Uma Vida em Cores e Vazios
Sempre fui apaixonada, loucamente apaixonada por tudo.
A frase que define minha vida deveria soar bela... mas, não... não é essa a interpretação do mundo.
Deixe-me contar como é ser apaixonada por tudo.
Não tenho expectativas e nada espero porque, tão apaixonada, gosto do mundo como é e dele nada quero.
Suas reações a mim são o que me fascinam, sejam as reações quais forem, contudo, isso é bom e ruim, dependendo única e exclusivamente de meu humor e suas cores.
Nos dias de humor amarelo, o mundo me é mais belo; exibe-se com uma vivacidade invejável e me faz sentir completa meramente por fitá-lo.
Nos dias de humor carmesim, desejo o mundo; são dias de calor, confusos... com quentes fins. Infelizmente, sempre os revivo, movida pelo transtorno de desejo sexual hiperativo.
Os dias de humor anil são calmos, cheios de pensamentos frios, atos gelados... antecedem o mais perigoso dos dias, os dias onde eu me sinto vazia: os dias de humor cinza.
Esses são dias desapaixonados, melancólicos, apáticos.
Dias onde o cansaço me consome, pergunto de onde vim e para onde vou... nunca consigo uma resposta e sempre me escondo do mundo embaixo do cobertor, orando por misericórdia e um fim à incômoda sensação de vazio.
Sempre fui apaixonada, loucamente apaixonada por tudo.
Hoje, num dia cinza, eu apenas sonho com o fim do mundo... e nada incomoda mais do que essa indiferença que o torna preto-e-branco, mudo!
Gosto de ouvi-lo e senti-lo, tê-lo e sê-lo.
Hoje, nem quero vê-lo...
Loucamente apaixonada, meu maior medo é quando não sinto nada... me sinto uma artista quebrada.
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