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Eu sempre me considerei uma pessoa sem sorte. Na maioria das vezes na minha vida, as coisas sempre davam errado, por isso esse pensamento ficava constantemente em minha cabeça. Por isso sempre fui uma pessoa muito cética e que desacreditava no meu potencial. Sendo assim, mesmo que eu me esforçasse em algo, de alguma forma haveria um empecilho.

Às vezes eu me questionava o motivo das coisas acontecerem comigo. Eu fiz algo de errado para merecer isso? Cometi algum pecado? E nesses momentos eu não usava a razão. Quando se pensa muito nisso, você acaba se sentindo injustiçado, afinal, você não fez nada de errado. Eu não tinha feito nada de errado para merecer aquilo. Ou tinha feito?

Eu não conhecia o motorista do carro vermelho, mesmo tendo visto seu rosto brevemente. Não sabia também porque ele fez questão de acelerar e vir com o automóvel contra mim. Somente alguém ruim seria capaz de desejar o mal ao outro. Nada em minha mente encontrava motivos para isso.

Por um momento pensei que eu tinha morrido. Mas não era como as pessoas descreviam ou imaginavam esse processo. Imaginei que eu veria minha vida inteira passando como um filme diante dos meus olhos, que eu seguiria a luz no fim do túnel e depois me encontraria no lugar que teria meu julgamento para descobrir se eu iria para o céu ou o inferno. Bem, eu acreditava em Deus, portanto, minha crença era essa.

Mas nada disso aconteceu. Eu só tive sonhos bem estranhos, dos quais não me lembraria. Sonhei com pessoas gritando desesperadas, o som de uma sirene, conversas com nomes técnicos desconhecidos por mim. Até mesmo vi luz, mas eram várias e passavam rapidamente pelo meu campo de visão, sucedendo uma a outra. Porém, chegou um momento que sonhei com sussurros. Palavras de preocupação e doçura. Um toque gentil em minha testa, um beijo molhado na bochecha e um cheiro bem doce. Eu não conseguia ver essas coisas, só sentia. Elas não tinham formas, mas eram familiares para mim.

Depois as coisas começaram a tomar proporção, se tornando mais sólidas. Todavia, a sensação de tudo ficou mais intensa. Algo me incomodava e eu queria que parasse. Também não sabia definir exatamente o que me incomodava. Só depois de um tempo — eu não sabia ao certo quanto — percebi que era meu corpo, especificamente a minha cabeça.

Finalmente as coisas começaram a fazer sentido, além, claro, que eu comecei a sentir tudo. A intensidade da dor ficou maior e pior, se tornando angustiante. Eu não conseguia definir em palavras o quanto doía, mas que era ruim. E ao mesmo tempo que eu sentia tudo aquilo, consegui enxergar algo diferente da escuridão.

Meus olhos visualizaram uma grande luz. Nada tinha forma no início, mas aos poucos minha visão começou a se adaptar e perceber onde encontrava-me.

Fazia sentido o ambiente ser tão claro, pois o lugar era completamente branco. Suas paredes, o teto, as cortinas — que mesmo fechadas, permitiam a passagem da luz solar para o interior do quarto. Além disso, notei que estava deitada sobre uma cama e um barulho incessante persistia próximo a mim. Pensei em virar o rosto para saber do que se tratava, mas a simples ideia disso me causou dor — ou talvez eu realmente tentei mover o pescoço. Além disso, o cheiro doce estava perto de mim e o reconheci instantaneamente como sendo o perfume que Elizabeth usava.

Agora que meus olhos estavam acostumados, notei que o recinto era grande o suficiente e com facilidade assimilei estar em um quarto de hospital. Só consegui supor isso porque também recordei do carro vindo em minha direção, do meu corpo caindo e... Mais nada. Portanto, consegui imaginar que eu tinha desmaiado e vindo parar em um quarto de hospital. E também supus que o motivo de eu estar ali adivinha de algo ruim ter acontecido comigo e talvez a dor de cabeça fosse uma dessas coisas.

Eu realmente quis virar e olhar para a pessoa ao meu lado, mas estava impossibilitada disso por algo que tentava manter meu pescoço no lugar, sem se mover. A única alternativa que tive foi de chamar alguém.

Abri os lábios e pensei bem no que iria falar. As palavras pareceram presas em minha garganta, pois nada parecia querer vir. Depois de muito esforço tentei emitir o nome da única pessoa que eu conseguia me lembrar no momento.

— Lilly... — chamei, a voz soando um pouco áspera e fraca. Eu não reconhecia aquela voz, mas sabia que era minha pelo movimento dos meus lábios e da sensação vibrante em meu pescoço.

Mesmo soando bem baixinho, a pessoa me ouviu e veio parar rapidamente em minha frente. O rosto familiar da minha melhor amiga surgiu, cheio de aflição, mas ao mesmo tempo tinha um traço de alívio.

— Melissa! — choramingou ela, seus olhos ficando molhados. As lágrimas escorreram pelo seu rosto e seus olhos ficaram mais vermelhos do que já estavam. Eu estranhei seu comportamento desesperador. Por que ela estava agindo daquela maneira?

Para a minha sorte — rara, aliás — outro rosto conhecido surgiu. Pelo menos Will não estava chorando, pensei, mas sua expressão também era de alívio e distinta preocupação. Ele parou ao lado de Elizabeth e colocou as duas mãos nos ombros dela, que se moviam enquanto ela soluçava durante o choro.

— Fique calma, Lilly, assim vai assustar mais a Melissa — falou Will, tentando tranquilizar nossa amiga. Bem, eu já estava assustada, só não sabia dizer se era perceptível em meu rosto.

Engoli em seco, sentindo uma necessidade de beber algo. Meus olhos se afastaram dos meus amigos e foram em direção a máquina ao meu lado — que só consegui ver um pouco. No monitor da tela mostrava a minha frequência cardíaca, a cada batida dada e a imagem dos risquinhos — que eu não sabia nomear. Agora meu coração parecia mais acelerado, principalmente pelo medo que eu estava sentido. Eu não compreendia a atitude de Lilly, mas supus que algo realmente sério tinha acontecido comigo.

— O q-que houve? — perguntei, dessa vez minha voz parecendo menos fraca.

Lilly fungou e secou as lágrimas, para logo abrir um sorriso fraco, tentando não me afligir tanto. Mas quem me respondeu foi Will.

— Você sofreu um acidente. De modo geral o que sabemos é que você foi atingida por um carro, que caiu e bateu a cabeça. Alguém ligou para uma ambulância, que lhe trouxe a esse hospital — resumiu meu amigo. Ok, essa parte eu conseguiria supor, mas ainda estava curiosa para saber o motivo da reação de Elizabeth. — Você se lembra de algo?

Por um instante eu fiquei me questionando o que de fato havia acontecido. Eu realmente fui atingida pelo carro? Pela dor mais intensa que eu sentia do lado direito do meu corpo, imaginei que sim. Ou talvez também fosse causa do impacto que meu corpo teve contra a calçada. Ou os dois.

Olhei para Will, pensativa.

— Eu me lembro vagamente, mas tudo foi muito rápido... A pessoa que... — Eu não sabia que poderia usar aquela palavra, mas mesmo assim usei. — ... Me atropelou, vocês sabem quem é? O que aconteceu com ele?

Lilly e Will tiveram uma troca de olhares, hesitando em responder. Nosso amigo voltou a falar:

— Ninguém sabe de nada sobre quem te atropelou, se foi um homem ou mulher, se essa pessoa fez de propósito ou estava embriagada... Sinto muito. — Will realmente parecia sentir muito, mas eu não sabia por quê. Ele não poderia ter impedido o ocorrido. Somente eu poderia ter feito isso. — Você disse ''ele''... Por acaso viu o rosto do motorista?

Boa pergunta. Eu acreditava que sim, mas foi muito rapidamente, a ponto da minha mente ter se confundido. Não queria dar respostas acusativas e falsas. Preferi apenas dizer:

— Eu não sei.

— Tudo bem, talvez seja melhor não pensar nisso agora. O que acha de chamarmos o médico? Ele disse para fazermos isso quando você acordasse — propôs Will. O médico? Mesmo estando me sentindo péssima, uma parte da minha mente ficou em expectativa. Mas era tolice, certo? Haviam vários hospitais em Manhattan, portanto, a possibilidade de eu ter vindo parar no mesmo em que ele trabalhava era mínima.

Tentei balançar a cabeça em assentimento, mas a única coisa que consegui foi sentir dor. William conseguiu entender minha resposta e foi em direção à porta, indo chamar o tal médico. Quando ele saiu escutei um leve burburinho do lado de fora, até mesmo uma pergunta:

— Ela acordou? — Uma voz masculina questionou. Contudo, não pude saber da resposta, pois a porta se fechou, voltando a manter o ambiente em silêncio.

Lilly ainda estava parada ao meu lado e segurava a minha mão com leveza. Agora eu sabia que algo ruim tinha acontecido com a minha cabeça e usava um colar cervical, que me impedia de fazer movimentos com o pescoço para não piorar minha condição.

— Vai me dizer o que aconteceu comigo? — insisti, pressionando Elizabeth. Ela desviou os olhos, tentando evitar a pergunta, mas em vão.

— Talvez seja melhor o médico fazer isso. Eu e Will não entendemos muito bem das coisas e talvez seja melhor um profissional te dizer — respondeu, mordendo nervosamente o lábio inferior.

— É uma coisa ruim? — Lilly arregalou os olhos e balançou a cabeça negativamente, de forma afoita.

— Claro que não! Acho que por você ter acordado, significa que não é tão ruim quanto imaginávamos — admitiu ela.

Não era tão ruim quanto eles haviam imaginado? O que isso significava? Ok, talvez o jeito fosse esperar o médico surgir e me dar às respostas.

Will não demorou muito a retornar com o médico. Meu amigo adentrou o quarto de hospital primeiro, com o médico vindo logo atrás. O homem de jaleco fechou a porta atrás de si, dizendo algo para alguém lá fora.

— Preciso que aguardem, por favor. Assim que ela estiver bem vou permitir a entrada de vocês... — dizia o médico enquanto fechava a porta.

Estreitei meus olhos para tentar enxergar o que acontecia do lado de fora, mas nada vi. Contudo, me esqueci dessa preocupação quando notei quem era o médico.

Se eu estivesse em condições de sorrir, certamente um sorriso largo cruzaria meu rosto, mas como até mesmo minha face doía, preferi não fazer tal coisa. E como eu estava acamada, seria estranho alguém na minha condição estar sorrindo animadamente.

Eu estava certa em gerar expectativas, pois elas haviam se cumprido. Reconheci o médico com seus familiares cabelos ruivos, barba por fazer e expressão cansada. Mesmo não conseguindo me expressar com eficácia, o doutor Charles abriu um sorriso maravilhoso para mim.

— Srta. Fontoura, que bom saber que está acordada! — comentou Vincent. Ou melhor, o doutor Charles. Eu esqueci que estávamos no hospital e não fora dele, onde ele preferia ser chamado pelo primeiro nome quando não estava naquele ambiente. Tentei retribuir seu entusiasmo com um pequeno sorriso, mas muito significativo.

Agora eu me sentia bem mais confortável naquele ambiente, com um médico conhecido por mim e também muito querido. Sabia que poderia confiar e acreditar em suas palavras.

— Eu imagino que isso signifique algo bom, certo?

O médico se aproximou, assentindo.

— Você me deu um baita susto, assim como em seus amigos. Fiquei surpreso ao ver que era você quem eu iria atender... Que eu me lembre bem, não disse para você voltar sempre — brincou ele, amenizando o clima ruim.

— Vocês se conhecem? — questionou Lilly, intrusa e confusa por nossa conversa.

Pensei em responder, mas foi o doutor Charles que fez isso.

— A srta. Fontoura veio ao hospital e foi atendida por mim quando sofreu a torção no pulso. — Enquanto ele dizia isso, começou a me avaliar. Retirou uma pequena lanterna médica do bolso de seu jaleco e a ligou. — Pode seguir a luz com os olhos?

Ele a movimentou diante do meu rosto, na altura dos meus olhos. Fiz como ele pediu e fui bem sucedida. Depois o médico começou a olhar o monitor ao lado da cama enquanto pressionava dois dedos sobre meu pulso, na região abaixo da palma de minha mão.

— Tem sentido dor de cabeça? — perguntou, agora guardando a lanterna do bolso e se afastando. Ele cruzou os braços e aguardou por minha resposta.

— Muita — admiti. Ele balançou a cabeça, como se fizesse sentido.

Ele continuou com as perguntas, não hesitando em fazer uma atrás das outras após minhas respostas.

— Sentiu alguma náusea ou vomitou?

— Não.

— Vertigem?

— Até agora não.

— Problemas para ouvir ou enxergar?

— Também não.

— Você se lembra do que aconteceu antes da lesão?

Lesão? Bem, obviamente o motivo da dor deveria ser por isso.

— Me lembro.

— Exatamente do quê? — insistiu.

— Que eu quase fui atropelada por um carro e bati a cabeça.

— Se lembra do que estava indo fazer quando isso aconteceu? — voltou a questionar o doutor Charles. Ok, por um momento eu quis fingir que não, mas isso só afligiria meus dois amigos. E o médico.

— Eu estava indo para o apartamento do Sebastian... — Não queria completar a frase, mas achei melhor fazê-la. —... Meu namorado.

Ouvi alguém bufando ao meu lado, e supus que fosse Elizabeth.

— Ok. — Até o momento o médico parecia satisfeito. Contudo, ele tirou uma caneta do bolso e um pequeno bloco de papel, entregando-os a mim. — Agora escreva seu nome completo no papel.

Fiz como ordenado, escrevendo meu nome e sobrenome com a minha familiar caligrafia feia. O médico pegou e olhou o que eu havia escrito.

— A caligrafia dela é assim mesmo? — indagou, se dirigindo aos meus amigos.

Will, que estava de braços cruzados apenas observando a cena, deu uma risadinha disfarçada, mas dessa vez quem respondeu foi Elizabeth.

— Sim — afirmou minha amiga.

— Certo. — O médico retirou a caneta das minhas mãos e foi até o pé da cama, levantando o cobertor que me cobria e expondo os meus pés. — Pode mover os dedos dos seus pés para mim?

Mais uma vez consegui concluir com sua tarefa solicitada, executando-a com sucesso. Agora havia um sorriso satisfeito nos lábios do doutor Charles. Aparentemente ele tinha boas notícias.

— Bem, srta. Fontoura, por enquanto pode ficar despreocupada. — Oba! Fiquei feliz, mas ao mesmo tempo não sabia exatamente qual risco eu estava correndo. — Até o momento você parece bem, apresentou boas respostas e está consciente.

— Estou feliz por isso, mas posso saber o que eu tenho? Imagino que toda essa avaliação tenha um motivo — pedi, curiosa. O médico assentiu e respondeu:

- Você chegou ao hospital desacordada e por isso imediatamente fomos fazer um exame de imagem para ter certeza do que você tinha. Como não estava acordada para responder nossas perguntas, consideramos esse o melhor procedimento. Porém, o que nos causou certa aflição foi o fato de você não ter acordado até pouco tempo.

— Exatamente quanto tempo fiquei desacordada? — Essa era a pergunta mais preocupante para mim, mesmo que eu estivesse acordada no momento.

— Mais de 24 horas — confessou o doutor Charles.

Porcaria! Se eu realmente tinha ficado mais de um dia em... Coma, significava que eu havia perdido muitas coisas. Como o almoço que Sebastian Johnson havia me obrigado a ir — não que eu considerasse isso importante —, a sessão de autógrafos e o jantar com Louis Turner, e o encontro com Alex. Eu perdi tudo isso porque fiquei incapacitada. E agora eles deveriam estar com raiva de mim!

— E vocês imaginaram que algo ruim tivesse acontecido comigo, certo?

Não precisei de respostas em palavras, pois estava estampado na face de cada um.

— Quanto mais tempo você ficasse em coma, mais as possibilidades de algo ruim ter acontecido. Apesar dos sinais vitais bons, como batimento cardíaco e respiração, a falta de consciência poderia significar...

— Morte cerebral — conclui a frase do médico.

— Sim — concordou ele. — Mas isso não aconteceu! Agora, após avaliá-la, percebi que você sofreu uma concussão leve. Nada extremamente preocupante, mas que talvez deixe sequelas. Contudo, por isso vamos mantê-la em observação e talvez você precise ficar alguns dias hospitalizada.

— Não! — exclamei. Aquela ideia era absurda. Eu não poderia perder um dia de trabalho e muito menos deixar de justificar meu sumiço para Alex, Louis e, infelizmente, Sebastian. — Eu não posso perder um dia de trabalho... E estou me sentindo perfeitamente bem!

— Você realmente está preocupada com isso agora? — questionou Will, incapaz de acreditar nas minhas preocupações consideradas supérfluas por ele.

Eu estava preste a responder, mas o médico argumentou:

— Sinto muito, mas isso não será possível. Creio que poderei fornecer um atestado para afastamento do seu trabalho por alguns dias. Afinal, srta. Fontoura, você ainda está correndo risco de vida e precisa urgentemente de descanso.

— Como assim? Por que estou correndo risco de vida? — Se ele tinha feito uma avaliação em mim e visto que todas as respostas foram positivas, por que não me permitir retornar para a minha vida normal? Talvez somente um remédio para dor de cabeça seria o suficiente para melhorar minha condição.

— Porque você sofreu uma lesão no cérebro e precisa ficar em observação para caso tenha uma convulsão, um acidente vascular encefálico, ou até mesmo desenvolva epilepsia. Caso não saiba, acontecimentos como o seu é considerado fator de risco para alguma complicação, por isso nossa preocupação. E se você tiver uma epilepsia, pode vir a óbito. — Ok, agora eu estava me cagando de medo e preferi não retrucar o médico.

Certamente ficar no hospital por alguns dias seria um grande problema. Eu mal havia começado no trabalho e teria que me afastar novamente. Sem contar que ficar internada naquele hospital custava uma fortuna, que provavelmente meu plano de saúde seria incapaz de cobrir. Mas como eu não tinha alternativa e preferia não morrer, preferi aceitar minha única opção.

— Ok, acho que já entendi.

O doutor Charles me observou com empatia e gentileza, concedendo um sorriso para me tranquilizar.

— Como está a dor na sua cabeça? — perguntou, voltando a falar dos meus sintomas.

— Bem ruim — falei, apertando os lábios.

Eu estava tentando ignorar a dor contínua que envolvia todo o meu crânio. Parecia que meu cérebro havia inchado e pressionava-se contra a minha calota craniana, se é que isso era possível.

— A enfermeira deve estar chegando com os medicamentos que vamos aplicar em você — informou Vincent. Ok, talvez só em minha mente eu pudesse chamá-lo assim.

Eu não gostava da ideia de aplicarem algo em mim, mas eu, o médico e meus amigos continuamos aguardando pela chegada da tal enfermeira.

Enquanto estava ali, pensei instantaneamente nos meus pais. Por impulso tentei virar meu rosto, mas fracassei, apenas causando mais dor.

— Lilly! — chamei-a, desesperada. — Você contou isso aos meus pais? O que aconteceu comigo!

Minha amiga hesitou, tentando formar as respostas. Porém, Will foi mais rápido.

— Nós consideramos melhor fazer isso quando tivéssemos certeza de... Algo. — Compreendi a resposta breve. Eles queriam ter certeza de que eu iria melhorar ou... Não. — E imaginamos que se você acordasse e ficasse sabendo que fizemos isso... Bem, ficaria furiosa.

— Imaginaram certo. E é melhor eu mesma contar o que aconteceu, ok? — Meus dois amigos assentiram, concordando.

Sei que pode ser errada minha atitude de não querer meus pais sabendo daquele acidente. Se soubessem, ambos se desesperariam — principalmente minha mãe — e viriam imediatamente para Nova Iorque. E, claro, me acusariam de alguma forma sobre eu ser incapaz de morar sozinha em outro estado. O que não faria sentido nenhum, claro.

Evitei me preocupar muito sobre isso. Deixaria essa preocupação para outra hora, pois no momento a tal enfermeira adentrava o quarto enquanto carregava uma bandeja de metal consigo. Entretanto, ela parecia discutir com alguém que estava do lado de fora.

— Sinto muito, mas agora não posso permitir a entrada de vocês! — insistiu ela, que apenas depois de bons segundos conseguiu fechar a porta atrás de si.

Céus, quem estava querendo insistentemente entrar no meu quarto? Comecei a ficar preocupada. E se fossem paparazzi? E se de alguma forma a mídia tivesse descoberto sobre o acidente da namorada de Sebastian Johnson e agora insistiam em tentar falar comigo?

Lancei um olhar confuso e indagador na direção de Lilly e Will, esperando que ambos me dissessem algo. Eles me ignoraram, focalizando a atenção na enfermeira.

— Aqui, doutor Charles, trouxe os medicamentos que o senhor pediu. — Ela estendeu a bandeja de metal para o médico. Ambos os profissionais se aproximaram da cama, próximo ao soro que pendia ao meu lado e tinha a agulha inserida em uma das minhas mãos.

— Srta. Fontoura, agora vou aplicar um medicamento analgésico para a dor que você está sentindo. Ele vai amenizar seus sintomas, assim como trazer mais conforto — informou o médico.

Fiquei mais aliviada por saber que finalmente aquelas fortes dores diminuiriam ao menos um pouco. O médico calçou luvas de látex e pegou uma seringa, para introduzir sua agulha no frasco de remédio. Após pegar a quantidade que desejava, aplicou-a em mim.

Não teve efeito instantâneo, mas o médico prometeu que em alguns minutos eu me sentiria bem melhor. O agradeci. Se eu pensei que finalmente ficaria em paz para descansar, como indicado pelo Dr. Charles, estava enganada. A enfermeira pegou a bandeja de volta e estava prestes a se retirar quando questionou:

— Doutor, devo permitir a entrada de alguns deles? — Ela parecia incomodada com algo, talvez até mesmo insatisfeita.

O médico não respondeu à pergunta, apenas se virou para mim e indagou:

— Srta. Fontoura, há algumas pessoas que a desejam ver. Posso permitir a entrada deles?

Aquilo me pegou desprevenida. Como assim haviam pessoas desejando me ver? Imaginei que as únicas pessoas próximas de mim já estivessem ali e mais ninguém perderia o tempo vindo me visitar. Aliás, nenhuma pessoa em específico passava pela minha cabeça. Além do mais, parecia ser mais do que uma pessoa. E se Lilly e Will haviam dito a verdade, não poderia ser meus pais.

Como aparentemente as tais pessoas estavam insistindo bastante e minha curiosidade estava no limite, decidi concordar.

— Acho que sim. — Enquanto eu disse aquilo, olhei para os meus dois amigos. Will não parecia muito satisfeito, mas Lilly também parecia em expectativa.

— Maggie, pode permitir a entrada deles, mas um de cada vez — falou Vincent, dessa vez se dirigindo e respondendo à pergunta da enfermeira.

A mulher apenas assentiu, indo em direção a porta. Ela a abriu completamente e olhou para quem quer que estivesse do lado de fora e disse:

— Ela está acordada e vão poder entrar, mas somente um por vez... — Suas palavras se perderam no meio de toda confusão.

Ninguém respeitou as ordens do médico e ignoraram completamente a enfermeira. E algo não esperado por mim aconteceu.

Subitamente várias pessoas adentraram o quarto, com expressões de preocupação perceptíveis em seus rostos. Alguns diziam:

— Eu vou entrar primeiro! — brigou um, insatisfeito. Ninguém o escutou, o ignorando por completo.

E assim, em poucos segundos, haviam quatro novas pessoas no meu quarto. Especificando melhor: quatro homens.

Quer saber a primeira coisa que senti? Surpresa. A segunda? Vergonha. Por quê? Ora, eu não precisava me olhar no espelho para saber como estava minha aparência. Sem contar que eu usava um colar cervical e não conseguia mover um centímetro do meu corpo sem sentir dor. Os meus olhos foram os únicos a expressar algo. Consegui sentir a expressão de choque cruzando meu rosto quando reconheci cada pessoa que tinha chegado ao ambiente.

A primeira coisa que fiz foi encarar Lilly, de forma questionadora. Minha amiga deu de ombros, aparentemente tão incrédula quanto eu.

Sem alternativa e sem entender o que havia acontecido, encarei o rosto de cada um dos presentes no recinto.

Eu não sabia se me considerava especial ou feliz, mas ali estavam quatro homens que eu não esperava ver. Será que eu estava delirando? Isso era possível, certo? Afinal, eu tinha batido a cabeça com força.

Subitamente senti o quarto cheio demais. Notei a expressão de desconforto no rosto do médico, aparentemente insatisfeito por terem desobedecido sua ordem. Ele decidiu se manifestar:

— Sinto muito, mas apenas permiti a entrada de uma pessoa a cada vez. A srta. Fontoura pode estar se sentindo desconfortável por tantas pessoas no quarto, e ela não pode se esforçar muito...

— Tudo bem – interrompi o médico. — Não têm problema eles ficarem no quarto, todos ao mesmo tempo. Ou têm?

Me dirigi de volta ao médico. Ele me olhou por alguns instantes, considerando algo.

— Desde que eles não demorem muito, creio que podem ficar. Mas com uma condição: que não incomodem a srta. Fontoura e sejam breves. Ela não está completamente recuperada — avisou o médico.

Os quatro homens assentiram, concordando. Um deles tomou a iniciativa e perguntou:

— Como está se sentindo, Melissa? — Seus olhos cor de mel me encaram com um misto de doçura e apreensão.

Abri a boca para respondê-lo, mas de uma hora para outra alguém atravessou a porta e adentrou o quarto, deixando-o mais apertado — se é que isso era possível, pois o quarto era grande.

Os olhos azuis do recém chegado vieram até mim, cheios de aflição descontrolada. Ele deu alguns passos em direção à cama onde eu estava, mas foi interrompido.

— O que esse sujeito está fazendo aqui? Tirem-no daqui! — O rapaz de olhos cor de mel interferiu, impedindo o outro sujeito de se aproximar.

O homem de olhos azuis o encarou como se fosse louco, não compreendendo aquele comportamento. Muito menos eu tinha entendido.

— Por quê? — questionou o homem loiro, assistindo aquilo com distinto interesse. A expressão de preocupação tinha desaparecido de seu rosto e observava a cena com curiosidade.

— Porque esse cara é um tarado e perseguidor! Ele invadiu o apartamento da Melissa há algumas semanas e quando ela o viu lá, gritou desesperadamente, mas ele acabou fugindo! — justificou meu vizinho, seu tom de voz denotando raiva.

Porcaria! Não! Eu não podia acreditar no que estava havendo. Só poderia ser uma piada de mau gosto! O que eu tinha feito?

— Você está ficando louco! — retrucou meu chefe. Contudo, o rapaz irritado não tolerou suas palavras, puxando o outro pela gola da camisa. Eles ficaram bem próximos, encarando um ao outro. O homem de olhos azuis ainda estava confuso, mas já formava em seu rosto uma expressão de aborrecimento.

Para a minha sorte, Will decidiu se meter.

— Parem com isso! Vocês estão brigando à toa em um quarto de hospital! E ainda na frente de alguém doente! — William se aproximou, retirando as mãos do meu vizinho da camisa de meu chefe.

O rapaz aceitou se afastar, provavelmente preocupado com a minha condição. Eu, entretanto, mesmo apesar da interrupção da quase briga, me sentia péssima. E pra piorar, todos os presentes no quarto me encaravam confusos.

O doutor Charles, que agora pouco parecia desgostoso com a presença de todas aquelas pessoas no quarto, também me observava com o mesmo tipo de olhar.

— E-eu p-posso explicar! — gaguejei. Senti minha testa soando frio, além das minhas mãos ficando gélidas.

Por um momento até pedi a Deus que se fosse para eu morrer, que aquele fosse o momento. Afinal, eu nem sabia como explicar o que tinha acontecido.

— Ele é meu chefe, Alex — contei, mas ainda não parecia o suficiente.

— Mas você disse que ele era um perseguidor! — argumentou ele, ainda sem entender.

— Sim, eu disse, mas naquele dia em especial eu acabei agindo errado ao dizer aquilo a você. E era mentira. É mentira! — confessei, tomando fôlego para continuar: — E bem na hora que você me ouviu gritando, eu estava... — Travei. O que iria dizer? Falar abertamente que Tom havia me roubado um beijo e... Ficado excitado? E eu acabei ficando sem jeito e no desespero dei um tapa em seu rosto e o chamei de tarado? Bem, não parecia uma boa ideia. E ninguém naquele recinto, além de Lilly, sabia do nosso envolvimento. Preferi omitir essa parte. —...Brigando com o sr. Flanagan, pois nós normalmente não nos damos bem... E isso acabou acontecendo.

Ok, aquela parecia uma boa resposta, pensei. Alex ainda não parecia satisfeito. Na verdade, parecia até mesmo magoado e constrangido.

— E por que você disse isso a ele? — Quem fez essa pergunta dessa vez foi Tom, parecendo expressar os mesmos sentimentos que meu vizinho. Contudo, seu tom de voz era seco.

— P-porque isso foi à primeira coisa que surgiu em minha mente! — falei, erguendo as mãos em forma de redenção, admitindo meu erro. Todavia, a dor se acentuou por esse simples movimento, fazendo a expressão de desconforto cruzar meu rosto. Os presentes na sala voltaram a ficar preocupados. — E eu peço desculpas por isso! Admito meu erro!

Esperava que Tom e Alex me perdoassem pela atitude impulsiva que tive, que acabou resultando naquela situação constrangedora.

— Bem, acho melhor todos deixarem a srta. Fontoura em paz. Ela precisa descansar e essa confusão não está fazendo bem a ela — interrompeu o doutor Charles, saindo de telespectador da cena para personagem.

Contudo, eu ainda não compreendia o que estava acontecendo e muito menos o que todos aqueles homens faziam ali.

— Não! — neguei. — Eu preciso saber por que eles estão aqui... Quero dizer, como ficaram sabendo que eu estava hospitalizada?

Aguardei a resposta de cada um deles, olhando diretamente para seus rostos. Ok, eu não estava delirando, eram realmente eles e estavam ali. Assim como eu os encarei, eles encararam de volta.

Mas uma coisa começou a me incomodar subitamente, bem no fundo do meu cérebro. Muitos sentimentos me consumiam no momento. Minhas pernas estavam levemente trêmulas, meu coração acelerado e minha mente enevoada. Sem contar na sensação de inquietude em meu peito.

Passei meus olhos por cada um deles, recitando seus nomes em minha mente. Encarei meu falso namorado Sebastian Johnson, mais próximo a mim, porém parado perto da cortina. Depois observei um pequeno meio sorriso no rosto do homem loiro e meu mais novo amigo Louis Turner. E ao seu lado estava Jacob García, que retribuiu meu olhar de forma ansiosa. Mais à frente estava meu vizinho Alexander Hall, com o olhar abaixado de constrangimento. E após ele estava meu chefe Tom Flanangan.

Aquilo não fazia sentido para mim, ok? Para você talvez fizesse, mas unindo um turbilhão de sentimentos e uma concussão, ficava difícil raciocinar.

Mas como eu disse, eu nunca tinha sorte, por isso não consegui acreditar no que estava acontecendo. Afinal, nada que eu realmente quisesse acontecia. E se acontecia, não da forma que eu esperava. Uma pequena ideia surgiu em minha mente, mas desejei descartá-la. Todavia, ela era persistente e continuou me perturbando.

— Ora, porque eu sou seu namorado. Por isso estou aqui e por isso sua amiga Elizabeth me ligou informando sobre o que aconteceu quando fiquei preocupado sobre você não ter chegado ao meu apartamento, onde marcamos de nos encontrar — respondeu Sebastian Johnson, com obviedade. Ele manteve a expressão impassível, mas havia algo por trás de seus olhos. Preferi não pensar no significado daquele olhar.

Depois foi a vez de outra pessoa responder:

— Eu liguei para você várias vezes ontem, porque fiquei preocupado com sua ausência na minha sessão de autógrafos... E porque, principalmente... — Louis Turner colocou a mão no centro do seu peitoral com uma expressão reflexiva. —... Eu senti algo me incomodando ao seu respeito. E sou meio sensitivo, por isso escutei essa sensação.

Se o momento não estivesse tão estranho, eu realmente teria rido dessa ideia de Louis Turner ser sensitivo.

— E eu atendi a ligação dele e informei o que aconteceu com você — confessou Lilly, ainda mordendo o lábio inferior nervosamente.

Olhei de volta para os que faltavam responder. Dessa vez foi Jacob quem respondeu:

— Eu estava com Elizabeth quando fiquei sabendo o que aconteceu, por isso viemos imediatamente pra cá juntos. E estou aqui desde a noite passada. E também porque te devo um pedido de desculpas apropriado. — A expressão de Jacob ainda era ansiosa, claramente se recordando do que havia acontecido entre nós na festa de fraternidade. Preferi ignorar esse problema temporariamente.

Alexander, que estava ainda de cabeça baixa, também prontamente admitiu:

— Eu me encontrei com William hoje cedo em nosso prédio e o vi carregando uma bolsa, e parecia com pressa e preocupado. Eu perguntei sobre você e... Ele disse sobre o acidente, e que estava vindo para o hospital. E por causa disso decidi também vir, porque não conseguiria aguardar por notícias suas. Eu precisava estar aqui — declarou, sincero. Eu me senti mais mal ainda após suas palavras, mas preferi guardar aquele sentimento para outra hora.

Após meu vizinho, só faltava Tom Flanagan responder. Ele mantinha as mãos dentro dos bolsos da calça jeans, ainda ponderando o que dizer:

— Porque agora pouco eu li na internet sobre o acidente da namorada do CEO Sebastian Johnson... — O tom de voz do meu chefe estava cheio de um cinismo mal contido, sem contar que ele lançou um olhar desgostoso para meu falso namorado, apenas para enfatizar mais a frase. —... E como você é minha funcionária, fiquei preocupado e tentei ligar no seu número de telefone. Quem atendeu também foi sua amiga e ela me disse que as notícias eram verdadeiras. Por isso, decidi vê-la pessoalmente para saber como estava ao em vez de acreditar no que os tabloides noticiavam.

Agora eu sabia a justificativa de cada um estar ali. E todos envolviam estar preocupados comigo. Mas por qual motivo? Só uma coisa fazia sentido para mim, mesmo que soasse como loucura. Entretanto, antes que eu concluísse tais coisas, uma voz cheia de sarcasmo perguntou a Tom:

— Então, você sempre vem visitar seus funcionários no hospital quando eles adoecem? — Dava para perceber que a pergunta de Sebastian Johnson era retórica, mesma assim Tom fez questão de retrucar.

— Diferente de certos chefes, eu tenho grande apresso pelos meus funcionários. Sem contar que sem eles não posso tocar meu negócio. Eles são parte essencial nisso.

Sebastian Johnson apenas deu um sorriso cínico como resposta, demonstrando não acreditar nas palavras de Tom.

— Ok, chega! — intervi, trêmula. Eu não sabia de onde vinha tanto nervosismo, pra falar a verdade.

Contudo, agora eu precisava entender o que estava acontecendo.

Quando meus olhos encontraram com os de Tom Flanagan, recordei de algo que aconteceu no dia que torci meu pulso. E que também tinha sido meu aniversário. Uma coisa tosca e que eu prontamente havia desacreditado. Até agora.

Naquela noite eu o beijei porque algo tinha acontecido. Algo que me levou a acreditar em algo. Algo que eu tinha almejado durante muito tempo da minha vida. Especificamente durante sete anos.

Mas tinha alguma coisa faltando. Especificamente duas coisas. Mas quando olhei novamente todo o quarto e todos os presentes, notei outras duas pessoas paradas também me observando. E aí comecei a contar.

Sebastian Johnson, um. Louis Turner, dois. Jacob García, três. Alexander Hall, quatro. Tom Flanagan, cinco. Doutor Vincent Charles, seis. E eu parei, porque não conseguia continuar. E nem podia! Mas na verdade, ele ser o número sete fazia tanto sentido quanto os outros que estavam nessa conta. Ele tinha admitido ter sentimentos por mim há anos e somente isso poderia tê-lo impedido de desenvolver sentimentos por Elizabeth. E somente isso justificaria o comportamento hesitante e mantendo distância de nós. Ou melhor, de mim. Meu melhor amigo não tinha se afastado de Elizabeth e muito menos estava bravo com ela. Ele estava bravo comigo. Ou melhor dizendo, ele estava com ciúmes do meu relacionamento — falso — com Sebastian Johnson. Eu não pude me negar a fazer isso outra vez e conclui a conta: William Gray, sete.

Sete homens estavam no quarto de hospital e todos eles demonstraram certa preocupação comigo. E eu não poderia esquecer que dos sete... Bem, quatro já haviam me beijado — ou eu os beijei, tanto faz.

E se eu não tivesse enlouquecido, só uma coisa poderia responder o motivo dessa preocupação e desses sentimentos que eles tinham — supostamente — por mim. Uma coisa que eu fiz em todos os meus aniversários, desde os 17 anos de idade. Um tolo pedido adolescente que me acompanhou até a vida adulta, durante sete anos.

O maldito pedido de viver um romance clichê como dos livros.

E esse pedido havia se realizado. No entanto, todos ao mesmo tempo. E agora ali estava eu, em um quarto de hospital, rodeada por sete homens que tinham sido um dos meus pedidos de aniversário.

Porcaria! O que eu iria fazer agora?!



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