26
Miguel
— Cauã, eu te imaginava melhor que isso — Heloísa diz ao seu lado. Ela olhava a partida do seu marido, atentamente, a cada movimento que ele fazia, ela prestava bastante atenção.
— Acho que estou enferrujado — Cauã vira a sua cabeça para olha-la, como se estivesse pedindo desculpas por desaponta-la.
Ele jogava sinuca mais o Ben, do qual liderava a partida.
— E qual é a sua desculpa agora para não está conseguindo jogar bem? — Me refiro ao jogo. — Logo você, Cauã, que era um dos melhores jogadores, que sempre acabava com cada um de nós — relembro a ele, como ele era antigamente. Ele massacrava cada um de nós, em questão de segundos, dava nem vontade de jogar com ele, desafia-lo. Mas agora, no presente, o Ben estava adorando jogar com ele.
— Acho que é porque eu nunca mais tive tempo para nada, nem mesmo para jogar, desde que as meninas nasceram — Cauã diz, não olhando para mim, mas sim para a mesa de bilhar, pensando numa próxima estratégia para conseguir ganhar, o que no momento é impossível.
— E lá vem ele mais uma vez colocar a desculpa de novo em cima das meninas — Otávio diz com uma voz de locutor de rádio enquanto revira seus olhos. Ele adorava tirar sarro da cara do Cauã, do qual este não se importava nenhum pouco com o que ele falava. Sabia que era tudo brincadeira.
— Isso não é desculpa, é a mais pura realidade — Cauã para a sua estratégia e olha para ele. — Você sabe do que eu estou falando Otávio, não finja que não sabe.
— Cauã a sua realidade é a mesma que a minha — Ben se intromete na conversa. — Eu também sou pai e nem por isso eu não estou conseguindo jogar direito — ele arqueia uma sobrancelha, o desafiando, ao mesmo tempo em que já começava a curti a sua vitória que se encontra bem próxima.
— Não me venha com comparações Ben, você só tem uma e eu tenho duas — Cauã diz, não havia grosseria ou raiva na sua voz, ele só foi sincero.
— Vocês falam besteiras demais — Raul diz querendo que a partida acabasse logo para ele poder jogar. Faz um tempinho que ele estava esperando. Ansiosamente.
— Também concordo — bato o meu cotovelo no braço do Raul e nós começamos a rir.
— É vai rindo, eu quero é ver quando vocês dois forem pais — Ben aponta o seu dedo no meu rosto e no do Raul.
Pai? Eu?
Seria a melhor coisa da minha vida.
Ter uma família com a Flávia, onde compartilharíamos várias coisas, não mais só com nos dois, mas sim com os nossos filhos. Seria um sonho.
É isso que eu quero um dia para nos. E nós vamos ter, em breve.
— Miguel, estou cansada de jogar — Flávia me abraça por trás enquanto fala suavemente na minha orelha.
— E você quer fazer o que agora? — Viro um pouco o meu rosto para encara-la.
— Não sei, vamos nadar, cantar, fazer qualquer coisa — Flávia diz com desdém.
— Acabou Cauã, você perdeu — Raul sorrir. — Agora me dar isso — ele pega o taco da mão do Cauã.
Olho para a felicidade dele em poder jogar agora. Foi mal amigo, mas eu vou ter que acabar com a sua brincadeira, que nem chegou a começar.
— Galera que tal nos pararmos de jogar e irmos lá para fora — levanto a minha mão para assim conseguir a atenção de todos.
— Miguel, você só pode está de brincadeira com a minha cara, você sabe por quanto tempo eu esperei o Cauã perder essa partida para poder chegar na minha vez? — Raul olha para mim, indignado.
— Para de drama, Raul, você não esperou nem dez minutos — dou uma gargalhada.
— É, mas ainda assim... — ele vai aos poucos abaixando a voz por perceber que eu estava certo, mesmo eu querendo muito ver o meu amigo jogando. Talvez um outro dia, uma outra hora.
Será que ele melhorou sua tática? Ele era péssimo.
— Vamos, Raul — Olívia aparece na nossa frente. — Vem nadar comigo — ela pega na sua mão e entrelaça os seus dedos no dele.
— Na hora gatinha — ele sorrir deixando o taco em cima da mesa de bilhar e começa a andar, saindo da sala de jogos.
Olha, como as coisas mudam rápido.
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