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𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 1

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Camila Cabello

21 anos

Point of view

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Dias atuais

Miami, Flórida

Oito anos se passaram desde que sai do coma causado por aquele maldito acidente onde perdi parte da minha família e quase toda a minha memória. Se eu soubesse de que aquela seria a última vez que veria minha mãe e meu pai, eu teria parado para olhá-los por mais tempo, decorado cada traço de seus rostos provavelmente teria gargalhado de alguma piada sem graça de meu pai e contado tudo o que se passava dentro de mim na época para minha mãe, eu os abraçaria mais vezes e diria todas as manhãs que os amava.

Assim que acordei em uma cama de hospital, com diversos aparelhos por quase todo o meu corpo, além da dor que sentia em cada músculo que eu tinha pela colisão do carro contra o caminhão, minha cabeça doía e eu nem sequer sabia o meu próprio nome. Tudo o que me lembrava era do grito estridente de uma mulher e daquela luz branca se aproximando mais dos meus olhos. Essa era a minha última e única lembrança do meu passado, quando recebi alta fui mandada para diversos orfanatos diferentes, onde me batizaram como Camila, lares adotivos e famílias adotivas diversas, já fiz parte de uma família americana e até um casal de canadenses calorosos, mas nunca permaneci em nenhuma dessas famílias, não eram meus pais de verdade e eu não conseguia ficar ali.

Aos poucos descobri coisas sobre mim mesma e minha família, como a minha paixão pela música e que eu tinha uma irmã chamada Sofia Cabello, outra sobrevivente do acidente, que foi embora assim que acordou dois meses antes que eu. Há três anos, no natal, recebi uma ligação de um número desconhecido vindo da Espanha, era ela. Ela me disse algumas coisas sobre mim, como o meu nome ser Karla Cabello Estrabão, de que eu era cubana, uma imigrante e que moramos por anos em Sayulita , no México, dizia como os nossos pais foram maravilhosos e me contou algumas coisas sobre a nossa infância. Foram horas de conversas, tanto do nosso passado como do seu presente, agora ela é uma executiva de sucesso divorciada na Espanha, quem diria que minha irmã conseguiria subir tanto na vida, deixando a única família que lhe restou para trás em uma cama de hospital ou em casas de desconhecidos.

Depois da maioridade me atingir, nenhum orfanato iria me aceitar, quem iria querer alguém de dezoito anos para tratar, afinal? Fui atrás de emprego e vi alguns apartamentos, infelizmente os lugares em que eu fiquei interessada eram muito caros, mesmo aqueles com um colega de quarto. Eu não tinha muita coisa no bolso e nem uma carteira de fato eu tinha. O último orfanato em que eu estive, Miami Orphanage, deu uma assistência para todos os que fizeram aniversário no mês de março, mas apenas consegui comprar o que comer para aquele mês. Passei quatro meses sem um lugar para morar ou trabalhar, passei dois desses meses em uma cabana abandonada que havia na praia, mas quando começaram os tempos chuvosos acabou tendo uma infiltração por todo o lugar.

Tive um grande prejuízo de comida, me obrigando a ir em uma lanchonete ali perto chamada, Street Lincoln's, confesso que quando li o letreiro neon do lugar pensei em uma piada com ruas, mas guardei para mim assim que chamaram o nome do dono Sr. Lincoln quando fui pedir um emprego uma semana depois de ler "contratando" na porta do estabelecimento. Sem um lugar onde dormir, mas com um emprego de garçonete, quem diria.

Com o passar do tempo, fui conhecendo meus colegas de trabalho como, Jacob Whitesides, um belo rapaz que trabalhava no caixa, que é inteligente ao ponto de não precisar de uma calculadora para o troco, que agora é um dos meus melhores amigos. Ele me ofereceu o sofá do seu apartamento por um tempo, mas não demorou muito até eu conhecer Ariana Grande, vizinha de Jacob e minha irmã de outra mãe, na época ela procurava uma colega de quarto e eu procurava um quarto. Hoje somos amigas, confidentes, família.

─ Camila, mesa sete te espera. ─ Jacob cantarola se aproximando de mim e me tirando de meus devaneios.

─ Salva essa pra mim? ─ Imploro fazendo um pequeno biquinho com os meus lábios inferiores.

─ Você sabe que eu não posso fazer isso. ─ Ele diz se sentando ao meu lado no pequeno banco que tínhamos debaixo da janela que se localizava nos fundos da cozinha enquanto eu fecho To Kill a Mockingbird por Harper Lee. ─ Sr. Lincoln nos colocaria para a rua por desobedecer a suas regras.

Sr. Lincoln não era tão bravo como parecia ser, apenas um homem exigente. Ele é um bom homem, super inteligente para a idade que tem e como ele mesmo diz " o conhecimento liberta", eu não duvido de nenhuma das suas palavras. É um homem caridoso, que contratou uma mulher que nem sequer o próprio nome sabia e sempre que precisei de ajuda com o aluguel do apartamento, ele me deu uma grande ajuda. Lincoln foi advogado por anos até herdar a lanchonete de gerações, seus irmãos, pai, avô e bisavô, todos aceitaram a lanchonete e cuidaram muito bem dela. Ele apenas quer fazer a mesma coisa, com regras e temos muitas delas.

─ Não acho que ele iria tão longe assim. ─ Digo voltando o olhar para a rua movimentada na janela. ─ Ele te adora, você é o funcionário do mês pela quinta vez consecutiva. ─ Zombo e ele ri alto.

─ O que sou eu comparado à artista estrela da Street Lincoln's? ─ Ele brinca e eu dou um tapa leve e brincalhão em seu ombro com um sorriso envergonhado no rosto. ─ Agora, largue seu livrinho e venha.

─ Não fale assim dele. É um dos maiores romances da década de sessenta. ─ Digo me levantando junto com Jacob e amarro meu cabelo em um rabo de cavalo um pouco mal feito e bagunçado. ─ Você deveria ler mais.

─ Não. Sou mais assistir ao filme, mais rápido, prático e divertido. ─ Ele comenta atrás de mim no tempo em que eu acelero o passo até o balcão.

─ Desde quando assistir um filme é melhor do que ler um livro? ─ Zombo de Jacob que revira os olhos.

─ Papo de gente que lê. ─ Ele tira sarro e eu ignoro o comentário desnecessário. Coloco o pequeno avental branco em volta da minha cintura, por cima da saia do uniforme rosa bebê.

Nada nunca foi fácil pra mim, todas as forças do universo pareciam se virar contra mim a fim de me derrubar ou fazer com que eu desistisse. Mas, consegui passar por cima de quase todas essas tentativas, como por exemplo, toda a burocracia para que eu começasse a entrar para uma escola pareceram desaparecer assim que os meus documentos foram aceitos, uma escola simples e humilde, mas com um bom ensino. Redescobri meu amor pela literatura e hoje meu objeto de consumo são livros.

Sempre que posso estou começando uma nova coleção de livros, lendo e relendo cada um deles. Posso resumir um livro inteiro e citar até os diálogos de cada um daqueles que estão na estante do meu quarto e não são poucos. Sim, sou uma devoradora de livros de primeira e não me envergonho se essa for minha fama. Apesar de adorar um cinema nos finais de semana, não julgo Jacob, mas não concordo de que filmes sejam melhores do que ler o livro em que o próprio filme foi inspirado.

Além de ter essa paixão por livros, tenho um sonho. Quem não tem um sonho quase impossível hoje em dia? Meu sonho não é segredo pra ninguém, mas sempre que conto riem de mim e eu até concordo com eles. Quem iria querer uma garçonete que mora quase no fim do mundo como cantora? Mesmo assim, tenho esse grande sonho e acho que isso é desde criança já que uma vez Sofia me mandou um vídeo por e-mail em que eu, com seis ou sete anos de idade, cantava no meu brinquedo amarelo de karaokê. Era ridículo e o que não me faltava era desafinação, mas parecia estar feliz fazendo aquilo. Me lembro do rosto orgulhoso de meu pai, provavelmente minha mãe gravava enquanto eu dançava pela sala.

─ Vamos, Camila. Tire os pés do chão. ─ Jade, outra garçonete, sussurra no meu ouvido esquerdo ao passar por mim atrás do balcão. Seus cabelos cacheados hoje estavam em traças diferentes e coloridas, carregava grandes argolas nas orelhas e seu gloss brilhava em seus lábios davam destaque a sua pele mulata. Era uma bela mulher que também tinha um sonho, deixar a lanchonete para se tornar modelo e eu torço muito por ela.

Assim que deixo meus devaneios, pego o bloco de notas e a caneta que estava em cima daquele pequeno quadradinho personalizado com o nome da lanchonete em letras grandes e chamativas, tudo ali era bastante chamativo. A lanchonete tinha um estilo retrô de 1980, sofás, semelhantes à bancos de carros antigos, estofados assim como as cadeiras e bancos postos diante do balcão, uma mistura de caramelizado e vermelho. Nossos uniformes eram de um rosa bebê e nos pés usávamos tênis da cor branca, alguns se arriscavam andar com patins pela lanchonete, dando um ar ainda mais retrô e antigo para o lugar.

Assim que me aproximo do casal que estavam sentados em uma das mesas mais isoladas da lanchonete, lhes entrego o cardápio e preciso fingir tossir três vezes para que eles reparassem em mim. Os dois pareciam tão felizes por estarem juntos, não conseguiam desgrudar seus olhares mesmo enquanto liam o cardápio. Depois de longos minutos, finalmente os dois fazem o pedido, lhes abro um sorriso gentil e me retiro.

Não me lembro de nada assim, me apaixonar. Eu provavelmente me lembraria de sentir algo como o que eles sentem, querer sempre estar perto da pessoa que eu estou apaixonada, me sentir segura nos braços de alguém, beijar debaixo da chuva ou sentir aquelas borboletas no estômago. Acho que eu me lembraria se estivesse apaixonada em algum momento da minha vida.

Mas nada, não consigo me lembrar. Já sai com alguns caras no meu ensino médio e até fiquei com um ou outro funcionário da lanchonete, que por algum motivo pediram demissão, não sei se foi porque arrumaram um emprego melhor ou eu que sou ruim de cama, mas prefiro acreditar na primeira opção, é menos vergonhoso.

- É incrível, não é? Estar apaixonado. - Pergunto me aproximando de Jacob que tem um sorriso ladino nos lábios. Ele me olha como se eu fosse ingênua ou inocente e eu o olho confusa. - O que foi? - Pergunto entrando em uma possível brincadeira, com um sorriso brincalhão.

-Não é um conto de fadas como parece, Camila. - Jacob diz atendendo os clientes no caixa. -Principalmente quando o sentimento não parece ser recíproco.

Jacob era gentil comigo, um verdadeiro amigo. E tratava as mulheres com o respeito que mereciam, nunca o vi dar em cima de ninguém aqui. Mas já o vi saindo com várias mulheres que flertavam com ele. Por ser bonito e ter esse aspecto tímido na sua personalidade, acabava chamando atenção de muitas mulheres que terminavam até chorando por ele, pedindo para que ele as desse mais uma chance, sim, algumas desciam baixo a esse nível. Nenhum relacionamento de Jacob durou muito e o motivo ninguém sabe, nem mesmo eu, sua melhor amiga.

Mesmo nunca tendo me apaixonado, não consigo me imaginar chorando e me humilhando para que o homem me desse uma segunda chance ou não fosse embora. Posso até queimar a língua daqui a alguns anos, mas simplesmente, é algo que parece ser impossível acontecer comigo. Acho tão ridículo como tanta gente pensa que se não ter um homem para dormir ao lado, está sozinha. Não, a mulher não está sozinha, porque ela está lá. Ela pode ser a sua própria companheira, pode acordar, olhar para o seu lado e sorrir mesmo que não tenha ninguém ali, ela está feliz por ter acordado, por estar viva. E principalmente, ela está feliz por se levantar e enfrentar mais um dia nesse mundo terrível e confuso, consigo mesma.

Eu consegui me virar sozinha morando em chalé abandonado na praia, e até hoje o tenho, bem escondido e conservado por mim. Tenho alguns móveis, eletrodomésticos que estou comprando aos poucos com a minhas economias, principalmente gorjetas e o serviço extra que faço na parte da noite. Quero morar naquele lugar depois de me casar com a pessoa que eu amo, ele ainda não apareceu, mas tenho certeza de que um dia se tornará o grande homem da minha vida e nos casaremos na frente daquele humilde chalé, nossa lua de mel será exatamente ali naquela praia de Miami, com a lua presenciando o selo de nossos votos,  teremos as crianças, no mínimo três, e seremos uma família feliz como em novelas ou filmes, quero viver minha vida como se eu estivesse em um filme, com romance, suspense, comédia e todos os outros gêneros de filmes incríveis.

Se nada disso acontecer, não ficarei triste ou decepcionada, o chalé ainda existirá e as crianças também poderão morar ali comigo, para isso existem orfanatos. Será mais difícil enfrentar a lista de adoção, principalmente querendo ser mãe solteira, mas o que interessa é que, eu ainda poderei fazer tudo o que quero, com ou sem um homem ao meu lado.

Assim que faço menção de perguntar o que ele queria dizer com aquilo, o som do sino da porta principal soa e aos poucos desaparece se juntando ao barulho de conversas, risadas e a música ambiente da lanchonete. Era um homem bem alto, magro e que possuía uma pele perfeitamente bronzeada, com o uniforme dos carteiros azul escuro e a logo da empresa do lado esquerdo do peito, suas botas de couro eram próximas de um marrom acinzentado um tanto surrados e velhos, embaixo do boné bege seus cabelos loiros lisos escorridos e que chegavam ao seu ombro chamavam atenção, ele usava óculos escuros clingo com as artes cor laranja e com uma bolsa marrom escura pendurada em seu ombro esquerdo.

Ele é calado, mas ainda tem um sorriso calmo entre seus lábios, como se estivesse trazendo notícias incríveis, enquanto começa a distribuir pequenos panfletos cor lilás pela lanchonete. As notícias realmente pareciam serem boas pois os clientes ficaram mais animados e concluo que o motivo do entusiasmo é a inauguração de uma boate no centro da cidade.

─ Vocês vão? ─ Jacob pergunta lendo novamente o panfleto em suas mãos, nego com a cabeça. ─ Mas por quê? Vocês duas adoram festas.

─ Corrigindo: Ariana adora festas, eu apenas a acompanho. ─ Digo e Jacob semicerra os olhos com um sorriso ladino.

─ Mas, você não reclama quando está nelas. ─ Ele me lembra e eu bato em seu ombro. ─ Sério, nunca vi uma mulher partir tantos corações em uma boate como você, não é mesmo senhorita?

─ De qualquer forma, não posso ir. Não consigo chegar em casa à tempo. ─ Digo deixando o papel no balcão e me levantando indo para de trás do balcão.

─ Não conta pra ninguém, mas talvez eu consiga te cobrir hoje. Sr. Lincoln estará fora pelo resto do dia e hoje sou eu quem fecho a lanchonete. ─ Jacob diz baixinho com os olhos atentos ao caixa, eu o olho confusa e ele sorri. ─ Estou tentando dizer pra que você vá e leve Ariana com você. Acho que você está precisando se divertir, trabalha de seis da manhã as uma da madrugada todos os dias e quando está em casa vive trancada no quarto compondo ou lendo.

─ Pode parar de criticar meus livros? ─ Pergunto cruzando os braços ao lado do meu amigo. ─ Eu agradeço, mas...

─ Não, nenhum "mas". Você vai, chame a Ariana e as duas irão ter uma noite incrível. ─ Ele diz tocando meu ombro e o lóbulo da minha orelha. Sempre que as coisas ficam estranhas, começam por essas carícias de Jacob em mim, não sei exatamente o que significa, mas, me afasto colocando uma mecha do meu cabelo bagunçado sobre a minha orelha, ele também se afasta mexendo as mãos de uma forma um pouco atrapalhada, tento não reparar. ─ Agora vá, antes que Sr. Lincoln chegue.

Não era uma ideia ruim, pelo contrário, eu merecia uma dança em uma boate em meio corpos de estranhos e suados, precisava de um porre e talvez de uma noite com alguém. Jacob está certo, tenho trabalhado sem parar nos últimos meses, tudo para conseguir pagar as contas de casa, além de estar compondo quando tenho tempo.

─ Obrigada, JW. ─ Digo com um sorriso enorme no rosto, enlaçando meus braços em volta de seus ombros e logo depois deixo um beijo rápido em sua bochecha voltando para os fundos da cozinha, me trocando.

─ Ooi,

Olha quem apareceu aqui de novo com mais um capítulo,

Nossa história começa oficialmente aqui.

O que será que vai acontecer nessa boate?

E que clima foi esse com o Jacob? Gostaram dele?

Votem e comentem, señoritas.

Até a próxima!!

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