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🌼 Kailany 🌼


             Assim que desço as escadas, vejo os corpos estirados pelo chão. Próximo ao centro da sala está Silvia e meu pai. De mãos dadas, imóveis. Corro na direção deles e me ajoelho, maldizendo a vida.

             Meu querido pai está ao lado direito.

             Arranco a tolha de meu ombro e o tapo.

             — Vai ficar tudo bem, pai. Você vai ficar bem — afirmo o abraçando. Então sinto um líquido encharcando meu rosto. Não são minhas lágrimas, mas algo quente e espesso.

             É sangue.

             Sangue do meu querido e amado pai.

             — Vamos, temos que te levar para a delegacia. — A policial diz, segurando meus ombros.

             — Eles realmente estão mortos? — pergunto em um fio de voz.

             A policial abaixa a cabeça e assente.

             Meu coração se despedaça.

***

             Se alguém me perguntasse se eu já imaginei viver esse momento, provavelmente diria que não. Estar com um vestido preto, com um coque apertado e com os olhos contornados por um roxo intenso nunca fez parte dos meus planos.

             Para ser sincera, eu sempre desejei o contrário. Que eu partisse primeiro que meu pai. Talvez seja um desejo egoísta, mas eu realmente queria que fosse assim.

             Dane-se se o ciclo da vida não for assim. Mas velar um ente querido, não estava em meus planos. Não mesmo.

             Ambos os caixões estão no centro da grande sala quadrada de paredes brancas. Alguns bancos estão dispostos pelos cantos. Há coroas de flores próximas aos caixões. Eu e Dona Isadora — mãe de Silvia — estamos sentadas em banquetas, a cerca de um metro dos corpos.

             A mulher, com seus 53 anos está inconsolável. Eu, por outro lado, já chorei tanto que não há mais lágrimas no estoque. E como eu não consegui tomar nem sequer água, já estou sem forças.

             Pessoas se aproximam desejando os pêsames e eu — em um gesto automático — me levanto estendendo minha mão direita. Faço isso repetidas vezes.

             Meu pai sempre foi muito bom com todos. Sempre muito generoso e altruísta, por isso, o local está abarrotado de gente. Algumas eu sei que só vieram por obrigação, mas a grande maioria veio realmente devido a perda ter sido imensa.

             Minha relação com meu pai pode ser descrita como a melhor do mundo. Ajudamos-nos em tudo. Somos parceiros. Ao ter problemas eu sempre recorria a ele primeiro. Ele é meu melhor amigo. Meu super-herói. Meu modelo de vida.

             Mesmo que eu tenha que seguir minha vida, não sei como vai ser daqui para frente.

             — Eu sinto muito.

             Ao ouvir a voz de Henrique Castro, um amigo do colégio, desperto para a realidade.

             — Obrigada por ter vindo. — Sou sincera. Henrique é um garoto legal. Sempre foi muito educado comigo.

             Os pais dele são amigos de meu pai.

             — Acho que já está na hora do enterro... — ele diz sem jeito.

             Assentindo, respiro fundo e me preparo para o processo do último adeus. Dona Isadora faz o mesmo.

             Silvia era filha única, então a perda dela será tão grande para essa pobre mulher, quanto a de meu pai será para mim.

             Henrique permanece ao meu lado. Quando os caixões estão sendo colocados nos túmulos, percebo que há uma mão entrelaçada com a minha. É Henrique.

             Olho para ele em agradecimento.

             Aproximo-me do túmulo e jogo um girassol. A flor preferida do senhor Rafael.

             — Adeus papai.

             Uma lágrima isolada rola por minha bochecha esquerda, até chegar ao queixo e pingar ao chão.

***

             — O que isso quer dizer? — Me levanto e começo a andar de um lado para o outro.

             — A sua herança deve permanecer bloqueada até você completar 18 anos e você terá que ir morar com sua mãe, no Espírito Santo. — O advogado de meu pai, Marcos Osório, diz analisando uns papeis.

             Ele é um homem de aproximadamente 40 anos. É muito bonito. O terno cinza e a gravata preta lhe deixam muito charmoso.

             — EU NÃO TENHO MÃE! — Esbravejo. — Ela nunca quis saber de mim. Então não vai me querer agora.

             — A Senhorita está enganada. Ela entrou com um processo de custódia quando você tinha cinco anos. Mas seu pai conseguiu ganhar a sua guarda integral.

             — O quê? — Sinto minhas pernas bambas. — Por que meu pai...? — me recomponho. — Não. De qualquer forma ela poderia me enviar mensagens, fazer ligações. Qualquer coisa.

             — Kailany, você deve saber que sua mãe não possui uma condição financeira tão estável quanto o seu pai. Ela trabalha como doméstica em uma fazenda, no interior do Espírito Santo.

             — Eu não me importo se ela é pobre ou rica. Eu só queria que ela fosse uma mãe presente. Não dar presentes. — Me sento emburrada.

             Não se passaram nem três dias desde a morte de Silvia e meu pai. Eu ainda não consegui ir até minha casa. Só troquei de roupa porque deixei algumas peças na casa de Dona Isadora, no último jantar em família. E o Senhor Marcos me telefona para me notificar sobre essa bomba.

             Sinto meu estômago revirar.

             É muita coisa para processar. Mal tenho comido.

             — E quando terei que me mudar? — Pergunto por fim.

             — Eu entrei em contato com sua mãe e ela disse para você ir o quanto antes. Eu sugiro que leve apenas o indispensável. Pelo que sua mãe disse a casa em que ela mora é pequena, portanto não adianta levar muita coisa. — Ele me entrega uns papeis. — Como pode perceber, até completar 18 anos será depositado o valor da pensão em sua conta. Use esse dinheiro para suprir suas necessidades enquanto estiver morando lá. Seu estilo de vida vai ser diferente. Você vai ter que se adaptar.

             — Tudo bem. Obrigada Senhor Marcos. — Estendo minha mão direita e o comprimento.

             — Não há de que. Eu espero que você não deixe se abater pelo o que houve. Seu pai sempre trabalhou muito para que você fosse feliz.

             — Eu sei. — Solto um longo suspiro. — Eu vou dar o melhor de mim para ser forte.

             Quando chego à calçada, sinto os raios solares atingirem meu rosto. Por ser dezembro o calor está em seu auge. Miro o sol e tenho minha visão embaçada. Inspiro uma última vez antes de ir na direção da minha casa.

             Ao chegar em frente ao longo portão de metal tenho um flashback da noite do assalto, o que faz com que eu dê dois passos para trás, me fazendo se desequilibrar. Antes que eu caia, duas mãos me amparam. Ao olhar assustada, vejo Henrique.

             — Não precisa fazer isso sozinha. — Ele enlaça a mão dele na minha.

             E assim entramos na casa.

             Deparamos-nos com um silêncio ensurdecedor. 

Olá pessoinha linda.
Estou postando este capítulo antes de ir para a 'roça', pois ficarei sem Wi-Fi e portanto só poderei atualizar a obra quando eu voltar.

Desejo um feliz e próspero ano novo a todos.

Beijos de Luz!

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