Olha eu aqui 🫣😀

LUIZA WARD

                    Dias Atuais

O seu sorriso era tão lindo, como sinto a sua falta, a Helena largou a chupeta, deu um trabalho, mas a Cíntia comprou a nossa filha, que se ela largasse a chupeta iria comprar a boneca que ela queria de presente.

Agora a Helena cobra ela toda vez que a vê. É até engraçado ver a cara da minha irmã quando é cobrada por uma criança de apenas três anos.

— Quero os relatórios de estatísticas na minha mesa em uma hora Luíza! — saio dos meus pensamentos pela a minha supervisora jogando varias pastas na minha mesa.

— Sim senhora. — respondo rapidamente, tentando arrumar a bagunça que ela deixou e virou a costas.

Observo minha colega de trabalho ao meu lado fazendo caretas para a cobra. Digo a Diana nossa supervisora. — não contenho e solto uma risada baixa.

Trabalho em uma empresa de finanças e economia. Onde algumas empresas fecham com nós para consultar e assessoria para a carreira financeira.

Meu celular apita em cima da mesa, pego ele rapidamente pensando ser alguma mensagem da creche da Helena. Mas me deparo com a mensagem de Cíntia, me lembrando para não esquecer do aniversário surpresa do seu namorado.

Respondo que eu não esqueci, sendo que já não me lembrava. Os meus dias são corridos e pouco tempo eu tenho para ficar em casa, resta apenas a noite e final de semana para eu ficar com a minha pequena.

Depois que Helena nasceu, a empresa onde James trabalhava teve que pagar uma indenização. A causa do acidente ainda está sendo investigada.

Eu só quero que descubram o que aconteceu, porque meu marido perdeu a vida talvez por ganância de outros. Só quero que quem fez isso pague por tirar uma vida.

...

Estaciono o carro em frente a creche da minha filha, saio dele trancando e atravesso a  rua rápido. No portão cumprimentei o senhor sorridente que trabalha como porteiro.

— Boa tarde, senhorita Ward. — ele sorri e retribuo o gesto.

— Boa tarde senhor Martinez. — caminho para dentro e logo chego no pátio onde a visto uma cabeleira com cachos dourados.

Helena está com a sua pequena mochila na mão esquerda, enquanto a direita segura o seu ursinho que ela tem desde bebê, que ganhou dos meus pais. Ela me vê e abre um sorriso e corre até onde estou.

— Mamãe! — grita, me abraçando assim que eu me ajoelho no chão.

— Minha pequena. — beijei seu cabelo, sentindo o seu cheiro.

Ela me olha, os seus olhos verdes da mesma cor de James, mas sabemos que não é dele e nem esses cabelos loiros. Uma tristeza ele não poder conhecer essa perfeição que é a nossa filha.

— Ficou triste mamãe? — pergunta, me olhando chateada.

— Não, minha linda, perto de você eu não tenho tristeza. — aperto suas bochechas, ela sorri.

Andamos de mãos dadas até o outro lado onde está o carro, abro a porta de trás colocando Helena em sua cadeirinha, a sua mochila ao seu lado, e colocando seu ursinho em suas mãos. Entro no meu lugar na frente, dando saída com o carro.

—  Hoje é o aniversário do tio Alex. Eu prometi para a tia Cici que eu não iria falar para ele que era o aniversário dele. — minha filha fala toda feliz pelo segredo guardado. Dou risada pelo seu jeito de falar.

— É isso ai filha, é segredo. Talvez ele não queira mesmo saber que hoje está ficando velho.

— O tio Alex, disse que iria me levar para tomar sorvete. — lembra. Tenho dó dele porque ela vai cobrar.

— Sim pequena, quando ele puder ele te leva.

— O tio não é igual a tia Cici que me prometeu a boneca e não me deu, ele cumpre o que fala. — coitada da minha irmã.

Helena se distrai com a paisagem até chegarmos na nossa casa. Ganhamos essa casa logo após a morte de James, o meu advogado alegou que como mulher do James não podia ficar no prejuízo, ainda mais grávida. O juiz concordou e entrou em acordo com o advogado da empresa para comprarem uma casa para mim.

Eu nasci e cresci em San Diego, meu pai é americano, a minha mãe brasileira do estado de São Paulo. Hoje em dia eles moram no Brasil, mas precisamente em Belo Horizonte.

Um americano que se encantou pela estudante de Relações Internacionais que veio estudar aqui em San Diego. Namoraram e minha mãe engravidou de Cíntia depois de quatro anos eles tiveram eu.

Já eu conheci o James através da minha irmã, ele era primo do Alex. Começamos a namorar, eu estava com dezenove anos e ele vinte e dois, depois de três anos resolvemos casar. Já tinha terminado minha faculdade de Economia.

Com dois de casados decidimos ter um bebê, mas eu nunca engravidava, achava que era eu o problema, mas os exames provou que não era comigo, James resolveu fazer os exames e comprovou que ele era infértil.

O sonho dele era ser pai e ele não se importava se ele fosse o pai biológico ou não. Ele me convenceu a fazer uma inseminação artificial. E na primeira eu engravidei.

E com um mês de gestação tudo aconteceu, perdi o meu marido e o pai da minha filha. O homem que eu amava.

Coloco Helena no chão assim que eu abro a porta de casa. Ela sai andando com o seu ursinho nos braços para o seu quarto, vou atrás dela deixando sua mochila em cima da cama.

Tenho que dar um banho nela, alimentar ela e depois eu tenho que me arrumar para ir no aniversário do meu cunhado.

— Vamos tomar um banho filha para ir no aniversário do seu tio? — falo, escolhendo uma roupa para ela.

—  Festa! — comemora feliz, já correndo para o banheiro.

— Espera apressadinha. — vou atrás dela.

...

— Demoraram para chegarem, achei que tinha desistido. — Cíntia, abre a porta já falando e pegando a minha filha no colo.

— Quando você for mãe vai entender. — acompanho ela que anda com Helena nos braços, para perto da mesa repleta de comida.

— Por enquanto eu vou paparicando a minha anjinha. — fala, dando na mão de Helena um cupcake, que aceita já abocanhando e se sujando toda.

— Cadê o aniversariante? — pergunto pelo meu cunhado, já que eu não vi ele em nenhum lugar da casa.

— Ele descobriu sobre a festa surpresa. E um amigo dele, está vindo do Tennessee e ele queria festejar o aniversário junto desse amigo, foi buscar ele já que não se veem a muito tempo.

— Como ele descobriu? — pego um donuts mordendo, que delícia, estou só com o meu almoço no estômago.

— A mãe dele. Ela sempre dá com a língua nos dentes. — diz revoltada. — Aquela mulher sempre estraga as coisas que planejo.

A sogra da minha irmã não gosta dela. E eu entendo, porque a mãe de James também não gosta da minha pessoa. Ela rejeita Helena e nega ser neta dela.

Ela nunca se quer veio ver minha filha, ou perguntou por ela, nunca se preocupou em saber desde que descobriu que eu engravidei através de uma inseminação, ela diz que não aceita uma criança como neta sendo filha de outro homem a não ser do seu filho. E por esse motivo proibiu de ter o sobrenome do filho na certidão da minha filha. Helena consta registrada apenas com o meu sobrenome

Eu não me importo com o que ela pensa, minha filha não precisa dela. Ela tem pessoas que amam. Tem uma avó e avô que amam mais que tudo.

— Cadê a princesa do tio? — Alex entra gritando, pegando minha filha do braço de Cíntia.

— Que demora. — Cíntia reclama.

— O fazendeiro ali, estava tomando um banho para tirar o mal cheiro dele por ficar em cima de um cavalo 24 horas por dia. — Alex aponta para a porta, rindo.

No momento que eu percebi que havia um homem alto parado na sala da casa da minha irmã, olhando para o meu cunhado com um olhar mortal.

— Amor, esse é o Thomas, o sueco fazendeiro. — apresenta o homem para minha irmã.

— Prazer em conhecer, sou a Cíntia. — ela cumprimenta toda simpática.

— Essa pessoinha pequena fofa aqui no meu braço é a Helena. — Alex aperta a bochecha da minha filha.

— Olá Helena. Você é muito linda. — aproxima dela, fazendo um carinho em seus cabelos.

— Obrigada. — agradece toda sem jeito.

— De nada, mas você já deve saber né? — ela nega com a cabeça. — Porque todos devem dizer isso. — ele sorri para ela.

— Alguns? — responde em dúvida. — A minha mãe sempre fala que eu sou a luz da vida dela. — aponta para mim.

A atenção do homem que estava em minha filha, agora está em mim. Fico sem graça, pelo jeito que ele me olha.

— Essa é Luíza, a mãe dessa princesa aqui. — meu cunhado me apresenta.

— Prazer Thomas. — ele estica sua mão, por um momento eu parei e fiquei olhando para ele, mas sou acordada pela minha irmã que me cutuca.

— Luíza. — apertei sua mão que esperava pela minha.

Ele aperta minha mão delicadamente, os seus olhos estão nos meus. E por um momento eu acho que irei sair correndo, que isso é errado,  que estou ofendendo a imagem do James ao encarar  Thomas desse jeito.

 E a nossa Luíza conheceu o suéco fazendeiro.
Vamos esperar para ver o que vai desenrolar.
Bjsss até a próxima 😘😘😘🫣