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Capítulo 27 III - Eu não merecia saber?

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@nia_escarlate

Depois de Ananda me trazer para casa, eu tomo um banho para relaxar o corpo. Minhas mãos ardem bastante, e eu preciso tirar o sangue seco da minha pele para ao ter uma cicatrização mais rápida.

Após sair do banho, visto uma calcinha preta de renda que é conjunto do sutiã que eu visto. Pego uma blusa branca, soltinha e coloco uma calça jeans preta e começo a arrumar minha mala. Não sei por quanto tempo vou ficar, mas quero no mínimo está preparada para algumas ocasiões.

Meu celular toca, eu o encaro e vejo que é Valentina. Eu ignoro, não quero conversar com ela ou ouvir mais de suas mentiras. Pelo menos não hoje e não agora. Eu só quero ir para aquela casa afastada de tudo e ficar lá aproveitando meu sossego, o ruim é que terei que aturar Jane e seu humor super feliz.

O celular toca mais uma vez e eu reviro os olhos e o desligo. Vou até a sala e me jogo no sofá, esperando Ananda voltar do trabalho para irmos, ela me fez prometer que não iria sem ela. A campainha toca e eu presumo ser Bernardo, que vai vim querendo se explicar, eu a deixo tocar, realmente não quero falar com nenhum deles dois.

O som da campainha parece ter ficado mais alto e irritante. Me desconcertado e enfurecendo, eu levanto e abro a bendita porta. Os olhos azuis me encaram, ela força um sorriso meio torto e bate as mãos nervosamente na saia lilás. Eu reviro os olhos para a loira, e a deixo entrar.

— Como não me procurou, eu tive que vim até você. — Valentina diz, olhando todo o apartamento como se fosse a primeira vez que visse aqui.

Ela veste como sempre uma de suas roupas de grife cara. Saia longa e justa lilás, uma blusa com babado na parte da cintura branca, um dos seus sapatos espanhóis que ela ama e um colar brilhante igualmente seus brilhos que ofuscam todo o resto. Ela une as mãos, e se senta no sofá me esperando.

— Eu não tenho motivos para te procurar. — Eu cruzo os braços enquanto ela senta de lado no sofá me encarando.

— Eu achei que gostaria de saber...

— Sobre suas inúmeras mentiras? Não achei que esse assunto era discutível já que mentiu pra mim por nove anos. — Eu debocho a deixando meio irritada.

Valentina nunca gostou do meu jeito atrevido. Mas diferente de Fábio que me espancada pra colocar na linha, Valentina corta qualquer coisa a minha volta para me manter presa a ela e só ter os braços dela para recorrer.

— Eu me vejo tanto em você. — Ela comenta e eu rio.

— Eu não gosto de mentiras. — Eu digo alto.

— Você nunca aprendeu a mentir. É diferente, Antonella. Me ensinaram a mentir, me moldaram para isso. Quando a primeira mentira que eu contei, salvou a minha vida, eu me adaptei a ela como se fossemos irmãs gêmeas inseparáveis. — Ela diz e desvia o olhar de mim para suas joias na mão. — Eu não me orgulho, mas é quem eu sou. — Ela diz e levanta o queixo em minha direção.

— Uma mentirosa nata e orgulhosa. — Eu digo batendo palmas. — Parabéns. — Eu digo e puxo a cadeira e sento na sua frente.

— Antes que comece... Eu preciso ter dizer porquê eu menti. — Ela diz não me deixando falar.

— Eu não quero ouvir que Bernardo é seu filho querido. Tô pouco me importando pra isso. Só me responde uma coisa? Do que valeu mentir pra mim? — Eu pergunto e ela me encara surpresa.

— Eu não entendi. — Ela diz engolindo a seco a saliva e cruza as pernas se acomodando no sofá.

— Entendeu sim, Valentina. Não se faça de inocente, sabemos aqui que nem a ponta do seu cabelo é pura. — Eu digo e ela solta uma risada.

— Me explique melhor. — Ela pede calma.

— Do que valeu mentir pra mim por nove anos? É tão simples responder isso. Mas vejo que a resposta teria que ser sincera e você não sabe ser isso. — Eu digo me levantando e ela se levanta também.

Nossos olhos travam uma briga incansável. Podíamos ficar horas assim que nenhuma cederia e teríamos que declarar empate. Ela toca em meus cabelos, brincando com eles nas pontas dos dedos. Ela acaricia os meu rosto e fecha os olhos sorrindo.

— Não valeu nada pra mim, Anne. Eu sofro calada por tudo o que eu sei. — Ela diz segurando os meus ombros me impossibilitando de me mover para longe dela.

— Então coloca pra fora, tudo. Exploda, admita seus erros. É isso que você falava pra mim. — Eu digo e ela sorrir de lado.

— Você dizia que nunca adiantava. — Ela diz e solto uma risada sincera.

É verdade. Nunca adiantou pra mim explodir. Eu era a mais prejudicada da explosão, era o meu corpo que queimava e gritava por uma ajuda que nunca viria porque ninguém me escutava.

— Antonella. — Valentina chama, atraindo novamente o meu olhar para ela que havia se perdido em pensamentos banais. — Eu sinto muito. — Ela diz baixinho. — Somos mulheres diferentes, intensas demais para sermos compreendidas por pessoas fracas de espírito. Inteligentes demais para sermos feias. Isso ainda não justifica porque eu mentir, mas não posso te contar toda a verdade. — Ela diz triste e eu tento me afastar, mas ela ainda me prende no lugar.

— Acha que eu sou fraca? Que vou quebrar se me contar tudo? — Eu pergunto irritada e ela ainda me olha triste.

— Eu te acho a mulher mais forte do mundo todo, Antonella. Mas o meu passado, não te deixaria se levantar do chão por um bom tempo. Eu ainda estou lá, presa, acorrentada a tudo que vivi e explodir não vai ser bom pra ninguém. — Ela diz e me solta, e vai andando para a porta.

— Não ouse sair daqui sem me dar uma explicação! — Eu digo correndo até ela e a puxo para me encarar bem de perto.

— Eu amo ele. — Ela diz por fim. — É um amor inexplicável, queima tudo por dentro, me sufoca, me prende no lugar onde eu não deveria ter saído e me faz reviver aquele maldito dia toda hora. Eu olho pra ele... — Ela diz tocando no meu rosto. — E me arrependo. Eu lutei por ele, mas não tive forças o suficiente, tive que me envolver com o inimigo por ele e mesmo assim não adiantou, Anne. Eu abri mão, por uns longos anos aquilo estava abafado em minha alma e não tinha importância, até aqueles olhos me olharem de novo. Eu me apaixonei imediatamente, eu o amei de novo e pedi uma chance, mas já era tarde demais. — Ela diz com a voz abafada e embargada.

— Está falando do Bernardo? — Eu pergunto confusa.

Uma lágrima solitária desce de seus olhos. Ela a afasta com as mãos e recua um passo para trás. Ela concorda rapidamente com a cabeça e engole furiosa o choro.

— Bernardo foi um presente de redenção. Eu fiz muito mal a Gabriela. O mínimo que eu podia era amar o filho que ela tanto amou antes mesmo de conhecer. Eu achava lindo aquele amor todo, mas sentia inveja e quando eu engravidei... achei que seria igual, mas não foi. — Ela revela, e isso me toca.

Valentina está exposta pra mim. Aberta a sentimentos que a machucam, pela primeira vez me deu abertura sobre sua vida.

— E aí você abandonou ela? — Eu pergunto e ela me olha.

— Isso é assunto pra outro dia. — Ela diz e respira fundo. — Eu não te contei porque achei que Bernardo merecia uma mãe, mesmo sendo eu, ele merecia. Ele saiu de casa depois de descobri tudo, estava perdido, confuso, triste e irritado. A última coisa que eu queria era prolongar a história. Eu o criei e eu o amo, e isso faz dele o meu filho. — Ela diz e eu a largo.

— Ellen é mesmo sua filha? — Eu pergunto e ela dar de ombros.

— Eu preciso ir. Preciso encontrar uma velha amiga. — Ela diz e ia me abraçar porém desiste com meu receio e sai do apartamento me deixando para trás.

Essa foi a conversa mais confusa, curiosa e triste que eu já tive com ela. Me jogo no sofá, ainda sentindo o cheiro dela e fecho os olhos tentando afastar a raiva que vai crescendo rapidamente dentro de mim.

➷➷➷➷➷

Sento-me na areia. Sinto a maciez embaixo de mim e a toco com as mãos fazendo desenhos com os dedos que a água leva. As ondas estão calmas, a água gelada que meu corpo já se acostumou. Precisa vir aqui, deixar minha negatividade com o mar, para quebrar nas ondas e levar embora para bem longe.

Sinto o tecido quente esquentar o meu corpo, toco nas mãos dele e viro para olha-lo. Os olhos dele estão tão azuis, mas triste e magoados, aquele brilho bonito que Bernardo carrega quando sorrir não está lá.

— Me desculpe. — Ele diz sentando ao meu lado.

— Eu vim aqui pra ficar sozinha, Bernardo. Eu realmente não quero conversar com você. — Eu digo e ia tirar o seu casaco de mim, mas ele trava o movimento com suas mãos grandes deixando o tecido sobre minha pele gelada e molhada.

Eu olho pro mar, tão azul e calmo. É parecido com os olhos de Ananda, e sempre me acalma. O vento faz meus cabelos balançarem, eu ouço a respiração de Bernardo perto de mim, ele também olha para frente, sem dizer uma palavras.

— Me desculpe. — Ele diz.

Sinto seus olhos em mim, que deixam minha pele mais quente como se ele estivesse me tocando, mas eu não o encaro.

— Eu... devia ter te contado antes. — Ele continua a falar ao ver que eu não direi nada. — Valentina me pediu pra não contar, mas não sei se foi por isso que eu não te contei. — Ele diz e eu o encaro. — Eu não sei. — Ele diz confuso e triste.

— Eu não merecia saber? — Eu pergunto furiosa, mas me mantenho no lugar.

— Claro que merecia, Anne. Você faz parte daquela família também. — Ele diz e eu gargalho.

— Mas vocês dois não pensaram nisso quando mentiram pra mim. — Eu digo e ele molha os lábios para falar.

— Não, não pensamos. — Ele admite. — Valentina não me disse o porquê, mas eu atendi o pedido dela. — Ele diz.

— Eu não quero saber porque Valentina continua mentindo. — Eu digo me virando em sua direção. — Eu quero saber porque você não me contou? — Eu pergunto.

— Eu tive... medo. Eu não sei explicar Anne. — Ele diz e eu me levantando e ele se levanta também.

— Então não me procura. — Eu digo segurando firme o casaco.

— Anne....

— Não, Bernardo! — Eu digo o cortando. — Você nem ao menos sabe o porquê mentiu pra mim. — Eu declaro furiosa.

— Eu ia te contar...

— Quando? — Eu pergunto. — Você teve toda a oportunidade para me dizer. Enquanto eu te ofendia, dizendo que você era ingrato por abandonar a sua mãe, você ficava triste e com raiva, dizendo que eu não sabia da história toda, mas não teve coragem de me contar a verdade. — Eu digo sentindo a raiva dominar o meu corpo, como se tivesse saindo faísca pelos meus dedos.

— Eu ia ter contar hoje. — Ele diz.

— Você me deixou saber pela vadia da Sabrine, Bernardo! Pela Sabrine! — Eu digo o empurrando.

— Me desculpa. — Ele diz e eu fecho os meus punhos tentando controlar a minha raiva.

— Não me peça desculpas se não sabe ao menos pelo que está se desculpando. — Eu digo com raiva sentindo meu peito explodir.

— Você está com raiva, magoada e triste. Com toda razão, eu mereço tudo isso de você. — Ele diz e eu o encaro.

— Eu estou furiosa! — Eu digo e fecho os olhos. — Eu estava me abrindo pra você, Bernardo. Eu não confio em muitas pessoas, mas eu estava confiando em você a ponto de te dizer uma coisa que é dolorosa demais pra mim. Mas você não merece saber. Você não vai fazer parte da minha vida, porque é um mentiroso compulsivo como ela! — Eu digo me travando no lugar.

— Pode descontar sua raiva em mim, eu aguento. Pode me bater, me xingar, mas pelo menos me perdoa. — Ele diz e eu forço ainda mais meus pés na areia fofa para não avançar nele.

— Eu não posso mais agredir ninguém. — Eu digo alto. — Ananda está certa, eu preciso ficar longe de vocês que trazem a pior parte de mim. — Eu digo dando as costas pra ele.

— Antonella. — Ele me chama segurando o meu braço. — Pode me dar tudo, me bater, me xingar, me humilhar... Mas não me dar o seu silêncio. Por favor. — Ele pede com a voz embargada, eu puxo o meu braço de suas mãos e o encaro.

— É o que você merece. Você merece o meu silêncio total. — Eu digo bravejando.

— Eu preciso de você...

— Não! Você não precisa. — Eu digo me virando para olha-lo. — Eu precisava da verdade, eu merecia a verdade e você não me deu. Então não precisa de mim. — Eu digo olhando bem em seus olhos. — Para de ser dependente das pessoas que querem te ajudar. Só dependa de você, ninguém no mundo vai te entender melhor do você mesmo. E se para isso, você precisa ficar sozinho, chorar, gritar, então faça! Não tenha medo de enfrentar tudo sozinho Bernardo. A liberdade é a melhor aventura da vida. A enfrente de peito estufado que o mundo vai ser seu. — Eu digo e saio dali antes de me afundar na areia e não conseguir mais sair dali.

E agora, para o meu bem e o dele eu preciso me afastar, antes que esse sentimento me afogue. Somos tão opostos, tão errados e quebrados, imperfeitos demais para ficarmos juntos.

Não revisado.

Muito obrigada pelos 3k de Views. Eu estou muito feliz. Obrigada de verdade.

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