Alguns dias após ter sido internada Bárbara recebeu alta, mas antes o médico fez questão de colocar o coraçãozinho do bebê pra ela escutar antes de ir pra casa e o mesmo batia forte pra tranquilizar a mãe.

Orlando: Vou te deitar na cama para que você possa descansar, filhinha. (Deita a filha na cama).

Bárbara: Obrigada, papai.

Ortência: Eu vou ficar aqui ao seu lado pra qualquer coisa que você precise.

Bárbara: Obrigada, vocês estão me apoiando tanto e não me abandonaram no momento em que mais preciso. (Olhos marejados).

Ortência: Sempre vamos estar ao seu lado te apoiando. (Beija a cabeça da filha).

Orlando: Meus amores, eu preciso ir até a empresa resolver alguns assuntos, mas voltarei o mais rápido possível pra ficar com vocês. (Beija a cabeça da esposa e da filha e se retira).

Bárbara: Mamãe.

Ortência: Sim, filhinha.

Bárbara: A senhora acha que o Franco abandonou o meu bebê e eu?

Ortência: Segundo o Eladio sim, esse rapaz não tem obrigação com nada e com ninguém, mas você e a minha neta não ficarão desamparadas. (Abraça a filha).

Bárbara: Eu cometi muitos erros, mas entre eles está o de ter causado muito mal a Alba, ela é minha gêmea e não merecia tudo o que fiz desde menina pra prejudicá-la e fazê-la sofrer.

Ortência: Apesar disso a sua irmã não guarda rancor de você, eu sei disso.

Bárbara: Mesmo se assim for eu quero pedir perdão a ela e voltar aos caminhos do Senhor, assim que eu me recuperar quero ir na igreja.

Ortência: Que bom ver que esse bebezinho que ainda nem nasceu amoleceu o seu coração. (Sorri contente).

Enquanto isso Franco que estava em uma cela, pensava nos erros que cometeu e na mulher que esperava um filho seu, agora já não era só ele, então precisava pensar em seus atos, pois agora existia um inocente que levaria seu sangue.

Xx: No que está pensando?

Franco: No meu filho. (Abraça as pernas). Eu sempre fui um inconsequente e não pensava em nada além de me divertir as custas do meu irmão, mas lá no fundo quando conheci a mulher que agora espera um filho meu algo começou a mudar dentro de mim, porém agora que meu irmão me colocou na cadeia pude perceber tudo que fiz de errado.

Xx: Eu tenho uma proposta pra te fazer.

Franco: Qual?

Xx: Conhecer a Cristo.

Franco: Quem?

Xx: Se aceitar irá saber quem é.

Franco: Aceito.

Xx: Então vamos começar agora. (Pega uma Bíblia de baixo do travesseiro).

Na fazenda Eladio buscava se controlar pra não brigar com Alba, pois ela estava esperando um filho dele, mas era quase impossível olhar pra ela e não lembrar de todo mal que lhe causou quando não quis acreditar em suas palavras.

Eladio: Alba, precisamos conversar.

Alba: Não temos mais o que dizer.

Eladio: Mas eu tenho e é muito importante.

Alba: Não quero te ouvir. (Se retira).

Eladio: Mulher cabeça dura. (Leva a mão fechada até a boca).

Alicia: Vocês brigaram de novo? (Entra na sala).

Eladio: Não, pois a sua amiga nem me escuta.

Alicia: Deixa ela, cedo ou tarde a Alba vai te ouvir.

Eladio: Espero que seja antes do bebê nascer porque não quero mais ter contato com ela, procurei a Alba por meses, mas quando soube que um filho havia sido escondido de mim a vontade de recuperá-la desapareceu, ainda mais pela forma como me trata.

Alicia: Então vai mesmo ir embora com o bebê?

Eladio: Só o que sei é que quero distância dessa mulher.

Alicia: Pense bem no que vai fazer. (Coloca a mão no ombro dele).

Eladio: Obrigado pelos conselhos. (Estende a mão pra ela que aperta).

Xx: Licença. (Entra).

Alicia: Não posso acreditar que você veio. (Sorri).

Xx: Vim sim, finalmente consegui dinheiro pra me mudar pra cá. (A abraça). Eladio? (O olha surpresa).

Eladio: Paty? (A olha e sorri). Quanto tempo? (A abraça).

Patrícia: Quatro anos. (Corresponde o abraço sorrindo). Nunca imaginei que eu pudesse te encontrar aqui.

Eladio: Muito menos eu.

Alicia: Desculpa, perdi alguma coisa? De onde vocês se conhecem?

Patrícia: Eu conheci o Eladio em uma festa de empresários, naquela ocasião eu era apenas uma garçonete, então acabei sofrendo um pequeno acidente e ele me levou ao hospital, depois disso saímos algumas vezes até eu ir embora quando...

Eladio: Não vale a pena recordar a parte boa e ruim do meu passado, estou contente por revê-la. (Beija a mão dela). Iremos conviver, pois a mãe do meu filho se encontra aqui e ele nascerá aqui.

Patrícia: Que bom que será pai, você sempre foi apaixonado por crianças, a mãe do seu filho tem sorte de ter um homem como você ao lado dela.

Eladio: Infelizmente ela não quer nada comigo.

Patrícia: Que pena.

Eladio: Mas é bom ter uma amiga por perto.

Alicia: Pelo visto a Alba perdeu esse homem. (Fala baixo).

Eladio: Disse algo?

Alicia: Não, nada.

Patrícia: Pode me apresentar a propriedade, Alicia?

Alicia: Não vou poder.

Eladio: Eu posso te levar pra conhecer o lugar.

Patrícia: Obrigada, Eladio.

Os dois saíram e Alba que estava no alto das escadas ouviu tudo e desceu, então se aproximou da amiga com uma cara não muito boa.

Alba: Ele me esqueceu rápido.

Alicia: Está com ciúmes?

Alba: Eu? Com ciúmes do Eladio? Me poupe.

Alicia: Bom mesmo, porque foi sua culpa ele ter cansado de correr atrás de você. (Se retira).

11/11/21