Capítulo 67 II - Engula sua palavras
Me sigam no Instagram. Lá eu posto sempre que tem atualização do livro.
@nia_escarlate
Eu apertava cada vez mais o volante toda vez que um sinal vermelho me travava. Eu não quis vim na moto de Gabriel, até porque ele estava desestabilizado demais para dirigir e eu o convenci que ele deveria me deixar fazer o que eu queria fazer.
Ninguém ia me convencer do contrario.
Eu precisava sabe porque Fátima tinha entrado no nosso caminho, no nosso relacionamento. Ela não podia ser apenas uma vaca, tinha mais alguma coisa ali, tinha que ter.
Eu parei em frente a casa amarela, saindo do carro furiosa. Gabriel puxa o meu braço, puxando o meu corpo para trás também.
Eu travo uma briga com seus olhos, eu estava irredutível. Eu ia fazer aquela mocreia engolir cada palavra que ela já tinha dito em tom de ofensa. Meu coração pulava da minha boca, minhas veias estavam fazendo o seu trabalho tão bem que eu me sentia elétrica.
— O que vai fazer?
— Se me soltar, vai saber.
— Ela é a minha mãe, apesar de tudo.
Eu solto uma risada, encarando qualquer ponto invés dos seus olhos. Ele estava tentando me frear e se eu precisasse ligar a Antonella vadia eu ligaria, porque eu estava cansada de ser manipulada.
— Valentina também é a minha mãe e você sempre disse que foi ela. E olha só quem foi a mãe que distorceu tudo contra nós? — Eu dou o meu olhar mais furioso em sua direção. — Não seja hipócrita, Gabriel. Você acusou Valentina sem prova, visto todo o histórico dela e em nenhum momento eu disse que você não poderia dizer o que pensava, agora está na sua vez de me deixar fazer o que eu quero!
— Ella...
— Isso não está em negociação. Me solta, agora!
Eu sinto ainda uma reluta, mas seus olhos desviam dos meus e seu aperto afrouxa. Eu puxo o meu braço com agressividade e viro as costas sem pensar duas vezes antes de entrar na casa.
Eu nem reparo no ambiente, esse lugar nunca me fez bem ou me trás boas memórias. Eu ouço risadas vindo da sala de estar, eu sigo para lá com passos firmes e travo na porta vendo-as contente.
— Ora ora. O que temos aqui? Não me convidaram para o brunch? — Eu cruzo os meus braços e mantenho a postura em cima dos meus saltos abrindo o sorriso mais debochado que conseguia naquele momento.
— Anne, o que faz aqui? — A voz surpresa de Ananda surge atrás de mim, mas ela tinha que me desculpar, porque eu não ia parar.
— O que essa....
— Não comece com as ofensas! — Eu digo olhando os olhos azuis tão parecidos com o de Gabriel. — Hoje sou eu quem vai ofender aqui!
Ela abre a boca em total surpresa, eu caminho até elas, não sabia que minha vinda aqui ia me trazer as duas pessoas que eu tanto queria conversar.
A morena de olhos expressivos me encara com o semblante fechado. Ela cruza as pernas, tentando fazer descaso, mas eu sabia que tinha a afetado.
— Alyssa querida, o que faz aqui? — Minha voz sai corrosiva e explosiva.
— Apenas tomando um chá da tarde com uma grande amiga.
— Grande amiga? — A risada sobe por minha garganta deixando todo o ambiente em silêncio. — Me poupe, eu acabei de entrar no ninho de uma cobra e achei a outra.
— Mais respeito na minha casa garota! — Fátima rosna na minha direção, furiosa pela ousadia, mas tudo aquilo estava alimentando ainda mais a minha raiva e eu não poderia parar.
Eu não conseguia mais parar.
— Quando você foi na minha casa, fazer o seu showzinho de mãe de filho prodígio você estava pouco de fodendo para o respeito.
— Anne, por favor...
Eu sinto as mãos de Ananda no meu braço, sua voz já estava chorosa, ela odiava quando eu me enfiava em briga, mas eu esperei tanto por essa.
— Sinto muito, amiga. Mas eu só saio daqui depois da megera da sua mãe me escutar.
— Não vou deixar que uma qualquer me ofenda dentro da minha casa...
— Uma qualquer? — Eu pergunto travando o seu movimento de sair. — Que mesmo usar esse termo contra mim tendo dentro de casa uma prostituta?
Seus olhos se arregalam em minha direção, suas mãos estão fechadas em punhos de raiva enquanto o sorriso não sai dos meus lábios.
— Gina, a sua outra filha sim é uma qualquer. Ao menos ela tem orgulho do que faz, e bem, parece que faz bem agora...
— Fecha a pouca para falar da minha filha!
— Então não ouse me ofender pela que sua filha faz. Eu não sou uma qualquer, eu sou muito bem sucedida e pelo que você disse que eu ia me tornar... virou contra sua própria filha.
Ela abre a boca em surpresa, talvez por saber que eu lembro bem de todas as palavras que ela me ofendeu.
— Não foi você quem disse que eu ia vender o meu corpo para um prato de comida? — Eu olho em sua direção, sentindo toda a adrenalina correr pelo meu corpo enquanto seu silêncio não me atinge. — O que me choca não foi ter dito isso, foi que se eu fizesse isso não seria da sua conta!
— Você acha mesmo que usar o dinheiro que você tem agora vai me atingir? Antonella, eu sou adulta, não sou uma das suas vítimas, não é assim que vai me derrubar.
— E quem disse que eu quero lhe derrubar? — Eu levo a mão no peito, fingindo está ofendida. — Eu não conquistei tudo o que eu tenho para jogar na sua cara, não se sinta tão importante assim, Fátima. Mas ao que parece você vem acompanhando o meu sucesso, como é para você engolir tudo o que disse?
Ela avança na minha direção mais Gabriel entra na frente a puxando para trás.
— Se antes você não me achava suficiente, tudo bem, está no seu "direito" de mãe zelosa. Mas isso também não era da sua conta! Se Gabriel queria ficar comigo, você não tinha nada que se envolver.
— Você nunca vai merecer o meu filho! Ele é um homem gentil, bom e educado, você é arrogante, mentirosa e manipuladora.
Eu bato palma, forte e sarcástica fazendo seu corpo vibrar de raiva.
— Nossa. Você acha que fui eu que virou a cabeça santa do seu filho? — Eu solto uma risada, sentindo que estava me divertindo muito com essa história. — E você ainda acha que Alyssa é melhor do que eu?
— Ela é mil vezes melhor que você! Ela veio de família nobre, educada...
— Mais vendia drogas na faculdade. Se embebedava em todas as festas e quase fez com que sua filha fosse presa por porte de drogas. — Eu bato palma novamente, vendo seu rosto surpreso na minha direção. — Ela claramente é bem melhor do que eu.
— Antonella para! — Ananda me puxa para trás com os olhos cheios de lágrimas, eu sabia que aquele assunto era delicado para ela, mas eu não conseguia parar.
— Isso é verdade Ananda?
— Mãe...
— Claramente a Antonella está apenas exaltada. — Alyssa interrompe a Ananda, fazendo aquela cara de sonsa que eu tanto odiava. — Eu apenas vivi a faculdade como se deve, mas nunca usei drogas ou tão pouco vendi, só namorei o cara errado.
— Mentirosa! — Eu digo olhando em seus olhos calmos. — Desde o dia que Ananda ficou naquela cadeia uma noite por sua causa eu te odeio. Você viu os policiais, você pediu para Ananda segurar sua bolsa porque precisava ir ao banheiro e sumiu. Mas você sempre teve uma cara de pau e dinheiro, por isso sempre se safava das coisas...
— Quanto ódio no coração, Ellazinha.
O modo que ela me olhou e disse meu apelido me fez recuar um passo. Parecia, por poucos segundos que eu estava na frente de Fábio. Ela abre um sorriso cruel em minha direção, pegando sua bolsa em cima da mesa e vem na minha direção.
— Se quer resolver as coisas comigo, é só ir no meu apartamento hoje a noite. — Ela diz parando na minha frente e abre um sorriso que poderia enganar qualquer um, menos a mim.
Alyssa se aproxima do meu ouvido, rosando os lábios cheios de gloss na minha carne e sussurra:
— Mas venha sozinha.
Ela sai da casa, deixando-me atordoada. Algo nela sempre me deu calafrios, sempre achei ela uma vaca sem alma, mas o jeito que ela falou reativou memórias em mim, ela estava falando igualzinho o Fábio.
— Mãe, por que escondeu as cartas? — A voz de Gabriel me faz olhar em sua direção, me tirando do transe.
— Qual é a participação daquela vaca nessa história toda?
— Eu não te devo mais nada! — Fátima se aproxima de mim com ódio. — Eu nunca gostei de você ou da sua mãe. Aquela vagabunda quase destruiu a minha família, eu odeio ela e odeio você porque se parece mais com ela do que pensa. Gosta que todos estejam ao seus pés, que todos estejam babando em sua direção como se fosse o melhor pedaço de carne da cidade. Mas vou te dizer uma coisa Antonella, você é uma merdinha! Podre por dentro, suja por fora. Seu cheio é de pessoa que só vence na vida subindo e pisando nos outros, mas, no meu filho não!
Eu fico apenas parada, escutando suas palavras que não me afetavam. Tudo que me dava mais raiva era ela falar daquele jeito da minha mãe.
— Meu filho não vai ser mais uma das suas vítimas, que você manipular, usa o quanto te favorece e depois joga fora. O seu tipo de mulher é aquela que entra na vida do homem para destruir. Mas com o meu Gabriel você não vai fazer. Eu pedi para Alyssa pegar suas cartas do correio enquanto as do Gabriel eu mudava o endereço para a minha casa. Se depender de mim, vocês nunca vão ficar juntos.
— Sinto pena de você e mais ainda por que seus esforços não adiantaram de porra nenhuma. Gabriel não é mais o garotinho que você precisa colocar debaixo das suas asas. Ele é um homem, e se ele quiser ficar comigo ou com qualquer outra mulher que você não goste, o problema vai ser dele. Eu estou tão cansada das pessoas mais manipuladores me apontarem o dedo. Antes disso Dona Fátima, encare o próprio umbigo antes de apontar seu dedo.
Ela levanta a mão, para me dar um tapa, mas eu seguro firme sua mão a impedindo de me bater.
— Eu juro que se você me encostar eu vou devolver, tão forte, mas tão forte que é capaz de deixar marca. Eu só devo respeito a quem me respeita. Não importa sua idade, o digito da sua conta bancária ou se é mãe das pessoas que eu mais amo nesse mundo, se você me bater, eu vou devolver.
Eu largo sua mão com força encarando seus olhos com fúria.
— A partir de hoje, passe a cuidar da sua vida e de assuntos que te diz respeito. Minha vida não é mais do seu interesse e se você ousar entrar no meu caminho novamente eu passo por cima de você!
Eu me viro, encarando os olhos cintilantes da Ananda. Eu não abaixo a cabeça, apenas passo por ela sem dizer nada.
Quando eu viro a maçaneta, a mão de Gabriel empurra a porta para se fechada novamente. Eu suspiro, sentindo uma raiva dominar o meu corpo.
— Você pegou pesado demais, Antonella.
Eu pisco os meus olhos várias vezes. Ele não estava mesmo me dizendo isso estava?
— Me deixa passar, Gabriel!
— Você precisa...
— Eu preciso o que? Pedir desculpas para a cobra da sua mãe só porque ela soltou umas lágrimas de crocodilo? Me poupe Gabriel que você já falou coisas piores para a Valentina...
— Mas ela é a minha mãe!
— Valentina é a minha! — Eu grito de volta, sentindo meu peito subir e descer aceleradamente. — Ela é a minha mãe desde que a minha Antônia morreu e você não perdia uma oportunidade de a atacar, mas agora, eu vejo qual lado você escolheu.
— Ella...
— Me deixa em paz!
Eu tiro os meus saltos, sentindo uma extrema vontade de taca-los nele. Mas eu apenas seguro-os forte contra o peito e abro a porta, saindo daquela casa e sentindo o ar fresco entrar nos meus pulmões.
Eu abro a porta do carro, e bato-a com força. Com a Fátima eu já tinha terminado, mas ainda faltava Alyssa. Mas antes disso eu precisava de um banho.
Eu estava mais que preparada para enfrentar, Alyssa. E de hoje não passava.
Não revisado.
Continua...
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro