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     (1642 palavras)

— E quem teria utilizado as informações da Voy 3, há mais de 6 mil anos, capitã? — perguntou Vega, dirigindo-se a seu amor secreto e pensando: "Já que estamos imersos nesse mundo de gregos, Apolos e filósofos, nada melhor do que um desejo banhado a Platão".

Platão ia mais longe: buscava discutir o amor verdadeiro, encarando-o como uma forma de elevação espiritual, direcionado ao belo e ao abstrato (e não ao físico). Valia mais, portanto, a beleza interior: um amor puro e desinteressado, sem desejos ardentes, voltado para nobres sentimentos, como admiração, respeito e amizade. Tudo isso, Vega nutria, mas para ela o amor não correspondido, guardado a sete chaves, platônico, por assim dizer, era uma forma de proteção. Tinha medo do não!, avassalador de corações.

Joyce Foz considerou:

— Sim, esse seria um grande entrave em minha teoria.

— E que tal "universos paralelos"?

— Universos paralelos, Vega?

— Exato! — A pilota sentia-se agora o próprio Sr. Atticus (autoconvidou-se para a reunião, uma vez que os reparos nos propulsores estavam equacionados e indo de 'vento em popa', segundo ela própria). — De acordo com a Física Quântica, uma mesma partícula pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. A cada universo, um universo correspondente em paralelo, igual ou bem semelhante.

Atticus torceu o nariz:

— Não acredito. O que acha, Gerbius?

— Sr. Atticus, até hoje pela manhã eu só conhecia o paradoxo dos gêmeos, algo já comprovado por nossa ciência...

— Tal qual pela nossa — lembrou Foz.

— Pois então, e somente agora há pouco fui apresentado aos 'buracos de minhoca', e mal compreendendo os mesmos, os amigos vem falar em universos paralelos? Somente sendo uma Inteli, para não fundir os miolos...

— Imagine até conhecer o paradoxo do avô — emendou Vega.

A capitã, no fundo, adorava as intromissões da pilota, mas tinha que manter a postura de comando:

— Menos, Vega

Gerbius sorriu:

— Paradoxo do avô? Antes eu precisaria saber o que é uma minhoca...

Era uma pergunta sincera e Inteli entrou no meio:

'— Minhoca: animal invertebrado do reino Animalia; Filo, Annelida; classe, Clitellata. São animais cilíndricos, alongados...'

— Agora não, Inteli.

'— Tem certeza, capitã?'

— Tenho! E por gentileza, não nos interrompa mais sem ser requisitada!

'— Peço desculpas, capitã Foz...' — E seu tom era de quem se sentira magoada, o que chegava a ser algo inimaginável em nosso mundo, um computador com sentimentos.

— Prossiga, Sr. Gerbius...

— Obrigado, capitã. Então, são ideias novas para mim. O Sr. Atticus talvez possa explanar melhor...

E Gerbius lembrava-se bem, há poucos instantes Atticus torcera o nariz para a ideia dos universos paralelos. O biofísico disse:

— Sinceramente, não acredito. As teorias envolvendo múltiplos universos, o chamado multiverso, estão mais para ficção científica, do que qualquer outra coisa. Naturalmente que a possibilidade de existência de universos paralelos, autocontidos e diferindo uns dos outros, é até bem plausível, mas daí a dizer que essa é a explicação para o que estamos verificando aqui, já seria demais. Seria pseudo-ciência, senhores. Devo ainda lembrar que estamos, notadamente, no mesmo universo, uma vez que as referências astronômicas são as mesmas: nosso sistema solar e o sistema Alpha Centauri. A ponte de Einstein-Rousen, portanto, apenas nos fez ir de um ponto a outro mais rápido do que a luz, nada mais do que isso.

— Se bem me lembro — disse Vega — , você também estava bem cético quanto ao buraco de minhoca, até chegarmos e atravessarmos um.

— Correção, Vega, estava cético quanto a ele ser estável, não quanto à sua existência.

Entrei também na conversa:

— Ser cético não é de todo um mal, desde que se esteja aberto a pensar e quem sabe, admitir mudar de ideia. O ruim é fechar-se completamente para as possibilidades, como eu fiz, em relação à existência de seres extramundanos. Hoje pela manhã eu poderia jurar que não existiam alienígenas, baseado numa crença férrea e agora estou diante de vários deles, quem diria?

— Mas no teu caso foi preciso ver para crer, não é? — cutucou-me Gerbius —, quando você mesmo disse que no caso de Deus é preciso crer sem ver, lembra-se?

Devolvi:

— No caso de Deus, sim, mas me utilizando de palavras que você mesmo usaria, alienígenas não se tratava de crença, e sim de probabilidade.

— Está certo! Mas ainda poderá alegar que tudo isso não passa de um sonho, Gautius — sugeriu ele.

— E você acha que já não pensei nisso? No entanto, depois de tudo que já vivenciei até aqui, espero que seja mesmo real. São nessas horas que não vale a pena desejar o pior, somente pelo ego. Sim, porque eu já posso afirmar: tudo isso existir é algo de muito bom, muito bom mesmo. Negar por vaidade, seria péssimo.

Uma lágrima correu pela bochecha morena de Vega:

— Lindas palavras, Sr. Gautius. O senhor é um homem... um ser... um humano... Ah, sei lá o que o senhor é...

— Um extraterrestre, que tal? — sugeri.

— Sim!, isso sem dúvida, mas o que quero dizer... O senhor é uma pessoa... muito humilde...

— Nem sempre tão humilde, Vega — admiti, lançando a Gerbius um sorriso irônico. — Mas sobre a outra questão, sou homem, decerto que sim.

Impressionavam-me ainda os belos e delicados traços dos seres que eles chamavam "mulheres", tanto de Lina, quanto Foz e agora Vega. Meus pensamentos foram quebrados por um quase safanão de Gerbius:

— Gautius, meu amigo, o tempo passa e o sol se põe. Precisamos ir. Podemos continuar amanhã, capitã?

Foz admirou-se:

— Algum compromisso inadiável?

Gerbius era um homem sincero e que não via maldade em ninguém. Abriria a seguir uma particularidade nossa que, numa guerra, poderia resultar fatal. A vantagem que viríamos a conhecer depois, sobre as fraquezas deles, bastando jogá-los ao sol a pino e escaldante, sem seus trajes especiais, que logo morreriam, seria equilibrada agora...

— Nossa constituição física necessita de um sono reparador, todas a noites — Gerbius iniciou.

— Nós também dormimos — elucidou Foz.

— Mas não é exatamente isso...

Olhei para ele, tencionando que não contasse mais nada, mas Gerbius era decidido. Estava disposto a jogar limpo, diferentemente dos terrestres, os quais se protegiam por vezes atrás de um bom blefe, como tomaria conhecimento depois.

— Sem a irradiação solar, do Sol que chamam de Alpha "A", nós simplesmente apagamos. E precisamos nos recolher em cápsulas de radiação, para nos mantermos minimamente energizados.

— Quando dormimos, também 'apagamos'...

— Vega! — A capitã não pretendia expor ainda mais fraquezas. Tentou consertar: — Nós dormimos, e não 'apagamos', quero dizer, não ficamos anestesiados. Qualquer coisa nos desperta. Mas me diga: apagam como?

A tática estava clara, defender-se, mas ainda fazendo meu amigo entregar o cobre ao bandido. Ele respondeu, inocentemente:

— É como se fôssemos desligados. Praticamente hibernamos nesse curto período. Só despertamos quando a radiação solar de Alpha "A" se inicia em novo ciclo e para tanto, nossos aposentos de dormir são todos em vidro, a fim de recebermos a luz logo pela manhã.

— E se os dias ficarem nublados?

— Ciclos nublados, Vega? — espantou-se Gerbius. — Se bem compreendo a tradução da Inteli, raramente há isso em Ares, mas não é a todo momento que precisamos nos expor, são banhos diários espaçados, pelo menos três, com duração de... falando em seus minutos, uns vinte cada um.

— Aqui não chove?

— Chuva?

— Precipitações pluviométricas?

— Piorou.

E Vega logo lembrou que Atticus havia dito não haver água em Exo-4 (a menos que houvesse chuva de outro tipo). O biofísico aproveitou para perguntar:

— E existe vida orgânica em forma de vegetais, no planeta?

Gerbius desconhecia a palavra, tanto que em outro momento estranhara a expressão "organismos vivos". Assim, não teve dúvidas (apegara-se logo ao novo 'brinquedo'):

— Inteli, por gentileza, defina vida orgânica. — Mas já pensando conhecer a máquina, completou: — De forma bem sucinta.

'— Como queira: vida orgânica é aquela composta por moléculas orgânicas, formadas de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Essas moléculas são capazes de se auto-organizar e de realizar processos biológicos complexos, como metabolismo, crescimento e reprodução, o que as diferencia das moléculas inorgânicas.'

Gerbius ficou pensativo. Ela prosseguiu:

'— Espera que eu defina seres orgânicos e inorgânicos, Gerbius?'

— Por favor...

'— Seres orgânicos: constituídos de moléculas orgânicas, capazes de processos biológicos complexos essenciais à vida, tais como respiração, nutrição, crescimento e reprodução. São todos os seres ditos 'animados' ou 'vivos', quais sejam, os homens, os animais e as plantas;

"'Seres inorgânicos: constituídos de moléculas inorgânicas, não capazes de processos biológicos próprios à vida. São todos os seres ditos 'inanimados' ou 'não vivos', como as rochas, os minerais... as cadeiras, a mesa, a espaçonave, etc.'"

— E os androides, Inteli, encaixam-se onde? — questionou Foz.

'— Como sempre perspicaz, capitã! Vamos lá, vamos ver como me saio...'

"'Androides: seres que não se encaixam na definição tradicional binária, definida pelas classes orgânica e inorgânica. Não são inanimados, mas sua constituição é inorgânica. Não realizam processos biológicos, mas são capazes de simular pensamentos, mostrando que pensar não é exclusividade da vida orgânica. São, enfim, organismos vivos, mas não no sentido clássico. Seriam uma espécie de classe intermediária, uma vez possuírem características de ambas as classes. Dividem-se em subclasses: os robôs, os humanoides e os androides. Em especial as duas últimas são capazes de ações complexas, como pensar, aprender e se comunicar, mas não possuem processos biológicos orgânicos e nem se reproduzem.'"

"'Eu os definiria como seres biotecnoides¹...'"

Atticus surpreendeu-se:

— Biotecnoides?

'— Exatamente, Atticus. Isso porque neles há a imitação da vida biológica, a partir da tecnologia robótica.'

A definição fora perfeita. Inteli concluiu:

'— Tal qual Gerbius e Gautius.'

Vega deu um pulo na cadeira:

— Santo Deus!

Até Atticus saíra de sua habitual sisudez:

— O quê? Androides? Esse tempo todo?

E haveria algum tempo para não ter sido?, perguntei-me, muito embora a palavra androide não fosse de meu conhecimento. Teria a ver com homem²? Seríamos, então, uma classe intermediária, na classificação terrestre? E eles, seriam o quê, se resolvêssemos classificá-los?

Inteli nos devia sérias explicações.

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¹Nota do autor: Em intenso diálogo com uma inteligência artificial, ela própria criou a palavra "biotecnoide", um neologismo para definir a espécie à qual pertenceriam os androides.

²Homem: em grego transliterado, "andrós" (ανδρός).

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