Capítulo 1
Levemente fria com olhos azuis, cabelos ruivos e compridos, sua pele branca e suave,
1,70m.
Adeline Russuel, foi, na época em que eu ainda tinha vida, tudo o que eu desejei e
pouco mereci. Adeline era tímida, não falava muito e escondia por trás de sorrisos sua
vida. Eu a conheci na escola, na época do ensino médio, ficava todos os dias lhe
observando, no refectório, no campo de futebol, na turma, em toda escola...
Frequentamos juntos a escola por dois anos e mal consegui falar com ela, ou tive
contato direito. Porquê? Eu não entendia, não tive coragem de falar e nem se
aproximar dela, porque estava rodeada de riquinhos mimados que sempre se acham
os tais. Até um dia eu tropeçar e cair a sua frente, foi difícil e constrangedor pra mim,
naquela hora eu nem consegui me levantar porque todos riam de mim, mas quando eu
levantei o rosto eu vi ela, frente a mim, séria e estendendo as mãos para me ajudar a
levantar, enquanto seus amigos reivindicavam de estar tirando graça naquilo. Eu fiquei
realmente chocado quanto a sua reação, séria, e pela primeira vez ela parecia estar
sendo ela mesma e não refletindo os seus amigos. A aqueles dizeres ela respondeu
que nada do se estava acontecendo tinha graça e que estavam sendo idiotas pensando
que era engraçado. Éh... Eu realmente também fiquei chocado. Mas foi naquele dia
que vi que tinha humanidade nela, para além, algo mais chamou minha atenção, e até
hoje não sei dizer o quê.
Eu e Adeline começamos ficar íntimos, conversávamos quase todo o tempo,
estávamos quase sempre juntos, Adeline, era uma ótima companhia, sabia conversar,
fazia piadas e ela tinha o melhor sorriso do mundo, Adeline, era tudo o que eu mais
desejava, eu quase não me continha ao seu lado, quase dizia que gostava dela, mas me
faltava coragem pra isso, e bem no fundo, eu sei que ela sabia que eu gostava dela,
mas eu não disse, o medo de ser rejeitado por fazer parte de uma camada social mais
baixa que dela, me fazia pensar que me rejeitaria, ou que seus pais não aprovariam, e
eu não queria estragar o que a gente tinha. Em dois meses ela se tornou minha melhor
amiga, ela sabia praticamente tudo sobre mim e eu sobre ela, mas ela não falava muito
sobre sua vida, parece que guardava algo só pra ela mesma, então eu fiquei sabendo
quem ela era devido a comentários das pessoas, porque ela não falava, até parecia que
queria sofrer sozinha, sempre nos finais dos dias, quando a gente teria que se despedir
e cada um seguir seus caminhos, eu via que ela estava saindo da luz, do quente e
confortável, do aconchegante lar, e se dirigia a um lugar sombrio, triste e muito
doloroso.
Até um dia, eu decidir levar ela até casa, naquele dia, eu estava planejando lhe contar
os meus sentimentos por ela, mas ela negou que eu a levasse até casa, e sem
explicação, lágrimas escorriam de seu rosto, eu fiquei aflito porque pensei ter
despertado algo, uma memória, mas para além de estar lagrimando, estava sorrindo
também. Aquele sorriso, é aquele sorriso que eu não entendia. Porquê estava
chorando e rindo ao mesmo tempo?
9
Adeline parecia solitária, e naquele dia disse a mim que me considerava seu melhor
amigo, e que talvez um dia a gente se casasse, eu estava chocado, era o que realmente
eu queria, mas porquê diria naquela situação, lacrimejando frente ao rio de águas
limpas olhando para o seu azul e sorrindo? Eu realmente não entendi, mas depois de
ter dito, saiu correndo, como se estivesse tentado impedir que revelasse algo.
Depois de reflexões, eu conclui que Adeline era louca, ela não era uma pessoa normal,
e eu não queria ser contaminado por sua loucura, por isso no dia seguinte, no mesmo
local, onde sempre nos separáramos, eu fiquei frente a ela e disse que precisava
declarar algo, ela olhou pra mim e sorriu inocentemente, aproximou-se de mim e
levemente beijou-me, foi aquele meu primeiro beijo e seu também. Mas eu tive que
dizer mesmo assim, que eu não queria mais nada com ela, que achava era louca e que
não podia ficar com pessoas assim, naquele momento eu não percebi, mas também
não tirei os olhos dela, e pra concluir minha tese, ela olhou para mim e sorriu de novo
inocentemente, dizendo que entendia meus motivos, e que já não teria mais motivos
de voltar aos velhos amigos, mas ela parecia não estar se importando com o que
estava se passando. Aquele sorriso, eu não entendia.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro