Capítulo 50 - Eu sou eu quem manda
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Nada parecia está no seu lugar certo. Mas eu estava começando a me alegrar pois ia voltar a minha vida normal. Sai da mansão ontem a noite. Valentina insistia para mim continuar ali, que estaria mais segura, mais feliz. Porém eu a ignorei completamente pois ela tinha conseguido o que tanto queria.
Me afastar do Bernardo.
Ela estava bem ciente da decisão dele. Sorria pelos cantos, se duvidar até cantarolava por ter enfim conseguindo o que tanto queria. Aquilo me encheu de ódio e eu não conseguia mais ficar ali, tudo me incomodava e eu estava começando a me irritar atoa já que eu e Bernardo estávamos bem, de uma maneira torta, mas bem.
Ele estava bem afastado, disse que estava focando mais em Téo. Mas eu sabia que não era isso, ele estava me evitando ainda mais e isso já estava me cansando profundamente.
Naquele dia eu comi todos os meus pirulitos e me tranquei em um dos quarto de hóspedes. Eu ouvi música alta, chorei horrores, dancei até meus pés doerem, quebrei algumas coisas... Já tinha liberado toda a mágoa que precisava, agora era só lidar com a situação.
Eu e Bernardo somos "amigos". Ele bem sabe que somos no máximo inimigos com a bandeira branca levantada, mas ainda achava, em seu mundo, que éramos bom amigos.
Que não se comunicam nem por ligação e mensagem. Que não se veem frequentemente. Apenas coexistimos na mesma cidade e agora no mesmo âmbito de trabalho. Eu estava decidia a faze-lo se arrepender por tudo aquilo. Mas Jane me mostrou que Bernardo realmente precisa seguir sozinho a sua vida. Sem se decepcionar se eu voltar para Gabriel.
O que também não aconteceu.
Depois daquele dia, tudo em Gabriel me irritava. A voz mansa, o cabelo bem penteado, o perfume forte, o sorriso despreocupado me enfurecia de uma maneira louca. Mas eu sabia bem, que também que era birra. Era só porque fui dispensada por Bernardo e descontei tudo nele, o coitado realmente não tinha culpa, mas ele aguentou calado o que foi bom.
— Anne! — Olho para Ananda que me encara completamente irritada.
— Desculpa, eu estava pensando.
— Daqui a pouco vai sair fumaça! Para de pensar neles e foca aqui, por favor. — Ela pede com o rosto avermelhado de tanta raiva, eu respiro fundo e encaro minha amiga.
— Desculpa. — Eu digo baixinho. — Do que precisa?
— Que você me ajude a pensar numa desculpa bem elaborada para não ir nessa festa no fim de semana. — Ela diz se sentando no sofá do meu lado e eu reviro os olhos.
O chefe da Ananda, o gostoso do Leonardo, o da bunda bonita e firme, a convidou para a grande festa na casa do magnata Gregorio Karmel. Um velho tarado que acha que porque tem dinheiro pode assediar as mulheres que quiser.
Eu realmente não estou afim de ir nessa festa, mas como sou a presidente de uma empresa que ainda não está bem das pernas, preciso ir. Ao menos será uma viagem que Bernardo também não poderá fugir, já que Eduardo deixará Téo e sua outra filha Duda com a mãe dele que adora os pequenos.
— É só você ir, Ananda. Eu estarei lá também. — Eu digo já cansada desse assunto, mas ela está determinada a fugir dessa festa.
— É um fim se semana inteiro ao lado do meu chefe! — Ela diz exasperada levantando as mãos.
— Que estará acompanhando com alguma vadia interesseira. Quem sabe não é aquela ruiva que estava sendo...
— Não me lembre da Srta. Gomes. — Ananda diz se levantando. — Super model Raiane Gomes. Ray pros íntimos. — Minha amiga diz com a voz fina, imitando a tal mulher. — Insuportável! Mais um motivo para não ir. — Ela diz e eu reviro os olhos.
— Você só ficará com ele nas reuniões, o auxiliando e lá a Srta. Super model não poderá participar. Ainda não entendi esse desespero todo. — Eu digo a ela que senta novamente no sofá soltando um suspiro.
— Ele disse que tudo bem se eu levar meu namorado...
— Mas você não tem namorado. — Eu digo e ela se encolhe no sofá. — Você disse que ia com o namorado! — Eu digo levantando do sofá rapidamente.
— Ele perguntou se eu ia desacompanhada. Caso eu não fosse ele dispensaria a Srta. Super model para não me constranger novamente. — Ela diz se levantando para ficar a minha frente. — Eu disse que não seria necessário, já que eu ia acompanhada...
— Você inventou um namorado!? Você nunca foi de mentir. — Eu pergunto perplexa.
— Ele entendeu tudo errado! Eu disse que ia acompanhada, mas não com quem. Eu estava falando de você, mas ele entendeu que seria com um namorado, e que estava curioso para conhecer o cara que eu namoro e saiu sem me deixar explicar que não tinha namorado nenhum. — Ela diz desesperada e nervosa.
Eu a encaro, colocando a mão na boca sutilmente para que ela não perceba que eu estava rindo, mas não aguentei por muito tempo. Eu comecei a gargalhar sem parar.
— Isso não é engraçado, Antonella! — Ela diz vermelha de raiva.
Eu não consigo formar uma palavra, só consigo pensar que ela está enrascada demais.
— Já que o Bernardo te dispensou eu posso pedir a ele que seja meu acompanhante! — Ela diz alto cruzando o braços abrindo um sorriso quando meu riso morre.
— O que Ananda?
— Que bom que parou de rir. — Ela diz passando por mim.
— Você está falando sério?
— Boa noite, Antonella. — Ela diz e eu vou atrás dela.
— Ananda!
— Bons sonhos querida. — Ela diz dando tchauzinho e bate a porta na minha cara.
Eu cruzo os braços, achando a brincadeira dela muito sem graça. Eu vou para o meu quarto fechando a porta. Entro no meu closet e abraço as minhas roupas.
— Senti tanta falta de vocês! — Eu digo sorrindo sentido o cheiro de cada uma delas.
Me jogo na cama, sentindo que agora minha vida vai entrar nos eixos e me rendo ao sono sentindo que amanhã será um lindo dia.
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Acordo sorrindo, percebendo que estou mesmo em casa. Abro as cortinas, deixando os raios solares entrarem e minha pele absorver cada um deles. Calço minhas pantufas, indo diretamente para o meu closet.
Eu respiro aliviada, acendo a luz, que ilumina todo o espaço organizado com as inúmeras roupas que tenho. Meu sorriso abre ainda mais. Uma música divertida começa a tocar na minha cabeça, e eu me agito no som dela.
Passo os dedos pelas roupas, sentindo a maciez delas enquanto começo a cantarolar uma música qualquer. Eu rodopio com os braços abertos, sentindo a felicidade transbordar. Eu vou na sessão que é designada para o trabalho, com roupas mais formais.
Queria uma roupa mais alegre, porém um dos vestido ainda com etiqueta me chama atenção. É uma das marcas mais famosas de Amarilis, sinto minha alegria multiplicar. Tiro o vestido dali, para o avaliar melhor.
Alta costura, colado no corpo. Sua alça é transparente e preta, o busco é revestido de couro com um decote aberto, cortado ao meio por uma fivela de brilhantes. E mostra um pouco abaixo do busto também. A parte de baixo, também é de couro, as laterais são com o mesmo tecido transparente de cima.
— É você mesmo bebê!
Eu digo colocando com cuidado sobre o meu antebraço e vou para a sessão dos sapatos. A maioria deles era salto alto, mas para um vestido daquele tinha que ser um sapato ousado.
Lembro-me de um desfile que fui, de um dos meus design preferido. Miro no salto a minha frente com os olhos brilhando, pego um dos saltos na mão. Parece ser uma sandália comum como qualquer outra, mas sua fivela é como se fosse uma fita que os costureiros usam.
— Completamente perfeito!
Coloco a roupa em cima da cama e sigo para o banheiro. Olho a banheira que me dar calafrios fortes, me fazendo lembrar daquela noite. Eu respiro fundo, olhando para o espelho e abrindo um sorriso.
— Hoje não, depressão. Tire uma folga. — Eu pisco para o espelho e sigo para o chuveiro.
Tomo banho com tudo que tenho direito. Shampoo da linha que lancei para os meus cabelos. Sabonete em líquido neutro que faz uma grande espuma. Tiro todos os produtos do corpo com água gelada e me enrolo na toalha usando uma menor para o cabelo.
Pego uma calcinha preta de renda para não marcar no vestido. Posso um hidratante por todo o corpo, e visto toda a roupa que separei.
Deixo o meu cabelo o mais liso e solto que consigo. Nos lábios um batom vermelho fogo, e passo apenas um rímel. Passo perfume Ella, sentindo que hoje nada vai me derrubar.
Pego minha bolsa, uma das minhas coleções também. Uma amarela, com alguns detalhes a mão, e saio do quarto.
— Anne sobre ontem... Uau. — Ananda diz me avaliando. — Você está incrível. — Ela diz de boca aberta.
— Eu estou de volta no controle, gatinha. — Eu digo piscando para ela.
Meu andar é prepotente, audacioso e confiante. Passo por ela, dando beijos no ar, recusando seu café da manhã, peço algo perto da empresa mesmo.
Dirigo calmamente até a empresa. Quando eu desço do carro em frente a empresa, o manobrista abre a porta educadamente, ele abre um sorriso pra mim que eu devolvo com alegria. Dou a chave para o jovem rapaz e entro no prédio espelhado e chique.
Não querendo me gabar, mas os olhares estão todos em mim. Eu abro um sorriso ainda maior, cruzando a recepção como se eu fosse a dona do mundo. Entro no elevador sozinha, indo diretamente para o andar da presidência.
Assim que saio do elevador. O burburinho se silencia. Fernanda vem até mim surpresa, não era para mim voltar hoje, mas eu precisava vir, precisava tomar o meu lugar de volta.
— Bom dia Antonella. — Ela diz sorridente.
— Bom dia. — Eu digo e vou seguindo até a minha sala, mas paro no caminho quando vejo Esmeralda. — Na minha sala, agora. — Eu digo com a voz firme, ela apenas concorda com a cabeça e me segue até a minha sala. — Espera só um momento. — Eu digo a ela enquanto paro na porta da presidência.
Eu respiro fundo e abro a porta de correr. Entro na sala. Meus movimentos são acompanhando pelos olhos de Valentina que está falando ao telefone sentada na cadeira principal.
Ela não demonstra a surpresa, mas não diz nada e não move um músculo.
— Sai. — Eu digo a ela, encarando os seus olhos azuis.
— Como é...
— Eu mandei você sair! — Eu digo mais alto, ela levanta da cadeira rindo desligando o telefone.
— Querida...
— Me poupe de ouvir suas mentiras hoje. Sai da minha sala... Agora! — Eu rosno para ela, chegando perto da mesa.
— Era para você voltar amanhã!
— Eu volto quando eu quiser pro meu cargo, minha sala e minha cadeira. — Eu digo a ela abrindo um sorriso.
— Está me punindo por alguma coisa, Antonella? — Ela pergunta sorrindo, tão audaciosa quanto eu.
— Você merece ser punida? — Eu pergunto dando a volta na mesa sentando na minha cadeira.
Valentina para na frente da mesa, ainda com o sorriso vitorioso no rosto.
— Creio que não. — Ela diz e cruzo as mãos em cima da mesa, apoiando os cotovelos.
— Então está tudo certo. Pode ir agora. — Eu ordeno, também sorrindo e ela respira fundo. — Quando sair, mãezinha, pede para a Esmeralda entra. — Eu digo por puro deboche e ela vai em direção da porta sem dizer nada.
— Essa rodada você ganhou, filhinha. — Ela rebate debochada também e sai da sala.
Eu bato rapidamente os saltos no piso do chão. Sinto que eu sou a dona do meu próprio auto controle e eu hoje o agarrei tão firme que ele não vai poder se esvair entre os meus lindo dedos.
Esmeralda entra na sala segundos depois, com a pose de sempre. Ela está com um terninho preto, sofisticado, os cabelos estão alisados dessa vez, deixando seu rosto mais maduro. Sua maquiagem é básica. Seus olhos escuros encaram os meus.
— Você vai comigo amanhã a festa do fim se semana. — Eu digo a ela, e me levanto. — Use roupas formais nas reuniões, esteja com o cérebro fresco porque você vai ler inúmeros contratos...
— Esse fim de semana? — Ela me interrompe e eu reviro os olhos.
— Sim. Tenho certeza que você ouviu falar na festa que o magnata Gregorio Karmel da uma vez por ano em uma das suas mansões. — Eu digo rodando a mesa, ficando em sua frente e cruzo os braços diante de sua cara azeda. — Algum problema?
— Esse final de semana eu não posso. — Ela começa, e eu suspiro já com raiva. — Marquei com o meu noivo...
— Eu não quero saber. — Eu digo a ela que arregala os olhos. — Você vai ganhar um bom lucro com todas as transações que a Martinez conseguir, então precisamos de você e da sua equipe pronta para tudo. — Eu digo a ela que olha para os lados, tentando talvez achar uma saída.
— Eu posso arrumar...
— Você é a principal advogada da empresa. É você que vai e esse assunto não será discutido. — Eu mando ríspida.
— Eu não vou!
— Se não for, está demitida. — Eu dou minha última palavra e ela respira fundo.
— É isso que você sempre quis né Antonella. Me demitir. Admite. — Ela diz com raiva.
— Mania de perseguição uma hora dessa, Esmeralda?
— Eu que te pergunto! Você está sendo uma completa...
— Completa? — Eu pergunto levantando a sobrancelha.
— Vadia. — Ela solta de uma vez e eu dou um risinho.
Eu caminho em sua direção, o salto me dando uns bons centímetros sobre ela. E abro um sorriso.
— Sou a vadia chefe, Esmeralda. — Eu digo a ela que fica vermelha de raiva. — Eu mando e você obedece. Se não quiser... Pode se demitir. — Eu digo abrindo um sorriso e volto para a minha mesa, sentando na cadeira confortavelmente.
— Eu estarei lá, Srta. Alencasto. — Ela diz formal e grossa.
— Eu já não tinha dúvidas. — Eu digo fazendo um sinal para ela sair enquanto viro minha cadeira para a paisagem maravilhosa que tem Amarilis e sorrio.
— A vadia voltou em grande estilo. — Eu digo a mim mesma, contente por finalmente está no controle.
Não revisado.
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