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Capítulo 56 III - Para superar, você precisa falar.

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@nia_escarlate

O primeiro dia não foi fácil, e nem amigável para mim. A conversa com Veronica não tinha aliviado nada dentro de mim. Já se passaram dois dias, e ainda estou nesse hospício. Há mais pessoas na mesma situação que eu aqui, não estou sozinha, mas queria ficar ao lado de Agnes, ou em casa com Ananda. Me sinto deslocada, me sinto solitária demais nesse quarto branco sozinha.

Veronica me deu dois dias de folga, para que eu pensasse melhor em tudo que eu deveria dizer para evitar toda aquela reluta que tive. Mas meus pensamentos são os mais obscuros possível. Fico pensando em como Fábio estragou a família que eu tinha, como me encheu de inseguranças, medos, receios e raiva.

Raiva era o sentimento que mais predominava no meu corpo, na minha mente e na minha alma. Eu queria tanto não está pensando nele e em tudo que ele já me fez sofrer. Mas era inevitavelmente impossível não pensar nele. Eu tiro a minha blusa, vendo o meu corpo cada vez mais magro, cada vez mais me sentindo a pior pessoa do mundo com o meu egoísmo.

As cicatrizes em meu pulso me lembravam o quanto eu era fraca. As marcas de surra que recebia de Fábio me alimentavam de ódio. Meu corpo magro me lembrava que eu deixava minhas emoções negativas me afundarem num mar de emoções que não consigo controlar, navegar, nadar ou o desbravar.

Um dia eu conseguiria fazer toda essa dor e ódio serem eliminados do meu corpo? Eu conseguiria algum dia abandonar toda essa fome de vingança que ainda é alimentada? Fabio tinha que pagar pelo que fez. Ele tinha que pagar por ter matado a minha mãe. Por ter sido um homem covarde, hipócrita, machista e bêbado.

A porta do meu dormitório é aberta e dois enfermeiros surgem, mas atrás aparece Veronica que entra no quarto com um copo de suco de laranja e um sanduiche natural. Eu a encaro desconfiada, ela coloca a bandeja com os alimentos em cima da minha cama bagunçada e joga os cabelos para trás do ombro e me encara com seus olhos expressivos.

—  Hoje a consulta será aqui mesmo. — Veronica diz e olha para os dois enfermeiros parrudos atrás dela. — Já podem ir, verifiquem a menina do quarto 270, ela estava com uma grande dor de barriga. — Veronica diz enquanto eles colocam uma cadeira para que ela se sente em frente à minha cama.

Eu coloco novamente a minha blusa e vou em direção a cama onde o lanche estava. Me sento ali, sabendo que precisava comer tudo e ainda falar.

Veronica foi paciente comigo, esperou que eu comesse todo o café da manhã e me deu a medicação para que eu tomasse junto com o suco. Não consegui distinguir se o lanche estava muito saboroso ou era eu quem estava com fome.

Dessa vez ela não veio com seu bloco de anotações o que é estranho. Ela ainda está com a mesma pose de sargentona como sempre. Seus cabelos estão soltos e com ondas, seus olhos possuem sua maquiagem suave, sem nenhum batom nos lábios. Ela está com uma saia lápis preta e uma blusa verde esmeralda, seus saltos pretos dão generosos sentimentos a ela.

— Esteve mais algum pesadelo essa noite? — Ela me pergunta, mas consigo identificar o seu tom avaliativo, mesmo não parecendo, ela veio aqui para me avaliar e não para jogar conversa fora, ainda mais que ela nunca foi de fazer isso.

Desde nossa última consulta a dois dias atrás, eu tive pesadelos pesados com Fabio, ele me perseguia pela mansão de Valentina e depois de ameaçar Ananda com uma arma eu vou com ele para onde é que ele quisesse me levar. Acordei gritando, suada, cansada e com muita raiva. Esse foi um dos motivos que levou ela a me dar uma folga.

— Dormi bem tranquila, não tive pesadelos. Na verdade, eu não sonhei com nada, só dormi. — Eu digo após beber todo o suco de laranja e colocar o copo descartável em cima da bandeja de metal.

— Isso é muito bom. — Ela diz e cruza as pernas. — Me conte sobre sua primeira tentativa de suicídio. — Eu encaro os seus olhos enquanto me tiro a bandeja de cima da cama, a colocando no chão. — Se estiver confortável para compartilhar isso comigo.

As lembranças do dia me invadem de maneira forte e emotiva. Foi logo após eu e Fábio voltarmos do cemitério, do enterro de Antônia.

— Eu lembro que me tranquei no quarto após voltar do cemitério. Eu estava completamente triste e Fabio batia na porta, dizendo que estava ali para me ajudar a superar, que íamos superar juntos, mas era tudo mentira. — Eu respiro fundo tentando falar do assunto de maneira fria, mas é muito difícil.

A bipolaridade de Fabio me assustava e naquele tempo eu não entendia que ele estava motivado a provar que não tinha matado a mulher que dizia amar.

— Algumas horas depois ele saiu, disse que ia na casa de um amigo que morava ali perto e me pediu para que ficasse em casa e não abrisse a porta para ninguém. Eu lembro que sentia raiva de suas desculpas idiotas, ele ia beber. Eu sabia disso e ele também, mas naquela época ele não admitia que era um alcoólatra de merda. — Eu digo relaxo os ombros, tentando guiar minha lembrança.

— Então ele te deixou sozinha e foi beber?

— Sim, foi a primeira vez que fiquei sozinha desde que... Minha mãe morreu. — Eu digo espantando as lágrimas ao olhar para cima. — Eu me senti tão sozinha! Eu fui até o quarto que era dela, abri o guarda roupa e peguei um dos seus vestidos e o cheirei. Eu sentia o aroma, o cheiro dela. Sentia a nostalgia na ponta dos meus dedos que estavam com saudade de a tocar. — Eu paro de falar quando as lagrimas caiem silenciosamente.

— Além da dor da perda e o luto, estava sentindo mais alguma coisa?

— Culpa. — Eu admito entristecida. — Naquela época eu me sentia tão culpada por ter a desobedecido, talvez se eu não tivesse entrado naquela cozinha, ela ainda estaria viva.

Esses talvez que me corrompiam por dentro. A culpa não me deixada seguir em paz, sempre uma parte minha sentia esse sentimento desprezível.

— Agora sabe que não teve culpa?

— Eu sei. Mas o sentimento ainda está aqui. — Eu digo para ela e seco o rosto. — Naquele dia eu entrei no banheiro e... tentei cortar os meus pulsos.

— O que te impediu? — Veronica pergunta encarando bem firme os meus olhos.

— Fábio. — Eu digo a ela e solto uma risada irônica. — Ele bateu fortemente na porta do banheiro, com o surto deixei cair a gilete dentro do ralo que tinha no banheiro. Eu abrir a porta, para saber o que ele queria, ele abriu os braços e chorou enquanto me abraçava. Eu não entendi nada, muito menos suas palavras enroladas por causa da bebida, mas lembro-me de uma única palavra que ele disse.

— Qual foi a palavra?

— Desculpa. — Eu digo sentindo o amargor da palavra. — Eu nunca o ouvi usar essa palavra antes, não sei se meu ódio ocultou meu sentimentalismo, mas naquele momento eu não vi verdade, mas também não foi da boca para fora. Ele estava bêbado demais para lembrar disso no outro dia e eu não ia falar para ele.

— Naquele dia você estava sentindo-se culpada, triste e com saudades. Hoje, sobre essa primeira vez que tentou cometer suicídio, o que sente? — Veronica pergunta me estudando com o olhar, eu encolho os meus ombros e respiro fundo.

O que sinto sobre isso agora?

O que eu deveria sentir sobre isso?

— Sinceramente, eu não sei. Eu não faria novamente movida a esses sentimentos, compreendo agora com um pouco mais de clareza que eu não tive culpa, eu também não ativei a raiva de Fábio. Mas me sinto aliviada em falar isso pela primeira vez, eu nunca tinha contado isso para ninguém.

Ela fica em silêncio, talvez absorvendo tudo o que eu disse.

— Estou pronta para falar sobre o... episódio da banheira. — Eu digo cortando o silêncio, ela estava esperando que eu tomasse a iniciada, pois bem, dei um passo e daria mais, porém tudo ao meu tempo.

— Está mesmo pronta ou está querendo falar para sair logo daqui?

— Estou pronta para falar. — Eu digo a ela com sinceridade. — Sei que as coisas comigo não são fácies, eu admito que dificulto mais. É instintivo, não consigo controlar, não quero controlar.

— Acha que não consegue controlar? — Veronica pergunta e eu concordo com a cabeça. — Você agora tem mais controle sobre sua vida. Você tem a capacidade de a controlar, você já se provou isso com a conversa que teve com Bernardo. Se der essa chance, Antonella. Queira amar a si mesma, queira ser feliz...

— Eu quero, eu quero mais que tudo ser feliz, me amar por completo, Veronica. Mas sempre parece que algo me puxa para o lado mais sombrio que eu tenho guardado.
Sou fraca...

— Você já repetiu tanto isso que acabou acreditando. Você tem uma força guardada dentro de você que tem medo de usa-la. Você a usava de maneira errada, para machucar, ferir ou humilhar as pessoas a sua volta. Mas você é melhor que isso. Só precisa acreditar em si mesma, acreditar em sua força. Acreditar que é capaz de mudar. A mudança está em nós e você vem procurando a mudança no lugar errado. Não procure isso em Bernardo, ou em Gabriel, porque eles nunca vão te dar o que você sempre procurou.

— O que eu sempre procurei? — Eu a pergunto confusa.

— Você sabe a resposta disso. Você chorou por isso diversas vezes, está na hora de isso mudar não acha?

O que eu sempre procurei?

— Amor. — Eu a digo depois de um tempo em silêncio pensando. — O meu amor, amor próprio. Eu não posso amar alguém, sem me amar primeiro. Se não vou continuar a cometer o mesmo erro de me perder na relação. Porque eu preciso está segura quanto meus sentimentos por mim mesma... Sem isso eu nunca vou poder amar alguém verdadeiramente.

— Você se ama, Antonella? — Veronica me pergunta encarando os meus olhos.

— Não, mas vou me amar. Um dia eu vou me amar por completo. Isso não é uma promessa feita para você doutora, é algo para mim. Eu vou em busca do meu amor, dos meus sonhos sozinha. Enfrentar todos os meus medos, inseguranças não será nada fácil, mas eu continuarem tentando porque eu tenho certeza que vou conseguir. Não admito que eu não consiga me encontrar. Encontrar o meu espaço no mundo e quando eu achar eu irei brilhar mais que um diamante.

Veronica abre um sorriso, o sorriso mais bonito que já vi. Era algo contente e feliz, genuíno eu diria. Ela não deu um sorrisinho de canto de boca ou algo que sumiu depois que percebeu o que fazia, ela o mantém por um bom tempo, consegui ver o quanto seus dentes são brancos.

— Por que está sorrindo? — Eu a pergunto e ela ajeita os cabelos me olhando nos olhos ainda mantendo o sorriso. — Não sabia que tinha dentes, doutora. — Eu digo rindo e ela não fecha a cara, o que é estranho demais, prefiro ela ruim.

— Você passou da fase três...

Eu levanto rapidamente da cama, e ela se levanta da cadeira indo em direção a porta como sempre faz, mas eu a impeço, chegando mais rápido na porta colando minhas costas no metal frio que me arrepia inteira.

— O que você disse? — Eu a pergunto completamente chocada, será isso mais um dos seus testes psicológicos?

— Eu disse que você passou da fase três.

— Como assim, por quê? O que eu fiz? — Eu a pergunto ainda sentindo o nervosismo na minha corrente sanguínea. — Eu nem respondi sua pergunta sobre a tentativa de suicídio na banheira...

— A fase três é sobre superar os obstáculos que você já passou. Não é para esquece-lo ou fingir que não aconteceram, Antonella. Você lembra de cada detalhe com precisão. Conta cada detalhe com a intensidade de sentimento saudável até. Você não teve medo de dizer com sinceridade o que sentia. Não te trouxe aqui para te torturar, te trouxe aqui porque somente aqui você ia conseguir pensar com clareza e sozinha. Tomou a iniciativa no momento certo, que acreditar em si mesmo, eu vejo superação em seu futuro, você só precisa parar de ser tão teimosa.

Eu fico de boca aberta, completamente chocada. Era um maldito teste o tempo todo. Os jogos psicológicos dessa mulher são perigosos eficazes, eu que me considero a espertinha, acabei de ser tapeada por mim mesma.

— Eu consigo ver quando um paciente tem sede de melhorar, e consigo ver que você, uma hora ou outra vai continuar a caminhar para frente. Parar de olhar para trás, deixar o passado no lugar dele, isso é a única coisa que está impedindo-a de ser feliz. — Ela diz olhando em meus olhos que se enchem de lagrimas.

Ela me pegou de surpresa.

— Eu não sei o que te dizer...

— Não diga nada querida, apenas reaja. O choque do seu passado foi grande, mas não é nada que não consiga superar, evoluir... — Ela pausa por um instante e continua a falar. — Quando você disse sobre os seus sonhos e espaço no mundo eu vi que você já tem algo em mente, um objetivo claro. Não tenha medo de correr ou como gosta de dizer, lutar pelos seus sonhos. Você é capaz, é uma moça inteligente demais para se afogar em problemas que agora são inexistentes.

As lagrimas caiem bem devagar pelo meu rosto, eu abro um sorriso para ela. Ele é tão grande que doe a bochecha. Eu abraço fortemente, abraço com toda a felicidade que suas palavras me trouxeram, ela demora um pouco para retribuir, mas acaba fazendo e eu choro mais, porque agora sei qual é a chave da porta que dar para fora da escuridão.

— Eu... eu quero te gradecer. — Eu digo entre as lágrimas que não param de cair. —Por tudo que há de mais lindo em minha vida eu quero te agradecer por me fazer enxergar, me fazer caminhar e continuar a caminha independentemente do que me tenha acontecido. Veronica, muito obrigada.

Eu a abraço novamente e ela dessa vez retribui de imediato.

A chave para porta da minha escuridão é me perdoar. Para de me sentir tão culpada e não julgar minha mãe que infelizmente não pode mais tirar minhas dúvidas, mas eu não posso a culpar.

Eu nunca deveria ter a culpado.

E eu a pedirei perdão por isso, assim que eu tiver alta vai ser a primeira coisa que farei.

Eu prometo, mãe.

Eu prometo.

Não revisado.

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