14
*Imagem acima do Nicolas
Flávia
Acordo com o barulho do meu celular, me viro para ver se o Miguel ainda estava ao meu lado na cama, mas ele não estava mais, ao invés disso havia um bilhete. Me espreguiço com um sorriso no rosto e o pego.
Fui para a oficina;
Vejo você logo.
Mas como foi que ele arrumou papel e caneta? — penso.
E ao virar a folha, eu encontro a resposta para a minha pergunta.
Você deve estar se perguntando como eu arrumei papel e caneta, bom, eu pedi a recepcionista.
Começo a rir com o que ele escreveu. Ele sabia que eu ia pensar isso. Ele ainda me conhece e sabe como eu penso.
Deixo o papel no mesmo lugar e suspiro já sentindo a sua falta. A noite de ontem havia sido ótima e já ficou marcada na minha mente. Depois do nosso beijo, me deu uma certa coragem em mim que até o momento eu desconhecia. Quando ele disse que ia achar um canto para dormir que não fosse ao meu lado, eu entrei em um desespero interno, eu não poderia deixa-lo dormir longe de mim. Queria o seu abraço, queria o seu corpo colado ao meu. Eu necessitava disso. Eu queria poder sentir o seu corpo no meu, antes de eu ir embora, antes dele se casar.
Quando ele finalmente caminhou vindo na minha direção, o meu coração ainda estava muito acelerado por conta da adrenalina de sentimentos que havia nos consumido. E isso tudo foi só por causa de um beijo, um beijo que eu queria mais, mas sabia que não poderia ter.
Aquele foi o nosso primeiro e último beijo.
Mesmo que eu quisesse mais, não poderíamos fazer isso. Tentei tranquilizar a mim mesma e ao meu coração lhe dando um boa noite, mas quando os nossos olhos se fixaram um no outro, não teve jeito. Não fizemos nada, longe disso, só ficamos nos olhando, vendo através da alma de cada um.
Finalmente volto a minha atenção ao barulho do celular, que havia me despertado, do meu maravilhoso sonho. Assim que o pego, vejo que era uma mensagem da Jade.
Flávia, onde vocês estão?
Meu Deus, o casamento. Tinha me esquecido completamente.
Me levanto de sobressalto. Vou ao banheiro e quando me olho no espelho acabo sorrindo, pois me lembro de uma palavra que cairia muito bem pela a noite de ontem.
Excitante...
Saio do banheiro, coloco uma mão no queixo e me pergunto: será que eu devo esperar ele aqui no quarto ou lá fora? Fico alguns segundos pensando sobre isso, até que respondo mentalmente: vou esperar por ele lá fora.
Saio do quarto e vou em direção a varanda.
Nem preciso esperar por muito tempo, assim que chego lá, sinto alguém me abraçando por trás. Claro que é ele, já sei como é o seu toque. Eu fico completamente arrepiada só em ele chegar perto de mim.
— Bom dia, meu sol — Miguel me dar um beijo na bochecha.
Meu sol...
Ouvi-lo me chamar assim ontem foi bom, mas hoje não sei porque foi ainda melhor. Mil vezes melhor.
— Bom dia — me viro para ele. — Deu certo?
Queria que ele dissesse que "sim", para irmos ao casamento da Jade. Mas ao mesmo tempo queria que ele dissesse que "não", para estendermos mais a nossa estadia aqui.
— Sim, se você quiser já podemos ir embora. — Miguel se aproxima do meu ouvido e os meus pelos da nuca eriçam. — Mas se você quiser, podemos demorar mais um pouco — ele sussurra essas palavras pausadamente, com a sua voz extremamente sexy.
Pense racionalmente Flávia, não se deixe levar só pelo o coração... ah, mas como eu queria ficar aqui, com ele... só que o dever nos chama.
— Acho melhor nos irmos, a Jade já até me mandou uma mensagem perguntando aonde a gente estava. — Puxo o meu celular do bolso e lhe mostro a mensagem.
— Então, deixa para a próxima — ele diz assim que deixa de olhar para o celular e me dar uma piscadela.
— É melhor. — Digo isso mais para mim mesma, porque se eu não desse um tipo de distância entre nós, certamente depois faria uma burrada. — Agora vamos, temos um casamento para comparecer — começo a andar mais na frente e o Miguel vai pagar a mulher pela a nossa diária. Depois ele se junta ao meu lado e assim que saímos do local, ele me mostra onde o seu carro está.
Agora sim, está novinho em folha.
............
— Você está linda, Jade — digo ao seu lado, ao mesmo tempo não acreditando que enfim esse dia chegou.
— Estou tão nervosa, nem acredito que esse dia chegou. — Jade mexe no seu vestido, nervosamente.
— Vai dar tudo certa, amiga — Cecília diz com o Nicolas sentado no seu colo.
— Calma, se segura, não chora agora — Olívia vem na nossa direção.
— Certo, agora não pode, só depois — Jade olha para baixo, sorrindo.
Ela está radiante. Eu sempre quis a felicidade da Jade e quando ela e o meu irmão começaram a namorar, eu não pude está mais do que feliz. Eu já sentia que eles pertenciam um ao outro.
— Isso mesmo — a conforto.
— Está preparada para subir ao altar? — Cecília pergunta.
— Eu estou esperando algumas pessoas chegarem primeiro — Jade olha para a porta, apreensiva.
Quem ela estava esperando? Todas nós já estamos aqui. Faltava mais alguém?
— Quem? — Olho também para a porta, a espera de saber quem são as pessoas. Até que começo a ouvir algumas vozes e uma certa agitação.
— Sério, que vocês já iam sem esperar a gente chegar? — Eloá adentra o cômodo em que nós estávamos.
Eloá?
E logo depois, atrás dela, a Heloísa aparece toda sorridente.
Heloísa?
Minhas outras amigas?
Aqui?
— Surpresaaa — disse Heloísa e a Jade juntas, olhando para mim sorrindo, enquanto eu estava embasbacada por vê-las aqui.
— C-como assim vocês aqui? — Pergunto indo abraçar a Heloísa, já que ela estava vindo na minha direção, enquanto que a Eloá foi conversar com a Cecília.
Eu não estava acreditando, tinha que abraça-las para perceber que era mesmo real.
— O Cauã me disse que você estava precisando de ajuda — Heloísa diz assim que nos separamos do abraço.
— Ajuda? — Pergunto intrigada.
Que tipo de ajuda? Em relação ao casamento? Ao Miguel? Qual?
— Flávia, não acredita nelas — Jade diz perto de nós — eu convidei as duas.
— Isso, e não podíamos deixar de vim — Eloá me abraça, fortemente.
Como era bom vê-las de novo, e aqui ainda mais, no casamento da Jade.
— Mas quando foi que vocês vieram? — Pergunto agora já um pouco mais calma.
— Chegamos ontem à noite, queríamos lhe fazer uma surpresa quando você chegasse em casa — Heloísa me dar um sorriso de lado.
— É, mas acabou que foi você que nos fez uma surpresa passando a noite com o Miguel — Eloá pisca para mim e sorrir de um jeito malicioso.
— Eu não passei a noite com ele, quer dizer, não do jeito que vocês estão pensando — digo bem rápido e é melhor eu mudar de assunto, meu foco não é nele e sim nas minhas amigas. — Quando vocês vão voltar para casa? — Pergunto.
— Como viemos só para o casamento, estávamos pensando em voltar amanhã e sabemos que você vai voltar também — Heloísa diz e eu concordo. Eu já tinha a minha passagem em mãos. Quando eu fui comprar a minha passagem de ida, acabei comprando a de volta também, porque como eu disse: nada e nem ninguém atrapalharia os meus planos.
Amanhã eu teria companhia praticamente a minha viagem inteira, mas agora essa viagem já não me parece uma boa ideia, não depois de ontem.
O que eu faço?
— Vamos garotas, antes que a Jade desista de casar — Olívia pega no meu ombro e no da Heloísa, chamando a nossa atenção para sairmos do cômodo.
— Vamos, quero pegar logo esse buquê — Eloá caminha toda feliz em direção a porta.
— Aí é que você se engana, quem vai pegar esse buquê vai ser eu — Olívia diz atrás da Eloá, rindo.
— É o que veremos — Eloá vira sua cabeça para encara-la, lhe lançando um olhar ameaçador.
Não sei pra quê esse desejo todo em pegar esse buquê, a Eloá nunca quis se casar, ela só quer curtir a vida.
........
A música começou a tocar.
O pai da Jade estava a levando ao altar e assim que chegaram, ele a entregou ao meu irmão que logo pegou na mão da Jade, sorrindo.
O pastor começou a falar e eu não conseguia parar de chorar, era muita emoção.
O Nicolas veio com as alianças e o Ben fez seus votos a Jade e a Jade também fez a mesma coisa com ele.
Até que o pastor diz:
— Eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.
Meu irmão pega carinhosamente no rosto da sua amada e a beija. Todo mundo começa a bater palmas.
Logo todos se aproximam para desejarem felicidades aos noivos.
Depois que todos os convidados lhes desejaram felicidades, eu chego perto da Jade e lhe entrego o buquê.
— É a hora de jogar o buquê.
— Certo — Jade levanta o buquê para assim atrair a atenção das mulheres e eu me posiciono onde todas as mulheres estavam se formando. — É um, é dois, é três e... já! — Ela joga o buquê para trás.
Por pura coincidência quem o pegou foi eu, ele tinha caído diretamente nas minhas mãos.
O próprio buquê que eu havia escolhido.
Quem diria...
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