Epílogo
Dois anos depois...
Pov Dak
A vida me ensinou que a felicidade precisa ser construída, conquistada. Lembro de um tempo que eu sonhava com a vida que tenho hoje. Quando tudo parecia apenas uma grande utopia.
Hoje posso dizer com toda a certeza do mundo que valeu a pena, que tenho tudo o que sonhei na vida.
Jamie e eu estamos mais felizes que nunca, nossa relação segue cada dia mais forte. Temos uma linda e grande família que nos ama e nos apoia em tudo.
— Você tá linda! — Jamie me tira de meus devaneios. Ele está apoiado no batente da porta de nosso closet, braços cruzados e aquele sorriso que me desmancha.
Sim, mesmo depois de todos esses anos esse homem ainda me desarma só com um olhar.
— Obrigada. Já chegaram?
— Sim, a equipe está organizando tudo. — explica ele enquanto se aproxima.
Hoje estamos recebendo a equipe da Vanity Fair. Quando veio o convite para uma exclusiva a princípio fiquei receosa em abrir assim nossa casa e nossa vida, mas Jamie me encorajou e me deu todo o apoio para isso.
— Eu estou tão excitada.
— Hum...eu amo você excitada. — sua cara de safado me faz rir.
— Não é neste sentido seu pervertido.
— Que pena!
— Avise por favor que eu já desço, só estou terminando de me arrumar.
Termino de passar meu batom, dou uma última conferida no espelho e desço.
Na sala, vários equipamentos de luz e câmeras foram milimétricamente arrumados. Nossa entrevista além de ir para a edição impressa da revista, também estará em vídeo no site.
— Olá, bom dia a todos. — cumprimento a equipe.
— Dakota, obrigada mais uma vez por aceitar nosso convite e nos receber. Vamos começar?
— É um prazer. Claro.
— O jornalista se ajeita na poltrona e inicia a entrevista fazendo uma breve introdução sobre mim e minha carreira.
— Dakota Johnson, como vai?
— Bem, obrigada.
— E Dakota Johnson ou Dornan? — brinca ele.
— Na verdade os dois. — respondo rindo.
— Recentemente a Internet foi a loucura com a notícia do casamento mais esperado de Hollywood.
— Sim, Jamie e eu decidimos oficializar nossa união em uma cerimônia íntima para alguns amigos e familiares.
— Foi apenas no civil, certo?
— Exatamente. Na verdade, depois de muita insistência de nossa família, decidimos finalmente casar.
— Você não queria o casamento? — rio.
— Eu já me sentia esposa de Jamie antes. Não precisávamos de um papel dizendo isso. A festa foi mais para comemorar a nossa felicidade ao lado de quem amamos.
Encaro Jamie que me observa sorrindo.
— E no final de semana que passou, tivemos mais uma festa, não é mesmo.
— Sim, nossa caçulinha Alberta completou 4 aninhos.
— Foi uma grande surpresa para a mídia saber que Amélia, ex de Jaime estava na festa.
— Sabe, eu cresci em um lar harmonioso que não se encaixa nos padrões normais. Sempre tivemos muito amor em nossa família. Meus pais sempre se amaram e se respeitaram, mesmo após o fim de seu casamento. Eu não podia dar as meninas menos que isso.
— Mas não foi sempre assim, né?
— Não, claro que não. O começo não foi tão simples, mas nós temos um mesmo objetivo em comum que é a felicidade e o bem estar de três lindas meninas. E por esse motivo aos poucos, fomos aparando arestas e hoje Amélia e seu marido tem livre acesso a nossa casa assim como sei que Jamie e eu temos a casa deles.
— A Saga Cinquenta Tons foi responsável por consolidar tanto você, quanto Jamie como atores. Você se arrependeu em algum momento?
— Não, claro que não. Mas isso não quer dizer que tenha sido fácil a jornada.
— Por que?
— Várias questões, eu diria. Primeiro que o projeto que eu aceitei fazer era completamente diferente do que o que aconteceu de fato. Além das várias situações desconfortáveis que passamos.
— O problema era o estúdio ou os diretores?
— Um combo, eu acho. — olho para Jamie que assente discretamente.
Suspiro e sigo.
— E também a autora. Ela tinha muito controle criativo, o dia todo, todos os dias, e ela apenas exigia que certas coisas acontecessem. Havia partes dos livros que simplesmente não funcionariam em um filme, como o monólogo interno, que às vezes era incrivelmente brega. Não funcionaria para dizer em voz alta. Sempre foi uma batalha. Sempre.
Faz-se um silêncio na sala. É a primeira vez que falo abertamente sobre isso. Meu marido sorri para mim me encorajando a continuar.
— Eu era jovem. Eu tinha 23 anos. Então foi assustador. Acabou se tornando algo louco. Houve muitas divergências. Nunca consegui falar sobre isso com sinceridade, porque você quer promover um filme da maneira certa, e estou orgulhosa da maneira que fizemos no final das contas e tudo acaba do jeito que deveria, mas ainda assim foi complicado.
— Desde o momento em que Jamie se juntou ao projeto, sempre se falou que vocês se odiavam. Isso era real?
— Nunca houve um momento em que não nos demos bem. Ele era meu melhor amigo, ainda é, é claro, mas era um alívio saber que ele estava ali ao meu lado e que me protegia de tudo. Eu já o amava, só nao sabia.
Por um momento minha mente viaja e em minha mente vejo tudo o que passei.
Ao voltar a realidade encontro aqueles olhos cinzas que tanto amo me encarando. Sorrio para ele, a emoção transbordando por finamente poder falar o que estava a tanto tempo trancado na garganta.
E mesmo que sempre hajam muitos segredos sobre o que de fato houve naquela época sei que finalmente estamos dando aos nossos fãs o mínimo de honestidade que podemos.
— Para encerrar Dakota, quais são seus próximos projetos?
— Estarei por um longo tempo longe dos sets de filmagem. — rio da expressão confusa que o repórter tem no rosto.
— Você pretende largar a carreira?
— Não definitivamente, mas por mais ou menos um ano ou dois estarei ocupada com o projeto mais importante da minha vida. Levo minha mão direita ao meu ventre onde cresce em segurança o nosso bebê.
— Você está grávida?
— Sim, de quatro meses.
Neste instante a porta da frente se abre. São as minhas princesas que voltaram da escola.
Alberta corre até mim sem se importar com todos que nos observam.
— Mamãe Dak, que saudade.
— Oi meu amor, como foi sua aula? — faço sinal para Dul e Elva se juntarem a nós.
Beijo seus rostinhos.
— A mamãe já está terminando aqui tá?
— Elas te chamam de mãe?
— Sim. Elas dizem que tem duas mães. Amélia é a mãe de barriga e eu a do coração. E tá tudo bem, afinal amor nunca é demais né?
— Dakota, mais uma vez obrigada pela entrevista.
— Eu que agradeço.
— Nos gostaríamos de tirar algumas fotos suas e com Jamie. E se for possível, com as suas filhas também
— Claro. Eu só peço que esperem um pouquinho, elas vão tirar o uniforme escolar. Segurança né. — explico.
— Claro. Sem problemas.
Alice sobe com elas e enquanto aguardamos vamos adiantando as fotos de mim sozinha e as com Jamie.
Quando pouco tempo depois elas retornam, as três estão com lindos vestidos e cabelos penteados.
Posamos juntos para várias fotos. Algumas todos juntos e outras somente minha com elas.
A equipe finaliza tudo, nos despedimos e acompanhamos eles até a porta.
As meninas já foram brincar, estamos só nos dois parados na sala nos encarando.
Jamie abre seus braços para mim e eu me aconchego em seu abraço chorando. Malditos hormônios.
— Tá tudo bem, amor. Não chore.
— Eu sei. Eu só não consigo parar. — ele ri.
— Você foi perfeita, meu amor.
— Ah Jaime, eu te amo tanto. Obrigada por fazer de mim a mulher mais feliz e realizada do mundo.
— Sou quem tem que agradecer, Dakota. Por seu amor, por me dar uma família de verdade, por me apoiar e incentivar, por fazer de mim um homem melhor a cada dia.
Meses depois.
Nos dois últimos dias tenho sentido muitas dores nas costas e uma cólica desagradável começou a alguns minutos e isso está me preocupando.
Por insistência minha Jamie foi para Irlanda jogar golfe com Nial em uma competição que ele estava doido para participar. Ele me mata se sonhar que estou com dor.
Dei minha palavra que nosso bebê não nasceria logo, afinal segundo nosso médico ainda faltam duas semanas para fechar os nove meses de gestação do meu filho, ou filha.
Optei por saber o sexo somente ao nascer. Jamie ficou maluco por isso. Lembro dele protestando que precisávamos preparar tudo, mas acho que no fundo ele só queria mesmo era saber se é o seu tão sonhado menino.
As meninas já foram para escola e eu estou na cozinha tomando café da manhã pela segunda vez.
— Como você está? — pergunta Maria.
— Com uma dor enjoada.
— Faz muito tempo? - Apenas assinto. — Acho melhor ligarmos para seu médico.
— Não é nada. Vai passar, deve ser a contratação de treinamento. — digo rezando para ser verdade.
Não quero ter meu bebe longe do meu marido. Não posso fazer isso sem ele.
A manhã passou e minha dor não deu trégua, pelo contrário, parece estar aumentando, entrei em desespero pois pela distância Jamie não chega a tempo para acompanhar o parto.
Pedi as minhas irmãs para pegarem as meninas na escola. Não quero que elas me vejam assim.
Meu telefone toca. É Jamie.
— Oi amor. — tento soar normal.
— Por que não me ligou? Eu falei que não era uma boa eu viajar na reta final da gestação. — cospe ele sem rodeios, a voz carregada de irritação.
— É só uma dorzinha, — digo, mas outra pontada me atinge, mas dessa vez a dor parece me rasgar. Não resisto e gemo alto.
— Porra Dakota!
— Não fique bravo comigo. — peço chorando. Ele solta um suspiro.
— Não é com você que estou bravo, mas comigo. Eu não poderia ter deixado você me convencer.
Já não consigo mais segurar. As lagrimas rolam por meu rosto.
— Não chora, Dak. Me perdoa, meu amor. Eu sou um idiota.
— Eu to com medo.
— Se acalme, amor. Vai ficar tudo bem. Liga para o seu obstetra e conta tudo que está sentindo, estou saindo do aeroporto.
— O quê?
— Maria me avisou ontem à noite, larguei tudo e peguei o primeiro voo que consegui, acabei de chegar e daqui a pouco estou com você.
— Eu te amo tá. - Não consigo parar de chorar.
— Eu amo mais.
Encerro a ligação e conforme prometi ligo para meu médico. Conto a ele tudo que senti nos últimos dias. Ele achou melhor me examinar e por este motivo está vindo para cá.
De olhos fechados acaricio minha avantajada barriga. Tantas coisas me passam na mente. Um misto de medo e alegria.
— Dak. — Maria me chama.
Quando abro os olhos ela está parada com o olhar cheio de hesitação me observando. Bato no lugar vago ao meu lado no sofá.
— Não fica chateada que eu liguei pro Jamie. É que eu já vi muitas mulheres parindo nessa vida e aprendi a reconhecer os sinais.
— Não estou chateada. Eu to aliviada. Obrigada Maria por cuidar da gente. — ela me abraça.
Meu médico chegou cerca de uma hora depois de nos falarmos. Subimos ao meu quarto e lá depois de conversarmos ele fez o exame. De fato, havia chegado a hora.
— Eu vou preparar minha equipe e o material necessário. Volto já. — disse ele.
Sozinha em meu quarto e de olhos fechados acaricio minha avantajada barriga enquanto tento assimiliar que meu bebe, que o nosso tão sonhado filho vai nascer. Tantas coisas me passam na mente. Um misto de medo e alegria.
Quando abro os olhos Jamie está parado me observando. O rosto cansado pela longa viagem, mas ainda sim ele me dá o mais lindo dos sorrisos.
— Chegou a hora. — digo com a voz embargada de emoção.
Ele vem até mim e sem dizer nada retira seus calçados e se acomoda ao meu lado. Jamie me puxa para o aconchego de seus braços. Ficamos assim por alguns minutos e quanto ele afrouxa a aperto olhos em seus olhos e vejo a emoção.
Beijo seus lábios molhados pelas lágrimas, só não sei se dele ou se as minhas. Talvez seja um misto de ambas. Ficamos assim nos curtindo, desfrutando desse momento mágico que tanto sonhamos até que o obstetra retornou com sua equipe e seus vários equipamentos.
Juro que pensei que um parto em casa seria mais simples, mas segundo o que o médico explicou, mesmo nosso bebe estando bem era importante estar preparado para tudo.
Tentei sentar na poltrona, andei pelo quarto, tomei um ducha. Fiz tudo o que pude para amenizar, mas a dor aumentava mais e mais conforme as horas se passavam. Jamie a todo momento estava comigo. Sempre atencioso, querendo fazer algo, mas agora não dependia dele e muito menos de mim, somente de nosso bebê.
Quando o céu começou a escurecer minhas contrações se tornaram muito fortes e pareciam durar mais a cada vez.
— Jamie, está na hora. Pode preparar a banheira. — anunciou solene o médico.
Meu marido sorriu para mim e beijou meus lábios antes de ir se preparar e preparar a banheira conforme nosso médico havia solicitado. Quando ele retorna ao quarto, está usando um calção de banho.
— Vamos? — Jamie me estende a mão sorrindo.
Coloquei minha mão da dele e com sua ajuda fui até o closet por a parte de cima do biquini. Depois ele me ajudou a entrar na água e se acomodou atras de mim.
Apoiei minhas costas em seu peito e Jamie ficou jogando a água quente sobre minha barriga. Uma música instrumental calma e suave preenchia o ambiente. Jamie havia pensado em tudo.
Durante minha vida li e ouvi vários relatos de partos e sempre as mulheres diziam de como era mágico esse momento, mas só agora que eu era capaz de entender o que elas queriam dizer. Esse era sem duvida o momento mais lindo que eu já vivi.
— Dakota, quando a contração vir é só fazer força.
Quando senti a barriga endurecer e a dor intensa me tomou fiz como pediu o médico e fiz força para que meu filho viesse ao mundo.
Segurei as mãos de Jamie com força, usando as como apoio.
— Isso amor. Deixa o nosso bebe vir ao mundo.
Continuei fazendo força e até que o senti sair de dentro de mim. Rapidamente a enfermeira pegou o pequeno bebe da água e colocou sobre mim.
— Oi meu amor! É um menino!
Olhei para meu marido chorando. Jamie também estava chorando.
— Oi filho! — disse ele.
A plenos pulmões nosso pequeno e forte menino chorou em resposta ao pai arrancando sorrisos de nós dois.
— Obrigado. Obrigado por me fazer o homem mais feliz do mundo.
Nenhuma história de amor é completamente fácil, tivemos muito obstáculos para chegar aqui. Somos a prova que o verdadeiro amor existe e que devemos lutar por ele.
Agora com meu filho em meus braços e com o homem da minha vida ao meu lado sei que tudo o que vivemos me preparou para chegar até aqui.
-— Te amo! Sempre te amei e sempre vou amar.
— Para todo o sempre!
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