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Flávia

Eu bem que queria que as coisas voltassem a ser como era antes. Mas não dar penso enquanto entro na cozinha, da qual já me deparo com o meu irmão.

Pensei que você estaria na Jade digo com uma certa surpresa em vê-lo aqui, ele fica direto com a Jade. Não estou reclamando, mas é até de se admirar ele aqui em casa.

Ontem a surpresa que os meus amigos fizeram para mim durou até as quatro da manhã. Nos divertimos muito, mas tudo o que é bom dura pouco. Os primeiros a irem embora foi o Otávio com a Cecília e o Nicolas, eles ainda ficaram foi muito tempo. E depois de algumas horas foram o restante das pessoas embora, ficando aqui em casa só eu e o Ben.

E eu pensei que você gostaria de me receber quando voltasse da sua tarefa de madrinha, e aliás eu espero que você tenha escolhido flores bonitas para a decoração do meu casamento Ben diz passando por mim.

Ele só pode estar brincando com a minha cara.

Era você quem deveria estar fazendo isso, e não eu. Eu tinha que dizer isso a ele.

Eles não poderiam ter pensado em outra pessoa? Tinha que ser eu? E pior, eu tinha que ter aceitado?

Eu nunca te pedi nada, irmãzinha Ben diz, e eu odiava quando ele fazia esse joguinho sujo comigo.

Eu ainda não sei porque que eu aceitei fazer isso massageio minhas têmporas. Hoje foi só a primeira tarefa e eu já estou com dor de cabeça.

Porque você me ama e ama a Jade ele sorrir, ele estava adorando ver a situação a qual eu me encontrava.

Ridículo.

Devo repensar quem é que eu realmente amo murmuro.

Você quer me falar sobre a sua experiência de hoje? Ele chega perto de mim e coloca sua mão no meu ombro, como um apoio para eu poder contar.

Mas eu não quero contar sobre essa lástima. Não a ele.

Não! Digo um pouco alto demais.

Tá bom, não está mais aqui quem perguntou Ben levanta suas mãos para o alto em sinal de rendição.

Eu vou para o meu quarto, preciso descansar saio da cozinha.

Começo a subir as escadas para ir em direção ao meu quarto e assim que entro vou logo para o banheiro.

Estou tão cansada.

...............

Assistia ao um filme no meu quarto, quando o meu celular começa a tocar. O pego e vejo que é uma mensagem do Cauã.

— Flávia, você já começou a fazer as suas atividades de madrinha?

Só em ler isso um frio percorre a minha espinha.

— Se eu te disser que eu comecei hoje, você acreditaria? — Tento soar irônica, tomara que ele perceba.

— O meu convite ainda está de pé, se caso você precisar dele — ele me diz novamente isso, e hoje eu vou usar.

— Eu preciso sim, e muito. Pode ser hoje? Eu preciso muito de um ombro amigo.

E como eu precisava.

— Claro, agora? — Ele pergunta.

— Se você estiver disponível, sim, eu gostaria que fosse agora — eu queria tanto que fosse agora.

— Eu sempre vou estar disponível para você, Flávia — sorrio com o que ele diz, e de certo modo me sinto aliviada.

— Pois está bem, até daqui a pouco — agradeço tanto por ter o Cauã na minha vida, ele é um ótimo amigo e eu não me canso de dizer isso a ele.

— Até daqui a pouco. Na sua casa?

— Sim, na minha casa — encerramos a nossa conversa.

Assim que termino de falar com o Cauã, saio do meu quarto.

Será que o Ben ainda está em casa?

Procuro por ele em todos os cômodos, mas não o acho.

É, realmente ele não está em casa, deve ter saído com a Jade.

Enquanto eles se divertem, eu sofro ao lado do Miguel digo para ninguém em particular, quando escuto alguém bater na porta.

Deve ser o Cauã.

Abro a porta, me deparando com ele.

Flávia Cauã me dar um rápido abraço.

Cauã, entra. Você quer beber alguma coisa? Pergunto assim que nos afastamos.

Se você não se incomodar Cauã sorrir, ele estava bem descontraído.

Você? Me incomodar? Jamais! Seguimos para a cozinha. Pode ser suco de goiaba? Mostro para ele uma jarra cheia de suco.

Pode sim.

Sirvo dois copos de suco, um para ele e um para mim, pego algumas bolachas e voltamos para a sala.

Agora vamos ao que interessa Cauã diz assim que se senta no sofá. Me conte tudo o que lhe aconteceu hoje.

Estava tudo indo bem entre nós, só que... só que às vezes ele tira a minha paciência me sento ao seu lado.

Pode me explicar melhor? Ele pergunta, percebendo que eu não falei nada demais.

Nós já tínhamos acabado por hoje e estávamos voltando para casa, quando ele falou besteira e a gente acabou discutindo tento ser a mais óbvia possível.

Nossa, no primeiro dia vocês já ficaram assim, imagina com os outros, o que pode acontecer ele dar uma risada, que bem rápido cessa.

Nem me fale, e o pior é que ainda falta duas tarefas para a gente fazer digo triste me lembrando sobre esse fato.

Será que eu vou aguentar até o final?

Pois é, e se vocês querem sobreviver juntos a isso, já que é um trabalho em equipe, vocês precisam ajudar um ao outro e se aguentar eu me espanto com o que ele fala, e ele logo continua a dizer se for possível.

Se for possível...

Mas ele quer proximidade, e eu não sei se eu posso dar isso a ele eu havia percebido isso desde o primeiro dia em que nos vimos. A partir do momento em que ele veio falar comigo.

Flávia, já se passaram cinco anos, você tem que esquecer isso Cauã coloca sua mão em cima da minha.

Não dá Cauã, não são nem as palavras em si, mas sim o que eu vi com os meus próprios olhos essa última parte foi a que mais doeu, e que até hoje eu não consigo esquecer. Até em sonhos consigo ver eles dois juntos.

E o que foi que você viu? Ele pergunta, extremamente empolgado com a conversa.

No dia em que eu ia embora não estava mais certa se era isso mesmo o que eu queria fazer, só queria conversar com o Miguel, ouvir as suas justificativas. Então fui até a casa dele e entrei, só que quando cheguei lá, ele estava beijando a Ester, dá para acreditar nisso? Ele nem esperou eu viajar e já foi para os braços dela. Dizer isso assim, me trouxe uma certa melancolia.

Eu nunca tinha contado essa última parte para ninguém. Poucas pessoas sabiam o motivo do término do namoro e para todos que eu contei, eu só dizia que eu não passava de um "acordo", o que de certo modo foi verdade, mas eu nunca me atrevi a contar a segunda coisa. Isso só quem precisava saber era eu!

Bom, era isso que eu pensava. Mas foi bom dizer isso a alguém, ainda mais se esse alguém for o Cauã, que estava a par de todos os acontecimentos.

Nossa, agora você me pegou, eu não sei o que te dizer ele parecia estar em estado de choque.

Por quê? Não estava na cara que o Miguel sempre gostou da Ester.

Você não precisa me dizer nada, Cauã balanço a cabeça negativamente até porque, como eu havia prometido a mim mesma, eu só vou ficar aqui até o casamento, então não tem porque haver essa proximidade entre a gente.

É, se você diz... aliás, você já até decidiu fazer isso. Eu só espero que vocês consigam se aguentar até o final do casamento suas palavras tinham um misto de súplica com esperança.

Eu também espero conseguir aguentar até o final digo e depois disso encerramos esse assunto, colocando um filme logo em seguida.

..............

Bom, acho melhor eu ir para casa. Está ficando tarde Cauã diz assim que o filme termina.

Obrigado por ter vindo o abraço, bem apertado agora.

Sempre que precisar e assim ele vai embora e eu subo para o meu quarto.

Assim que entro no meu quarto, vou logo atrás do meu porta-joias, e assim que encontro o que eu estava procurando, pego e o trago para perto do meu coração.

O anel que o Miguel me deu, quando me pediu em namoro, eu ainda o tenho.

Por que depois de todos esses anos, eu ainda não consegui te esquecer? Digo isso com lágrimas nos olhos.

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