Capitulo 49 - Isso é mesmo o melhor?
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@niaescarlate
Acordo sentindo falta do corpo de Bernardo ao meu lado. Minha cabeça lateja um pouco, eu me sento na cama e ouço o barulho do chuveiro ligado.
Demoro um pouco, mas consigo me levantar e ir até o banheiro onde Ananda está tomando banho. Eu paro ali na porta, com as costas apoiadas no batente e faço uma barulho com a garganta para ela notar que estou ali.
— Finalmente acordou. — Ela diz desligando o chuveiro.
— Como está o seu pai? — Eu pergunto enquanto ela se enrola na toalha após sair do box.
— Internardo. Teve uma crise de estresse após mais uma briga com Gina e Fátima. — Ela diz chateada. — Como foi o sua noite? — Ela pergunta me encarando e eu engulo a saliva a seco.
Eu não sei se conto ou não para ela. Ananda está com o pai no hospital, eu não deveria contar a ela.
— Bernardo cuidou de mim. Foi tudo tranquilo. — Eu digo seguindo de volta para a cama.
— Tem certeza? — Ela pergunta vindo atrás de mim e eu suspiro.
— Ele te contou...
— É claro que ele me contou! — Ela diz nervosa. — Era algum segredo?
— Não, Ananda. Só não queria te preocupar mais...
— Você sabe que isso não é a primeira vez que acontece. Tanto em relação ao meu pai internado no hospital após uma briga idiota com Fátima e Gina, quanto...
Ela para de falar, com lágrimas nos olhos. Eu a puxo para sentar ao meu lado. Ela me agarra forte, soltando suas lágrimas que faz meu peito se apertar.
— Eu não queria que ficasse desse jeito...
— Você tentou se matar outra vez, Antonella! Como quer que eu fique em relação a isso?
— Eu sei. Me desculpa. Não vai mais acontecer. — Eu digo segurando o seu corpo firmemente.
— Você já me disse isso antes!
— Bernardo me ajudou ontem. Ele foi tão... atencioso. Cuidadoso comigo. Não me fez tantas perguntas, me acolheu em seu colo mesmo eu querendo outra coisa... Ele foi incrível ontem... Porque está me olhando desse jeito? — Eu pergunto a ela que me encara com um sorriso lindo no rosto.
— Você gosta dele. — Ela diz e eu reviro os olhos jogando minhas costas no colchão dele que ainda tem o seu cheiro.
O nosso cheiro.
— Eu não! É só...
— Sexo? Me poupe Anne. Você está aí, toda vermelha, falando sem parar sobre como ele foi atencioso, cuidadoso...
Eu pego um dos travesseiros e taco nela que estava dançando uma valsa sozinha enquanto ria da minha cara.
— Para com isso!
— Admite então. — Ela diz jogando o travesseiro de volta. — Você gosta dele não gosta?
— Eu gosto dele sim Ananda. Ele é um ótimo homem. — Eu digo dando de ombros.
— Estou falando de paixão, Antonella. Você está apaixonada pelo Bernardo? — Ela pergunta com os olhos brilhando de expectativa.
— Porque está agindo desse jeito!? — Eu volto a jogar o travesseiro nela.
— Você você está apaixonada! — Ela diz alto subindo na cama. — Seu coração não está lacrado como você disse. Só se permita sentir, amar...
— Que baboseira é essa, Ananda? — Eu pergunto puxando o seu pé e ela cai rindo em cima da cama.
— Isso se chama amor... — Ela diz abraçando o travesseiro. — Você está começando amar outro...
— Isso é bom pra você? — Eu pergunto quando ela se cala, percebendo o que ia dizer.
— A questão aqui não sou eu, Anne. — Ela diz irritada.
— Quero saber sua opinião. — Eu pergunto pegando em sua mão. — Você sabe o quanto sua opinião é importante para mim. — Eu digo e ela me encara com suas bolotas azuis.
— Não quero que interprete como ciúme de irmã. — Ela diz baixinho.
— Em relação a mim ou ao Gabriel? — Eu pergunto confusa.
— Aos dois. — Ela conclui e desviar o olhar. — Eu não quero ver você sofrer por ele novamente, Anne. Eu vi o quanto você se fechou pro amor. Ficou fria, amargurada, sensível, irritada por muito tempo. E agora que apareceu o Bernardo que foi entrando devagar, ele... voltou! — Ela diz se levantando. — Como se nada tivesse acontecido! Como se ele não tivesse ido embora por SEIS ANOS! Sem mandar comunicar conosco, porque eu descobri que ele ligava para Fátima. — Ela diz bem brava com as bochechas vermelhas.
— Você está bem irritada com ele. — Eu digo devagar.
— Por isso eu não posso te dar minha opinião. Só você pode decidir isso. Eu vou estar sempre ao seu lado independente de quem escolher. — Ela diz vindo me abraçar.
Eu aceito o seu abraço a abraçando também. Eu abro um sorriso, sabendo que Ananda é a melhor pessoa do mundo.
— Mudei minha opinião sobre Bernardo... — Ela começa e eu me afasto rindo.
— Lá vem.
— Ele foi tão compreensível comigo, disse a verdade sem rodeios. Disse que eu devia te dizer minha opinião, mas cuidar de mim. — Ela diz e abre um sorriso. — Eu até disse a ele que achava que ele era só músculos...
— ANANDA!
— Só saiu, sabe. — Ela diz vergonhosa. — Ele não ficou chateado, até fez piada sobre ter um coração guardado...
— Ele mudou bastante. Eu gosto do novo Bernardo em partes... Ainda gostava quando ele não pensava duas vezes antes de...
— Nem continua! — Ela diz tampando os ouvidos. — Eu não quero saber disso. — Ela diz e eu rio.
— Eu ia dizer antes de agir. — Eu digo sorrindo. — Eu não sei o que sinto por ele. Mas sei que gosto dele. Ele parece ser tão louco quanto eu.
— E o Gabriel? — Ananda pergunta curiosa e eu suspiro.
— Eu... Não sei. — Eu digo encolhendo os ombros. — Eu o amava tanto! Disse diversas vezes isso para ele desde que chegou, mas sinto que algo está diferente.
— Vocês dois são adultos agora, Anne. Estão mais maduros, decididos...
— Não é isso. — Eu digo me levantando. — Tem algo a mais. Eu fiquei pensando, será que no momento só sobrou gratidão? — Eu pergunto me virando para olha-la. — Por tudo que ele me fez? Eu... Não sou mais aquela garotinha de quinze anos, e nem aquela garota de dezoito anos. — Eu digo frustada. — Estou tão confusa!
— Porque não... tenta algo com ele? — Ela pergunta e eu me abraço.
— O com Gabriel?
— Não tem como um amor daqueles que vocês tiveram desaparecer do nada, mas as vezes vocês só precisam colocar um ponto final de verdade para seguirem a vida de vocês. — Ananda aconselha.
— Mas e o Bernardo? Eu estava disposta a enfrentar até a Valentina para ficar com ele, por que ele é o meu primo. — Eu digo fechando os olhos. — Você sabia que foi Valentina que chamou Gabriel? Pra me separar de Bernardo?
— Não acredito!
— Pode acreditar. Ela soube bem usar as armas que tem.
— Se você ficasse agora com Bernardo seria por total birra e você sabe muito bem disso.
— Eu sei. Eu sei. — Eu digo me jogando na cama. — Mas ontem eu senti algo diferente. Não foi apenas desejo carnal. Foi algo tão quentinho e acolhedor.
— Você está parecendo uma adolescente boba apaixonada. — Ananda diz rindo.
— Eu sei! Isso não combina comigo. Eu sou a pessoa mais decidida que conheço. E estou aqui, sofrendo para escolher.
— Se está assim, significa que não é a mesma coisa com Gabriel e que Bernardo não é só sexo.
— Como assim? — Eu pergunto me apoiando nos cotovelos para olha-la.
— Antes de Bernardo aparecer, você já transava com outros homens. Era uma espécie de namoro, mas quando você se cansava deles, ou estava começando a ficar algo sério, você os dispensava sem pensar e não sofria por isso.
— Nisso você tem razão. Eu nunca sofri para terminar nenhum relacionamento desde que Gabriel foi embora. E aí...
— Você conheceu Bernardo. Ele foi entrando devagar em sua vida, te apoiando em alguns momentos... Lembro o quão maluco ele ficou quando ficou sem notícias suas. Ele andava de um lado para o outro, até chegou a conversar comigo e eu o aconselhei a seguir em frente. Mas ele não seguiu. Apenas viu que não era certo te colocar como mundo na vida dele.
— Ele está mais próximo do Téo. Se livrou de Sabrine. Restaurou a amizade com o Eduardo e ainda está se mantendo bem maduro na guarda compartilhada que eles mesmo decidiram, sem ajuda de um juiz.
— É amiga, você está ferrada! — Ananda diz se levantando.
— Não fala assim.
— Estou indo pro nosso quarto, você vem? — Ela me pergunta enquanto anda para porta.
— Eu vou daqui a pouco. Vou aproveitar mais o cheiro dele. — Eu digo me enroscando nas cobertas sentindo o cheiro de Bernardo.
— Doida! — Ela diz alto e ouço a porta batendo.
Depois de alguns minutos a porta se abre novamente e eu reviro os olhos.
— Eu disse que já tô indo, Ananda! — Eu digo tirando as cobertas do meu rosto.
Meu rosto fica vermelho ao ver Bernardo entrando no quarto, ele me olha surpreso por eu ainda está aqui. Eu me sento na cama abrindo um sorriso e ele fecha a porta.
— Achei que estava no seu quarto. Ou correndo com o Gabriel. — Ele diz colocando as mãos no bolso da calça de moletom.
— Eu fiquei com preguiça de sair da cama. — Eu digo a ele que abre um sorriso e se senta na ponta da cama.
— Melhor levantar e fazer os exercícios. — Ele diz sorrindo.
— Vai fazer os exercícios comigo? — Eu pergunto e ele abre um sorriso triste.
— Anne...
— Acho que a preguiça já foi embora. — Eu digo me levantando rápido da cama, sentindo ou talvez adivinhando o que ele iria falar e eu não estou pronta.
— Antonella!
— Obrigada pela noite maravilhosa ontem, te vejo no jantar. — Eu digo quase alcançando a porta, mas ele me alcança primeiro.
Bernardo segura levemente o meu cotovelo. Eu respiro fundo, sentindo o meu peito doer mesmo que ele não tenha dito ainda.
— Por favor...
— Eu acho melhor terminarmos enquanto ainda está tudo bem. — Ele diz encarando os meus olhos que não entendo porque se enchem de lágrimas.
Droga de pirulitos! Droga de remédios!
— Você disse que ia me deixar decidir...
— Você está confusa. Melhor partir de mim.
— A noite ontem foi tão boa! Porque isso agora? — Eu pergunto já com a voz embargada.
— Justamente por causa da noite de ontem. Ainda podemos ser amigos...
— Eu não quero só ser a sua amiga!
— Mas no momento é disso que você precisa. Que nós precisamos. Eu vou me afastar um pouco. Vai ser melhor pra nós.
— Não vai! Não vai ser não... Bernardo, por favor. Deixa disso. — Eu digo me aproximando dele, mas ele se afasta.
— Você claramente ama ele, eu não vou sofrer no meio disso. Nem voltar a ser o cara idiota que eu era. — Ele diz e eu sinto o chão se abrindo.
— Eu...
— Podemos ser amigos, Anne.
— Quero que você pegue essa amizade e enfie...
— Você está sendo egoísta!
— Me desculpa se estou confusa! Me desculpa de verdade, não foi plano meu trazer o Gabriel do quinto dos infernos para cá. Foi tudo um plano da Valentina e olha só... Deu certo pra CARALHO!
— Um plano da Valentina?
— Foi ela quem se comunicou com Gabriel de alguma coisa. Usando as pessoas a volta dele para o fazer voltar... Mas isso não importa agora já que somos amigos agora. — Eu digo me virando para abrir a porta.
— Você vai sair assim?
— Não, eu não vou. — Eu digo me vira do para encarar seus olhos. — Se for pra ser sua amiga, ao menos quero ter uma despedida descente por todo sexo maravilho que tivemos.
— Do que você está falando? — Ele pergunta confuso e irritado.
— Disso.
Eu me aproximo de Bernardo, eu me agarro fortemente a ele. Puxo o seu corpo mais para parede, afim de controlar suas ações. Ele não reluta, talvez ele realmente queira isso de despedida. Eu olho em seus olhos primeiro, vendo o quanto eles escureceram tão rápidos.
Sua mão agarra minha cintura fortemente, e nossos lábios se juntam. Uma explosão acontece dentro de mim, que me faz avançar cada vez mais para dentro da boca de Bernardo com a língua.
Parece ser algo desesperador, algo que não podemos viver sem. O contato que seus dedos fazem na minha pele me fazem gemer. A língua deles se movimenta em sincronia com a minha, me deixando atordoada.
Sinto o gosto de nossas lágrimas se misturando com o nosso gosto. Nos afastamos devagar, nossas respirações estão descontroladas e sôfregas.
Não sei quanto tempo ficamos ali apenas nos olhando, nos admirando de longe. Nossos olhos diziam coisas que não estávamos dispostos a dizer.
Sem conseguir sofrer mais com aquilo eu abro a porta e saio desesperadamente dali, correndo para longe sentindo tudo a minha volta ruir.
Eu esbarro em alguém que me segura pelo braço. Eu olho os olhos de Gabriel e me sobe uma raiva incontrolável.
— O que houve!? Porque está chorando? — Ele pergunta visivelmente preocupado.
— O que houve? — Eu pergunto rindo. — Você houve! Houve que você voltou dos infernos para estragar tudo. Só me deixa em paz! — Eu digo puxando o meu braço bruscamente da sua mão.
Corro para fora da casa, indo para o jardim. Eu respiro o ar puro dali com dificuldade, sentindo como se nada estivesse bem, ou que pudesse melhor.
— Porque eu sou tão burra!
Eu digo alto me jogando na grama, sentindo os raios de sol e fecho os olhos deixando minhas lágrimas caírem agora despreocupadamente.
Não revisado.
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