Prólogo
Primeiro Tempo
"A brisa da praia a àquela hora era sempre suave, era capaz de revigorar a alma. A jovem sereia, amava olhar as ondas selvagens quebrando e as espumas inevitavelmente se espalhando na areia quente. Era reconfortante. Porém, não era nada comparado a estar dentro da água, sentir a pressão aumentando cada vez que alcançava mais o fundo, a leveza, era como voar, era liberdade. E seu coração apertava, sempre que deixava as lembranças voltarem.
Agora sua alma estava presa a terra, as montanhas e campos verdejantes. Ao rei humano e terrível que governa a maior parte do continente. O mesmo homem que travou batalhas contra seu povo, que matou centenas, milhares de inocentes. Por capricho. Crueldade ou porque era estúpido o suficiente para acreditar que era o único digno a herdar Halla."
Segundo Tempo
"Viver anos demais significava injustiça. Ter poder demais significava injustiça. E herdar o continente com todos esses atributos significava injustiça.
— Desumano. Sujo. Errado. Mau. Injusto.
Era como o rei cuspia, esbravejava e humilhava seus filhos. Seu sangue, sua carne. Nada disso significa alguma coisa. Não para ele. Não para o rei cruel. O rei humano, que os amaldiçoou e os prendeu em seus próprios corpos.
A magia doía, latejava como se gritasse. Liberdade era o que diria. E então se calava com últimos e fracos suspiros.
— Viva. — Ela sussurrava."
Terceiro Tempo
"Seu pai estava morto. O rei havia caído. Seus filhos vingaram o povo amaldiçoado. Estavam livres e calados. O vazio prevalecia.
— Vivam! E cuidem de seu povo. — Fora o que sua mãe tinha lhes dito.
Mas como continuar era a pergunta que pairava no ar. Nada fazia sentido sem ela. Era por ela acima de qualquer coisa que haviam lutado e ganhado. Mas ela não estava mais ali. Havia partido com o rei maldito. Ele tirou tudo deles, inclusive ela.
O rei humano. Ele o odiava, como se seu corpo e alma fossem feito apenas disso. Ódio. Letal e infinito, como o gelo em suas veias. Tal poder que um dia tinha negado e que agora era a única coisa do qual tinha certeza. Ele o possuía, era seu. E ninguém nunca mais o prenderia."
Quarto Tempo
"Perdido. E agora um rei odiado. Temido. Poderoso. Destruirá tudo o que entrar em seu caminho perverso, inclusive sua própria família.
Seus outros irmãos estavam desolados. O rei cruel conseguirá tirar mais aquilo deles. Mesmo morto, sua semente terrível havia prosperado. Sem esperanças. Era como a jovem rainha incandescente se sentia. Magoada.
Ela o amava. Ele a tinha traído e se tornado a única coisa que ela repudiava. Quebrará a única parte que persistia em viver em seu coração. E por isso ela sabia, que jamais o perdoaria."
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro