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Uma dor em comum

Após terem operado Emanuel, os médicos disseram que o menino havia entrado em um estado de coma e que o estado dele era delicado, de imediato Eladio pediu para que o filho fosse levado pra um quarto UTI dizendo que bancaria todos os gastos médicos do pequeno, então assim o fizeram.

Alba: Ele ainda é tão pequeno e já está sofrendo tanto assim, tudo por culpa minha.

Eladio: Nossos desentendimentos nos separaram e agora quem está pagando por isso é o nosso filho que é um inocente.

Alba: Você está certo e durante todos esses anos em que cuidei do nosso filho, ele me fazia lembrar de você, o Emanuel é um pedaço de nós dois e o melhor presente que você me deu, por favor me perdoa e me dê uma oportunidade de corrigir meus erros, eu nunca deixei de te amar, mas fui cabeça dura demais pra admitir isso, volta pra mim, amor.

Eladio: Eu quero melhorar a nossa relação, mas agora é só pelo nosso filho, eu te perdoo, mas não vou voltar pra você.

Alba: Tudo bem, eu vou lutar por nós dois.

Eladio: Nesse momento só o que me importa é que o meu filho acorde e me dê aquele sorrisão lindo que me deu quando eu apareci no aniversário dele. (Olhos marejados).

Alba: Ele por todos esses anos me deu forças pra suportar a sua ausência que foi causada pela minha frieza com você.

Eladio: O nosso garoto tem o dom natural de encantar todas as pessoas com sua doçura, ele é a minha versão doce e pura de coração. (Senta ao lado do filho e acaricia seus cabelos). Por favor, acorde logo, campeão.

Alba: Eu vou avisar a minha família pra que ela venha e também e Alicia.

Eladio: Pode ir com o carro da fazenda, eu fico com o nosso filho e pode descansar, pois passarei a noite com ele.

Alba: Mesmo?

Eladio: Claro, ele é meu filho também e por isso estamos compartilhando de uma dor em comum o vendo assim.

Alba: Que bom saber que você o ama tanto. (Sorri). Volto logo, não quero ficar separada de vocês muito tempo. (Se retira).

Alba foi pra casa e avisou a todos do ocorrido, mas como não poderia ficar todo mundo no hospital, Alba tomou um banho, trocou de roupa e voltou pro hospital.

Alba: Como ele está?

Eladio: Igual e me dói vê-lo assim, ele é a única coisa boa que fiz na minha vida e sei que no coraçãozinho dele há o desejo de ganhar um irmãozinho e de nos ter juntos, o que infelizmente não vai acontecer devido as más decisões da mãe dele. (Encara Alba). Tinha razão, a culpa dele estar assim é toda sua, pois se tivesse confiado em mim e me escutado não teríamos nos separado e hoje estaríamos juntos criando nosso filho sem nada disso estar acontecendo.

Alba: Você está me ferindo profundamente com suas palavras. (Olhos marejados).

Eladio: Só disse a verdade que você precisava ouvir, vê se cresce, você não é uma jovenzinha, mas sim uma mulher e mãe.

Alba: Tem razão, eu mereci escutar isso.

Médico: Licença, eu vim em uma hora ruim? (Entra após bater).

Eladio: Claro que não, doutor. (Se levanta).

Médico: Vim ver como está o meu paciente preferido. (Se aproxima do menino).

Eladio: Por favor, nos diga como ele está e não esconda nada.

Médico: Pelo que estou vendo ele está reagindo surpreendentemente rápido, não precisa ficar no oxigênio. (Desliga o mesmo e o remove).

Alba: Quando ele vai acordar, doutor?

Médico: É difícil dizer, pode ser hoje, amanhã, daqui alguns dias ou semanas.

Eladio: Salva o meu filho.

Médico: Garanto que estou fazendo todo o possível.

Alba: Se algo acontecer com ele eu acho que não suportaria. (Se sente mal e quase desmaia).

Médico: Senhora. (A segura).

Alba: Me sinto tonta. (Leva a mão na cabeça).

Médico: Sua pressão deve ter baixado, vou levá-la pra ser medicada.

Alba: Eu quero ficar ao lado do meu filho.

Médico: Seu marido pode ficar com ele, agora a senhora precisa de atendimento.

Eladio: Vai com o doutor, eu cuido do Emanuel.

Enquanto isso na fazenda, Franco e Bárbara haviam dado a notícia do acidente de Emanuel pra filha que ficou desesperada e começou a chorar sem parar com medo de perder seu primo e melhor amigo.

Fernanda: O Emanuel vai morrer? (Olhos marejados).

Bárbara: Não vai, amorzinho. (Abraça a filha tentando acalmá-la).

Franco: Filha, o seu primo é forte, assim como você, o seu tio e eu, ele é um Gómez Luna e os Gómez Luna são fortes, o Emanuel vai sair dessa e logo, logo vocês estarão brincando juntos e nem se lembrarão do que aconteceu.

Fernanda: Tomara, papai, porque se o Emanuel morrer, eu morro junto. (Cabisbaixa).

Bárbara: Não diga isso nem de brincadeira, se eu perdesse você a tristeza me consumiria, mas o seu primo ficará bem. (Abraça a filha novamente).

Franco: Vamos esperar pelas boas notícias que com certeza a sua tia logo trará pra nós. (Sorri).


25/11/21

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