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67

Não demoramos muito até chegar ao meu endereço, principalmente porque Seth dirigia como um louco, sem respeitar o limite de velocidade. Ainda assim, consegui chegar viva até meu prédio. Sabia que não poderia respirar tranquila quando chegasse ao apartamento, pois certamente meus amigos me encheriam de perguntas. E isso não demorou a ocorrer.

Assim que saí do carro, Seth também o fez. E em questão de segundos a porta da frente do prédio foi aberta e uma Lilly furiosa saiu, vindo em minha direção.

— Melissa Fontoura, onde você estava?! Ficamos te ligando como loucos e nada de você atender! Quer nos deixar malucos de preocupação?! — Lilly segurou meus ombros com firmeza, chacoalhando-me, para depois me espremer em um abraço de alívio. No entanto, ela viu quem me acompanhava. — O que você está fazendo aqui?!

Ela se dirigia a Seth, que tinha parado na calçada, as mãos enfiadas nos bolsos de sua calça jeans, aparentando estar constrangido. Percebi então que o real motivo por Seth ter me trazido até em casa não era somente gentileza. Ele queria se encontrar com Lilly.

Minha amiga, todavia, estava furiosa com ele. Mas não era a única que aguardava meu retorno, pois Will apareceu logo em seguida e vendo que me encontrava bem, sorriu em alívio.

— Certo, não vamos voltar a brigar... — começou ele, se aproximando e já tentando controlar qualquer discussão que viesse a iniciar. Entretanto, notou que Elizabeth estava aborrecida com outra pessoa e não comigo. — Quem é você?

Will se dirigia a Seth, provavelmente por não conhecê-lo. Notei as bochechas de minha amiga ficando vermelhas, constrangida pela situação. De um lado William, nosso amigo que ela sempre foi apaixonada e, do outro Seth, o cara que ela tinha ficado somente por uma noite e era meio-irmão de seu chefe.

— Esse é o Seth, ele é irmão de Sebastian — respondi, percebendo que Lilly não teria resposta para isso.

— Ah, olá, eu sou William, amigo de Melissa e Lilly — se apresentou Will, muito bem educado, como sempre.

Elizabeth permaneceu calada até seus olhos verdes notarem a minha mão esquerda avermelhada.

— O que aconteceu com você? — esganiçou ela, em uma tentativa de conseguir respostas.

Me afastei de minha amiga e segui para o interior do prédio, enquanto dizia:

— Uma longa história! — Apenas virei-me para convidar Seth para dentro: — Pode entrar, Seth!

Ele me deu um sorriso agradecido, enquanto Lilly mantinha a expressão fechada, aborrecida pela presença do homem.

Assim que adentramos o apartamento, William se prontificou a cuidar de meu ferimento.

— Vai explicar o que aconteceu ou não? — perguntou, demonstrando distinta curiosidade e preocupação.

Lilly se sentou ao sofá, tentando permanecer longe de Seth, enquanto William buscava a maleta de primeiros socorros.

— Seth quer conversar com você, Lilly — falei a minha amiga, que olhou para o rapaz com desagrado. Sabia que ela estava tentando omitir suas reais emoções a respeito dele e que estava magoada por ele ter escondido tal informação dela. Ainda assim, eu sabia do efeito que Seth surtia a Elizabeth.

Mesmo Lilly tendo afirmado que superaria Will — e não estivesse dando muito certo —, Seth poderia ser de grande ajuda. E mesmo que ela negasse, era palpável que já sentia algo por ele.

— Está bem... — resmungou Lilly quando lhe lancei um olhar irritado, por fazer o rapaz esperar. Ambos se retiraram, indo para fora do apartamento.

William retornou poucos minutos depois carregando a maleta de primeiros socorros. Ele estranhou a ausência de Lilly e Seth.

— Eles saíram para conversar — informei, sabendo que Will era educado demais para perguntar.

Meu amigo não fez questionamentos e se prontificou a fazer os primeiros cuidados da minha mão lesionada. Ele a segurou com delicadeza, observando os resultados do ferimento. Ela só estava avermelhada e provavelmente ficaria inchada. Will buscou uma compressa de água gelada e colocou sobre a luxação.

Ele voltou a me olhar, esperando que eu respondesse sua pergunta. Umedeci os lábios, desgostosa por tocar naquele assunto.

— Descobri que Jacob fez uma aposta para conseguir entrar em uma fraternidade. A aposta me envolvia, e ele deveria conseguir me levar para a cama — respondi. William, ao ouvir aquilo, soltou um suspiro desgostoso. — E eu fiz o que sei fazer de melhor.

Meu amigo soltou uma risada baixa, concordando comigo.

— Você sabe que poderia ser presa por agressão, certo?

Dei de ombros e caçoei, respondendo:

— Meu amigo é advogado...

Não continuamos naquele assunto. Depois que Will considerou bom o tempo que a compressa de água fria sobre a minha mão, ele passou uma pomada para aliviar a dor e o inchaço, e depois envolveu uma faixa na região afetada.

Como Lilly e Seth não retornavam, ambos permanecemos em silêncio, sem ter um assunto ao qual conversar. Porém, subitamente escutamos a risada alta de Lilly vindo do corredor. Notei, mesmo que discretamente, decepção perpassar pelos olhos cinzentos de meu amigo.

Ah, não, pensei. Uma parte sentia um pouco pela forma em que William se sentia, mas a outra sabia todo o tempo que Elizabeth esperou para que ele esboçasse, mesmo que um pouco, um sentimento além da amizade. E nesse momento Will esboçava tal reação. A presença de Lilly surtia efeito sobre ele aos poucos, no entanto, Seth fazia o mesmo com minha amiga.

Soltei um suspiro de alívio que estava preso dentro de mim, quando percebi — que talvez — William não se sentisse atraído por mim. Pelo menos, não mais. Mas ao mesmo tempo sabia o que poderia significar a aproximação de Lilly a Seth.

William sempre foi tímido, mesmo conosco. E durante anos de amizade nós nunca o vimos namorando. Como já devo ter mencionado antes, chegamos a pressupor que ele fosse gay, mesmo eu sabendo que ele havia gostado de mim durante o colegial.

Só que agora era diferente. Finalmente, quando ele parecia esboçar os primeiros sentimentos em relação a Lilly, minha amiga já estava em outro. E ele sabia disso, pois assim que ela retornou para o apartamento, não mais acompanhada de Seth, Will não escondeu o olhar em um misto de encanto e decepção. Sobre admirar aquilo que não poderia ter, notei.

— Fez as pazes com Seth? — indaguei, assim que ela retornou.

Lilly tentou conter o sorriso nada discreto de seu rosto.

— Bem, ele me convidou para sair e me explicou toda a situação. Agora eu entendi melhor e ele também me contou que você vai ajudá-lo a se reaproximar do sr. Johnson. Isso é verdade? — Dei de ombros, ficando de pé e agradecendo Will pelo curativo.

— Seth me contou uma história muito triste e não gostei de saber da má relação entre irmãos. Por isso, decidi intervir — justifiquei.

— E você acha que isso é uma boa ideia? — questionou Will, aparentemente não aprovando por completo minha intenção.

— Pelo que eu sei, o sr. Johnson sempre foi negligenciado pela família, principalmente pelo pai, e por isso pouco ouvi falar sobre seu irmão, no caso, o Seth. Se a Meli fazer isso, ela só corre o risco de fazê-lo terminar com ela... — comentou Lilly, com más intenções ao me apoiar.

— Obrigada pelo seu apoio. — Revirei os olhos e fui atrás de tomar meu remédio para dor, que ajudaria a trazer alívio ao meu mais novo ferimento.

— Seth me contou o motivo de você ter machucado sua mão... — começou Lilly, receosa pelo assunto tocado. — Você está bem? Quero dizer... Sabemos o quanto esse assunto pode ser sensível a você, pode te trazer recordações...

— Estou perfeitamente bem — falei, virando-me para encarar meus amigos, que trocavam olhares preocupados. — Finalmente percebi sobre quem se tratava Jacob e é isso que importa. O resto eu supero... E não quero mais falar sobre isso ou sobre qualquer outro assunto.

Aproveitei para concluir com um alerta. Eu não queria falar sobre Jacob, muito menos sobre Lee. Meus dois amigos concordaram, sabendo que essa seria a única forma de restabelecer a paz entre nós.

— Ainda dá tempo de pedirmos uma pizza? — propus.

Lilly e Will trataram de concordar, animados em pedir comida e felizes pelo meu retorno.

William ficou responsável por pedir a comida, enquanto Lilly me seguiu para o quarto, tagarelando baixinho — para que Will não ouvisse — sobre Seth a ter convidado para sair. Escutei sobre como ela o perdoou, que se sentia bem em sua companhia e o quão gato o achava.

Claro que eu não concordei, pois seria estranho se tratando de que Seth tecnicamente era meu cunhado. E eu nem queria concordar, pois eu pensava em Sebastian.

A sua ida a festa, com a finalidade de me encontrar, significava que ele tinha me perdoado da briga que tivemos em seu escritório? E eu poderia perdoá-lo por todos os seus defeitos e atitudes erradas?

E a nova pergunta que fomentava minha mente: quem eu escolheria?

Se antes eu achava que seria mais fácil escolher entre Alex e Tom, ainda havia outra pessoa tomando seu lugar de direito. Sebastian estava ali, páreo no jogo.

No entanto, assim como Alex e Tom, Sebastian provavelmente nem queria me ver pintada de ouro. Talvez eu devesse me conformar que teria um final infeliz, pensei, sem o meu romance para viver.

Segunda-feira chegou mais rapidamente do que eu havia imaginado. E com isso uma promessa que tinha rondado minha mente durante dias. Tom Flanagan havia dito que eu poderia voltar a trabalhar na semana seguinte — a semana que eu me encontrava.

Sendo assim, mesmo sem saber se sua promessa permaneceria, levantei da cama no horário habitual e me arrumei. Encontrei com Lilly na cozinha, pois a avisei no dia anterior que retornaria a trabalhar, mesmo ela desaprovando. Minha amiga também decidiu fazer o mesmo, pois para ela era uma tortura permanecer parada e em casa.

William apareceu mais cedo e deu carona a nós duas, mesmo eu vendo o carro escuro estacionado diante do nosso prédio, aguardando e me observando a mando de Sebastian Johnson.

Pedi a Lilly que me desse alguma notícia de Sebastian, caso o visse, justificando que nós não estávamos se falando, pois tínhamos tido uma briga. Aquela informação a deixou feliz, mas ela tentou disfarçar, dizendo que me contaria se o visse.

Fui deixada diante do restaurante Flanagan Garden e deixei que meus amigos partissem para seus respectivos trabalhos.

Obviamente eu estava muito tensa. Caso eu me encontrasse com Tom Flanagan, teria que lidar com a possibilidade de termos uma conversa ou dele me ignorar para sempre. Ou até mesmo me demitir, por não suportar minha presença. E eu não poderia culpá-lo caso tomasse alguma dessas decisões. Ele tinha motivos.

Eu me sentia mal por nenhum deles — Alex e Tom — terem entrado em contato comigo. Aparentemente o que eu tinha dito impulsivamente os havia afetado. Porém, eu merecia a falta de notícias. Eu era uma idiota por ter ficado com os dois, enquanto ambos se comprometeram comigo.

Nem chateada eu poderia ficar caso ambos decidissem me ignorar para sempre.

Adentrei o restaurante pela entrada dos funcionários e bati meu ponto, seguindo para o elevador. Pelo percurso recebi olhares nada satisfatórios de alguns funcionários, enquanto outros demonstravam — mesmo que falsamente — satisfação por me rever melhor. Eu agradecia e seguia em frente. Até chegar ao elevador e sentir as palmas de minhas mãos ficando cada vez mais suadas, por cogitar a possibilidade de encontrar com Tom.

As portas do elevador se abriram e me deparei com o familiar andar em que eu trabalhava e ficava o escritório do chef de cozinha. Passei ao lado da porta fechada, sem ver sequer um sinal de sua presença.

Quando cheguei à sala em que trabalhava, fui bem recebida por Grace e até mesmo por Tiffany. Minha colega Grace tagarelou sobre tudo, me informando sobre as coisas que tinham acontecido durante minha ausência.

—... Eles contratam uma garota nova para o setor de administração e... Acho que isso foi tudo que aconteceu enquanto estava fora — concluiu Grace. Tive que dar uma risada por ela ser basicamente a minha informante. Até mesmo Tiffany deu uma risadinha. No entanto, meu sorriso se desfez quando ela completou, dizendo: — Ah, e o sr. Flanagan tem estado muito mal humorado ultimamente! Estou até mesmo com medo de esbarrar com ele pelo elevador!

Engoli em seco, pressupondo que a causa de seu mau humor deveria ser minha.

— Sabe o motivo? — perguntei, com quem não queria nada, já recebendo meu primeiro pedido de reserva.

Grace deu de ombros, pensando seriamente sobre o assunto.

— Não! E olha que ele estava super de bom humor em sua festa surpresa, lembra? — retrucou Grace, recordando da presença do chef de cozinha em meu apartamento.

Cerrei meus lábios, desgostosa por ser lembrada daquilo. Do abraço de Tom, dos seus sorrisos e principalmente nos beijos que trocamos naquela noite.

Apenas assenti em resposta a Grace e permaneci com o meu trabalho, fingindo estar distraída com o atendimento.

Eu contei os minutos para o meu horário de almoço. Obviamente eu não iria almoçar no restaurante, como fazia. Não tinha coragem para isso. Ainda mais pelo que eu ouvia pelos corredores e uma parte das informações que Grace havia me contato. Alguns funcionários comentavam sobre eu estar tendo muitos benefícios. Principalmente envolvendo minha súbita mudança de cargo.

Eu tentei não me chatear com aquilo, mas era difícil ser acusada daquela forma, principalmente sabendo que uma parte de tais palavras não deixavam de ser verdade.

Me sentia mal por pensar que minha melhora de função tinha a ver com o fato de Tom Flanagan gostar de mim. Agora, provavelmente, ou eu seria demitia ou voltaria ao meu posto antigo, pois ele certamente me odiava.

Quando o horário de almoço chegou, justifiquei não estar com fome e disse para que Grace e Tiffany fossem juntas. Grace não pareceu muito feliz, mas Tiffany aceitou.

Aproveitei o tempo sozinha para me martirizar e me sentir pior do que já estava.

Passei as mãos com força em meu cabelo, deixando-o bagunçado. Segurei os fios com firmeza, pensando com aflição sobre o que iria fazer. Tom me odiava e eu não conseguiria conviver com aquilo. Não quando meus sentimentos permaneciam os mesmos.

Se ele me odiava, certamente não deveria ser diferente para Alex. Eu tinha partidos os corações dos dois homens e agora iria pagar pelas consequências dos meus atos. Eu merecia, pensei.

Porém, não pude sofrer por muito tempo sozinha, pois alguém bateu a porta, incomodando-me.

— Pode entrar! — falei, ajeitando os fios bagunçados para não ser vista descabelada.

A secretária do sr. Flanagan adentrou o escritório e sorriu gentilmente para mim.

O som de uma sirene soou em minha mente, alertando-me do que poderia significar a presença dela ali. Ela tinha vindo para trazer o recado sobre minha demissão, pensei. A sensação de algo preso em minha garganta surgiu, como se tivesse entalado e eu fosse incapaz de expulsar.

— O sr. Flanagan deseja vê-la em seu escritório — avisou a mulher jovem. Ela não esboçou nada, mantendo o profissionalismo.

Eu não sabia o que passava pela mente da secretária, se ela me julgava como os outros funcionários, mas permaneceu com seu habitual sorriso gentil.

Levantei-me da minha cadeira e fiz conforme ela me informou. Não fui seguida por ela, fazendo com que a impressão de que algo ruim fosse acontecer se intensificasse. Minhas pernas tremiam e eu tive certeza que Tom Flanagan queria se deleitar em me dar a notícia de que seria demitida.

O corredor estava vazio até seu escritório. Bati a porta e ouvi um ''Entre!'' abafado. Fiz conforme ordenado e adentrei o escritório.

Sabia que ele estava no recinto, mas não o olhei imediatamente, ouvindo mais uma de suas ordens:

— Feche a porta e a tranque! — Arregalei meus olhos, surpresa por aquela ordem, mas mesmo assim o fiz.

Se eu estava aterrorizada, fiquei mais. Finalmente me virei para encarar o chef de cozinha, parado atrás de sua mesa, sentado a cadeira, com os olhos azuis fixos em mim.

Quis permanecer no mesmo lugar, a bons metros de distância, mas me obriguei a ir adiante e ficar em sua frente. Enquanto me aproximava, Tom também ficou de pé e saiu de trás da sua mesa, vindo em minha direção. Pensei em dar meia volta, mas mudei completamente de ideia quando ele chegou até mim e me puxou contra seu corpo, selando em um beijo nossos lábios.

Fui pega completamente desprevenida, mas não hesitei em retribuir. Os lábios dele tomaram os meus como se estivessem famintos, fosse de saudade ou de desejo. Pouco importei com o ar em meus pulmões, me entregando completamente a aquele beijo e o tempo que durasse. Tom Flanagan fez o mesmo, me beijando com urgência, sem delicadeza, como se tivesse esperado por aquele momento há tempos.

Seus dentes puxaram meus lábios, sem amenidade, fazendo-me gemer de dor, mas também satisfação. Suas mãos firmes seguraram minhas coxas e me empurraram contra sua mesa, fazendo-me sentar sobre ela.

Ah, não! Em todos os meus sonhos pecaminosos envolvendo Tom Flanagan, eu tinha sonhado exatamente com aquele momento, bem ali no seu escritório enquanto ele usava aquele maldito dólmã, que eu estava ensandecida para arrancar de seu corpo.

— Tom... — gemi seu nome, chamando-o. — Eu pensei que você...

Eu tentei formar uma frase, mas sua boca impedia que a minha articulasse as palavras. Tive que me afastar dele, mesmo que por poucos segundos, para dizer:

— Eu pensei que você estivesse com raiva de mim... –—soei ofegante e aproveitei aquele curto tempo para recuperar o ar.

Ele segurou meus pulsos com firmeza, não permitindo que eu ousasse afastar.

— E estou... Mas o meu desejo por você é maior do que qualquer outra coisa... Do que qualquer sentimento negativo... — confessou Tom.

Meus pulsos foram soltos quando ele percebeu minha mão esquerda envolvida por uma faixa.

— O que aconteceu com sua mão? — Sua expressão mudou de desejo para a preocupação, que preferi ignorar. Minha mão não era a coisa mais importante no momento, e sim nós.

— Não foi nada, só me machuquei — respondi, descartando sua pergunta. Levei minhas mãos ao seu rosto, fazendo com que voltasse a me olhar. — Mas, Tom, eu fiquei sabendo que você estava mal humorado e imaginei que fosse por minha causa...

Um sorriso de diversão cruzou o belo rosto do homem em minha frente. Agora foi a vez de ele afagar meu rosto.

— E foi por sua causa, Melissa. Será que você não entende? — O olhei com curiosidade, esperando o que ele viria a dizer. — Nesses dias longe de você, eu quase enlouqueci... Em ciúmes! Principalmente ao saber que há outro homem que a deseja e a quer como eu!

Meu coração saltava loucamente em meu peito, mas agora suas batidas estavam praticamente desreguladas após aquela confissão.

— Tom... — Eu não consegui dizer nada além de seu nome.

Me doía saber que eu o causava tais sentimentos. Eu não queria que ele sentisse ciúmes de mim. Mas também não queria que Alex sentisse, caso não me odiasse.

— Mas você ainda me quer, mesmo sabendo que eu fiquei com... — Tentei dizer o nome de Alex, mas Tom colocou o dedo indicador sobre meus lábios, impedindo que concluísse a frase.

— Shhh! Pouco me importa se você ficou com ele... — Tom preferiu não mencionar o nome de Alex. —... Mas, desde que você me escolha no final das contas, é isso que importa!

Engoli em seco, nervosa com aquele pedido. Eu poderia aceitar tal pedido? Tom queria que eu escolhesse... Mas eu poderia fazer aquilo?

Eu devia um pedido de desculpas apropriado aos dois, mas agora vendo em como Tom já tinha me perdoado... E se Alex também tivesse? Novamente eu estava no mesmo dilema, incapaz de escapar da teia em que eu tinha criado.

Tom não permitiu que continuássemos a falar, pois voltou a me beijar, impedindo que eu pudesse estar consciente para pensar em algo, já que ele me deixava completamente embriagada.

Não me importei por estarmos em seu escritório ou sobre o quanto meu nome estava sendo mal falado por aí. Eu já tinha me entregado uma vez a Tom Flanagan e se pudesse, iria querê-lo mil vezes. Assim como ele me queria. Me entreguei novamente ao homem diante de mim.

Minhas mãos, com voracidade, abriram o dólmã do chef de cozinha, despindo-o aos poucos e relevando uma camisa branca por de baixo, que também não hesitei em descartar. Coloquei as palmas das minhas mãos sobre seu peitoral, sentindo a temperatura de sua pele e as batidas rápidas de seu coração, igualmente agitado como o meu.

Tom Flanagan arrancou a blusa que eu vestia, deixando-me de sutiã. Seus lábios acariciaram o meu pescoço, barriga, até chegar aos botões da minha calça, que também foram abertos. Joguei meus sapatos em qualquer lugar e o ajudei a retirar a calça jeans, que deslizou pelas minhas pernas, assim como a calcinha.

Ele se abaixou diante de mim, ficando de joelhos e afastando minhas coxas. Seus beijos agora subiam pelo interior da minha perna. Delicados e ousados. Sua língua fez um caminho tortuoso até minha intimidade. Assim que o senti entre minhas pernas, meu corpo inteiro reagiu a aquele contato.

Inclinei meu corpo para trás, apoiando uma mão sobre a mesa para me dar sustento, enquanto a outra não se controlou e segurou com firmeza os fios de cabelo de Tom Flanagan.

Controlei os gemidos de escaparem dos meus lábios, sabendo que poderia ser escutada pelas outras pessoas pelo andar. Tentei ignorar o fato de estar recebendo um sexo oral do meu próprio chefe em seu escritório.

Ao em vez de fechar os olhos, permaneci com eles abertos e retribuindo o olhar de íris azuis do homem ajoelhado diante de mim.

Meu corpo reagia a cada toque e movimento de sua língua e lábios. Era como se Tom Flanagan soubesse exatamente o que fazer, pois em questão de minutos não demorei para sentir a familiar sensação que começava pelo meu ventre e espalhava-se pelos meus membros, deixando-me subitamente exausta.

Porém, não tive tempo de descansar, pois Tom voltou a ficar de pé e enfiou a mão no bolso de sua calça jeans, retirando a familiar embalagem prateada. Ele a levou aos lábios e com os dentes a abriu rapidamente. Desaprovei aquela técnica de abrir a embalagem de preservativo, pois sabia dos riscos em rasgar. Mas nada disse, pois voltei a me concentrar no homem a minha frente, completamente imersa em seus movimentos.

Levei minha mão para ajudá-lo a se vestir com preservativo e, ao meu breve toque, ele gemeu. Senti em como ele estava excitado e ereto.

Tom Flanagan não quis prolongar mais o tempo. Ele juntou nossos lábios e não permitiu que eu me distanciasse, usando o beijo para me calar e impedir que eu fizesse barulho. Suas mãos seguraram minhas coxas e fui puxada contra seu corpo, ao mesmo tempo que era invadida por ele e sentia nossos corpos tão próximos quanto antes.

Meus lábios, impedidos de emitir qualquer som, eram abafados pelo dele. Tom também controlava seus gemidos, mas a cada movimento que fazia, se tornava uma tarefa difícil para nós. Ao mesmo tempo que era prazeroso aquele momento, estava sendo uma tortura não poder gemer seu nome em voz alta.

Mordi seu lábio inferior com firmeza, assim como ele tinha feito comigo mais cedo. Minhas unhas fincaram em seus ombros, utilizando-os como suporte para me manter firme sobre a mesa.

Os movimentos eram rítmicos. Ele se afastava e eu já deseja que voltasse a se aproximar. Volta e meia eu me distanciava para recuperar o ar de meus pulmões, mantendo os lábios fechados e controlando qualquer gemido que pudesse escapar.

Tom abafou o som que saía de seus lábios colocando-os contra meu pescoço. Eu sentia sua respiração quente contra minha pele, fazendo-me ficar completamente arrepiada. Minhas mãos se mantiveram firmes contra o corpo de Tom, não querendo desgrudar ou perder o contato entre nós. Ele era quente e macio. Minhas mãos se encaixavam perfeitamente em cada mínima parte que eu o tocasse, principalmente em seu rosto esculpido por deuses.

Eu me deliciava com seu perfume inebriante, mesclado com o aroma da cozinha, em um misto de temperos e fragrância adocicada.

Estava embriagada de Tom Flanagan, assim como ele estava de mim. Eu pouco tempo me encontrava zonza e necessitando mais do seu apoio do que antes. Não demorou muito tempo para que orgasmo me preenchesse e Tom me acompanhasse.

— Melissa... — ele sussurrou meu nome, juntando nossos lábios pela última vez antes de se afastar completamente. Ainda havia um traço de necessidade em sua voz, como se me quisesse mais e mais, assim como eu o queria.

Assim que restabeleci minha consciência, notei que estava completamente nua sobre a mesa do escritório, apenas com o sutiã. Meu rosto ardeu em febre quando notei os olhos azuis vibrantes de Tom sobre mim enquanto me estendia minha blusa. Aceitei a peça e tratei de vesti-la.

Saí de cima da mesa e recolhi minhas outras peças de roupas espalhadas pelo chão — a calça jeans e a calcinha — e terminei de me vestir.

Visualizei meu chefe fechando os botões da sua própria calça e depois vestindo sua dólmã novamente. Um sorriso brincou em seus lábios, demonstrando satisfação pelo o que tinha acabado de ocorrer ali.

— Acho que é m-melhor eu ir — gaguejei, constrangida pelo seu olhar que não desgrudava de mim.

— Antes de ir... — iniciou ele, voltando a se aproximar. Suas mãos vieram ao meu cabelo. —... É melhor arrumar seu cabelo. As pessoas podem pressupor que algo errado aconteceu aqui, mesmo tendo acontecido.

Dei uma risadinha e deixei que ele ajeitasse meus fios rebeldes. Tom colocou uma mexa atrás de minha orelha e pareceu satisfeito pelo resultado.

— Agora você está pronta... E eu? — Olhei para seu rosto, tentando encontrar algo fora do lugar em sua aparência. Levei minha mão e arrumei os fios eriçados de sua nuca, onde eu havia os puxados.

— Você está impecável — brinquei, sorrindo.

Quando tentei me afastar, ele voltou a segurar meu pulso, trazendo-me de volta para si.

— A verei novamente... Mais tarde? — Ele queria me ver mais tarde? Tive que conter o sorriso de satisfação e apenas dei de ombros em resposta.

— Não tenho certeza... Minha agenda pode subitamente mudar.

Ele pareceu decepcionado por eu não ter afirmado imediatamente, mas assentiu, compreensivo.

— Já almoçou? — perguntou, olhando para as horas em seu relógio de pulso.

— Ainda não — respondi, hesitante. — Mas é melhor eu ir, pois Grace e Tiffany podem retornar e não gostarem de não me encontrar trabalhando...

— Almoce comigo... — pediu Tom, como eu esperava. Queria aceitar, obviamente, pois amava me deliciar com sua comida... E com ele.

— Não acho que seja uma boa ideia — admiti, receosa. Suas sobrancelhas se arquearam, em incompreensão. — Algumas pessoas tem dito coisas desagradáveis ao meu respeito... E almoçar todos os dias em seu restaurante tem intensificado os rumores.

— Me diga quem são essas pessoas, que irei imediatamente demiti-las... — vociferou Tom, ofendido.

— Não! — O contive, colocando minhas mãos sobre seus ombros. — Tom, por favor, não faça isso! Nós podemos evitar esses almoços e tentar nos encontrar em outro momento...

Eu não sabia qual seria a hora apropriada para me encontrar a sós com ele. Seria basicamente uma missão impossível. No trabalho era arriscado porque certamente os outros funcionários falariam demais. Era fora de cogitação nos encontrarmos em meu apartamento e ir ao dele era igualmente arriscado, sabendo que haviam paparazzi à espreita.

— Tudo bem... — Ele soltou um suspiro, ainda não muito satisfeito, mas tolerante. — Ao menos almoce uma última vez aqui... Como uma forma de despedida. Eu farei um prato especial para você.

Ah, aquilo era tentador! Tom Flanagan sabia que eu era facilmente convencida pela comida.

— Uma última vez... — repeti, levantando o indicador para enfatizar. Ele assentiu, concordando. — Bom, é melhor eu ir e você também. Estou faminta...

Tom riu pela minha última frase, que soava com duplo sentido, mas permitiu que eu me retirasse.

Saí do escritório somente depois de ter verificado se o corredor estava vazio. Consegui sair sem ser vista e retornei para minha sala. Grace e Tiffany ainda não tinham voltado de seus horários de almoço, mas também não demoraram muito para retornar. Assim que consegui sinal verde, recolhi minha bolsa e parti para o meu almoço.

De certa forma estava ansiosa para provar da comida que Tom faria especialmente para mim, mas odiei o olhar da recepcionista quando o maître me guiou para uma mesa. Certamente aquele homem sabia de algo, mas era educado demais para demonstrar e sempre me tratava com gentileza. Ele me mandou servir água com gás e limão e disse que logo meu prato seria servido. Com certeza Tom já o havia informado e permaneci ali, aguardando ser servida.

Permaneci por alguns minutos esperando, distraindo-me no celular, vagando pelas redes sociais.

Normalmente eu pularia essa parte sobre descrever meu momento de almoço, mas também anormalmente coisas aconteciam.

Assim que me sentei, poucos minutos depois o maître surgiu acompanhado de uma mulher e a colocando sentada na mesa ao lado. Aquela mulher era do tipo socialite. Seu cabelo preto estava muito bem escovado e preso em um pelo coque em sua nuca. Ela retirou o óculos escuro e o depositou sobre a mesa. Não demorou-se a ser atendida, especificamente pelo maître, que anotou os pedidos com urgência.

— Por favor, peça ao chef de cozinha que ele faça meu prato favorito... E que depois desejo vê-lo — ordenou a mulher.

Eu poderia pressupor que ela não deveria ter mais do que 50 anos ou até menos. Bem, talvez ela tivesse passado por alguns procedimentos estéticos que conservaram sua aparência. Mas uma coisa nela chamou minha atenção. Seus olhos de íris azuis, vibrantes e chamativos.

Não consegui desgrudar meus olhos dela e por isso minha atitude chamou sua atenção. Ela me encarou, apoiando o rosto em sua mão.

— Olá, posso ajudá-la em algo? — Fiquei instantaneamente envergonhada e desviei os olhos.

— Não... — respondi baixinho, feliz quando minha comida finalmente chegou e eu pude usar isso como motivo para desviar os olhos.

Decidi que não voltaria a olhar para a bela senhora.

O prato especial feito por Tom Flanagan era constituído por um tipo de macarrão que eu desconhecia o nome, camarão e um molho. Estava, obviamente, saboroso. Devorei a comida em pouco tempo, pois minha barriga já roncava.

A mulher ao meu lado também foi servida com o mesmo prato, o que estranhei. Tom havia dito que faria um prato especial para mim... Bem, não me importei muito.

— Eu adoro a comida daqui... — comentou a mulher. Sorri para ela, acreditando que estava se dirigindo a mim.

Terminei minha refeição e já estava olhando as horas para retornar ao trabalho, quando algo completamente inesperado aconteceu.

Eu não sabia quem era aquela mulher e muito menos entendia de primeiros socorros. Honestamente, nem era para eu estar ali naquele momento. Eu já encontrava-me atrasada para retornar ao trabalho quando notei a senhora ao meu lado ficando vermelha. Ela tentou tossir, mas inutilmente, e até beber água. Porém, ela continuava ficando mais vermelha, até eu perceber que a mesma estava engasgada. Ela me olhou em desespero, e eu também fiquei em desespero.

Abri os lábios como um peixinho fora d'água, até perceber que precisaria ajudá-la. Lembrei de Alex usando a manobra de Heimlich quando me engasguei com minha saliva.

Levantei da cadeira, sem cerimônias, e fui até a mulher, puxando-a da cadeira e passando meus braços em volta de seu tronco. Nesse momento apertei com força, sobre seu diafragma, para ajudá-la a desengasgar. Uma, duas e três vezes até finalmente ela expelir o que a impedia de respirar.

Escutei-a ofegando, recuperando o ar e tossindo. A mulher sentou-se novamente, completamente fraca pelo tempo que ficou sem respirar.

— A senhora está bem? — perguntei, estendo o copo com água para ela. O pegou e bebeu um grande gole, ainda tentando se acalmar e recuperar o ar.

— Muito obrigada — falou ela, a voz áspera e fraquinha.

Abri um sorriso sem jeito, como se não fosse nada. Mas enquanto estava ali, não percebi todas as pessoas do restaurante olhando em nossa direção, muito menos a súbita presença do chef de cozinha.

— O que está acontecendo aqui? — indagou ele, sem compreender. E eu muito menos entendia o motivo dele estar ali, se especificamente eu havia dito sobre os rumores que estavam sendo criados ao meu respeito. Sua presença só os intensificaria. — Mãe, a senhora está bem?

O quê?! Tom Flanagan não estava se dirigindo a mim, obviamente, mas sim a mulher de olhos azuis que eu havia acabado de desengasgar.

— Mãe?! — soltei, completamente confusa.

Aquela era a mãe dele?! Eu tinha acabado de salvar a vida da mãe dele?!

Aquele tipo de coisa só acontecia comigo, pensei.

Tom estava agachado ao lado da jovem senhora, com a expressão de preocupação evidente em seu belo rosto. Os olhos azuis do chef de cozinha vieram para mim.

— Você acabou de salvar a vida da minha mãe, Melissa! Obrigado! — agradeceu ele, tão embasbacado quanto eu.

— Vocês se conhecem? — questionou a... Mãe de Tom.

— Sim, ela é a minha funcionária — respondeu ele, sem jeito.

A mãe de Tom Flanagan me olhou por alguns segundos e foi naquele momento que percebi a oportunidade de fugir.

— Bom, é melhor eu ir... E-eu preciso voltar a trabalhar — gaguejei, pegando minha bolsa e celular e saindo o mais rapidamente dali.

Caramba, meu rosto ardia de constrangimento... Eu tinha conhecido a mãe de Tom Flanagan! Claro que de uma forma completamente inesperada, mas ainda assim eu a tinha conhecido.

Por que eu me sentia tão afetada por isso? Ora, eu estava a menos de uma hora atrás fazendo sexo com seu filho no escritório. E, bem, eu gostava dele, certo? E ele também sentia o mesmo por mim.

Tom havia pedido para que eu o escolhesse, e se realmente eu escolhesse... Tecnicamente ela seria minha sogra, certo?

Me senti mal por pensar na palavra sogra, pois instantaneamente recordei da mãe de Alex, a sra. Hall, uma mulher incrivelmente amável e gentil, em que eu me senti terrivelmente mal por tê-la enganado fingindo ser namorada de seu filho.

No entanto, eu poderia tornar aquilo real... Se Alexander Hall desejasse me ver novamente. Mas também havia Tom... Bem, era óbvio que eu não estava capaz ainda de tomar tal decisão.

Voltei ao escritório em que eu trabalhava e pedi desculpas a Grace e Tiffany pela demora, mas não justifiquei o motivo. Foquei em meu trabalho, tentando esquecer o ocorrido de poucos minutos.

Mas certamente não seria fácil, pois poucos minutos depois a secretária do sr. Flanagan surgiu.

— Srta. Fontoura, você está sendo chamada novamente ao escritório do sr. Flanagan. — Fiquei constrangida por ouvi-la usando novamente, mas assenti e a segui para o escritório.

Dessa vez, quando adentrei o recinto, não encontrei o chef de cozinha sozinho, mas acompanhado da mesma mulher que salvei a vida, no caso, sua mãe.

Abri um sorriso nervoso, sentindo minhas mãos suarem por me encontrar diante da mãe de meu chefe. De um dos meus clichês.

— Oi... — falei, mantendo o sorriso.

A mulher parecia bem melhor. Agora a cor tinha retornado ao seu rosto e ela demonstrou alegria em me ver.

— Melissa Fontoura... — ela disse meu nome, como se me conhecesse há tempos.

Arregalei os olhos, sem entender como ela sabia meu nome completo até perceber Tom abrindo um pequeno sorriso de diversão pela minha reação.

— Thomas acabou de me falar sobre você... Você é a minha salvadora — informou ela, dando uma risadinha.

— Thomas?! — Demorei alguns segundos para processar que ela se referia a Tom. — Ah, sim! O sr. Flanagan! Espero que ele tenha dito coisas boas!

Meu comentário fez os dois rirem e recebi um olhar bastante profundo do meu chefe, cheio de segundas intenções.

— Bem, fiquei surpresa ao saber que logo uma de suas funcionárias tinha me salvado... Eu não sabia que meu filho agora permitia que seus funcionários almoçassem em seu restaurante... — pronunciou a senhora, com os olhos atentos sobre nós dois.

Tom pigarreou e disse:

— A Melissa é uma amiga muito especial. — Senti meu rosto instantaneamente ficando corado pela forma que ele se referiu a mim.

— E o sr. Flanagan é um ótimo patrão. — Ok, em parte não deixava de ser verdade. Mas completei, em tom divertido: — Mas não vamos incluir os dias em que ele está de mau humor, especificamente quando me obrigou a fazer hora extra quando cheguei cinco minutos atrasada.

Meu comentário resultou em mais gargalhadas da mulher mais velha, enquanto Tom ficava com a face corada de constrangimento.

— Meu filho pode ser um pouco rígido, às vezes — afirmou a mulher. Tive que concordar, tentando não levar suas palavras ao pé da letra.

— A senhora quis que eu a chamasse aqui para que pudesse agradecê-la. Faça isso logo, por favor. Melissa precisa voltar ao trabalho! — Tive que controlar o riso, sabendo que Tom não queria que eu permanecesse ali para constrangê-lo mais diante da mãe.

— Está bem! Está bem! Melissa... — A mulher mais velha se aproximou de mim e segurou minhas mãos com delicadeza. Em seus olhos azuis era perceptível o sentimento de gratidão. —... Muito obrigada pelo que fez por mim. E muito obrigada por ser uma boa amiga para meu filho. Ele não tem muitos amigos...

Tive que rir do comentário da mãe de Tom, que tinha mais senso de humor que ele. Notei o chef de cozinha revirando os olhos, mas ainda aparentando estar envergonhado.

— Imagina, eu fiz somente o que gostaria que fizessem por mim caso estivesse no seu lugar... — falei em resposta ao seu agradecimento. — E é melhor eu retornar ao meu trabalho, senão acho que corro o risco de perder a amizade de seu filho.

Minhas palavras resultaram em mais risadas. Tom Flanagan até mesmo esboçou um sorriso e passou a mão pelo cabelo, deixando sua aparência mais sedutora que o habitual, ainda mais por estar apoiado na mesa que há pouco tempo atrás estávamos juntos... Bem, você sabe o que estávamos fazendo ali.

Me despedi deles, voltando ao meu trabalho, ainda com as bochechas ardendo em brasas. A mãe de Tom era muito bem humorad e me remetia ao filho, pelos mesmos olhos e cabelos escuros. Me recordei do momento que Tom havia falado sobre ela.

Ele havia dito que sua mãe tinha sido traída por seu pai, que ele foi mandando para o internato — onde acabou conhecendo Sebastian Johnson — e que sua mãe se afundou em uma profunda depressão. Quando ele retornou para a casa após ter concluído seu ensino no colégio interno, praticamente não reconheceu a mulher que chamava de mãe. Agora, depois de tê-la conhecido, ela parecia completamente diferente da mulher que ele havia descrito.

Pensar nisso me remetia à minha mãe, que passou por uma situação similar, mas foi incapaz de fugir do meu pai. Minha mãe não tinha condição financeira para seguir com a vida e superar sua depressão na França e eu muito menos poderia ofertá-la tal coisa. Tentei não pensar naquilo, pois só traria à tona os sentimentos negativos, que eu tentava evitar.

Passei o resto do dia pensando tolamente sobre Tom... Sobre Thomas Flanagan — ok, chamá-lo dessa forma soava melhor em minha mente, pensei, mas deveria haver um motivo que ele preferia ser chamado pelo apelido.

Para a minha felicidade ninguém questionou sobre o sorriso tolo que estampava meu rosto. Porém, obviamente tal sorriso desapareceu de minhas feições quando recebi uma mensagem do chef de cozinha, com o seguinte conteúdo:

''Infelizmente serei eu a informar que minha agenda subitamente mudou. Gostaria de marcar planos para encontrá-la essa noite, mas com a visita de minha mãe recebi a função de levá-la a um jantar importante que irá ocorrer hoje. Contudo, assim que eu estiver livre desse maldito jantar, se quiser, irei imediatamente vê-la. Seu Tom''.

Pensei em imediatamente responder sua mensagem, dizendo que adoraria vê-lo novamente. Não me importaria em dar uma escapada para fugir com ele para seu apartamento, mas assim que teclei a mensagem, prestes a enviar, uma nova mensagem chegou, de um remetente completamente diferente.

''Estou aguardando por você do lado de fora do seu trabalho. Não demore ''.

Um familiar bolo se formou em minha garganta assim que li o nome do indivíduo que havia me enviado a tal mensagem. Sebastian Johnson.

E aquela mensagem só poderia significar uma coisa: eu deveria interpretar a falsa namorada perfeita. No entanto, meu nervosismo não era por causa daquilo e sim por finalmente revê-lo, sabendo da possibilidade de o CEO ainda estar furioso comigo. Aquela noite não seria fácil tolerá-lo, mas também seria a oportunidade perfeita para tocar no assunto sobre Seth e talvez fazer ambos se encontrarem. Agora como eu faria aquilo? Bem, não fazia ideia.

Como já tinha dado horário para concluir meu trabalho, me despedi de Grace e Tiffany e recolhi meus pertences, indo em direção ao elevador. Quando chegou ao térreo, decidi sair pela porta da frente, não sem antes receber um dos olhares desagradáveis das recepcionistas.

Quando me encontrei na calçada, diante do restaurante Flanagan Garden, notei uma familiar BMW preta estacionada. Assim como o motorista parado ao lado do automóvel. Me aproximei e ele abriu a porta para mim. Adentrei o carro e, antes de ver meu falso namorado, senti a fragrância de seu perfume no ar, completamente inebriante e intoxicante. Virei-me para olhá-lo e tentei abrir um dos meus sorrisos cínicos, mas falhei miseravelmente, pois meu corpo reagiu de forma adversa ao que eu queria. Fiquei boquiaberta, encarando o belo rosto do CEO, ainda processando o fato de que... De que eu gostava dele. De que eu tinha me apaixonado pelo meu falso namorado.

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