Capítulo 5
= Layla =
Assim que entrei no Bar, soube que havia alguma coisa errada. Conseguia ouvir Camila a chamar-me mas decidi ignorá-la e pus-me à escuta. Foi aí que ouvi.
Tic
Tac
Tic
Tac
Uma bomba-relógio. Ao princípio, julguei estar a sonhar mas aquele som era demasiado alto para pertencer aos relógios de pulso que alguns alunos usavam ou ao grande relógio pendurado numa das paredes do Bar, perto do balcão. Havia também um certo estranho odor no ar, além do cheiro a magia que não tinha nada a ver com Camila.
- Camila, ajuda-me a tirar toda a gente daqui.- ela olhou para mim, sem perceber- Agora!
Sem perguntar nada, a feiticeira obedeceu-me, começando aos gritos com os alunos. Á medida que abandonavam o local, o tic-tac do que eu suspeitava ser uma bomba aumentava. Da porta ouvi Roxanne, a sua amiga ruiva e o moreno Alex começarem também eles a ajudar-me. Como lobisomens, também têm uma audição apurada. Apesar da situação, senti um alívio imenso ao constatar que não era a única a ouvir o barulho.
Poucos momentos antes da explosão, olhei em volta para ver quantas pessoas ainda se encontravam dentro do Bar. Roxanne, a ruiva, Alex, Camila e... Arregalei os olhos ao ver o humano dos olhos verdes que andava na minha turma e que me fitava com um ar preocupado. Estavam todos juntos e pareciam estar a discutir.
O tic-tac parou.
- BAIXEM-SE!
Sem pensar duas vezes, atirei-me ao humano e deitei-o ao chão, protegendo-o da explosão. O medo tomava conta de mim é tudo o que eu consegui fazer para não me mexer foi fechar os olhos e ouvir o batimento cardíaco do rapaz.
Quando terminou, eu não me conseguia mexer. O rapaz parecia dizer alguma coisa mas uma dor intensa proveniente das minhas costas impedia-me de pensar no que quer que fosse. Sabendo que tinha que me levantar, cerrei os dentes e pus-me de pé. Quando consegui estabilizar o corpo, lancei um grito de dor tão grande que cambaleei para trás. Uma mão forte agarrou-me o braço e impediu-me de cair. Olhei para cima, para aqueles olhos verdes profundos e preparava-me para lhe agradecer quando ouvi o grito desesperado de Roxanne:
- ALEX!
Foi aí que reparei nos lobisomens e em Camila. Esta última tinha a cara ensanguentada mas não parecia estar gravemente ferida. Roxanne e a ruiva também pareciam estar bem mas Alex não; o lobisomem estava deitado de barriga para cima, completamente imóvel e com um corte gigantesco no braço esquerdo e um em cada pulso. O cheiro a sangue impregnava o ar, o sangue de todos eles, embora só um me chamasse: o do rapaz que me segurava.
Manchas escuras obstruíam-me a visão. A única coisa que me impedia de perder os sentidos era a dor que eu sentia nas costas. Devagar, levei a mão ao ombro, sentindo algo picar-me o dedo.
- Layla...- chamou-me o rapaz- As tuas costas... Os vidros explodiram.- explicou-me ele, com a voz embargada- As tuas costas estão todas cortadas e cheias de cacos.... Meu Deus...- murmurou ele, abraçando-me para que eu não caísse para trás.
Não aguentei mais. O sangue, a dor, o choro de Roxanne...
Fechei os olhos e perdi os sentidos por completo.
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