9
Miguel
Droga isso não deveria ter acontecido, ela não deveria ter visto a aliança ou então eu deveria ter tido pelo menos o bom senso de dizer a ela.
Coisa que eu não fiz.
Agora que deveríamos nos aproximar, depois dessa, vamos é nos afastar, isso sim.
Preciso falar com os meus amigos, vê se eles podem me ajudar com alguma coisa.
— Cauã, Ben, Otávio vocês estão aí? — Mando uma mensagem para eles.
— Diz, cara — Ben é o primeiro a me responder.
— Estou aqui — em seguida é o Cauã.
— Pode dizer — Otávio é o último.
— Preciso que vocês venham aqui em casa, pode ser? — Pergunto.
— Já estou indo — disse Otávio.
— Já eu chego — Cauã diz.
— Já até sei o que você quer conversar — disse Ben.
Claro que ele sabe...
— Estou esperando por vocês — encerro a minha conversa com eles e deixo meu celular na cama. Enquanto eles não chegam eu vou tomar um banho.
O que será que a Flávia deve estar pensando sobre mim agora?
Com certeza que eu sou um babaca, pedi outra em noivado, enquanto eu queria estar casando era com ela.
Saio do banheiro e vejo meus amigos já sentados na minha cama.
— Eu faço uma aposta como o que ele quer falar é sobre a tarefa que ele e a minha irmã fizeram hoje, não é? — Ben olha para mim.
— É sobre isso mesmo — me sento numa cadeira, perto deles.
— Eu sabia, da primeira vez ela veio super estressada e hoje ela entrou em casa triste. Você não fez nenhuma coisa com ela ou fez? — Ben pergunta novamente, preocupado com o estado da sua irmã.
— Era sobre isso que eu queria falar... — me lembrar o motivo de deixar ela triste, me deixava muito mal. — A Flávia viu a aliança enquanto eu estava trazendo ela de volta para casa.
— Você ainda não tinha contado a ela? — Cauã pergunta, chateado, assim que eu termino de falar.
— Não, não tinha e hoje eu me arrependi de não ter feito isso antes — confesso.
Eu estou derrotado. Como eu pude deixar isso acontecer? Se eu quero conquistar ela de novo, eu tenho que ser o mais honesto com ela e comigo mesmo.
— Mas para que você quer nossa ajuda? — Otávio pergunta e eu saio do meu devaneio.
— Eu queria que vocês me ajudem ou me dessem alguma ideia de como reconquista-la. Eu tentei fazer isso hoje, mas como vocês podem ver não deu certo, e eu não sei mais o que fazer.
Como foi horrível dizer essa última parte. Quando eu penso que o casamento da Jade está se aproximando cada vez mais... Eu só não queria que ela fosse embora, eu não queria que ela me deixasse.
— Por que você não a chama para sair, fazer algum passeio ou ir a algum restaurante? — Ben me dar uma sugestão.
— Isso! E se caso não der certo, ainda tem o aniversário da Olívia, vocês podem se acertarem lá — Otávio comenta.
É verdade, ainda tem o aniversário da Olívia.
— Obrigado pelas ideias, vocês me ajudaram bastante — digo esperançoso.
— Era só para isso que você nos queria? — Cauã arqueia uma sobrancelha.
Sinto que o Cauã está incomodado com alguma coisa, ele mal falou nada.
— Sim, era.
— Então eu já vou indo, tenho que ajudar a Cecília com o Nicolas — Otávio se levanta da minha cama.
— E eu também, marquei de sair com a Jade — Ben também se levanta.
— Pois então eu também já vou indo — Cauã os acompanha, e eu faço a mesma coisa.
Mas antes de todos saírem eu pego no braço do Cauã, fazendo com que o mesmo se vire para mim.
Estamos frente a frente.
— Aconteceu alguma coisa? Você mal conservou entre nós.
— Olha, Miguel você é meu amigo e eu te considero muito, você sabe disso. Mas eu também considero a Flávia, ela é uma grande amiga para mim — ele coloca sua mão em cima do meu ombro e aperta fracamente.
— Eu sei, eu sei, você sentiu falta dela igual como eu senti, sou um completo idiota... deveria ter ido atrás dela antes — quando digo essa última parte abaixo minha cabeça. Quanto tempo eu e a Flávia perdemos, enquanto poderíamos estar juntos?
Exponho meus sentimentos a ele, mas ele sempre soube disso. Não é nenhuma novidade. Em todos esses anos, nós dois sempre conversamos sobre ela. Ele me dizia que bem no fundo ele sabia que a Flávia estava bem e que estava sozinha, e eu sempre acreditava no que ele me dizia, porque eu sabia que no fundo, ela só estava esperando me ter de novo, assim como eu queria muito ela.
— Mas poxa cara, eu achei que você tivesse dito a ela sobre a aliança, eu te avisei para você dizer logo sobre isso, mas porque você não o fez eu não sei. — Ele tira a sua mão do meu ombro e me diz isso bastante chateado. — Eu só espero que você saiba o que está fazendo, porque a Flávia não merece ser enganada uma segunda vez.
Uma segunda vez?
— Mas do que você está falando? — Pergunto, confuso.
— Você sabe muito bem do que eu estou falando — Cauã sai do meu quarto, me deixando sozinho para refletir no que ele acabara de me dizer.
E não, eu não faço ideia do que você está falando.
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