3 - Sentada na lua
Olhei para as estrelas
Esperava encontrar uma explicação
Para tanta tristeza no mundo
Para tanto mal no coração
Então cozi uma escada
Uma escada de tricô
Fabriquei um avião
E até pensei criar um robô
Só era preciso eu
Eu e a minha imaginação
Peguei na escada preparada
E pilotei o avião
Fui rumo à lua cinzenta
Redonda e parecida como um queijo da serra
Fui toda equipada
Que nem alguém que vai para a guerra
Chegando à lua enfim
Sentei-me confortável
Tive esperanças de ver um príncipe
Querido, ingénuo e afável
Talvez um príncipe com uma rosa
Talvez uma cabra da lua
Que comesse a rua
E desejasse sair à rua
Mas a rua era ali
Ali ao pé de um mar de estrelas sem fim
Sentada na lua eu estava
Sentada na lua enfim
Eu tenho nove anos
Eu sonho demais, demais, demais
Eu quero explorar o inesplorável
E de tudo quero saber um pouco mais
Quero ser eu quem pergunta
Quero ser eu quem aprende
Ainda assim quero ser sereia
E amiga de um duende
Misturo tudo sim
A realidade e a ficção
Quero ser para sempre assim
Criança de coração
Sentada na lua estou
Olha ali um cometa!
Viste ele chegar?
Qual é aquele planeta?
À sim, eu aprendi
A minha professora Lúcia me explicou
É Marte, o planeta vermelho
Como é que ele me encontrou?
Fico imaginando um monte de serezinhos
Talvez verdes, azuis, amarelos
Extraterrestres pequenos ou grandes
Marotos e a falar pelos cotovelos
Estou sentada na lua
Porque sou capaz de o sentir
Sou capaz de imaginar o impossível
E de com a imaginar construir
Olha as estrelas!
Vou dar a todas um nome diferente
Se elas já tiverem nome
Dou mais um, para ser benevolente
Sou criança, sim senhora
Tenho coroa e espada
Já atravessei rios a pé
Já brinquei tanto, estou cansada
Vou escutar só mais uma história
Fechar os olhos e dormir
Antes disso espreito debaixo da cama
É só para garantir
Me deixo levar pelo mundo dos sonhos
Onde a minha imaginação corre sagaz
Sorrio de olhos fechados
Olha aquilo de que eu sou capaz
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