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17 | antes | estou bem

BOSTON, USA
FIM DO VERÃO

Certamente aceitar a proposta de Tobias Pullman há duas semanas atrás de permitir que ele observasse meu trabalho e como conduzia a minha equipe, não tinha sido uma boa ideia para a minha rotina exaustiva.

E uma prova disso era o fato de eu estar no Leminski, enquanto o relógio já ameaçava virar para a meia noite. Há cinco dias chegava tarde em casa, Avery já estava dormindo, e infelizmente naquela semana quando ele saia para trabalhar era eu quem ainda estava dormindo. Não podia negar que sentia saudades do meu marido, pois apesar de dormir agarrada em seu corpo, não era a mesma coisa.

E para piorar a situação ele iria viajar e passar dez dias longe, em outro país, trabalhando. Enquanto eu iria ficar mais solitária do que já estava me sentindo.

— Lennon  — meu nome salpica audível em meu tímpano.

Pisco algumas vezes, encarando o molho praticamente reduzido dentro da panela que deveria estar prestando atenção, mas felizmente minha mão não esqueceu da sua função não deixando o liquido de carne queimar.

— Sim — balbucio automaticamente.

Desligando a botão fumegante do fogão sob a pequena panela. Ignorando o homem que dividia o espaço da cozinha comigo, dou alguns passos para o lado, despejando o liquido ainda quente sobre o macarrão recém colocado no prato.

— Estou te aborrecendo? — aquela pergunta formiga quase próxima a minha orelha.

Curvo os lábios, na minha melhor versão de simpatia, apenas para proferir uma resposta educada e não ser obrigada a revelar tudo que se passava em meus pensamentos.

— Não — murmuro, inclinando meu corpo sobre a bancada de granito, e arrancando algumas folhas do manjericão fresco que nasciam dentro do pequeno vaso suspenso na enorme parede de material, ao lado de outras ervas — Está pronto.

Anuncio, dando um passo para o lado, somente para que o quase nada desconhecido, pudesse se posicionar diante do prato que tinha ajudado a elaborar.

Mas Tobias não faz o esperado, preferindo parar ao lado da refeição a sua espera, diante de mim, somente para repousar seus olhos em minha figura, causando uma sensação estranha que não consigo ignorar.

— Estou te cansando? — seu tom é cheio de preocupação.

Não sei identificar se preocupação por mim ou por ele estar sendo uma presença cansativa.

— Não — digo a verdade, levando minha mão até a minha nuca cansada e alisando alguns nódulos que ameaçavam a se formar — A rotina que está cansativa.

Digo a verdade.

Seus lábios curvam-se, como se meu problema fosse de fácil solução.

— Viu, se trabalhasse comigo, não precisaria trabalhar tanto.

Sua voz soa envolvente, Tobias era um homem envolvente, tínhamos gostos parecidos: gostávamos da vida na cozinha. Talvez em algum passado distante ele seria perfeito e tudo que precisasse como chefe.

Uma risada sem humor resfolega por entre as minhas narinas.

— Você não desiste — desvio o olhar dos seus claros olhos.

Apenas para apalpar o talher ainda abandonado ao lado do prato.

— Não custa tentar — suas palavras são calmas e seu corpo permanece estático — Eu admiro o seu trabalho — de soslaio esbarro em seus pés que diminuem a nossa distância — E nesses dias juntos, comecei a admirar você como pessoa.

Os músculos do meu corpo se tencionam, meus dedos ficam-se no granito ao lado. Enquanto em meu interior anseio para que ele não faça nenhuma besteira que colocasse aqueles agradáveis dias a perder.

Seus sapatos sociais de couro param a dois passos de distância, solto a respiração, sentindo pela primeira vez que estava contendo o ar nos meus pulmões por muito tempo.

Elevo meu olhar, esbarrando com os seus que me encaram com um brilho diferente. O ar volta a faltar, trago a amarga saliva. Pigarreio limpando minha garganta, o ruído produzido dentro da minha boca o faz piscar.

— A comida está esfriando — recordo o prato esquecido ao nosso lado.

Tobias se afasta, seus lábios delineiam um sorriso tímido.

— Claro — balbucia.

Finalmente me ignorando, agarrando o talher esquecido ao lado da porcelana e posicionando seu corpo diante do prato. Seu corpo se reclina para frente, evidenciando seus músculos sobre a camisa listrada. Não ignoro um sonoro gemido que reverbera pelo ambiente.

Sua cabeça gira e esbarra em minha figura, sua cabeça maneia positivamente, enquanto o talher afunda-se novamente pegando uma porção de comida.

— Que delicia — murmura enquanto ainda seus dentes se dedicam a função de triturar a comida.

Curvo os lábios, sentindo a tensão de segundos atrás se esvair, enquanto não ignoro o orgulho por um trabalho bem feito.

— Fico feliz que tenha gostado.

Os grandes dedos de Tobias repousam o talher sobre a borda do prato, apenas para agarrar o guardanapo de pano e limpar os resquícios dos seus lábios.

— Sério — seu indicador aponta em direção ao prato ao seu lado — Não quer reconsiderar a minha proposta?

Maneio negativamente a cabeça, curvando os lábios para acentuar minha resposta negativa.

— Não, obrigado — recuso pela enésima vez — Minha vida é aqui.

Ao lado do meu marido e minha família.

Não conseguia me imaginar em outro lugar, apesar de não poder negar que nós últimos dias e com a presença de Tobias, tinha me pegado algumas vezes perdida em pequenos devaneios de como seria minha vida em outro país, com uma maior liberdade criativa e uma enorme possibilidade de reconhecimento internacional, estaria sendo hipócrita se negasse tal desejo.

— Acredite — aquelas palavras calmas e controladas me atingem, apenas para perceber que o homem loiro e olhos claros havia novamente diminuindo nossa distância, obrigando meu pescoço a se reclinar para encontrar seus claros olhos — Sua vida seria maravilhosa comigo — seus lábios se curvam, seu corpo reclina-se sobre o meu, sinto lufadas de ar das suas narinas esbararem contra a minha pele, a ponta da sua língua umedece seus lábios — Também — seus lábios praticamente silabam.

Antes da ponta do seu nariz roçar no meu, estremecendo meu corpo, que reage dando três passos para trás e mesmo sem necessidade espalmo minha mão entre nós em uma barreira silenciosa.

— Desculpa, Tobias — trêmulos meus lábios cospem o ar — Acho que você entendeu errado — seus pulmões inflam sobre a camisa, enquanto seus olhos piscam em minha direção, eu apenas elevo minha mão esquerda e aponto em direção ao aro dourado no meu dedo — Eu sou casada.

Seu corpo empertiga-se, sua mão alisa suas madeixas castanhas e penteadas para trás, parando em sua nuca. Seus lábios expelem uma risada nervosa enquanto seus olhos se fixam no objeto colocado no meu dedo.

— Achei que fosse um acessório para manter os homens distantes.

Aceno negativamente.

— Não, não é.

Seus lábios trêmulos simulam um sorriso que não chega a resplandecer em seus lábios, abaixo minha mão e seu olhar acompanha o meu movimento, como se necessitasse ter certeza da afirmação expelida por minha boca.

— Desculpa — sua mão cai ao lado do seu corpo.

Apenas para enfiarem-se nos bolsos da sua calça de alfaiataria, empertigando seus ombros em duas linhas perpendiculares. Maneio positivamente a cabeça, aceitando seu pedido de desculpas.

— Já acabamos por hoje — dou voz a uma necessidade — Pode ser?

Questiono apenas por educação, pois para mim a noite já estaria encerrada a algum tempo.

— Claro — seus pés confusos dançam em minha direção, para dar o habitual beijo em minha bochecha.

Meus olhos o encaram, passeando por suas feições constrangidas. Ele não repete o habitual ato de depositar um beijo em meu rosto. Retrocedendo alguns passos. Me encara.

— Nós vemos amanhã? —  suas palavras saem receosas

Aceno positivamente, tentando dissimular normalidade e fingir que aquele quase incidente foi insignificante para mim. Não que não tivesse sido. Normalmente uma mulher deveria sentir-se lisonjeada por um homem – ou outro homem – a desejar.

Mas não no meu caso.

Tinha o meu John Avery e me bastava.

Levo mais tempo do que gostaria organizando a bagunça deixada na cozinha do Leminski. Quando chamo um táxi o ponteiro curto do relógio já ameaça alcançar o número um, juntamente com o ponteiro longo.

Não ignoro a exaustão que se alastra por meu corpo. Porém quando finalmente enfio a chave na fechadura da porta preta da minha casa, um ar acolhedor me recebe, apesar da quase total escuridão, que somente não era completa devido à luz do abajur acessa no canto da parede.

Uma precaução tomada pelo meu marido que sempre deixava os dedos dos seus pés na quina de algum móvel ignorado na escuridão. Largo toda a minha bagagem sobre o sofá, não contendo a necessidade dos meus pés que diminuem a distância minha com a do único homem que queria encontrar naquela noite.

Como se tivesse cometido algum pecado ao permitir que Tobias me desejasse, precisava me limpar, apagar aquela noite e a única pessoa capaz de expurgar todos os meus pecados era o homem que dormia confortavelmente na nossa cama.

Meus lábios não se contêm em delinear um sorriso diante da imagem diante dos meus olhos: Avery dormindo esparramado na nossa cama, coberto por apenas um lençol, com seu tórax a mostra, meus dedos formigam quando não ignoro as palavras tatuadas na sua pele.

Non, je ne regrette rien

Não vou negar que quando ele chegou em casa todo animado, após sumir uma manhã inteira de sábado, ergueu sua camiseta e mostrou aquelas palavras tatuada em seu corpo com a minha letra, quis dar umas palmadas nele. Porém depois como uma boba me derreti.

Aqueles gestos de amor, seus rompantes de loucura as vezes me assustavam, como se o seu amor pudesse me sufocar, me engolir até não sobrar nada. Sabe o que era mais sádico? Eu gostava daquela sensação de ser engolida.

E me rendendo a essa sensação, meus hábeis dedos abrem o botão e abaixam  o zíper da minha calça, a deslizando pelo meu corpo com uma pequena ajuda das minhas pernas que se requebram para que o jeans descesse mais rápido. Minhas mãos abrem alguns botões da camisa xadrez, só para terminar de arranca-la pela minha cabeça e atira-la junto com a calça.

Restando apenas uma camiseta regata, meu sutiã e minha calcinha em meu corpo, fujo da minha habitual rotina de ir direto ao banheiro e me presentear com um delicioso banho. Preferindo levantar aquele ridículo lençol de bolinhas e deslizar meu corpo em direção ao do meu marido.

Sacio a necessidade dos meus dedos, tocando as letras gravadas sobre as suas costelas, seu corpo se remexe juntamente com os seus lábios que resmungam algo, delatando seu estado letárgico.

Meus lábios tocam a pele na altura do seu ombro, meus dedos caminham por seu abdômen, uma caricia suave e delicada, deliberadamente provocativa. Meus lábios alcançam a curvatura do seu pescoço, impregnando minhas narinas com seu aroma fresco.

Meus dedos alcançam o cós do seu shorts, invadem o elástico da sua cueca e tocam seu membro começando a reagir aos meus toques. Seus lábios que outrora expeliam murmúrios desconexos começam a deixar escapar gemidos.

E como se pudesse apagar qualquer resquício daquela noite, acaricio seu membro, com um objetivo certo em mente, a de ser amada pelo único homem que desejava.

Finalmente seu corpo mexe-se, sua mão toca a minha coxa repousada ao seu lado, evidenciando que já estava desperto o suficiente para entender o que queria.

— Você chegou — aquele murmuro alcança meus tímpanos.

— Cheguei — meus lábios proferem contra a sua pele.

Minha mão intensifica os movimentos no membro contido em sua cueca, seu corpo se remexe.

— Senti saudades — balbucia.

— Eu também — revelo.

Afastando meus lábios do seu pescoço, os passando pelo seu tórax, provocativamente meus dentes mordiscam seu mamilo.

— Lennon  — meu nome saí gemido por entre seus lábios.

Os músculos entre as minhas pernas se comprimem satisfeitos e sabendo o que queriam.

Mas não ainda.

Volto a deslizar sobre o seu corpo, afastando o lençol, envolvo entre meus dedos o cós das roupas que envolviam a sua cintura, abaixando o suficiente para evidenciar meu objeto de desejo. Seu membro que pula ereto em minha direção.

De soslaio encontro suas avelãs, que não reprovam minha ação. Seus dentes mordiscam seu lábio.

E no meio da escuridão, proporciono prazer ao único homem que amava, apagando todos os outros, me entrego a única paixão que queria sentir até os finais dos meus dias.

— Então — balbucio, enquanto o aroma de cafeína impregna minhas narinas — Serão dez dias? — confirmo a informação que já me era ciente.

Um suave click da torradeira se antecipa a resposta do homem que andava de um lado para o outro atrás da bancada de granito. Meus olhos contemplam a desastrosa cena das pontas dos dedos de Avery fazendo quase um malabarismo com as fatias de pães quentes.

— Ui — seus lábios em um biquinho encantador cantarolam.

Finalmente ele consegue jogar as fatias sobre o pequeno prato em um tom de verde água, sua mão balança no ar, como se buscasse aliviar a queimadura de suas digitais.

Rio. Chamo a sua atenção. Seus olhos se estreitam em minha direção, mas seus lábios tremulam um sorriso que desfaz qualquer tom ameaçador que suas avelãs tentam me lançar.

Levo a xícara, suspensa em meus dedos, até os lábios, tentando ocultar meu humor.

— Não disse nada — profiro antes de saborear a cafeína preta com algumas mls de leite de soja.

Atentamente observo o homem diante de mim agarrar o pote transparente de geleia de morango, enfiar a faca no recipiente e despejar uma quantidade generosa sobre a superfície esfarelenta do pão.

— E respondendo a sua pergunta — seus lábios se movem, com seus olhos atento na tarefa das suas mãos — Sim, vou ficar dez dias.

Dez dias.

Aquela informação queima em minha mente. Mas é meu interior que incomoda-se com aquela ideia que não consigo ignorar. Um tremor percorre o meu corpo, como se algo que ignorasse me percebesse.

— Dez dias — meus lábios balbuciam aleatoriamente, embrulhando meu estomago cheio de café.

Seus olhos me alcançam com uma velocidade imperceptível.

— Isso parece estar te incomodando — e cessando sua tarefa, abandonando o pão torrado no prato, Avery presta atenção somente em mim.

Um calafrio – que ignoro – percorre meu corpo, tremulando meus lábios que preferem dissimular um sorriso em partes sincero.

— Vou sentir sua falta.

Suas avelãs fixam em mim, como se procurassem algo. Algo que seus pés parecem ignorar, pois atravessam a ilha em minha direção. Fecho minhas pálpebras, quando não consigo mais evitar de sentir o calor do seu corpo atrás do meu, mesmo sem me tocar.

Porém suas mãos me tocam, girando meu corpo sobre o redondo acento da alta banqueta em frente da ilha. Sua testa repousa na minha. Suas mãos encurralam meu corpo, assim que espalmam-se no granito atrás de mim.

Não queria fugir, mas mesmo que quisesse não poderia.

— Eu também — ele balbucia aquelas palavras somente para mim.

E a resposta vem dos meus lábios que curvam-se. Espalmo minhas mãos em seus largos ombros sobre a camisa jeans. Meus olhos vão e vem de encontro com os seus que permanecem estáticos.

Meus dedos alcançam a gola da sua camisa, envolvendo o retangular tecido com força.

— Fica — dou voz a um grito do meu interior.

Seus lábios permanecem sorridentes, mesmo sem mostrar os lábios. Seu aroma cítrico me envolve e acolhe.

— Se você quiser, sabe que eu fico.

E a resposta que eu esperava me atinge. Obrigando minha cabeça acenar positivamente e meus lábios a se alargarem mostrando meus dentes.

— Eu sei.

Não era um teste. Mas parte de mim ainda precisava saber que ele ficaria por mim. Nunca havia sido dependente de homem algum. Jamais. Mas necessitava de John Avery, do seu amor, assim como meus pulmões precisavam de oxigênio para se manterem funcionais.

Tendo a certeza que não deveria me afogar naquela necessidade, largo a gola da sua camisa, a alisando com os mesmos dedos que as tinha amassado e desalinhado o tecido.

— Quer que eu fique? — maneio negativamente a cabeça.

Ele me imita. Balança a cabeça da mesma forma que a minha. Suas bochechas se inflam, guardando um sorriso no interior da sua boca, comprimindo seus pequeninos olhos.

Seus lábios colam nos meus. Um pequeno e inocente toque, antes de se afastarem. Suas avelãs voltam a me encarar sem humor. Novamente sinto seus lábios nos meus, logo se afastam, revelando suas pupilas um pouco mais dilatadas, acabando com a inocência, novamente nossos lábios se selam, nossas línguas se encontram, meus dedos agarram a gola que quase tinha conseguido desalinhar.

Suas mãos encaixam-se entre minhas nádegas e o assento de madeira do banco, colando nossos corpos já fundidos em um caloroso beijo. Algo apressado. Minhas pernas desnudas acolhem seu corpo com facilidade. Suas mãos levantam meu vestido, permitindo fácil acesso aos seus dedos que brincam com o cós da minha calcinha.

Precisava dele dentro de mim, apenas mais uma vez.

E obedientes meus dedos passam pelos nossos corpos, abrindo o botão da sua calça jeans e abaixando o zíper, apenas para tatearem o membro ereto escondido. Abaixo o tecido da roupa intima, acariciando seu membro já duro.

Afasto meus lábios. Os de Avery ofegam insatisfeitos e inchados. Eles maneiam, ameaçando produzir um som, que é calado por meu indicador, que os sela, em uma silenciosa ordem.

O sangue circula quente e veloz pelo meu corpo.

— Senta na cadeira — ordeno, apontando com a cabeça em direção a cadeira na cabeceira da mesa.

Seus olhos estreitam-se em minha direção confusos com a ordem.

— Senta — ordeno

Obediente seu corpo se afasta do meu. Com uma agilidade impressionante Avery afasta a cadeira, alojando sua bunda rapidamente e revelando a cabeça pulsante do seu membro rígido.

Enquanto caminho em sua direção, chuto uma por vez as sapatilhas que revestiam meus pés, enquanto ergo o fresco e fino tecido do meu vestido, só para permitir que meus dedos abaixassem a minha calcinha. Que logo é atirada em algum canto.

E como se entendesse a minha ideia, o homem excitado na cadeira eleva seu corpo para abaixar sua calça e cueca juntas, as deixando presas em seu tornozelo.

Seus dedos sustentam seu órgão ereto. Permitindo livre acesso para mim, minhas pernas passam cada uma por um lado da cadeira e sem preliminares engulo seu membro ereto, arrancando um caloroso gemido dos seus lábios.

Nossos corpos se colam, recosto minha testa na sua, ficando minhas unhas em seu pescoço. Permaneço imóvel, saboreando aquele contato, aquela ligação, nosso último momento antes de dez longos dias separados.

Não quero me mexer, apenas quero senti-lo dentro de mim, saciando uma fome desconhecida.

E assim o faço. E assim fazemos, nós unimos antes de nos entregar ao prazer.

O forte aroma de cebola com alho impregna minhas narinas, revirando meu enjoado estômago naquela manhã em que o verão se aproximava do fim. Definitivamente não queria ter arrastado meu exausto corpo pelos lençóis naquela manhã em que amanheci sozinha. Da mesma forma que não podia negar o quanto a ausência do Avery estava me atingindo.

Meus atentos olhos focam no pedaço de carne vermelha posicionado sobre a tabua de bambu, permitindo que a lâmina afiada da faca fizesse sua função de dilacerar pequenos bifes.

Porém era meu interior que sentia-se dilacerado naquela manhã em que as pequena e ignoráveis cólicas estavam tornando-se mais presentes, insistentes e profundas.

Preferi as ignora-las.

É bobagem. Coisa de mulher com o ciclo confuso.

Penso. Me convenço.

Continuo a tarefa de dilacerar a carne. Os murmúrios ao meu redor são uma melodia irritante naquela manhã. O enjoo não deixa meu estômago vazio. Foco na tarefa, mesmo não conseguindo ignorar a cólica que acentua-se no meu interior.

Poderia jurar que a carne que estava cortando era a minha, as dos meus ovários inquietos e reclamantes naquela manhã. Meus dedos envolvem com força o cabo preto da faca, não vejo os nós dos meus dedos, mas sei que mudaram de coloração, pois estão doendo. Uma pequena distração para dor que acentua-se no meu interior.

Meu coração, outrora com batimentos normais acelera-se junto com a minha respiração que quase torna-se intercortada, provocando uma pequena sudorese que umedece minha testa.

Não consigo mais ignorar a dor. Não consigo ignorar as facadas que rasgam a carne do meu interior, com um misto de fisgada, como se dedos apertassem sem piedade meu interior.

Meus dedos já não mais cortam a carne vermelha sangrenta sobre a tabua. Sem opção meu corpo reclina-se para frente. Não somente minha testa se umedece, mas também todo meu corpo que tremula. Quero vomitar de dor, como se me cortassem sem anestesia, mas meu estômago vazio não tem nada para liberar.

A dor se acentua.

Algo se quebra no meu interior.

Meus tímpanos não ignoram um sonoro e estridente barulho de algo metálico estatelar-se contra o piso cerâmico. Finalmente percebo que é a faca que meus dedos não mais sustentam. Assim como meus joelhos que perdem a batalha para a dor quente e lacerante.

Sem opção meu corpo choca-se no chão. Com os joelhos dobrados, reclino meu corpo para frente, recostando minha testa no chão, minhas mãos envolvem meu quadril, como se pudessem cessar aquela sensação terrível e inexplicável, como se pudessem arrancar a dor do meu interior.

Algo parece sair do meu interior. Ser expelido por entre as minhas pernas. Por minha bexiga vazia.

Meus dentes ficam-se na fina pele dos meus lábios, como se pudessem suportar toda aquela dor.

Porém a pior sensação que permeia em meu corpo é a de perda, como se tivesse perdendo algo que ignorasse. Minha mente não raciocina. Tanto que demoro a perceber o auxílio de pessoas amigáveis ao meu lado, que murmuram algo próximo ao meu ouvido. Que tentam sustentar meu corpo.

Mas sinto que não tenho mais tempo. A dor é intensa. Minhas pálpebras não conseguem sustentar-se. E por uma fração de segundos a dor passa e tudo parece ficar bem.

Finalmente me sinto bem. Sinto que posso descansar, pois a dor parou com a chegada da escuridão.

— Lennon  — alguém me chama de tão distante.

Mas não quero despertar. Está tão confortável. Sabe quando seu estado de letargia alcança uma profundidade acolhedora? Que afasta a vontade de despertar, apenas para se entregar um minuto a mais do vazio que me envolve.

— Lennon  — o chamo distante invade meu vazio.

Quero abrir os lábios. Mas não tenho forças. Quero mexer meu corpo, mas ele resiste desobediente. Minhas pálpebras pesam, enquanto o único sentido desperto são os meus tímpanos que não ignoram ruídos ensurdecedores.

Abra os olhos

Aquela ordem não vem de uma voz especifica. O que me faz duvidar se era real ou fruto da minha imaginação. Porém eu obedeço. Minhas írises chocam com um clarão desconfortável, que me obriga a piscar algumas vezes.

Trago uma saliva espessa, quase inexistente. Enquanto sem força realizo a função de movimentar meu pescoço para os lados, um gesto preguiçoso e limitado, apenas para esbarrar na figura familiar parada ao lado da minha cama.

Uma novidade no cenário, que obriga minhas pálpebras a se arregalarem, apenas para que meu cérebro pudesse constatar que não estava mais na cozinha do Leminski. E ao meu redor tons claros me acolhiam. Meu corpo continua exausto, impedindo movimentos bruscos, delegando toda a tarefa dos meus olhos que esbarram em um quarto triste. Sem vida, sem cor e sons de máquinas invadiam meus tímpanos.

— Onde estou? — finalmente foco na mulher ao meu lado.

Isobel

Quero me levantar, mas meu corpo está tão exausto que me impede. Porém não ignoro o cálido toque da minha irmã em uma das minhas mãos.

— Como você está se sentindo? — seu questionamento ignora o meu.

Meus olhos continuam vasculhando o ambiente em busca de uma lógica resposta: estava no hospital.

— O que aconteceu? —aperto minhas pálpebras.

Recordando flashes de uma dor lacerante e depois nada. Ela tinha ido. Mas o vazio continuava.

— Você passou mal — finalmente alguma informação me é cedida.

Ok

A essa conclusão eu já tinha chegado.

Passei mal. Fui levada ao hospital. Meu corpo ainda sentia-se estranho.

Os fatos eram confusos, mas consiguia ordena-los em minha mente.

Tento fincar as falanges dos meus dedos no colchão macio abaixo do meu corpo. Mas meus músculos não conseguem produzir força suficiente para impulsiona-lo e finalmente ter controle de tudo.

— O que aconteceu? — utilizo minhas forças para encarar a familiar figura ao meu lado.

Prestando finalmente atenção nas feições abatidas e lábios curvados sem humor de Izzie. A conhecia o suficiente para saber que aquela era a sua versão do: está tudo bem.

Meus lábios maneiam, expelindo apenas ar, ao invés de sons. Novamente ela me ignora, dedicando atenção a suas pernas, que jogam seu corpo sobre a lateral da cama, enquanto seus dedos não soltavam os meus.

Seu olhar castanho volta a encontrar os meus.

— Você sabia que estava grávida, Lennon? — minha mente gira com aquela pergunta.

Grávida?

Enjoos. Falta de apetite. Excesso de apetite. Atraso no ciclo hormonal. Emoções alteradas. Cólicas. Cansaço.

Todo um quebra cabeça se monta em minha mente, que para com uma simples percepção.

Estava?

— Estava? — balbucio.

E sem proferir qualquer som. Isobel acena sua cabeça, comprimindo seus lábios em um sorriso melancólico que confirma o que não tinha coragem de proferir.

E o vazio aumenta.

E o vazio começa a fazer sentido.

E algo quente escorre, sem autorização, por entre minhas pálpebras.

E uma lágrima molha a minha face, por um ser que nem sabia que existia.

Depois de algum tempo sumida aqui temos capítulo novo. Desculpa a demora

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