficou um pouco apreensivo por um instante ao perceber que tínhamos a mesma altura. Eu sempre tinha sido alta desde minha pré-adolescência, então me aproveitava disso um pouco. Eu também poderia ser considerada mais forte que algumas garotas da minha idade, já que meu pai me ensinava alguns passos de defesa e luta, e também estava acima de meu peso ideal.

— Algum problema, Mark? — indaguei, debochadamente.

Ele cerrou seus olhos saltados, me olhando com certa repulsa.

— Sim — respondeu. — Você.

— É por que estou atrapalhando sua diversão?

Ele riu junto com os amigos e cruzou os braços, assentindo com a cabeça.

— Eu sinto muito informar, mas Will não é um objeto pra você se divertir — falei, cruzando os braços como ele.

Aos poucos algumas pessoas estavam se reunindo a nossa volta.

— Não concordo — resmungou o garoto sonso.

— Eu não concordo com sua atitude — rosnei.

Seus amigos riram mais alto.

— Está preocupada com seu namorado, Fontoura? Por isso está defendendo ele?

— Ele não é meu namorado, é meu amigo. E saiba que sua atitude pode ser denunciada e você pode ser preso — disse, com um olhar decidido. — Isso é considerado bullying. Você o agrediu verbalmente e fisicamente.

— Por acaso agora é advogada para entender de leis? Você é ridícula, Fontoura. — Mark descruzou os braços e me afastou para longe de Will. — Agora caí fora! E levanta, fracote!

Fracote?! Argh! Vi a expressão de medo no rosto de meu amigo e não pude me conter. Eu vinha evitando agir daquela maneira, mas percebi que era necessário.

— Fracote aqui é você, seu otário! — gritei para Mark.

No mesmo instante ele voltou-se pra mim, surpreso. Os amigos dele vaiaram, também surpresos e atiçando nossa discussão.

— Quem você pensa que é pra falar assim comigo?! — esbravejou Mark. Ele deu dois passos e ficou cara a cara comigo.

— A única pessoa sensata e inteligente de nós dois, pelo visto — respondi, cerrando os dentes.

Mark segurou meu braço com força e encarou meus olhos. Era disso que eu precisava... Era só dessa atitude. Me lembrei dos movimentos que meu pai havia me ensinado, mas decidi usar os mais tradicionais. Ergui o joelho e acertei suas partes baixas. O garoto caiu de joelho em minha frente no segundo seguinte. Ele tentou me segurar novamente, mas a raiva estava transbordando dentro de mim. Ouvi meu nome sendo chamado, mas ignorei. Ergui meu punho esquerdo e acertei o nariz de Mark, escutando um estalo alto e doloroso.

O garoto caiu no chão, em agonia. Agora eu sabia que estava mais ferrada. Todavia, honestamente, ele merecia aquilo. Merecia mais.

Fui puxada subitamente e recebi o olhar raivoso de nosso professor de Educação Física. Olhei-o debochadamente. Onde ele estava quando mais precisávamos dele?

Ele correu para Mark e foi olhar o estrago. O nariz dele realmente sangrava. Fiquei chocada em como meus golpes haviam melhorado. Mas sabia que estava completamente encrencada.

O professor voltou-se para mim e esbravejou:

— Fontoura e Gray! Para a sala do diretor, imediatamente!

Não retruquei. Apenas ergui as mãos em redenção e dei a volta, caindo fora daquele lugar. Fui encarada enquanto me afastava da turma. Entretanto, o que mais me desconcertou foi o olhar de Lee. Acho que ele não sabia o que pensar sobre aquilo, mas seu olhar de descrença e julgamento me acertou em cheio. Eu havia agido errado, mas Mark agiu antes e de forma pior. Eu não merecia ser julgada por ele.

Eu e Will fomos para a direção, como ordenado pelo professor. Ele havia ficado calado durante todo o caminho até a secretaria, onde aguardávamos para falar com o diretor. Eu queria dizer algo, talvez confortá-lo. Pensei que ele estaria agradecido pela minha atitude, mas parecia que eu o havia constrangido.

— Você está bem? — perguntei em um murmúrio, sentindo certo constrangimento por aquela situação.

Ele ergueu os olhos azuis cinzentos em minha direção. Seu rosto ficou subitamente corado e não entendi o motivo.

— Você já me perguntou isso antes — respondeu ele em um tom tão baixo quanto o meu. — Eu estou bem, Meli, sei me cuidar.

— Eu sinto muito pelo o que aconteceu... — Engoli em seco, pensando antes de falar. — Sinto muito se o constrangi em algum momento.

— Você não me constrangeu. Você me salvou mais uma vez — disse Will. As palavras dele estavam cheias de ternura e respeito. Me senti feliz ao ouvi-las. — Não sei o que seria sem você.

— Você seria a mesma pessoa incrível que é, uma pessoa que não merece passar por isso.

Will ficou em silêncio, pensativo. Eu queria saber o que se passava em sua cabeça. Decidi não insistir e deixá-lo em paz. Contudo, alguns minutos depois sua voz tomou conta do ambiente novamente.

— Por que você sempre faz isso? — questionou meu amigo, olhando-me com curiosidade. — Por que sempre me defende?

Fiquei muda, sem respostas. Havia um motivo especial? Will era meu amigo, mas antes de ser meu amigo ele era um ser humano que merecia respeito como qualquer outro. Eu faria a mesma coisa por qualquer pessoa. Contudo, ele era especial por ser meu melhor amigo.

— Por que você é meu amigo, Will — respondi. Percebi seu rosto ficando amuado, mas continuei: — Você é importante pra mim, e eu te defendo e irei te defender sempre. Não quero que ninguém te machuque.

— Ah... Você também é muito especial pra mim... — Quando ele disse isso, percebi que era mais do que especial como amiga. Realmente, William tinha sentimentos por mim. — V-você s-sabe que eu g-gosto de... você, certo?

Engoli em seco e desviei os olhos. Ele havia tomado coragem pra dizer e eu não sabia como reagir. O que eu deveria responder? Eu não sentia nada por ele, além de profundo respeito e carinho por nossa amizade.

— Eu... Suspeitava — respondi. Não tinha mais nada pra dizer. Me sentia péssima por ser incapaz de retribuir seus sentimentos. Eu não queria magoá-lo, mas ele já estava magoado. Magoado por aquilo que sentia por eu não ser reciproco e por sempre sofrer nas mãos daqueles garotos.

Ele não merecia aquilo, mas eu não poderia me obrigar a gostar de alguém.

— Mas você gosta de outra pessoa — comentou ele. Ergui os olhos e o encarei. Como ele sabia disso? Ah! Eu havia contado!

— Sim. — Balancei a cabeça em afirmação. O ambiente ao nosso redor começou a ficar desconfortável.

Senti Will colocando sua mão sobre a minha. Travei, sem saber como reagir.

— Não se preocupe, eu prometo que esses sentimentos vão desaparecer — disse ele. Fiquei surpresa por suas palavras, mas aliviada ao mesmo tempo. — Algum dia, mas certamente irão.

Retribui suas palavras com um aperto em suas mãos. Eu amava Will por ser um bom amigo e jamais pensaria nele de outra forma. O respeito que tínhamos um pelo outro era maior do que qualquer coisa. Eu fiquei feliz em saber que não o perderia após sua confissão, mas logo em seguida aquele sentimento desapareceu.

O professor de Educação Física entrou na secretaria e foi em direção à sala do diretor.

— Não se preocupe, eu vou resolver isso. — Will fez uma careta ao ouvir minhas palavras de conforto.

Tentei transmitir segurança, mas me tremi toda quando ouvi meu nome sendo esbravejado de dentro da sala do diretor e o professor de Educação Física saindo da mesma com um sorriso satisfeito nos lábios.

Levantei, decidida, e caminhei para o meu julgamento, convicta de que iria me ferrar, mas ao mesmo tempo nem um pouco arrependida de minha atitude.


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