
Capítulo 75 II - Não me esconda nada
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@nia_escarlate
Era como se eu vivesse numa mentira dormente e quente. Era como ficar na pura inércia por anos. Era como tomar um soco e só sentir após anos. É exatamente assim que estou me sentindo, como se tudo guardado estava agora colado e preso na minha mente.
Após poucos minutos o segurança bate na porta dizendo que Alyssa estava perguntando sobre mim, aquela era a minha deixa. Eu tirei o pen drive do computador e escondi na minha roupa, porque sabia que ela ia me encher de perguntas e eu precisava lidar com ela, que parecia simplesmente não sabe de nada que estava acontecendo a sua volta.
O segurança faz o mesmo percurso que fez comigo, quando voltamos ao jardim malcuidado daquela outra casa, ele me leva pelos fundos até um quarto e eu espero sentada ali por Alyssa.
Quando colocam ela ali no mesmo quarto que eu me levanto encarando seu olhar frio, ela parecia muito com Fábio, que na verdade se chamava Felipe, ele é o irmão gêmeo do meu pai, Fábio que ninguém ao certo sabe onde está.
Eu sabia que algo de errado tinha acontecido a Fábio, ele já tinha sido um pai amoroso e zeloso, completamente ao posto do que mostrava agora, mas na verdade era apenas pessoas diferentes, ele tomou o lugar e a família do próprio irmão instaurando o caos na minha vida.
Ele era ainda mais desprezível do que eu podia imaginar, mas engoli toda a informação que Isabel tinha me dado, eu precisava assistir a todos os seis vídeos antes de tirar uma conclusão precipitada e até lá eu tinha que mostrar para Alyssa e Fábio que eu não havia descoberto nada.
— Onde te levaram? Você conheceu a sua tia? Ela está por aqui....
— Respira! — eu a corto com a voz calma e relaxo os ombros. — Eu não conheci ninguém fiquei aqui desde que entramos, olhe os papéis ali em cima, são jornais, matérias sobre Isabel que morreu a três anos de câncer do colo do útero...
Antes mesmo que eu conclua Alyssa já estava pegando os jornais e lendo as matérias, no caminho para cá o segurança disse tudo que eu deveria falar, eu me sento fazendo todo um teatro de sobrinha triste.
— Mais uma das irmãs da minha mãe que eu não consegui conhecer porque o destino é um filho da puta de humor duvidoso!
Eu olho para a janela, vendo que já havia anoitecido, as coisas aconteceram muito rápido e o sentimento e ansiedade tinha que se camuflado para não me ferrar.
— Fábio não sabia dessas matérias?
Alyssa me encara séria, ela estava me analisando e eu me mantive calma, eu precisava passar tristeza e raiva e de certa forma eu estava com ambos os sentimentos, mas não era sobre a morte de Isabel e sim sobre Felipe e Fábio.
— Ele disse que tinha uma pista, que viu que ela era senadora no congresso italiano, mas não soube mais nada sobre ela após ela sair da política.
— Será que eles abafaram o caso, ou que essa história de câncer é fachada? — eu disparei as perguntas ao levantar e me aproximar dela, eu não estava questionando nada disso, porém tinha que levantar algo sobre isso para que Fábio me esquecesse por esses dias.
— Você acha que...
— Que ela pode estar viva e escondida? — eu completei o raciocínio de Alyssa, eu peguei o jornal da sua mão e encarei bem o rosto sorridente de Isabel, ela era mesmo uma mulher bonita. — Se sim eu quero saber e encontrá-la! Eu preciso saber mais sobre minha mãe e ela é a única que pode nos dar essa informação.
Alyssa apenas concordou com tudo em silêncio, segundos depois aporta é aberta e o mesmo segurança diz que podemos sair.
— Podemos levar os jornais? — a cara do segurança alto continua a mesma frieza de sempre. — É importante para mim, é a minha família...
— Leve o que quiser, só saiam.
Ele saia e Alyssa e eu colocamos tudo numa pasta que estava jogada ali, e eu reparei que tinha o mesmo símbolo que havia no broche de Marisol, isso foi claramente uma armação dela com alguém do serviço secreto que estava agenciando James junto com a polícia.
Voltamos para o carro, eu estava indo bem, mantendo toda a minha farsa. Eu coloquei as mãos no cabelo e bati com as mãos fechadas nas minhas pernas logo depois.
— Mas que droga! Isso não nos levou a nada...
— Talvez o informante de Fábio não tenha passado a mensagem direito.
— Fábio tem um informante aqui na Itália? — a curiosidade transbordava pelas minhas palavras.
— Onde quer que eu te deixe? — ela rapidamente muda de assunto dando partida no carro.
— Num bar mais para o centro da cidade, tenho uma reunião.
— Reunião num bar? Achei que não bebesse mais...
— Está sabendo bastante da minha vida em? Tem mais nada para fazer não? — eu encaro seu rosto que havia um pouco de divertimento sombrio.
— Vai me responder? – ela indaga calma e descontraída prestando atenção na estrada vazia.
— Com o pessoal do curso, a minha professora escolheu já as pessoas que vão permanecer no curso e agora temos um trabalho em conjunto... Só vamos lá porque um dos alunos trabalha lá a noite. Mais alguma coisa?
Ela me encara quieta, não deixando nunca de me analisar, em parte eu não estava mentindo, mas a reunião ia mesma acontecer, só que eu não iria participar dela no início já que ali era o ponto de encontro entre mim e James.
Alguns minutos depois Alyssa para seu carro ali, quando eu ia pegar a bolsa na parte de trás ela segura o meu braço.
— Quem disse que você vai levar, primeiro eu vou analisar, enviar para o Fábio e depois eu te dou...
— Mas é sobre a minha tia! — eu exalto a voz mostrando está chateada, ela apenas sorrir ironicamente e tira a minha mão dali.
— Faremos o possível para te entregar até semana que vem. Agora sai.
Eu a encaro com raiva por um último momento, eu ainda sentia algo contra Alyssa, ela não me descia de alguma forma. Ela era sim maldosa e motivada por pouco a ferir as pessoas e isso me magoava tanto quanto me dava ódio.
Eu saio do carro nem olhando para trás, entrando diretamente no estabelecimento que estava com o movimento calmo como sempre.
— Oi Rick, ele já chegou? — eu abro um sorriso para o barman gato que era um dos agentes infiltrados.
— Está te esperando na sala de reuniões — ele lança uma piscadela para mim e se vira para atender um cliente.
Eu subo as escadas que dão ao escritório do dono que era pai de um dos alunos do curso de moda, então ali era o local perfeito. Assim que eu entro o James me abraça. Eu estranho, mas o abraço também. O carinho dele era bom e me parecia calmo e tranquilo. Eu sorrio enquanto ele verifica se estou machucada.
— Fizeram algo com você? Você está bem? Aquele brutamontes te apertou muito....
Ele continuava a me indagar com perguntas e eu ainda sorria para ele e seus olhos preocupados, algo em James sempre me acalmava, e ele me tratava como filha desde o dia que me salvou de Fábio. Ele era o policial que prendeu o carrasco no dia que quase me matou.
— Eu estou bem, pode relaxar — seus olhos se tranquilizaram perante os meus e ele sentou soltando um suspiro de alivio.
— Isso é muito perigoso para você, Antonella...
— Nem comece com isso de novo, eu tenho que fazer alguma coisa, por favor, me deixe seguir com isso.
Eu implorava enquanto segurava suas mãos que ele acaricia com ternura. Ele apenas concorda com a cabeça e eu sorriso indo na direção do computador que tinha ali. Eu tiro o pen drive de dentro do meu sutiã e coloco ele no computador seguindo tudo que fui auxiliada a fazer, eu respiro fundo, clicando para passar o vídeo e me sento ao seu lado.
— Eu não quero te assustar, Antonella. Mas sinto que só assim você ficará livre desse monstro e ele vai ter o que merece. A alguns anos atrás descobrir a crueldade que ele fez com a minha irmã, Antônia, eu apenas sabia de alguns detalhes que ele mesmo me disse no enterro e depois de descobrir tudo eu fui investigar e descobrir toda a verdade. E é por isso minha sobrinha que ele está atrás de mim.
Eu olho para James que segura a minha mão forte por cima da mesa. Eu volto a olhar para a tela, escutando com atenção o que Isabel tinha a dizer.
— Com algum tempo depois eu descobrir o que ele fazia com você e eu sinto muito mesmo por não ter te salvado, ou te amparado quando precisava. Quando descobrir já estava segura com Valentina e eu sou eternamente grata a ela mesmo não gostando de como ela está envolvida nessa situação...
Eu dou um salto da cadeira, a Valentina estava envolvida com Fábio? O que estava querendo dizer com isso Isabel?
— Tudo começou quando eu falei com a mulher que cuidava de Fábio na infância, ela era uma além de Antônia e Valentina que conseguiam diferenciar os gêmeos Alencastro.
O vídeo é pausado por James, eu o encaro confusa. Ele me olha nos olhos, e suspira.
— O que foi? Deixa o vídeo rodar...
— Acho melhor eu te contar sobre isso — ele se levanta nervoso e tranca a porta.
— Não estou entendendo, você sabe de alguma coisa que não me contou? — meu coração começa a disparar, ele joga na mesa um envelope e quando eu abro eu solto todas as fotos com as mãos trêmulas.
— Mas... o que?
Eu levo minhas mãos a boca, eu encaro James e me levanto me afastando.
— Você não precisa ter medo de mim...
— Como não James! O que são essas fotos, o que isso tudo aqui quer dizer? — eu não consigo controlar a minha voz, ele dar um passo na minha direção, mas eu o afasto. — Fica bem ai! Me explica toda essa história, agora!
Ele suspira jogando os cabelos castanhos para trás e me encara bem nos olhos.
— Eu sou... um dos irmãos de Felipe...
Todo o meu corpo começa a suar, eu estava sendo enganada todo esse tempo! Eu estava em volta de todos que Fábio, Felipe, tanto faz o nome desse monstro, podia controlar e manipular... Ele estava de olhos em mim todo esse tempo porque tinha alguém contando tudo de mim para ele. Esse alguém era James? Eu podia continuar confiando nele?
— Me explica...
— Eu só não quero que se afaste de mim. Ou tenha medo de mim...
— Como me pede uma coisa dessas sendo que mentiu a vida toda para mim. Desde que me conheceu, você teve tantas oportunidades de me dizer — a essa altura eu já estava com a raiva me dominando por completo.
— Eu vou te explicar tudo...
— Vai mesmo, e vai ser agora!
Eu me sento a três cadeiras da dele, tudo que eu estava descobrindo atrás de Isabel estava me abrindo os olhos, e eu tinha que confrontar todos da verdade se não continuaria cega pelo resto da vida.
Eu precisava arrancar de James a verdade, eu precisava saber e agora tudo dependia das suas palavras.
Se eu ia ou não continuar confiando nele.
— Éramos cinco irmãos — ele começa a dizer e meus olhos não perdem nenhuma das suas expressões.
Não revisado.
Continua...
Só sei que é agora que as máscaras caiem, estão preparados?
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