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13

O restaurante surgiu, com sua entrada chique, lustrosa e escura. O nome na faixada gigantesco gritava comida cara apenas para pessoas ricas. Pessoas ricas babacas!

Atravessei pelas portas de vidro e recebi olhares insatisfeitos. As duas recepcionistas me reconheceram e lançaram olhares desagradáveis. Procurei Lilly e a vi sentada próximo ao bar. Caminhei até lá e notei seus olhos avermelhados e inchados.

A primeira coisa que fiz foi abraçá-la. Ela fungou, tentando conter o choro.

— Melissa... Não precisava vir aqui. — Balancei a cabeça em negativa, incapaz de negar apoio a ela.

Enquanto abraçava Lilly, meus olhos vagaram pelo grande restaurante. Procurei pelo rosto familiar do cretino chefe de Elizabeth. Há algumas mesas de distância ele se encontrava, sentado ao lado de pessoas ricas, bebendo boa bebida e comendo boa comida.

Afastei nosso abraço e lancei um olhar de convicção para Lilly.

— Não se preocupe, você não merece passar por isso! Hoje vou dar o que seu chefe merece!

Me afastei de Elizabeth, indo em direção a mesa do CEO Sebastian Johnson. Escutei-a me gritando, tentando me impedir. Algumas pessoas lançaram olhares para nós, incomodadas por nossas presenças. Ricos idiotas, pensei.

Passei pelas cadeiras e mesas, evitando pensar no indivíduo dono daquele lugar, que se soubesse da minha presença naquele recinto, provavelmente me arrancaria a força de lá. Em poucos segundos me encontrava parada frente a frente de Sebastian Johnson. Ele notou minha presença e ergueu os olhos claros. Percebi que ele me reconheceu e parecia prestes a dizer algo, mas alguém interrompeu.

— Precisa de alguma coisa, querida? — Virei-me para a voz cheia de falsa doçura que falava comigo. Uma mulher jovem se dirigia a mim, parecendo enojada pela minha presença. Essa era uma típica atitude dessas pessoas em relação a outros como a mim e Elizabeth.

— Na verdade, sim — respondi, apontando o dedo em direção ao CEO mal educado em minha frente. — Quero falar com esse daqui!

Ouvi o som de surpresa vindo das pessoas sentadas naquela mesa, mas ignorei.

— Perdão? — indagou ele, fingindo falsa confusão.

— Você mesmo! — esbravejei. — Fiquei sabendo que humilhou minha amiga e até a fez chorar! Se tem alguma coisa que não tolero é quando maltratam ela!

— Você pode resolver isso logo, sr. Johnson? — Dessa vez quem disse algo foi um homem mais velho e de cabelos brancos, aparentando estar desconfortável com a cena que eu estava causando.

— Sim, senhor — respondeu o tal do sr. Johnson. Ele se levantou e ficou cara a cara comigo. Era um pouco mais alto que eu. Ok, talvez muito mais alto. — Podemos conversar em outro lugar, senhorita...?

Não lhe respondi meu sobrenome. Mantive a postura e finquei os pés no lugar.

— Não, não podemos — retruquei.

Ele pareceu ficar mais aborrecido e constrangido, contudo, manteve a pose.

— Olhe, sinto muito se sua amiga achou que eu tinha algum tipo de interesse por ela... — começou a murmurar ele, soando aborrecido. Tratei de interrompê-lo.

— Não! Minha amiga jamais se envolveria com um cara como você! Ela tem cérebro, sabe? E é muito inteligente! — Após dizer essas palavras consegui mais uma reação de surpresa dos indivíduos que acompanhavam o sr. Johnson. A mulher que havia falado comigo antes parecia desgostosa.

— Então não faço ideia de quem você está falando! — rosnou ele, lançando um olhar de puro ódio para mim.

— Senhor Johnson! Sinto muito, minha amiga deve ter enlouquecido... — Lilly surgiu, dando desculpas, tentando me retirar daquele lugar. Permaneci inabalável e de queixo erguido.

— Então, a amiga que você está se referindo é a srta. Price? — questionou ele, com um olhar inquisidor.

— Ela não é sua secretaria? — perguntou novamente a mulher jovem, com o mesmo olhar de nojo.

O homem bem vestido em minha frente apenas assentiu em resposta, com os olhos cheios de raiva focados em mim.

— E por qual razão eu a teria feito chorar? — indagou o sr. Johnson, soando meticuloso e cínico. No instante seguinte ele pareceu compreender o que eu estava falando — Ela é minha secretária, então apenas a corrijo quando comete algum erro.

— Bem, compreendo a parte de corrigir alguém quando comete um erro, mas... — Prolonguei a última palavra e retribuí o olhar de raiva. — Humilhar os outros já é demais, sr. Johnson... Você não é um deus e nem dono da razão!

Dessa vez eu estava começando a elevar minha voz. A raiva, frustração, borbulhava em meu interior e estava vindo à tona. Eu já havia escutado Lilly reclamando dele dezenas de vez e naquele momento já bastava.

— Melissa... Por favor.... — Lilly tentou me impedir mais uma vez, segurando meu braço. Puxei-o e senti uma leve dor por ter sido o lesionado.

— Então, está falando que agi errado por corrigi-la? Tenho culpa por tê-la feito chorar?

— Sim!

Ele soltou uma risada cheia de ironia. Senti que poderia espumar naquele momento, se fosse um cão, ou até mesmo rosnar.

Todavia, percebi que começavámos a receber olhares dos outros clientes do restaurante. Alguns já estavam com celulares preparados para filmar, outros com toda atenção focada em nós. Eles deviam conhecer o homem rico e bem vestido, mas queriam saber o desfecho daquela situação e a razão por estar discutindo publicamente com uma mulher qualquer. Deveriam imaginar que o motivo fosse ciúmes, prestação de contas ou perseguição. Não era nada disso, apenas indignação.

Talvez eu estivesse excedendo os limites, mas eu não sabia até onde eles iam, então decidi ignorar. Seria bom que todos soubessem sobre como o CEO Sebastian Johnson era um babaca rude que pensava somente em si mesmo!

Ele se inclinou em minha direção, percebendo também a atenção que estávamos recebendo.

— Podemos revolver isso em outro lugar?

Lilly prontamente aceitou, mas me recusei e permaneci no mesmo lugar.

— Não! — neguei, cruzando os braços. — Na verdade, eu sinto que todos devem saber a verdade sobre o sr. Sebastian Johnson! Que ele é um patife que trata todos muito mal, principalmente mulheres!

Dei ênfase nas minhas últimas palavras. O rosto dele começou a ficar vermelho ao ouvir meu comentário.

Ele se aproximou mais e segurou meu braço. Senti um leve aperto, mas não forte o suficiente. Ele estava tentando se conter e me conter.

— Senhorita, acho que você deveria tomar muito cuidado com suas palavras!

— E você com as suas! — retruquei, empinando o nariz.

— Já entendi que está aborrecida e sentindo-se injustiçada por sua amiga e minha secretária, mas repito que aqui não é o lugar mais adequado para discutirmos isso! — disse ele, com cautela e o olhar mais leve.

Mordi o lábio inferior e repensei, mas... Não queria sair dali. Mantive os pés fincados no chão e o olhar de ultraje. Entretanto, percebi que ele estava tentando agir racionalmente naquele momento, enquanto eu estava fora de mim. Antes que eu pudesse rever meus pensamentos, alguém surgiu.

— Eu sugiro que afaste suas mãos da senhorita. — Meu corpo inteiro tremeu ao ouvir a voz de Tom Flanagan bem próximo a mim.

Ele apareceu ao meu lado, usando sua típica roupa de trabalho e encarando com rigidez o homem em minha frente. O sr. Johnson encarou o sr. Flanagan e notei um embate acirrado entre os dois.

— E quem é você? — questionou o chefe de Elizabeth.

Tom Flanagan manteve a pose e o olhar traiçoeiro em seu rosto; o olhar de alguém que era mais esperto que qualquer um.

— Sou o chef e dono deste lugar, Tom Flanagan, e não estou gostando do transtorno que o senhor está causando — anunciou ele, dando uma bela cartada, soando de forma direta e autoritária.

Meus olhos ficaram focados no belo rosto do homem ao meu lado, incapaz de acreditar em seu súbito surgimento e na sensação de segurança que tomou conta de meu corpo. Senti que agora eu era capaz de enfrentar Sebastian Johnson de cabeça erguida, sem abalar.

— Senhor Flanagan, não estou causando transtorno nenhum, é está jovem que interrompeu meu almoço com alguns convidados...

— Ela simplesmente chegou aqui gritando, nos tratando rudemente! Acho que o senhor deveria expulsá-la daqui, pois estou me sentindo transtornada e ofendida com essa situação! — exigiu a jovem mulher; dessa vez ela estava de pé.

Observei seu cabelo preto e olhos azuis, além dos lábios grandes — com preenchimento labial, certeza —, sobrancelhas perfeitas, magríssima e vestindo roupas de marcas. Ela era o tipo de socialite riquíssima que frequentava àquele ambiente e andava com homens como Sebastian Johnson. Eu poderia afirmar sem pensar muito que ela deveria ser alguma namorada ou futura noiva dele, pois era assim que os relacionamentos no mundo dos negócios funcionavam, pelo menos nos filmes e livros.

Falando com convicção e a verdade, nunca fui do tipo que odiava mulheres ou as consideravam inimigas por serem mulheres. Sempre fui contra rivalidade feminina. Eu tinha algumas divergências com as pessoas, tanto homens quanto mulheres, mas achava que aquela mulher estava ultrapassando o limite ao dramatizar de tal forma. Eu não tinha agido daquela maneira, tinha?

Eu sabia que sua atitude era apenas para proteger sua imagem e a de Sebastian Johnson, tentando manter a ralé como eu bem distante. Contudo, parecia que o sr. Flanagan não tolerava àquele comportamento e decidiu deixar bem claro que quem mandava ali era ele.

— Compreendo que a senhorita esteja desgostosa com o acontecimento, mas não vejo motivo para essa jovem ter agido assim — explicou ele, mantendo-se no controle e soando formal.

— Mas eu vejo motivo! Ela está fazendo isso para chamar atenção, para manchar a reputação do sr. Johnson! — retrucou a socialite, parecendo ofendida.

O sr. Johnson havia ficado calado, parecendo estar sem palavras, mas depois retomou a consciência.

— Compreendo que o senhor, dono do restaurante, tenha se sentindo insatisfeito p-pela situação e decidiu intervir, mas insisto em discutir esse assunto com a senhorita fora daqui, sem c-causar mais transtornos — propôs o CEO, soando educadamente. Todavia, seu olhar era de um leve aborrecimento e parecia ter gaguejado por estar nervoso. Achei um pouco engraçado, mas permaneci séria. Ele não gostava de ser interrompido, muito menos retrucado.

— Já eu acho que a senhorita não deve mais lhe dirigir a palavra — falou Tom, logo em seguida envolvendo meu pulso esquerdo e me puxando para mais perto. — Sinto muito pelo transtorno, mas peço que se retirem do meu restaurante. E não precisam pagar nada, é por conta da casa, já que não preciso de seu dinheiro e não quero suas presenças aqui novamente. Com licença.

Ao dizer a última frase, Tom Flanagan me retirou dali, levando-me para bem longe de Sebastian Johnson. Não tinha entendido sua atitude, mas ele havia me defendido. Contudo, eu não tinha conseguido dizer tudo que queria para àquele ridículo homem. Também não sabia o que iria acontecer com Elizabeth, temia por ela, mas esperava ter conseguido livrá-la daquela prisão chamada trabalho.

O sr. Flanagan me levou para a cozinha, que atravessamos rapidamente, e abriu a porta dos fundos com brutalidade. Encontrávamos no fundo do prédio, onde tinha um pequeno jardim para descanso dos funcionários. Era um lugar decorado com uma fonte, algumas mesas de madeira com cadeiras, bancos e sombras providas de tendas e uma única árvore. Ali era bonito e eu já havia postado várias fotos do lugar em meu Instagram. Seria um dos meus lugares favoritos, se não fosse por tudo que o sr. Flanagan havia me feito passar.

Ele parou e eu fiz o mesmo. A tenda cobria nossa cabeça, mas ainda sentia a brisa suave batendo em meu rosto e o sol do meio-dia brilhando intenso sobre nossas cabeças. O clima era confuso, como a situação em que estávamos. Olhei-o de relance, hesitando, sem saber o que fazer. Eu deveria agradecer, certo? Ele meio que havia salvado minha vida, impedindo-me de fazer alguma loucura.

— Obriga... — comecei a dizer, mas fui interrompida.

— Melissa, o que pensou que estava fazendo lá dentro?! — vociferou Tom, com o olhar de aborrecimento tomando sua face.

Pensei que ele estivesse ao meu lado, mas agora parecia estar indo contra mim.

— Você invadiu meu restaurante e começou a discutir com um cliente. Qual é o motivo de ter agido tão imprudentemente? — Engoli em seco ao ouvir suas palavras duras. Não respondi, então ele continuou: — Estou desapontado com você, Melissa.

Desapontado? Ele era meu pai, por acaso?

— Eu só estava fazendo o que julguei ser correto... Defendendo minha amiga!

— Defendendo-a de que? — questionou ele, obsoleto. — Não vi ninguém correndo perigo!

— Rá! — Olhei-o cheia de cinismo. — Àquele chefe dela é um babaca! A fez chorar! Eu estava cansada de vê-la daquela maneira, e fui resolver!

— Então você decidiu agir como a salvadora da pátria? Achou que tinha o direito de fazer o que quiser? Simplesmente entrar em meu restaurante, soltar as palavras que quisesse, constranger outras pessoas e a mim, somente para defender sua amiga? Quem você pensa que é, Melissa? — refutou Tom Flanagan, soltando todo um discurso sem me deixar usar uma defesa.

— Não sei, sr. Flanagan, mas creio que sou só alguém que tenta ajudar os outros...

— Ajuda? Você chama aquilo de ajuda? Tenho certeza que a imagem de sua amiga está manchada e que provavelmente ela não conseguirá nunca mais um emprego — retrucou, parecendo convicto.

— Claro que vai! Elizabeth tem muito potencial e é inteligente, com certeza conseguirá um emprego melhor do que esse!

— Acho que você esqueceu de que ela trabalha para um dos maiores empresários do ramo de negócios, e que parece ter bastante poder e influência. — Ele cruzou os braços enquanto falava. — Sua amiga é uma mosquinha em comparação a quem ele é e ao poder que tem!

— Você parece saber bastante sobre ele, pelo visto. Então por que o tratou daquela maneira, expulsando de seu restaurante? — indaguei, com um toque de sarcasmo e as sobrancelhas levantadas. Claramente estava curiosa, mas mantive a expressão neutra.

— Por que considerei àquela atitude a melhor no momento. Não queria mais confusão e por isso pedi a eles para se retirarem do estabelecimento. Mas isso não importa agora...

— Importa sim! Da mesma forma que foi importante para mim agir daquela maneira! Aquele homem não tem razão somente por ter dinheiro! Ele não é dono do mundo! — esbravejei, sentindo a raiva latejando em minhas têmporas.

Percebi que Tom Flanagan perdeu toda paciência e seus olhos brilharam como brasa no fogo.

— Quem não tem razão aqui é você! Você que age como dona do mundo! Que estapeia quem quer, fala o que quer, se intromete onde não deve e quer que tudo gire em torno de si mesma!

Elevei a voz, sentindo a raiva queimando minha garganta e ganhando forma.

— Sinto muito se acabei fazendo você ter essa impressão sobre mim! Sinto muito se o fiz perder seu tempo comigo! Tenho certeza que não sou digna para me dirigir a homens como Sebastian Johnson em seu magnifico restaurante! Só sirvo para lavar as louças sujas e nada mais além disso! — vociferei, sentindo a garganta doer. Estava gritando de verdade, não me importando nem um pouco por quem pudesse estar ouvindo.

— Eu não quis dizer nada disso... — começou Tom, mas dessa vez o interrompi.

— Não, você quis dizer isso sim! E eu tenho pena de mim mesma por ter acreditado em você novamente por um segundo, achando que me respeitaria. Todavia, esqueci que sou ninguém em comparação a sua pessoa! — completei, soltando um suspiro e lançando um olhar de decepção. Eu era isso para ele e, se tinha esperado algo diferente, havia me enganado mais uma vez. Tom Flanagan jamais mudaria, e jamais deixaria de me tratar como a pessoa que eu era e sempre seria. Inferior a ele, por ser tola, ingênua e fracassada.

— Melissa... — tentou ele, segurando meu pulso esquerdo. Puxei com força e o afastei.

— Nunca mais venha atrás de mim e saiba que nunca mais retornarei para esse lugar!

Minhas palavras soaram duras, da forma que eu queria. Gostei de como a mágoa brilhou em seus olhos por um segundo, mas logo foram cobertas por desprezo. Eu sabia que ele estava se protegendo com sua armadura, tentando demonstrar que jamais seria fraco em relação a minha pessoa. Ele não precisava de mim e nunca precisaria.

E como já havia compreendido toda a situação, e estava cansada de me sujeitar a Tom Flanagan, decidi ir embora e ficar longe dele de vez. Fui em direção ao portão de acesso para a rua que havia no pequeno jardim de descanso e saí. Encontrei-me na calçada movimentada, diante de uma rua lotada de carros, no meio de Manhattan. Sentia-me completamente confusa, mais uma vez.

Decidi verificar meu celular para mandar alguma mensagem para Elizabeth, mas ela já havia mandado algo.

Fui para o escritório com o sr. Johnson. Ele quer conversar comigo, e saiba que estou com ele e vou diretamente para casa. Estou com medo, mas, por favor, vá para casa. Logo chegarei e iremos conversar.

Fiquei temerosa pela mensagem de Elizabeth. Ela estava com medo? Medo de quem? De Sebastian Johnson? Ele faria algum mal a ela? Cerrei o punho e considerei em ir diretamente para o prédio da Johnson Enterprise. Contudo, sabia que estava encrencada e poderia me ferrar mais se fosse para àquele lugar.

Decidi ir para a estação de metrô e fazer conforme ela havia pedido. Aguardaria em casa para conversarmos, e se algo acontecesse com ela, sabia que a última pessoa com quem havia estado era Sebastian Johnson.

Andei de um lado para o outro. Já devia ter feito um buraco no chão da sala por ter dado tantas voltas no mesmo lugar. Havia passado uma hora e meia e nenhum sinal de Elizabeth. Esperava que fosse uma breve conversa. Então, por que a demora? Tentei ligar, mandar mensagens, mas sem respostas. Àquilo atiçou meus pensamentos e teorias terríveis sobre o que poderia ter acontecido com ela. Tentei acreditar que a demora se devia ao metrô ter atrasado, a falta de respostas pelo celular ter descarregado à bateria. Tentei acreditar em tudo, menos que algo ruim pudesse ter ocorrido.

Exatamente quinze minutos depois de criar minha vigésima nona teoria sobre sua demora, ouvi a porta de entrada tendo a maçaneta girada e sendo aberta. Corri em direção até lá e vi Elizabeth adentrando. Abracei-a sem pensar e verifiquei todo seu corpo, procurando alguma lesão, machucado, algo que indicasse ter sido agredida. Agradeci ao universo por ela estar fisicamente bem. Entretanto, não poderia dizer o mesmo de seu emocional e psicológico.

Lilly estava abalada. Seu rosto choroso era notável, além da expressão de derrota. Temi em perguntar sobre o que havia acontecido. Levei-a para o sofá da sala para sentar. Corri e peguei um copo com água e entreguei logo em seguida. Ela não bebeu nenhum gole, apenas ficou parada, os olhos fitando o piso de madeira da sala.

Ajoelhei-me diante de minha amiga e fitei seu rosto abatido. Estava completamente sem saber o que fazer e sem saber o motivo de seu silêncio.

— Lilly... — murmurei, chamando-a. — O que houve? Você está bem?

Ela me olhou, parecendo ter recobrado a consciência.

— Eu... Estou... — Ela não continuou, apenas parou e ficou a fitar o copo de água.

Travei ao um pensamento surgir em minha mente. Ele havia feito alguma coisa com ela? Algo não visível? Algo como... Tal palavra não quis surgir em meus pensamentos de tão suja. Ou talvez ele tivesse ameaçado a família dela! Algum familiar importante! Novamente as teorias domaram minha mente, embaralhando meus pensamentos ainda com sanidade.

— Lilly, ele a machucou? — perguntei, temendo pela resposta.

Recebi um gesto de negação com a cabeça.

— Então, me conte o que houve! Para que eu possa ajudá-la! — supliquei, sentindo-me culpada por ter causado aquilo a ela.

— Você não pode me ajudar... Eu... Fui demitida. — Sua resposta me pegou desprevenida. Não era isso que ela queria? Ela não vivia reclamando daquele trabalho e de seu chefe o tempo inteiro? Deveria estar glorificando por nunca mais precisar pisar naquele prédio novamente e ver aquele sujeito.

— Mas isso não é bom? Você nunca mais vai precisar passar por àquelas humilhações!

Novamente ela negou em resposta.

— Não... Eu nunca mais vou conseguir um emprego.

Gelei, não conseguindo entender direito o que havia dito.

— Como assim?

Ela finalmente ergueu os olhos e me fitou.

— Eu nunca mais vou ser admita em algum lugar, ele não vai deixar que isso ocorra — respondeu ela, a voz monótona e cansada.

Finalmente compreendi a situação e sabia que era minha culpa. Minha culpa por ter intrometido de maneira imprópria. Sebastian Johnson tinha muito poder, capaz de fazer Elizabeth jamais conseguir um trabalho novamente e se afundar em lama e fracasso. Tom Flanagan estava correto. Àquele homem tinha muita influência; tanta a ponto de destruir a vida de alguém sem levantar sequer um dedo.

Tentei não pensar naquilo e decidi tentar fazer o mesmo com Elizabeth. Determinei que iria fazer qualquer coisa para fazê-la pensar em outra totalmente diferente. A fiz levantar e tomar um banho, para pensar em outra coisa. Quando passei meus braços em volta de seus ombros, murmurei baixinho uma promessa. Algo que era minha obrigação fazer, já que eu carregava a culpa pelo acontecimento.

— Não se preocupe, eu vou resolver tudo.


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