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69

Meus punhos cerraram, tentando conter a raiva. Mesmo Sebastian e eu tendo nossas divergências, não queria vê-lo se constrangendo diante das pessoas.

Os olhos de íris verdes de meu falso namorado vieram em minha direção, sinalizando o desespero contido em seu interior. Ele não sabia o que fazer. Fiquei subitamente em pé e sinalizei com os polegares, motivando-o a continuar.

— M-muito o-obrigado! — agradeceu, concluindo de supetão o discurso e se retirando do palco.

Sebastian foi para trás do palco, onde a equipe da premiação o aguardava. O público não soube como reagir, porém, aplaudiram, ignorando o fato de o Melhor CEO do Ano ter ficado nervoso ao discursar diante de várias pessoas.

Contudo, eu sabia que o motivo não era esse. Sebastian estava indo bem. Até o momento que visualizou a última pessoa que desejava ver entre o público, olhando-o com deboche e deleite ao vê-lo fracassar em seu discurso.

Uma raiva fervente tomou conta de mim, tomando as dores de Sebastian. Cada palavra dita por Seth, de como seu pai o havia tratado fomentavam minha mente.

Quando percebi, meus pés já se moviam em direção à mesa que o homem mais velho estava sentado. Fui ignorada a princípio, até parar ao seu lado. Minha presença chamou a atenção daquele homem, que me olhou com incomodo. Havia uma mulher ao seu lado, com características que remetiam a Seth e pressupus ser sua mãe. A mesma também sorria em divertimento, aprovando a fuga do CEO do palco.

— Posso ajudar, senhorita? — indagou o homem, de maneira retórica, nenhum pouco interessado em me ajudar.

— Pode! — exclamei, pegando a taça de champanhe sobre sua mesa e, não me contendo, jogando todo o conteúdo em seu rosto.

As pessoas à volta reagiram em choque, completamente surpresas pelo meu ato. E eu também estava, por isso, não hesitei em deixar a taça de lado e fugir o mais rápido que podia dali.

Não sabia quais consequências minha atitude geraria, mas pouco importava, pois já estava feito.

Honestamente, eu nem sabia por que havia tido aquela atitude, mas uma mágoa que não era minha me consumia. Havia muita revolta em meu coração. De certa forma eu sentia empatia pela situação de Sebastian, porque também tinha vivido uma situação abusiva com meu pai. Fazer aquilo tinha sido uma forma de dar o troco, mesmo que não o suficiente, em alguém que não merecia o filho que tinha.

De maneira inconsciente corri para os bastidores da premiação, onde poderia encontrar Sebastian.

Passei entre as pessoas ali, que me olharam surpresas, procurando incessantemente o meu CEO. Não demorei muito a encontrá-lo, pois alguém parecia conversar com ele.

— O senhor deseja uma água? Precisa de alguma coisa? — O assistente de produção tentava tranquilizar o outro homem, inseguro sobre o que dizer ou agir.

— E-eu... — tentava dizer Sebastian.

— Não precisa! Eu cuido dele! — intervi, parando ao lado. O assistente de produção conteve o suspiro de alívio e se distanciou. Voltei-me para Sebastian e peguei sua mão livre com firmeza. — Vamos embora daqui?

Aquela pareceu à ideia mais apropriada a se ter, em que ele concordou imediatamente. Mantive minha mão a dele e fui em busca de uma saída alternativa, para que não fossemos vistos. Com algumas orientações consegui encontrar a saída, que nos levava para o estacionamento.

Guiei Sebastian Johnson para lá, para a noite fria e ao ar livre, onde ele poderia respirar e se tranquilizar. Somente parei de caminhar quando me deparei com sua BMW, que por incrível que parecesse o motorista estava ali, e se surpreendeu por nossa presença.

— Vamos para casa! — anunciei ao motorista, que notou a expressão vazia e estática de seu chefe, mas nada perguntou.

Deixei que Sebastian entrasse primeiro e me sentei ao seu lado, aliviada por finalmente podermos nos distanciar daquele ambiente intoxicante e desconfortável.

Eu queria arrancar alguma palavra da boca de Sebastian, mas ele nada disse durante todo o percurso. E muito menos eu sabia o que dizer. Ainda mais como contar a ele que tinha jogado champanhe na cara de seu pai. Temia rua reação, mesmo sabendo que o odiava. Minha atitude poderia ser ruim a sua imagem, percebi. Mas era tarde para mudar.

Me contive durante todo o caminho, percebendo o CEO respirando fundo, tentando controlar sua respiração e o nervosismo.

O motorista, percebendo nossa pressão, não demorou para chegar ao prédio da moradia de Sebastian, adentrando o estacionamento subterrâneo e estacionando a BMW ao lado dos outros carros luxuosos.

Saí primeiro, aguardando que Sebastian fizesse o mesmo. Ele saiu e caminhou até o elevador, sem nada dizer. Adentramos o elevador, ainda em silêncio.

Eu queria dizer algo, mas não encontrava as palavras apropriadas. Parecia que algo tinha se prendido a minha garganta, pesando e impedindo que as palavras saíssem. Assim que chegamos a sua cobertura, Sebastian não seguiu diretamente para o andar de cima, mas atravessou a sala de estar até a grande varanda do apartamento. Eu o segui, tentando entender o que ele pretendia fazer.

Notei que o mesmo ainda segurava o prêmio de Melhor CEO do Ano com firmeza. Ele se posicionou na sacada e levantou o braço, mirando para jogar dali o prêmio. Estendi minha mão e segurei seu pulso, antes que cometesse tal ato.

— O que você está fazendo?! — exclamei, confusa por aquela atitude. Os olhos verdes dele finalmente voltaram-se para mim.

— Vou jogar essa porcaria fora! — rosnou ele, a raiva se tornando explícita em suas feições.

— Não vai não! — Tentei tomar o prêmio de suas mãos, mas Sebastian o segurou com firmeza, tornando mais difícil tomá-lo. — Largue!

— Não! — retrucou ele, seu rosto se contorcendo ao esforço que fazia para tentar me fazer largar o prêmio.

— Você não vai jogar fora algo que se esforçou para conseguir! O prêmio não tem culpa da sua raiva! — argumentei. O aperto dele se afrouxou e consegui tomar de suas mãos.

— Um homem como eu que não consegue discursar em público não merece o prêmio de Melhor CEO do Ano! — contradisse Sebastian, ofendido consigo mesmo.

— Ora, não me venha com isso! Você conseguiu discursar até que muito bem... — comentei, tentando soar convincente.

— Agora você está me elogiando? Está com tanta pena de mim para precisar fazer isso? — Me senti mal ao ser acertada por suas palavras duras.

Eu não o estava elogiando por pena, mas sim porque... Bem, porque não queria vê-lo chateado.

— Eu não... Estou com pena de você! Estou com raiva do babaca do seu pai! Você não pode descontar sua raiva em um objeto, sendo que é ele o culpado por... Tê-lo deixado nervoso! — confessei, engolindo em seco, temendo admitir o que tinha feito ao seu pai.

— Como é? — Sebastian olhou-me em confusão.

— Eu vi você o olhando... E vi ele rindo de seu nervosismo — admiti, desviando os olhos para o chão. — Sei que ele é a causa de você ter ficado nervoso para discursar e por isso gaguejou.

Sebastian Johnson não me respondeu, apenas se virou, passando as mãos de maneira frustrada em seu cabelo antes bem arrumado. Ele adentrou o apartamento e o segui, temendo que agora quisesse pegar algum objeto decorativo de seu apartamento para jogar pela sacada.

— Como você sabia que era ele? — perguntou, subitamente ficando cara a cara comigo. Hesitei, ponderando sobre como fazê-lo acreditar em minha resposta.

— Eu vi você o olhando do palco e... E imaginei que fosse ele — respondi, envergonhada. Tomei coragem para olhar o CEO e finalmente admitir o que fiz, antes que a notícia chegasse por terceiros. — E quando você saiu do palco, eu fui até ele e joguei champanhe em sua cara!

Sebastian Johnson não conteve a expressão de choque que perpassou em seu rosto, mas que foi logo tomada por divertimento. Sua risada alta tomou o recinto, deixando-me dessa vez em choque. Tive que sorrir, aprovando ouvir seu riso. Bem, aquilo era algo que não esperava vir dele. Com certeza eu nunca tinha ouvido sua risada de forma tão sincera, mas tão boa de ser ouvida.

— Melissa, você tem noção do que fez?! — Não sabia se era para responder aquela pergunta ou se ele estava sendo irônico, mas mesmo assim respondi.

— Bom, sinceramente, não... Você não está bravo comigo? — A risada se dissipou e Sebastian tornou a ficar sério, com a aparência mais leve.

— Não — respondeu, simplesmente.

— Mas amanhã a mídia, os sites de fofocas e jornais vão estar falando sobre o que eu fiz — falei, receosa.

— Pouco importa agora, já é tarde para mudar o que você fez... E, honestamente, eu até aprovo — revelou o CEO, sentando-se no sofá com tranquilidade.

— Mas e se eu for, sei lá, presa? — indaguei, imaginando a situação que seria se eu fosse presa por atacar um homem rico como o pai de Sebastian Johnson.

Meu falso namorado deu um tapinha no espaço disponível do sofá ao seu lado, incitando-me a sentar. Fiquei mais receosa por seu bom-humor súbito, ainda mais por aquele convite que envolvia uma proximidade entre nós. Mesmo assim eu sentei, mantendo um pouco de espaço.

— Você não será presa, Melissa. E mesmo que seja, eu pago sua fiança. Foi por uma boa causa... — Acompanhei o riso de Sebastian ao ouvi-lo dizer aquilo. Bem, ao menos eu não ficaria presa por muito tempo na cadeia, pensei. — E ele não ousaria denunciar a minha namorada, pois teria que lidar com consequências desagradáveis...

A ameaça pairou no ar. Mas o clima não ficou tenso por aquilo e sim por ter se dirigido a mim como sua namorada. Engoli em seco, recordando do beijo que ele me deu antes de subir ao palco. Havia sido meio possessivo, talvez apenas para se exibir a Tom Flanagan, mas tinha surtido efeito em mim.

O silêncio pairou sobre nós, deixando o ar a nossa volta mais pesado e difícil de ser inspirado. Mordi meu lábio inferior, movendo o rosto para o lado e tentando me manter o máximo distante dele.

— Melissa... — Escutei meu nome sendo sussurrado por ele, com certa necessidade. Cogitei em voltar-me para ele, mas recordei sobre tocar em um assunto enquanto tivesse oportunidade e ele estivesse de bom humor.

— Seth... — falei, subitamente. Ao mencionar o nome de seu meio-irmão, uma careta tomou sua feição. — Eu não o convidei para a festa aquele dia. Ele foi de penetra com um amigo meu, não mais tão amigo e-e... — Hesitei, não gostando da expressão séria que tornava a voltar. —... Eu não sei o que houve entre vocês para se odiarem, m-mas eu acho que v-você...

Eu queria conseguir dizer tais palavras, mas odiava o fato do humor do CEO ter mudado rapidamente.

— Me desculpe, não vou falar mais sobre isso — soltei, ficando de pé e me afastando.

— Você acha que devo me reaproximar dele, certo?! — Percebi o tom amargo em suas palavras, provavelmente por não ser seu assunto favorito. Voltei-me novamente para ele e decidi observar sua reação. — Bem, eu não quero. Seth... — Sebastian cerrou a mandíbula, como se tivesse dificuldade para mencionar aquele nome. —... Não é muito diferente daquele homem que você viu essa noite. Daquele homem que consta em minha certidão de nascimento como sendo meu pai.

— Eu discordo! — Eu não sabia de onde tinha tirado coragem para dizer aquilo, mas prossegui: — Sei que não conheço Seth muito bem, mas assim como eu, você não teve muita oportunidade para conhecer seu irmão...

— Meio-irmão — corrigiu ele. O ignorei e continuei:

— Portanto, não sabe a pessoa que ele se tornou.

— E você sabe? — retrucou, tentando me pegar desprevenida.

— Não, mas só conseguimos conhecer bem uma pessoa através de um convívio... — argumentei, considerando ter dado a resposta correta.

Sebastian Johnson ficou de pé e se posicionou diante de mim, de braços cruzados.

— E você conseguiu me conhecer bem através do nosso convívio? — Não entendi em que ele pretendia chegar, mas dei de ombros, pensando sobre a resposta.

— Não muito... Você não me deixa saber muito a respeito de quem realmente é... — confessei, em parte aliviada pelo ambiente fracamente iluminado esconder minhas bochechas coradas.

— E quem você acha que eu sou? — Sebastian deu mais um passo adiante, ficando mais perto do que deveria. Levantei o queixo, em uma tentativa de ficar distante.

Qual resposta deveria dar a ele? Ou melhor, por que ele estava me questionando aquilo? Ele manteve seus olhos fixos aos meus, me prendendo e pressionando a responder tal questionando. Umedeci os lábios — tal ato o fez instantaneamente olhar para a minha boca — e respondi:

— Eu acho que você se mantêm distante e sério porque passou por muitas decepções em sua vida, principalmente envolvendo pessoas da sua família, como o seu pai. Você teme ficar muito próximo de outras pessoas, principalmente se forem desconhecidas, como eu, e se nega a manter um relacionamento com outras mulheres porque não quer se mostrar fragilizado, como ficou hoje... — Eu poderia estar completamente errada, ou muito certa.

Assim que aquelas palavras saíram dos meus lábios, elas surtiram efeito no homem em minha frente.

Sebastian Johnson balançou a cabeça e um meio sorriso cruzou seus lábios, como se divertisse com o que eu tinha dito.

— Você está certa! — concordou ele, para minha surpresa. Arregalei os olhos, por temer que na verdade ele reagisse negativamente. — Então, entende por que não posso me reaproximar de Seth?

— Você pode, somente não quer — contra ataquei, mais corajosa para dizer o que pensava.

— Meu meio-irmão não deve ser diferente do meu pai. Se ele quer se reaproximar, certamente não é com boa intenção. Ele foi criado à vida toda com a intenção de me odiar, porque diferente dele, sempre fui o preferido da nossa avó, e por consequência disso herdei toda a sua fortuna = proferiu ele, não contendo novamente o tom amargo em sua voz. Ou mais especificamente, a mágoa.

— Não foi o que me pareceu... Ele parecia bastante sincero quando disse que queria tentar... — Sebastian não deixou que eu concluísse a frase.

— E você não conseguiu perceber que ele poderia estar mentindo?!

— Não! E você só vai saber se ele está mentindo se permitir uma reaproximação! — argumentei novamente.

— Eu passei 32 anos da minha existência sem tê-lo em minha vida. Sem sermos próximos. Não vai ser agora que vou me reaproximar dele por motivos banais como... Como... Como a-amor. — Notei a raiva em sua voz ao dizer a última palavra, assim como o efeito que surtia em si.

— Amor não é uma coisa banal. Ainda mais quando se é por alguém da nossa família! — Meu comentário fez o CEO rir, mas não da mesma forma que mais cedo, e sim de puro cinismo.

— Rá! Muito engraçado da sua parte dizer isso, Melissa, sendo que deixou sua família em outro estado para... Para fazer exatamente o que aqui? — As palavras de Sebastian Johnson soaram mais duras, me acertando como uma picada de um espinho de uma rosa. De forma pequena, mas que doía muito.

Não quis mais permanecer ali, insistindo em algo que não valia a pena. Virei-me, direcionando-me para a escada com a finalidade de deixá-lo. Porém, fui seguida e subitamente puxada por ele. Meu corpo bateu contra o dele e suas mãos me seguraram, impedindo que eu me desequilibrasse.

A forma que ele me segurou remeteu-me a primeira vez que nos vimos, quando impediu que eu caísse da escadaria diante da sua empresa. Mas estávamos em uma situação diferente e ele havia aflorado novamente a raiva que eu sentia.

— Me desculpe, Melissa, eu não deveria ter dito aquilo... — desculpou-se ele, a urgência perceptível em sua voz.

Obviamente Sebastian Johnson conseguiu me surpreender mais, pois eu sabia que ele nunca pedia desculpas.

— Eu não pensei ao dizer aquilo. Não queria tê-la magoado...

— Não, você está certo! Quem sou eu para falar de amor, certo? Principalmente em amor familiar, sendo que deixei minha família para trás! E quer saber, Sebastian? Acho que não sou muito diferente de você, tentando fugir dos meus problemas com a minha família ao em vez de tentar lidar com eles! — soltei, não contendo a raiva em minha voz. A raiva que eu tinha de mim.

Sebastian me largou com cautela e pareceu pensativo, processando minhas palavras. Permaneci no mesmo lugar, esquecendo-me da minha fuga.

— Você também está certa! Eu não quero me reaproximar de Seth porque t-temo que ele não g-goste de quem r-realmente sou — gaguejou ele, com dificuldade em articular as palavras. — Assim c-como v-você não gosta.

Uma coisa que eu certamente não gostava era como as palavras se quebravam em seus lábios. Sobre como ele gaguejava em alguns momentos, como se tivesse dificuldade para anunciá-las. Eu não entendia como alguém tão autoconfiante como Sebastian Johnson era inseguro sobre falar.

— E quem disse que eu não gosto? — retruquei, percebendo tarde demais o que tinha dito, que poderia soar de forma inadequada.

Os olhos verdes dele reluziram em minha direção, cheios de uma expectativa mal contida.

— E você gosta? — Ele tombou a cabeça, reflexivo e aguardando minha resposta.

Engoli em seco, pensando com urgência sobre o que seria dito. Não! Eu não poderia deixá-lo saber de meus possíveis sentimentos por ele. Ora, nem eu sabia ao certo defini-los, portanto, como poderia admiti-los?

— Quando você não está de mau humor, o que é raro, eu gosto um pouco... — confessei, nervosa.

Minha resposta fez o CEO abrir um meio sorriso de satisfação, como se aprovasse minhas palavras. Ele voltou a se aproximar.

— Eu posso dizer o mesmo de você... — admitiu ele, também.

Opa! O que queria dizer com aquilo? Que ele gostava de mim? As palmas das minhas mãos começaram a suar assim que processei o que poderia vir a acontecer.

E, honestamente, eu não fiquei receosa. Na verdade, fiquei ansiosa. Desejei que ele se aproximasse mais, que fosse mais ousado. Porém, o CEO ainda matinha distância, porque ele tinha receio. E não por faltas de motivos, porque toda vez que ele tentou se aproximar, eu o afastei.

— Somente isso? Só pode dizer que gosta um pouco de mim? — Sebastian estranhou meu questionamento direto, arqueando as sobrancelhas em incompreensão. — Se você gosta somente um pouco, me explique o que foi fazer na festa de Louis Turner no Brooklyn...

— Eu fui porque você me convidou... — respondeu ele, com obviedade.

— Mas você sabe muito bem que não fui eu quem o convidou, foi Louis se passando por mim. E isso não era motivo o suficiente para você ter ido até lá. Não alguém como você, que tem tanto para fazer. Por qual motivo você teria perdido uma parte do seu tempo sagrado para ir a uma festa no Brooklyn? — Fui mais direta do que antes. Minhas palavras surtiram efeito ao homem sério em minha frente, que sempre manteve a pose de inabalável. Ele cerrou os lábios, como se realmente tivesse sido acertado em um ponto sensível.

— Eu fui vê-la...

— Por quê?

— P-porque... — Ele gaguejou novamente, com dificuldade em soltar a resposta correta. A que eu precisava ouvir. —... Eu q-queria, no fundo, que você preferisse a estar comigo do que com qualquer outra p-pessoa. Por isso eu acreditei que o convite tivesse sido seu. Porque acreditei que f-finalmente você tivesse percebido que desejava minha companhia.

Louis estava certo, percebi, e as palavras de Sebastian Johnson só terminavam de confirmar o pensamento do escritor. O CEO queria que eu escolhesse estar com ele. Que ao em vez de Tom, eu escolhesse estar com ele. Aquilo nada tinha a ver com um contrato e o falso namoro, mas com os seus sentimentos reais.

— Sebastian... — sussurrei, sendo eu a me aproximar dessa vez. O homem não saiu do lugar, mas ficou tenso quando levei minhas mãos ao seu blazer e o segurei com firmeza. — Tem algo que você queira me dizer?

Não sabia ao certo qual resposta esperar do meu questionamento, mas eu precisava mais do que um simples gostar. Na verdade, eu desejava aquele maldito CEO e me odiava por isso. Sebastian Johnson tinha me dado vários motivos para recusar, manter distância. Mas ele era como a porcaria de um imã. Eu não poderia escapar, quando éramos feitos para atrair um ao outro.

Eu poderia estar cometendo o maior erro da minha vida me envolvendo com ele, sabendo que havia outras pessoas que admitiram seus sentimentos por mim e os demonstravam, ao contrário dele. Sempre tão frio e sério, mas em momentos que mais precisei, ele me aqueceu. Não literalmente, claro, mas com pequenas atitudes que tinham grande significados.

— Não... — ele negou, inicialmente. Pela nossa proximidade consegui perceber ele engolindo em seco, nervoso. Porém, percebendo que eu não aceitaria aquela resposta, confessou: — Eu não sei se posso te dar o que você quer, Melissa...

— E você sabe o que eu quero? — retruquei.

Amor...

— Por quê?!

— Por que não sou o tipo de cara que ama...

— Eu te ensino...-– sussurrei, corajosamente.

Sebastian arqueou as sobrancelhas, surpreso pela minha ousadia. Nem mesmo eu sabia de onde tinha tirado aquela coragem, mas eu gostava. Gostava de tê-lo na palma da minha mão, receoso e em dúvida.

— Eu não te mereço, Melissa... Não depois de tudo que fiz contra você... — grunhiu Sebastian, angustiado, recordando de todos os momentos que agiu de forma inadequada contra mim.

Balancei a cabeça em afirmação, tendo que concordar com ele.

— Não, você não me merece, mas sorte a sua que sou eu quem escolhe o que mereço ou deixo de merecer. Ou melhor, o que eu quero... — confessei, continuando trazendo-o para mais perto.

O CEO segurou meus braços, como se me contivesse de concluir o espaço entre nós.

— Melissa, eu posso beijá-la? — pediu, educadamente, com um pequeno sorriso tomando seus lábios.

Retribui o sorriso, recordando de ter dito a ele que só o deixaria me beijar se pedisse permissão, que era justamente o que estava fazendo. Não respondi em palavras, mas conclui com o espaço entre nós dois, unindo meus lábios aos seus.

As minhas emoções estavam à flor da pele. Eu não tinha percebido o quanto havia ansiado por aquilo durante tanto tempo. Era um erro gigantesco que ambos estávamos cometendo, principalmente por causa das malditas cláusulas do contrato que diziam explicitamente que não teríamos nada além de um falso relacionamento, sem envolvimento físico e emocional.

E o tiro saiu pela culatra.

Porque era justamente aquele tipo de envolvimento que estávamos tendo. Eu não hesitei em me entregar a Sebastian Johnson, não pensando nas consequências que poderia trazer a nós dois. Mas tudo que era errado, era sempre tão bom.

Antes que eu percebesse, estávamos completamente entregues a aquele beijo, como se nossas vidas dependessem dele. Nossos lábios moviam com urgência um contra o outro, beijando e mordendo, assim como ofegando a cada curta pausa que fazíamos.

Minhas mãos esfomeadas arrancaram o maldito blazer de seus braços, para depois apertar com vigor seus braços fortes por debaixo da camisa social. Já as mãos do CEO foram mais vagarosas, como se deliciassem por algo que almejaram tocar por muito tempo. Com suavidade ele acariciou minha cintura, sobre o tecido fino do vestido. Eu conseguia sentir seus toques de maneira intensa, quase como se fosse contato de pele com pele.

Depois ele foi mais ousado, levando sua mão até meu decote, que expunha uma boa parcela da minha pele. Seu toque causou um arrepio pelo meu corpo, assim como seus beijos. Sua mão se encaixou em meu seio e o apertou, fazendo escapar um gemido em tom de surpresa dos meus lábios.

Sebastian não se conteve quando percebeu o efeito que surtia em meu corpo, puxando-me pelas coxas para envolver minhas pernas ao redor de seus quadris. Ele me segurou com firmeza, com tamanha facilidade, que me deixou embasbacada. Mais surpreendente ainda foi ele permanecer com os beijos — volta em meia em meu pescoço, depois em meus lábios — e subir as escadas, levando-me para o andar de cima.

Adentramos seu quarto, completamente escuro, pois as cortinas encontravam-se fechadas. Fui jogada sobre a cama, sem cerimônia, mas caí sobre o colchão macio. Arfei, surpresa, e o CEO se afastou de mim. Ele acendeu o abajur, permitindo que a fraca luz nos iluminasse.

Consegui ver sua silhueta diante de mim, parado, me observando. O arrepio tornou a percorrer meu corpo quando percebi seus olhos verdes olhando atentamente meu corpo, com puro deleite e desejo explícito em suas íris.

Sebastian pegou meu pé e retirou meu salto, depois fez o mesmo com outro, deixando-me descalça. Contudo, ele não largou meu pé esquerdo, e se aproximou, depositando um beijo. Estranhei seu gesto, até que ele começou a subir com leves beijos por todo o meu tornozelo até o interior da minha coxa. Fiquei estagnada enquanto meu vestido foi levantado e minhas pernas ficaram completamente expostas ao homem diante de mim.

Ele finalmente ficou próximo a minha virilha e levou as mãos a minha calcinha, arrancando-a rapidamente. Não tive tempo para reagir quando ele se interpôs entre minhas coxas e senti sua língua tocando vagarosamente minha intimidade, me torturando com suas carícias. O ar escapava com urgência de meus lábios e meu corpo tremia a cada vez que sentia sua língua tocando o ponto certo.

Sem lugar para me apoiar, segurei com firmeza os lençóis da cama, tentando conter o tremor que percorria meu corpo. Espasmos subiam pelas minhas pernas e inconscientemente, a cada novo tremor, eu tentava fechá-las, mas era impedida pelas mãos fortes do homem entre minhas coxas.

Arqueei minha coluna quando senti o espasmo mais violento me preencher. Minhas pernas ficaram fracas e as deixei cair, completamente entregue a sensação de prazer que envolvia meu corpo.

Sebastian se afastou e eu me encolhi, em posição fetal, deleitando-me do orgasmo proporcionado por ele.

Ele não fez nada por um momento, o que estranhei. Quando o olhei, ele permanecia parado ao pé da cama, saboreando-se da minha reação.

Estendi minha mão, querendo mais dele, desejando que se aproximasse, e assim o fez. Ele voltou a cobrir meu corpo, os beijos mais urgentes e cheios de necessidade. Eu estava completamente perdida em seus toques e na reação do meu corpo a ele, enquanto Sebastian não se distraía de seu propósito — que eu aprovava.

Ele subitamente me fez ficar de costas, virando-me na cama e abrindo o zíper do vestido. Eu o ajudei a retirar o maldito vestido, ficando completamente nua em sua frente.

Fiquei constrangida quando notei sua hesitação, seus olhos percorrendo meu corpo de maneira mais voraz. Ele nada dizia, mas eu não me incomodava com o seu silêncio. Seu olhar respondia a qualquer questionamento: desejo. Era isso que ele sentia por mim.

Sebastian tornou a ficar de pé, apenas para tirar as peças de roupa que faltavam. Ele foi vagaroso, permitindo que me deleitasse em observá-lo. Retirou sua gravata borboleta e a jogou em qualquer lugar, para depois abrir cada botão de sua camisa social, finalmente expondo seu peitoral. Mordi meu lábio inferior, contendo o sorriso de aprovação que queria tomar minha feição.

Sim, pensei, ele era exatamente como eu havia imaginado. Eu não sabia quanto tempo Sebastian Johnson perdia na academia para ter um corpo como aquele, com seus músculos evidenciados e salientes. Mas uma parte minha ficava feliz por ter a honra de poder tocá-los e admirá-los.

Ele levou as mãos a sua calça social, desfivelando o cinto e abrindo os botões, até retirá-la junto com sua cueca box. Não pude me preparar para a visão de seu corpo completamente despido, mas não perdi a oportunidade de observá-lo assim como me observou.

Sebastian não retornou para a cama. Primeiro foi até a gaveta da cômoda ao lado de sua cama e retirou uma embalagem dourada, que reconheci imediatamente como sendo o preservativo. Ele finalmente retornou e sentou-se ao meu lado.

Fui em sua direção, cansada da distância que havia entre nós. Antes que eu pudesse beijá-lo, ele me conteve.

- Melissa, eu quero que você fique por cima – falou ele, a expressão séria.

Certo, aquele pedido dele me surpreendeu, mas apenas assenti.

Fiz conforme seu pedido e me posicionei sobre suas coxas. Ele segurou com firmeza meus quadris, enquanto ficávamos no centro da cama, que se afundou sobre nosso peso. Pra mim foi inovador ficar naquela posição, ainda mais quando seus olhos verdes não se desgrudaram em nenhum instante do meu rosto.

Sebastian se aproximou do meu pescoço e depositou beijos sobre toda a minha pele, fazendo os arrepios tornarem a percorrer meu corpo. Porém, o que deixou meu corpo completamente arrepiado foi seu outro pedido inusitado.

— Eu quero que você faça o que quiser de mim...

Me afastei, arregalando os olhos, sem entender o que ele pedia. Sebastian pegou minhas mãos e as levou até seu cabelo.

— Puxe... — Mesmo ainda estranhando o pedido, fiz conforme o que ele queria. Puxei e ele soltou um grunhido, aprovando. Porém, suas palavras seguintes me deixaram de queixo caído. — Me puna, Melissa... Me puna pelo o que fiz de errado com você.

Contudo, o sorriso foi à expressão que cobriu meu rosto a seguir. Eu estava completamente surpresa, mas aprovava completamente seus pedidos.

Puxei com mais força as mexas do seu cabelo loiro, trazendo sua cabeça para trás. Ele gemeu, os lábios entreabertos, respirando pesadamente, completamente excitado.

— Coloque o preservativo — rosnei, mandando. Ele me obedeceu prontamente, abrindo a embalagem e colocando a proteção sobre seu pênis ereto.

Bem, para mim estava sendo fascinante poder mandar e fazer Sebastian Johnson me obedecer. Logo ele, que nunca aceitava ser mandado ou inferiorizado por uma mulher. Eu não sabia o que iria fazer para puni-lo, mas com certeza pensaria em algo. Seu comportamento diferente deixou-me mais excitada.

Empurrei Sebastian para se deitar sobre a cama, ficando a mercê de mim e dos meus próximos atos. Me levantei apenas para me posicionar e sentar sobre seu membro. Gemi alto quando ocorreu a penetração. Arqueei as costas e me deleitei por alguns segundos da sensação de nossos corpos em contato.

O CEO levou as mãos aos meus quadris, incitando-me a movimentar. Comecei vagarosamente, me acostumando a aquela nova posição. Mantive meus olhos fechados com força, mordendo o lábio inferior e controlando-me de fazer qualquer som.

Melissa... — Escutei meu nome sendo chamado em necessidade. Fixei meus olhos no homem sob meu corpo, seus olhos verdes hipnotizados por mim.

Percebendo que ele ainda queria ser punido, peguei suas duas mãos e as coloquei acima de sua cabeça, não permitindo que permanecesse me tocando. Segurei seus pulsos com firmeza, e continuei com os meus movimentos. Precisei de mais concentração quando, sobre meus joelhos, levantava e descia. Sebastian erguia seus quadris, acompanhando meu ritmo, que era uma tortura para ele por ser muito lento. Ainda assim, era o que ele queria, e merecia, pensei.

Soltei-o do meu aperto, mas ele permaneceu com as mãos acima de sua cabeça, enquanto levei as minhas para tocar seu peitoral, que eu estava ansiosa para desbravar. Finquei minhas unhas sobre sua barriga musculosa, usando-a de apoio para deixar os movimentos mais rápidos. Sebastian continuou gemendo, mas percebi que ele não desviou os olhos em nenhum momento do meu rosto.

Eu arfava pesadamente, tentando me concentrar nos meus movimentos e o que faria para puni-lo. Comecei a passar minhas unhas sobre seu abdômen, arranhando sua pele, deixando-a avermelhada. Depois inclinei meu corpo sobre o dele e tracei com a minha língua o formato de sua mandíbula, para então dar leves mordidinhas pelo seu pescoço até o lóbulo de sua orelha. Observei o efeito que minhas ações surtiam em seu corpo, que encontrava-se completamente arrepiado.

Quando movi para beijá-lo e ele se inclinou para receber o beijo, empurrei sua cabeça para trás, tornando a segurar os fios de seu cabelo com força. A expressão de dor cruzou seu rosto, fazendo-me instantaneamente parar, receosa que o estivesse machucando muito.

— Continue, Melissa... — grunhiu, suplicando.

Minha expressão de receio o fez abrir um sorriso divertido, achando graça da minha reação. Com raiva, o beijei, mordendo seus lábios com fome, com vontade de realmente puni-lo por achar graça da minha preocupação.

Eu quis torturá-lo mais, ainda mais quando seu sorriso não parava de se alargar. Mas eu já estava chegando ao meu limite enquanto cavalgava. Meu corpo estava prestes a sucumbir ao prazer.

O mesmo não demorou a acontecer com Sebastian, que chegou ao êxtase antes de mim. Eu, contudo, não parei com os movimentos até que estivesse completamente saciada e fosse preenchida pelo orgasmo.

Meu corpo finalmente pode se satisfazer com a familiar sensação intensa que amolecia cada mínima parte do meu corpo. Saí de cima de Sebastian e caí ao seu lado, exausta e ofegante, e o mesmo não se encontrava diferente.

Fechei os olhos por alguns minutos, processando o que tinha acabado de acontecer ali. Eu tinha transado com Sebastian Johnson... Meu falso namorado e o homem mais rude que conheci... No entanto, seu comportamento na cama era completamente diferente do seu dia-a-dia. E eu... Ora, eu aprovava e muito. Para mim tinha sido inovador ter aquela perspectiva, no controle dele. Logo ele, que não aceitava ser controlado. Mesmo assim, eu achava que tinha o punido pouco...

Senti a ponta de seus dedos vagando pela minha pele, tocando minha barriga e subindo até entre meus seios. Sua mão somente parou quando tocou meu rosto e o acariciou com leveza e carinho. As pontas de seus dedos roçaram em meus lábios entreabertos, que aspiravam e me ajudavam a recuperar o ar perdido durante o sexo.

Abri os olhos e os fixei no homem deitado ao meu lado. A expressão de desejo não tinha se dissipado de seus olhos. Sebastian me trouxe para mais perto, passando o braço em volta da minha cintura. Ficamos cara a cara, com as testas colocadas uma na outra. Comecei a me sentir tímida pelos seus olhares prolongados, que não se desviavam.

Notei seus lábios manchados de vermelho, até perceber que estavam assim por causa de meu batom vermelho vívido. Dei uma risadinha, achando engraçado vê-lo manchado de batom, assim como seu rosto, pescoço e orelha.

— O que foi? — perguntou, curioso pela minha súbita risada.

Foi a minha vez de levar minha mão ao seu lábio, depois mandíbula, pescoço e orelha.

— Você está manchado de batom — justifiquei, ainda com expressão de riso. Sebastian também sorriu, achando graça.

— Eu deveria ter imaginado que esse seu batom traria problemas... Mas ainda assim, você fica muito tentadora o usando — falou ele. Quis esconder meu rosto quando o ouvi dizendo aquilo. — Cada vez que a vejo de lábios vermelhos, eu só imagino o que sua boca poderia fazer de errado comigo e eu com ela.

Arregalei os olhos pelo seu comentário cheio de malícia.

— Mas eu só usei batom vermelho duas vezes — argumentei, em tom de inocência.

Sebastian colocou uma mecha do meu cabelo para trás, que tinha escapado do coque — agora completamente bagunçado.

— Jura? Para mim, parecia que toda a vez que a vi você estava com os lábios vermelhos — caçoou ele, ainda permanecendo com o clima malicioso nos envolvendo.

Ri nervosamente, sem saber como responder ao seu comentário indisciplinado. Sebastian, mesmo sem dizer nada, parecia querer me dizer tudo. Enquanto permanecemos lado a lado, apenas trocando olhares, suas mãos não desgrudaram de mim, e muito menos pude manter as minhas afastadas dele.

Passei meus braços em volta de seu tronco, me aconchegando ao seu corpo, considerando aquele ato muito íntimo. Mas não fui afastada, pelo contrário, fui trazida para mais perto. Suas mãos desciam e subiam pelas minhas costas, não deixando que a sensação arrepiante se dissipasse.

Não sei por quanto permanecemos em silêncio, até que escutei sua risada rouca próxima ao meu ouvido. Levantei meu rosto, curiosa e confusa, desejando saber o que o divertia.

— O que é tão divertido? — indaguei, hesitante, temendo ouvir algo que não gostasse.

— Você... — respondeu, a voz soando áspera e rouca. Arqueei as sobrancelhas, incomodada por estar sendo o motivo de sua diversão. Ele se corrigiu ao notar minha expressão, levando suas mãos ao meu rosto. — Ter você aqui comigo, dessa forma, me parece muito com um delírio!

Ah! Obviamente não tive palavras imediatas para corresponder a aquela confissão.

— Bem, mas eu sou real...

— Eu sei... — concordou ele.

Quando pensei em dizer mais alguma coisa, a boca de Sebastian afugentou as palavras, tomando a minha para a sua. Meu corpo foi abatido novamente pelo desejo e excitação assim que nossas línguas voltaram a se encontrar, dessa vez mais íntimas e já conhecidas. Quando estava aproveitando o beijo, fui afastada, para o meu desgosto.

— Eu esqueci de pedir permissão para beijá-la — arfou Sebastian, soando divertido.

— Rá! Rá! Rá! Engraçadinho! — Puxei-o novamente para o beijo, sendo aquela forma de conceder permissão para me beijar.

As coisas voltaram a esquentar entre nós. Meu sangue circulou com mais rapidez em minhas veias, deixando meu coração mais acelerado, como se estivesse prestes a arrebentar meu peito para se encontrar com o de Sebastian.

Quando estava prestes a me colocar sobre ele novamente, fui afastada outra vez.

— Melissa, nós estamos quebrando todas as cláusulas do contrato — argumentou, finalmente percebendo a encrenca que tínhamos nos metido.

— Foda-se o contrato! — rosnei, puxando-o novamente para beijá-lo.

— Melissa... — Sebastian não permitiu que eu deixasse o assunto de lado. Parei, apenas para escutar o que ele tinha a dizer. — Eu quebrei a cláusula sobre não me envolver emocionalmente...

Engasguei-me com meu próprio ar ao entender sobre o que se referia dizendo aquilo. Não consegui dizer nada, mas isso não impediu que ele continuasse:

— Eu fiz justamente o que você disse... Eu me a-apaixonei por v-você, quando eu disse que isso era algo i-improvável de acontecer...

— Ótimo! — expressei, me sentindo menos mal. Sebastian olhou-me com estranhamento, sem entender porque eu parecia aprovar aquilo. — Porque eu também estou no mesmo barco!

Nós dois acabamos por rir ao perceber na situação em que estávamos. E, honestamente, eu não me importava. Eu tinha conseguido ficar mais ferrada do que antes. Agora, ao em vez de estar indecisa entre dois clichês, eu estava completamente enfeitiçada por três.

Obviamente fiquei em deleite ao saber que Sebastian retribuía meus sentimentos. Logo ele, que sempre se negou ao amor e considerava algo banal.

— V-você vai me e-ensinar a amá-la?

Sua pergunta seguinte me pegou completamente desprevenida. Responder aquele questionamento seria como sentenciar um fim com Alex e Tom, e eu não poderia dar uma afirmação.

— Primeiro, eu vou te ensinar a parar de gaguejar... — caçoei, risonha, até perceber que minhas palavras surtiram o efeito contrário no CEO.

Sebastian se afastou instantaneamente, complemente constrangido e a feição em dor. Me assustei, sem entender porque ele tinha reagido daquela forma.

— O que foi?! Eu disse alguma coisa de errado? M-me desculpe, Sebastian... — Me senti pior quando ele não me respondeu imediatamente, mantendo os olhos fixos em qualquer outro ponto, ao em vez de mim. O chamei novamente: — Sebastian!

Coloquei minhas mãos ao seu rosto, obrigando-me a olhá-lo. Um sorriso envergonhado cruzou seus lábios, parecendo estar desgostoso consigo mesmo.

— Eu q-que peço desculpas p-por não falar direito... — pediu ele.

— Não! Você não tem culpa! Todo mundo gagueja quando ficar nervoso! — argumentei, tentando me redimir.

— Eu não g-gaguejo somente q-quando fico nervoso... E-eu gaguejo sempre q-quando não sei o q-que dizer... C-como aconteceu hoje...

Por um momento eu ainda estava tentando processar porque aquilo o incomodava tanto. Desde o momento em que conheci Sebastian Johnson, vez ou outra, ele fraquejava em suas palavras. Tal comportamento passava despercebido por mim, até aquela noite. Até algo fazer sentido em minha mente.

— Isso tem alguma coisa a ver com seu pai? — Ele não gostou que eu trouxesse ao assunto seu pai, mas mesmo assim respondeu.

— Sim e não. — Sebastian retirou minhas mãos do seu rosto e as segurou próximas as suas. — Eu não sei ao certo. Eu só sei que nasci assim e nunca mudei. Melhorou por um tempo, mas em momentos como o que aconteceu hoje, no palco, quando fui pego desprevenido pela presença dele... Ou quando fico sem saber como agir diante de você... Bem, são em momentos como esses que as coisas pioram para mim.

— E isso não tem cura? — questionei, diretamente.

Bem, para mim, aquele problema parecia fácil de resolver, ainda mais Sebastian sendo um homem rico e podendo ter o melhor tratamento, com o melhor médico.

Os olhos verdes do CEO ficaram tristonhos e ele balançou a cabeça negativamente.

— Gagueira não tem cura, Melissa — respondeu.

Então era isso. Sebastian era gago. Era a isso que Seth e Tom haviam se referido quando disseram que Sebastian tinha uma doença ou problema. Ele era somente gago. Porém, ser gago para ele era um fardo. Isso eu pude perceber ao notar seus ombros caídos, ainda em constrangimento e fracasso.

— Mas você fala tão bem... Tem momentos que você nem gagueja — observei, recordando das várias vezes que Sebastian falava com seu aspecto inabalável.

— Sim, mas eu sempre tento pensar antes de falar. Preparar as palavras que irei usar, como fiz essa noite... Como faço toda vez antes de me encontrar com você. Eu controlo minha respiração, escolho as palavras e as coisas fluem naturalmente...

— Mas você não esperava pela presença de seu pai. — Novamente a expressão de desconforto cruzou seu rosto ao ouvir a palavra pai, mas mesmo assim concordou. — Me desculpe, Sebastian, eu não sabia que isso era algo realmente sério para você.

— E como você saberia? Poucas pessoas sabem sobre isso — compreendeu ele. Um pequeno sorriso tornou a tomar seus lábios, sincero. — Mas eu sei em como você pode me ajudar... Ensinando-me sobre amor.

— Como?! — perguntei, ansiosa para me redimir sobre o uso errado de palavras.

Sebastian puxou-me para sentar novamente sobre suas coxas, trazendo meu corpo o mais rente ao seu.

— Esteja comigo quando eu me encontrar com Seth... — Arfei ao ouvir seu pedido. — Eu vou ouvir você, Melissa, e quero ter a oportunidade de reaproximar do... — Sebastian hesitou, como se tivesse dificuldade para enunciar tais palavras: —... Meu irmão.

— Sim, eu estarei com você... — concordei, tornando a beijá-lo.

Não voltamos a tocar naquele assunto. Aquela permissão já bastava para mim. Eu estava feliz por ter conseguido convencê-lo. Me sentia um pouco mal por ter tocado em um ponto sensível em sua vida. A gagueira. Para mim, uma pessoa completamente leiga, aquele problema não passava de algo banal que afetava a sua forma de falar.

Mas naquela noite eu vi o quanto gaguejar incomodava Sebastian Johnson e por isso ele mantinha a aparência inabalável. Porque ele lidou com as consequências durante toda a sua vida por ser daquela forma. E seu pai tinha grande parcela de culpa, por isso ficar diante dele e de várias pessoas tinha sido praticamente uma tortura. Por isso ele falhou em suas palavras.

Mas agora eu compreendia seu lado. Naquela noite vi um lado dele nunca visto. Ouvi suas palavras sinceras e confissão. Assim como ele me ouviu. E pouco me importava se o que estava fazendo era errado. Eu estava relevando sim seus erros, assim como ele relevava os meus. Afinal, pois o desejo que sentíamos um pelo outro era maior do que qualquer coisa no momento.

Dessa vez, não ouve punição ou arquejos de dor. Eu não queria puni-lo. Eu somente o queria. Queria tanto, que doía.

Eu me entreguei novamente aos seus toques e carícias, permitindo ser levada pelas emoções e um momento tão íntimo, velado por sentimentos.


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